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Universidade Federal Fluminense-UFF Consórcio CEDERJ Polo Campo Grande Nome: Alexander Miguel de Lima Curso: SPU - Tecnologia de Segurança Pública e Social Matrícula: 19213150082 Disciplina: Justiça e Formas Alternativas de Administração de Conflitos (EAD15017) AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA 2 (AD2) – 2021.1 Diante da grave crise que o Poder Judiciário vem passando, os operadores do direito são/estão sendo obrigados a buscarem novos meios de resolução de conflitos que sejam mais céleres, mais econômicos e menos burocráticos. Nesse sentido, surgem os meios não-jurisdicionais de resolução de conflitos, denominados meios alternativos de pacificação social, dentre eles temos: a mediação, a conciliação e a arbitragem que possuem o escopo de criar maneiras distintas de solução de litígios. Dessa forma, esses meios alternativos apresentados consistem em formas legais de pacificação de litígios, criadas pelos operadores do direito, a fim de facilitar o acesso ao direito e à justiça, muito embora, por desconhecimento e pela falta de cultura na aplicação desses meios, é que eles deixam de ser empregados na maioria das vezes. Desse modo, possuem como características a celeridade, a economicidade, a informalidade, a eficácia, além de possuir o caráter sigiloso e a decisão sempre será satisfatória para as partes envolvidas no litígio, o que difere do Estado-juiz que ao ser provocado é lhe resguardado somente promover a pacificação não importando a satisfação com o resultado. Para enfrentar essa crise, surgiram os meios alternativos de resolução de conflitos, que podem ser escolhidos de maneira facultativa pelos jurisdicionados, como uma forma paralela à solução das suas demandas, dentre as quais se destacam a mediação, a conciliação e a arbitragem, para, de um modo geral, antes de se decidir uma questão, que se busque a conciliação, pois os conflitos geram consequências negativas para os litigantes. Basicamente, entre eles, existem dois tipos de mecanismos de pacificação de conflitos: a autocomposição e a heterocomposição. Na primeira as próprias partes possuem poder de decisão (conciliação, mediação e negociação coletiva) e na segunda, por sua vez, o poder de decisão pertence a um terceiro (arbitragem e solução jurisdicional). Assim, na mediação busca-se a solução de litígios de forma não-jurisdicional que objetiva aproximar as partes, através da ajuda de um terceiro - o mediador, para que estas conversem e construam uma solução eficaz para o conflito. Ela é adequada à resposta às disputas envolvendo relações continuadas, isto é, relações que se mantêm mesmo existindo controvérsias (vizinhos, família, etc). Geralmente, tais conflitos envolvem sentimentos, o que dificulta a comunicação. Ela pode ser empregado na maioria dos conflitos, como em questões familiares, cíveis, comerciais, de consumo, ambientais, hospitalares, empresariais, penais (quando envolve questões de crianças e adolescentes infratores e de menor potencial ofensivo), bem como conflitos escolares, de vizinhança, condominiais, comunitários, dentre outros. Este instrumento se baseia em princípios como o da liberdade entre as partes; o princípio da não-competitividade; o princípio do poder de decisão das partes; o princípio da participação de terceiro imparcial; o princípio da competência; o princípio da informalidade do processo e o princípio da confidencialidade no processo, além da boa-fé e a igualdade no diálogo, que embasam as suas próprias características. Por outro lado, a conciliação, outro meio de pacificação social, assemelha-se muito com a mediação, com uma diferença fundamental: a condução do diálogo entre as partes feita por um conciliador que interfere no processo no intuito de apontar possíveis soluções no litígio que estejam de acordo com as propostas apresentadas pelas partes envolvidas, cabendo a estes aceitarem ou não, diferindo da mediação onde o mediador somente tem o condão de facilitar a comunicação e estimular a busca por soluções, enquanto o aquele as indica. Esse mecanismo é um meio muito mais simples do que a mediação, também sendo admitido no processo penal (juizados Especiais). A arbitragem, por sua vez, que também se trata de outro meio alternativo à via judicial para dirimir conflitos por meio da qual as partes envolvidas concordam mutuamente serem submetidas a um juízo arbitral para dar soluções as suas controvérsias, possui como diferença primordial dos outros meios alternativos de resolução de litígios apresentados, o não-poder de decisão das partes sobre a decisão do litígio, cabendo esta à figura de um terceiro (árbitro) instituído por elas. Situação interessante, também, é quando, as partes estando em juízo podem desistir do mesmo para instituir a arbitragem como meio de satisfazer a querela mútua, entretanto, uma vez submetido a ela, não mais pode haver desistência. É um procedimento rápido que visa apaziguar problemas entre as pessoas em suas relações pessoais e negociais, sendo menos formal que o ambiente do judiciário, no entanto, diferentemente deste, a sentença arbitral