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Farmacologia Contraceptivos Contracepção é o ato de evitar a gravidez. Os métodos desse controle incluem medicamentos, procedimentos, dispositivos e comportamentos. Atualmente, a interferência com a ovulação é a intervenção farmacológica mais comum para evitar a gravidez. Principais classes de contraceptivos Anticoncepcionais orais combinados: Medicamentos contendo uma associação de um estrogênio e uma progestina. A associação monofásica contém uma dose constante de estrogênio e progestogênio administrada durante 21 e 24 dias. Anticoncepcionais orais trifásicos: Estrogênio e progesterona associados, porém em doses que variam com a sequência de uso de comprimidos (comprimidos e cores diferentes) administrados por períodos sucessivos de 7 dias. Esses anticoncepcionais tentam mimetizar o ciclo natural feminino. Adesivo transdérmico: Um adesivo contraceptivo é aplicado a cada semana, durante 3 semanas, no abdome, no torso superior ou nas nádegas. Nenhum adesivo é usado na quarta semana e ocorre sangramento de retirada. O adesivo tem eficácia comparável à dos contraceptivos orais, mas é menos eficaz em mulheres com massa acima dos 90 kg. As contraindicações e efeitos adversos são semelhantes aos dos contraceptivos orais. Com o adesivo, a exposição total ao estrogênio pode ser maior o que pode aumentar o risco de eventos adversos, como tromboembolismo. Anéis vaginais: É uma opção adicional contendo etinilestradiol e etonogestrel. O anel é inserido na vagina e permanece por 3 semanas, quando é removido. Nenhum anel é usado na 4 semana e ocorre sangramento de retirada. O anel contraceptivo tem eficácia, contraindicações e efeitos adversos similares aos dos contraceptivos orais. Pílulas apenas de progestinas: Contendo geralmente noretisterona as denominadas “minipílulas” são tomadas diariamente em um esquema contínuo. Essas preparações são menos eficazes que as formas combinadas e podem produzir ciclos menstruais irregulares com maior frequência. Estes comprimidos podem ser usados por lactantes, (pois diferentemente dos estrogênios, os progestogênios não têm efeito na produção do leite), por fumantes, intolerantes ao estrogênio ou por quem têm outras contraindicações aos estrogênios. Progestogênio injetável: É um contraceptivo administrado via IM ou SC a cada 3 meses. Este fármaco causa níveis altos e prolongados de progestina. É comum o quadro de amenorreia com seu uso. Além disso, o retorno da fertilidade pode demorar vários meses após sua descontinuação. O acetato de medroxiprogesterona pode contribuir para perda óssea e predispor a osteoporose e/ou fraturas. Por isso, o fármaco não deve ser continuado por mais de 2 anos. Implantes de progestina: Após implantação subdermal, o implante de etonogestrel proporciona contracepção por 3 anos. O efeito é totalmente reversível quando removido cirurgicamente. O principal efeito adverso é o sangramento menstrual irregular e cefaleia. Dispositivo intrauterino com progestogênio: Constitui um método altamente eficaz de contracepção por 3 a 5 anos, dependendo do sistema. Apresenta efeito de longa duração e deve ser evitado em pacientes com doença inflamatória pélvica ou anamnese de gestação ectópica. Contracepção pós-coital: Reduz de 0,2 a 3% a probabilidade de gravidez após um episódio de relação sem proteção. Usa dosagens elevadas de levonorgestrel (preferido) ou dosagens altas de etinilestradiol + levonorgestrel. Para eficácia máxima, seu uso deve ser feito até 72h após a relação. O regime contraceptivo só com progestogênio é mais bem tolerado, do que o regime combinado. Mecanismo de ação O estrogênio executa a retroalimentação negativa na liberação do LH e do hormônio folículo-estimulante (FSH) pela