Manejo Alimentar de Fêmeas Leiteiras

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Criação Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
MANEJO ALIMENTAR DE FÊMEAS LEITEIRAS 
Além da genética e ambiente, a 
alimentação está intimamente ligada a 
produção dos animais. Com base nisso, 
concluímos que se não houver uma 
preocupação maior com a alimentação das 
vacas, haverá limitação na produção. 
De todos os custos fixos da produção, a 
nutrição dos animais equivale a 50%, 
portanto o erro nesse quesito irá afetar 
não somente a produção, mas também o 
sucesso econômico da propriedade. 
A forma de alimentar os animais depende 
do setor de produção aplicado. As 
propriedades mais eficientes costumam 
trabalhar com sistema intensivo de 
produção sendo a pasto, confinamento ou 
semiconfinamento. 
Animais criados em sistema intensivo de 
pastejo têm como base nutricional os 
alimentos volumosos. Como o Brasil é um 
país de clima tropical, há duas épocas do 
ano bem distintas marcadas por mudanças 
climáticas e ambientais bem 
características, são elas: 
 
Época da Seca: corresponde as estações 
outono e inverno. É caracterizada pela 
menor incidência luminosa. Dessa forma, 
haverá menor crescimento das forragens, 
tanto em quesito quantitativo quanto 
qualitativo. 
Época das águas: Corresponde a verão e 
primavera. É caracterizada por uma 
temperatura mais alta, maior incidência 
luminosa e também de chuva. Isso impacta 
diretamente na produção das forragens, 
fazendo com que haja crescimento 
quantitativo e qualitativo das forrageiras. 
 
Pensando nisso, estratégias devem visar 
manejo alimentar compensatório para 
atender a necessidade dos animais em 
épocas mais secas ou em momentos de 
necessidades especiais dos animais. A 
suplementação alimentar é indicada nessas 
ocasiões. Esse suplemento pode ser 
volumoso ou concentrado, dependendo da 
escassez alimentar em questão. 
Suplementação com alimento volumoso 
será recomendada quando houver limitação 
quantitativa da base alimentar dos 
animais. 
Suplementação com alimento concentrado 
será indicada visando suprir a necessidade 
qualitativa do pasto. 
 
No confinamento, não há acesso dos 
animais ao pasto, logo, toda a dieta dos 
animais é oferecida no cocho. Essa dieta é 
chamada de “dieta total (TMR)”, é a 
tradução do termo técnico Total Mix 
Ration. Nessa dieta são oferecidos tanto 
alimento volumoso quanto concentrado 
sendo totalmente dependente do nível 
produtivo da vaca, ou seja, algumas vacas 
receberão os alimentos em proporção 50% 
- 50%, 70% - 30% etc. 
 
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Os animais semiconfinados, por sua vez se 
encontram no pasto, consumindo alimento 
volumoso e, pelo menos uma vez ao dia, 
recebem alimento no cocho que consiste em 
alimento volumoso e concentrado fornecido 
numa concentração específica, ou seja, 
num determinado momento do dia há 
substituição do volumoso consumido no 
pasto pelo TMR. 
Alimento Volumoso 
É o mais consumido pelas vacas leiteiras 
por ser rico em carboidratos estruturais 
que são fibrosos e, uma vez fermentados no 
rúmen, aumentam a proporção de acetato 
em relação aos outros AGVs (ácidos graxos 
voláteis), sendo responsável pelo aumento 
da concentração de gordura no leite. A 
vaca, por sua vez manterá seu biotipo. 
 
Oferecimento de alimento concentrado, 
numa proporção maior quando comparado 
ao volumoso irá diminuir a taxa de 
gordura no leite, porém a vaca poderá se 
tornar obesa. Logo, independente do setor 
de produção, a base da alimentação das 
vacas será volumosa. 
 
Quando não há limitação na pastagem, 
como vemos na imagem a seguir, somente 
esse alimento será necessário para o 
animal. 
 
Todavia, se houver exigências específicas 
dos animais, maiores do que o pasto é 
capaz de oferecer, para que haja maior 
produção de leite, é recomendada a 
suplementação com concentrado. 
 
 
Já na imagem acima, vemos que há uma 
boa quantidade de pasto, porém o mesmo 
não tem uma alta qualidade, sendo 
necessária uma suplementação com 
alimento concentrado para os animais 
visando suprir essas exigências qualitativas. 
Quando a qualidade do pasto é ruim, 
mesmo sendo em boa quantidade e, ainda 
assim oferecemos alimento volumoso, o 
animal irá optar por não consumir a 
pastagem o que não seria bom já que 
haveria maior custo na manutenção desses 
animais além de desperdiçar o pasto. 
 
 
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Na imagem acima vemos um pasto de 
Braquiária em período de seca. É possível 
observar que a qualidade não é boa, assim 
como a quantidade também é baixa. Logo, 
se os animais não têm uma alta exigência, 
iriam necessitar de alimento volumoso para 
suprir essa escassez. Todavia, se há maior 
exigência nutricional, devemos suplementar 
tanto com alimento volumoso quanto com 
concentrado. 
 
O volumoso pode ser cortado e oferecido 
diretamente no cocho dos animais, assim 
como também pode ser triturado ou até 
mesmo conservado em forma de silagem, 
como vemos na imagem abaixo. 
 
Além disso, pode ser oferecida cevada 
úmida, que é um volumoso, subproduto da 
indústria cervejeira. 
Alimento Concentrado 
Pode ser oferecido para animais a pasto 
como suplementação para a falta de 
qualidade da pastagem ou também fazendo 
parte da TMR de animais confinados ou 
semiconfinados. 
 
Os alimentos concentrados podem ser 
proteicos ou energéticos e são inseridos na 
dieta mediante ao custo de mercado em 
que poderemos substituir ingredientes mais 
caros como milho ou soja por subprodutos 
da indústria que podem ter um menor 
valor. 
 
 
 
Na tabela anterior, podemos ver a 
proporção de volumoso e concentrado em 
 
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dependência da produção diária das 
fêmeas. 
Quanto mais leite é produzido pela vaca, 
dependendo do momento de lactação, a 
exigência do animal será maior, portanto, 
com mais concentrado. No fim da lactação 
também há alteração, já que a demanda 
nutricional da fêmea não é mais tão alta, 
podendo ser suplementada com menor 
quantidade de alimento concentrado e 
maior quantidade de volumoso. 
 
Fêmeas primíparas (pariram a primeira 
vez) ainda não têm 100% de seu peso 
adulto. Logo, a exigência nutricional desse 
animal será tanto para o crescimento da 
cria quanto para o dela. 
Já fêmeas multíparas (pariram várias 
vezes) tem exigência nutricional voltada 
apenas para a cria e para sua própria 
manutenção, portanto sua exigência 
nutricional será diferente.