é irrecorrível, podendo o juízo, somente, anulá-la por vício de validade. Logo, mediação, conciliação e arbitragem são meios eficazes e muito utilizados em sociedades que primam pela justiça em primeiro lugar, mais do que simplesmente resolver a questão posta, procuram conceder mais liberdade de opções para seus cidadãos. Neste aspecto, o Brasil ainda “engatinha” e está longe do ideal. Assim, esses meios podem ser considerados como formas alternativas de resolução de conflitos, pois, diante de todas as dificuldades ao acesso à justiça, é que procuraram buscar novos dispositivos de resposta aos confrontos, menos formais, mais céleres e menos custosos, denominados meios alternativos de pacificação que possuem o condão de facilitar o acesso à justiça. Desse modo, pode-se afirmar com certeza que a mediação, a conciliação, bem como a arbitragem são meios alternativos de dissolução de controvérsias, não- jurisdicionais que possuem em geral um mesmo objetivo em comum, que é a pacificação extrajudicial de litígios, ainda que, como visto, guardem diferenças e peculiaridades que os diferenciem entre si e por este motivo não se confundem. Não obstante, a burocracia estatal “tupiniquim” receber inúmeras críticas dos operadores jurídicos, dos cidadãos e das instituições como todo, dentro da qual está inserida a administração judiciária com todo o seu aparato estamental, diante da demora no curso do processo judicial, do retardo do curso processual, a atrofia das garantias e direitos dos cidadãos, como o acesso à justiça e ao direito, entre outras e sua pouca eficácia na busca de soluções práticas e rápidas, assassinando de “morte” a já parca cidadania presente no seio do brasileiros. O exemplo mais notório dessa situação foi a criação dos Juizados de Pequenas Causas, mais tarde transformado em Juizados Especiais Cíveis e Penais que se destinavam a auxiliar os Tribunais na ampliação do acesso à justiça, introduzindo a conciliação e a transação civil e penal entre as partes, sob a égide dos princípios da celeridade, oralidade, informalidade, simplicidade e da economia processual na prestação dos serviços judiciários à população. Entretanto, hoje, esses microssistemas judiciais já se mostraram ineficazes, estando à beira de um colapso que em nada se diferenciam da justiça comum, totalmente desvencilhados do propósito para o qual foram concebidos, ademais, é rara a conciliação entre as partes, ou até mesmo inexistente, vez que, o acordo, muitas vezes são forçados pelos conciliadores que se utilizam, não raramente de “ameaças” para que se chegue a uma rápida definição entre as partes; as transações cíveis e penais são inefetivas, uma vez que são conduzidas por promotores de justiça e as indenizações por danos morais, alémde serem pré-fixadas pelos tribunais, na maioria das vezes são (in)deferidas sem a presença das partes, por decisão exclusiva do julgador. Nesse ponto, o centralismo da nossa Justiça vai de encontro a descentralização dos meios alternativos de resolução de conflitos o que torna esses procedimentos inviáveis nos Tribunais oficiais, primeiramente, porque o poder de decisão fica nas mãos dos magistrados e não das partes, transformando esses métodos que deveriam ser “alternativos” em procedimentos “obrigatórios”, por estarem, também, previstos na Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9099/95). Em segundo lugar, por assim dizer, ao se tornarem um meio obrigatório, ocorre a total deturpação dos seus princípios autorizadores, já alhures explicitados, como, por exemplo o princípio da liberdade entre as partes e da não-competitividade, o que faz gerar um descontentamento das partes envolvidas quanto ao atendimento que lhes é prestado e a fraca legitimidade da atividade jurisdicional. Essas formas alternativas de pacificação de conflitos passaram a ser meios compulsórios de administrar esses conflitos, mesmo assim, quase nunca realizados pelos magistrados. Concluindo, ainda no âmbito da crítica sobre a obrigatoriedade dos meios alternativos de solução de conflitos, que atropela a já parca evolução da cidadania brasileira, é que, na prática, tais mecanismos “compulsórios” não visam dar autonomia aos cidadãos, mas sim são usados como mera política interna dos Tribunais que objetivam somente o esvaziamento de processos das suas prateleiras, ou seja, tencionam, como quase tudo no país, dar “uma cara” de legitimidade, de eficiência, não havendo interesse de “fazer acontecer”, mas somente de parecer que foi feito. Neste sentido, essas práticas “(i)legais” ferem de morte a liberdade de escolha dos cidadãos (alternatividade) sobre que tipo de procedimento processual adotar em nome do devido processo legal, que é uma ferramenta (no Brasil) exclusivamente judicial, diferenciando-se de outros sistemas judiciais em que esta garantia constitucional do jurisdicionado é concedida pelo estado, que lhe oferece oportunidades, escolhas ou preferências para administrar seus conflitos nos Tribunais, ou fora deles, pela via de “meios alternativos” à Justiça, tando nos processos penais, quanto cíveis.
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