hipófise, evitando, assim, a ovulação. A progestina espessa o muco cervical, dificultando o deslocamento dos espermatozoides. Efeitos adversos Os efeitos adversos mais comuns dos estrogênios são ingurgitamento das mamas, retenção de líquidos, cefaleia e náuseas. Pode ocorrer aumento da PA. As progestinas estão associadas à depressão, mudança no libido, hirsustismo e acne. Embora raros, podem ocorrer com contraceptivos orais tromboembolismo, tromboflebite, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico (AVE). Esses efeitos adversos graves são mais comum em mulheres acima dos 35 anos e fumantes. Contracepção Hormonal de Emergência (CHE) O que você precisa saber: Idade: À CHE pode ser fornecida MIP como um medicamento de farmácia para mulheres de 16 anos ou mais. Para mulheres com menos de 16 anos, o farmacêutico pode encaminhá- las ao médico. Porque a CHE é necessária: Confirmar se houve sexo sem proteção, falha contraceptiva ou esquecimento da pílula anticoncepcional. Nesses casos, a CHE precisa ser iniciada dentro de 72h. Se o sexo ocorreu entre 72 horas e 5 dias atrás, a mulher pode ser encaminhada para colocar um DIU, como método contraceptivo de emergência. Em caso de uma já possível gravidez: Quaisquer outros episódios de relações sexuais desprotegidas no ciclo atual são importantes. Em caso de dúvida, o farmacêutico pode sugerir que a mulher faça um teste de gravidez. A CHE não vai funcionar se a mulher estiver grávida. Não há evidência que a CHE seja prejudicial para a gravidez. Outros medicamentos em uso: Os medicamentos que induzem enzimas hepáticas específicas têm o poder de aumentar o metabolismo de levonorgestrel e, assim, reduzir sua eficácia. Mulheres que fazem uso dos seguintes medicamentos devem ser encaminhadas para uma fonte alternativa de CHE: Anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, primidona, fenobarbital); Rifanpicina e rifabutina; Griseofulvina; Ritonavir; Erva-de-são-joão; Ciclosporina, aqui, existe uma interação entre a Ciclosporina e o levonorgestrel. O progestogênio inibe o metabolismo da ciclosporina, aumentando seus níveis. Uma mulher que solicita uma CHE fazendo uso de ciclosporina deve ser encaminhada. Quando encaminhar ao médico Idade inferior a 16 anos; Mais de 72h desde relações sexuais desprotegidas; Tomar um medicamento que interage com a CHE; Pedidos para uso futuro. Conduta Dosagem A CHE levonorgestrel é tomada na dose de 1 comprimido de 1,5 mg tão logo quanto possível após a relação sexual. Efeito colateral O efeito colateral mais provável é a náusea. Embora a probabilidade de vômitos seja pequena, se ocorrer dentro de 3 horas da ingestão do comprimido, outra dose é necessária o mais rápido possível. Mulheres que não devem tomar a CHE Não deve ser tomada por uma mulher que está grávida, nem que tenha disfunção hepática grave ou má absorção. Conselhos ao fornecer a CHE 1. Tome o comprimido logo que possível. 2. Cerca de uma a cada sete mulheres sente-se enjoada depois de tomar a CHE levonorgestrel. 3. Se a mulher passar mal dentro de 3h da ingestão do comprimido, ela deve tomar um novo. 4. A próxima menstruação pode começar mais cedo, pontualmente ou mais tarde que o habitual. Se o fluxo for menos, o período mais curto ou com mais de 3 dias do habitual, a mulher deve consultar o médico, ou realizar teste de gravidez. 5. Se a mulher toma pílula oral combinada, ela e seu parceiro devem usar preservativos além de continuar com a pílula por 7 dias consecutivos. 6. A CHE não equivale à contracepção de uso continuado, nem oferece proteção contra DST. 7. A CHE pode ser usada em mais de uma ocasião dentro do mesmo ciclo menstrual, mas isso é susceptível de perturbar o ciclo.
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