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Brenda Andrade Marquesine ATRESIA ESOFÁGICA • anomalia da formação e separação do intestino anterior e primitivo => forma uma interrupção da luz esofágica, podendo haver ou não comunicação entre este e a traqueia. • causa + frequente de cirurgia torácica no recém-nascido (obrigatório passar SNG na sala de parto). • salivação abundante e aerada; falha na tentativa de passagem de sonda nasogástrica. • PN => USG com aumento de líquido amniótico; • comum associação com outras anomalias congênitas (principalmente cardíaca) => OBRIGATÓRIO realizar ECOCARDIOGRAMA em RN com atresia de esôfago. Tipos: A- atresia sem fístula (não comunica nem com a traqueia nem com o esôfago distal) => sialorreia. É o + complexo pra operar (tem que deixar uma sonda nasogastrica por algumas semanas pra estimular o tecido antes da cirurgia, gastrostomia enquanto isso). B- atresia entre a traqueia e o segmento proximal => sialorreia e aeração (pneumonia de repetição) C- atresia com fistula entre a traqueia (ou brônquio principal) e o segmento distal do esôfago; + comum (fecha a fístula esôfago-traqueia e faz uma anastomose proximal com o coto distal). D- atresia e fistula da traqueia tanto com o seguimento distal quanto com o proximal. E- fístula em H-traqueoesofágica sem atresia. Diagnóstico: sonda nasogástrica + RX (ar no estomago e interrupção da sonda; pode fazer com contraste iodado). TTO: sempre cirúrgico. ACALÁSIA Distúrbio motor primário do esôfago, que acomete a musculatura lisa do órgão. Associação da aperistalse do corpo esofágico à falta de relaxamento do EEI => primeiro tem alteração da inervação inibitória, e posteriormente, da excitatória => megaesôfago. Brenda Andrade Marquesine • idiopática (EUA) ou chagásica (BR- obrigatório fazer sorologia para chagas); • ambos os sexos, 30-60ª • disfagia (só consegue comer se beber mto liquido junto => agua faz coluna de pressão e “abre” o esfíncter), regurgitação, dor torácica, emagrecimento, halitose (alimento fica parado no esôfago), pirose, tosse noturna. • padrão ouro pra diagnóstico: esofagomanometria (>35mmHg); esofagografia faz a classificação. CLASSIFICAÇÃO E TTO 1. diâmetro ED<4 cm+ incoordenação motora e retenção do contraste =>TTO ENDOSCÓPICO 2. diâmetro ED 4-7cm => TTO ENDOSCÓPICO 3. diâmetro ED 7-10cm => MIOTOMIA CIRURGICA 4. diâmetro ED>10cm + tortuosidade + gde reteção do meio de contraste => ESOFAGECTOMIA (se pcte chagásico, atenção p/ insuficiência cardíaca) *tto endoscópicos: injeção de toxina botulínica (tem que repetir de 6-6m, pode dar refluxo), dilatação pneumática da cárdia (dilatação do EEI com balão), túnel. DIVERTÍCULOS ESOFÁGICOS -divertículo FALSO ou de PULSÃO: herniam apenas a mucosa e submucosa. São os + comuns, acontecem no terço proximal ou cervicais (faringoesofagianos) ou terço inferior (epifrênicos). Causados por algum distúrbio motor do esôfago (fraqueza na parede posterior do esôfago). -divertículo VERDADEIRO ou de TRAÇÃO: herniam todas as camadas, acontecem no terço médio e raramente apresentam sintomas. Divertículo de Zenker: divertículo FALSO mais comum do esôfago, comum em indivíduos >50anos. • acontece no triângulo de Killian (uma área de fragilidade entre o musculo constritor inferior da faringe e as fibras superiores do musculo cricofaríngeo). • disfagia, regurgitação, halitose, emagrecimento, vômitos alimentares, disfonia, tumoração cervical, tosse pós prandial... • complicações: aspiração e pneumonia recorrentes (idoso com pneumonia aspirativa de repetição) • diagnóstico por esofagograma, tto endoscópico (preferencial) ou cirúrgico. SÍNDROME DE MALLORY-WEISS Sangramento decorrente de lacerações da mucosa da junção esôfago-gastrica por esforço de tossir ou vomitar. • pcte etilista ou c/ distúrbios alimentares; • sangramento APÓS episódio de vômitos (hematêmese). Brenda Andrade Marquesine • diagnóstico endoscópico (pode ser que na hora da endocospia já tenha cicatrizado e cessado o sangramento!) • tto: esclerose (se ainda estiver sangrando). SÍNDROME DE BOERHAVE Ruptura esofágica decorrente de um súbito aumento na pressão interna do esôfago precipitada durante o ato de vomitar, como resultado de uma incoordenação neuromuscular do musculo cricofaríngeo. • DOR súbita torácida ou epigástrica após episódio de vômitos ou abuso alimentar/alcoólico • pode estar associado c/ enfisema cervicomediastinal (tríade de Mackler – vômito, dor torácica e enfisema subcutâneo) • diagnóstico: TOMOGRAFIA ESÔFAGO DE BARRET Presença de mucosa gástrica no esôfago distal, cujas biópsias confirmem presença de metaplasia intestinal (deslocamento da junção escamocolunar em relação à junção esofagogástrica). • complicação pré-maligna da DRGE (pode causar adenocarcinoma); • homens brancos >50anos com história de RGE há mais de dez anos; • nos pctes COM DRGE é indicado endoscopia, mas não é indicado rastreamento de EB na população em geral; • vigilância no EB => detectar adenocarcinoma em estágio precoce => 4 biópsias a cada 2 cm, uma por quadrante + de áreas suspeitas, guardadas em recipientes separados. TTO: DRGE = EDA • ausência de displasia -> repete EDA após 1 ano -> ausência de displasia -> EDA a cada 2-3 anos • displasia de baixo grau -> EDA 6-6m • displasia de alto grau -> terapia endoscópica ou esofagectomia + continuar acompanhamento com EDA * TRATAR A DRGE: cessar tabagismo e etilismo, melhorar alimentação, perda de peso, fracionamento das refeições, IBP+ procineticos (ex. pantoprazol+domperidona; lembrar que pcte que usa IBP prolongadamente tem que fazer reposição de vit.B12 porque diminui produção de FI). Se pcte jovem= fundoplicatura ANEL ESOFÁGICO: Anel de Schatzki: subestenose localizada na transição anatômica esofagogástrica no ponto de união do epitélio escamocolunar. Brenda Andrade Marquesine • relacionado a hérnia e refluxo, idosos e adultos; • diagnóstico: EDA ou esofagograma. TTO: dilatação caso apresente sintomas. Síndrome de Plummer-Vison: anel esofágico cervical causado por deficiência de ferro. • disfagia, anemia ferropriva. • tto: reposição de ferro TUMORES ESOFÁGICOS BENIGNOS Papiloma de esôfago: lesão rara, homem na quinta década, assintomático. • refluxo, álcool, tabagismo, HPV • papilomatose: múltiplos papilomas => maioria das vezes por HPV Pólipo Inflamatório: é um pólipo sentinela, relacionado com refluxo, fica na transição esôfago- gástrica. SEMPRE BIOPSIA =>Adenocarcinoma. Tumores de Células Granulares: possível origem neural, mais comum no terço distal, homens negros <45anos. • lesão pré maligna => acompanhamento. • pode haver disfagia. • fatores preditivos de malignidade: tamanho >4cm, crescimento rápido, recorrência, histologia (necrose,pleomorfismo nuclear...) Leiomioma e Leiomiomatose: Principal lesão subepitelial ou submucosa do esôfago é o leiomioma. NÃO MALIGNIZA. • origem na muscular própria e raramente da muscular da mucosa, homens entre 20 e 59 anos, assintomáticos; • USE (muscular própria - quarta camada, hiperecoica –branqunha- homogêneo). Não necessita ressecção. CÂNCER DE ESÔFAGO Neoplasia maligna, relativamente incomum e muito letal. Homens >50 anos. • muito relacionado à tabagismo e etilismo, alimentos e bebidas quentes (comum no Sul do BR pelo chimarrão), agentes infecciosos (HPV), vegetais em conserva, sind. de plummer vison... • TILOSE TIPO A PLANTAR => pcte tem hiperescamação de mãos e pés (aumenta suscetibilidade ao CA de esôfago); • Adenocarcinoma: mais comum nos EUA, ocorre na porção distal do esôfago (junção esofagogástrica), principais FR: obesidade, alimentação, EB, DRGE • Carcinoma espinocelular: tipo mais comum no BR, pega esôfago médio e inferior. Relacionado a tabagismo e etilismo. • início insidioso e clínica tardia => o pcte, sem perceber, vai se adaptando, comendo menos sólido => diagnóstico tardioBrenda Andrade Marquesine • odinofagia, desconforto retroesternal, sensação de corpo estranho no esôfago, dor, náuseas, anorexia, perda de peso, sangramento... • dianóstico: endoscopia+biópsia Estadiamento: T1 - restrito à mucosa T2 - submucosa T3 - muscular própria T4 - adventícia T5 - afeta estrutura adjacente TTO: cirúrgico (T1 e T2), radioquimioterapia (T3 e T4), radioterapia, paliativo. ESOFAGITES POR AGENTES CORROSIVOS • Incidência bimodal => 75% <5ª (ingestão acidental), restante adultos jovens (tentativa de autoextermínio) • substâncias alcalinas (baterias,soda caustica) tendem a lesar mais a mucosa que os ácidos, pois formam proteinatos básicos, sabões, determinando necrose de liquefação do tecido, de rápida progressão e extensa profundidade. • os agentes ácidos produzem necrose por coagulação de ptnas formando uma camada protetora que limita a penetração do agente às camadas mais profundas. • dor, vômito, dor retroesternal, hematêmese, disfagia, epigastralgia.... fase aguda: primeiros 10 dias, reação inflamatória, formação do tecido de granulação, pode haver perfuração; fase subaguda: 10dias-8sem, melhora dos sintomas fase crônica: >8sem, pode surgir estenose e aumento o risco pra CA de esôfago. classificação: zero (lesão apenas da cavidade oral): zero risco de estenose; grau 1: edema e hiperemia da mucosa, baixo risco de estenose grau 2a: friabilidade e hemorragia, erosão,bolhas, ulceração... risco <10% grau 2b: friabilidade, hemorragia, erosão, ulceras profundas 15-30% risco de estenose grau 3a: áreas pequenas de erosão e pequenas áreas de necrose, 70% risco de estenose grau 3b: necrose extensa, 90% risco de estenose * a partir do 2b SEMPRE passar sonda pra tentar manter o percurso TTO FASE AGUDA: não provocar vomito, jejum, HV, sonda, IBP, analgesia, corticoide em baixa dose, ex.radiológicos, EDA nas primeiras 24h, SE MENOS QUE 1H = ingerir ácido pra Brenda Andrade Marquesine neutralizar, prótese esofágica (prevenir estenose), NÃO deixar pcte ir embora antes de consulta psiquiatra. TTO FASE CRÔNICA: estudo contrastado para avaliar trajeto, dilatação, triancinolona, estenotomia em casos refratários após 6m de dilatação, cirurgia. _____________________________________________________________________________ _________________ ESTÔMAGO ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO Hipertrofia progressiva da musculatura pilórica, causando estreitamento e alongamento persistentes do canal pilórico. • lactentes abaixo de 3-4 m (após o nascimento e antes dos 5m), mais comum em meninos primogênitos, leve componente genético; • história de vômitos não biliosos, em jato, a partir da 3-4 semana de vida + hiperperistalse gástrica (ondas de kussmaul), distensão do andar superior do abdome, “tumor” pilórico palpável (oliva pilórica) => bebê emagrecido, mãe relata que ele sempre vomita após refeições, e que só sai comida • pode fazer seriografia do TGI (ex. contrastado) ou USG • tto cirúrgico. HERNIA HIATAL Migração de parte do estômago em direção ao tórax através do hiato diafragmático. • comum a associação hérnia hiatal+DRGE, mas não é obrigatória • diagnóstico endoscópico - hérnia hiatal por deslizamento: migração da cárdia para dentro do tórax, + comum. CD: observar ou fundoplicatura se muitos sintomas; - hérnia hiatal paraesofágica: migração do fundo gástrico para o tórax. CD: tto cirúrgico. - hérnia hiatal mista: migração da cardia e fundo. CD: tto cirúrgico. ÚLCERA PÉPTICA Lesão de continuidade da mucosa gastrintestinal que ultrapassa a camada da muscular da mucosa. Causada por um desequilíbrio entre fatores protetores e agressores da mucosa gástrica. Principais causas: HELICOBACTER PYLORI E AINE H.pylori: é a principal causa de ulcera péptica, sendo responsável por 90% das úlceras duodenais e 70% das úlceras pépticas. É uma bactéria flagelada gram negativa produtora de uréase que pode gerar a úlcera por 3 mecanismos: Brenda Andrade Marquesine 1. aumento da produção de ácido (antro) => redução das cels.D (produtoras de somtostatina); 2. lesão direta à mucosa => pela produção de uréase; 3. reação inflamatória (resposta do organismo à bactéria). *transmissão orofecal. Pcte com úlcera péptica no OS => EDA eletiva pra inestigar H.pylori AINE e AAS: redução SISTÊMICA da síntese de prostaglandinas através da inibição da COX1. As prostaglandinas endógenas regulam o fluxo sanguíneo da mucosa, a regeneração epitelial e a secreção de muco, HCL e bicarbonato => sua inibição enfraquece a proteção da mucosa. • outras causas: sínd. de Zollinger-Ellison (gastrinoma, aumenta a prod. de gastrina), úlcera de boca anastomótica, ulcera de Cameron... • DOR, sangramento, perfuração,obstrução, vômitos, empachamento • EDA é tanto diagnóstica quanto terapêutica. * estômago é ALTAMENTE VASCULARIZADO => rápida cicatrização
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