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Hemodinâmica - Fisiopatologia

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Bárbara Campos Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Enfermagem 
 
 Refere aos princípios que governam o fluxo 
sanguíneo no sistema cardiovascular. Estes 
princípios básicos de física são os mesmos 
aplicados ao movimento dos líquidos em 
geral. Os conceitos de fluxo, pressão, 
resistência e capacitância são aplicados ao 
fluxo sanguíneo que entra e sai do coração e 
no interior dos vasos sanguíneos.
Os vasos sanguíneos são os ductos que 
transportam o sangue do coração para os 
tecidos e dos tecidos para o coração. Além disso, 
alguns vasos sanguíneos (capilares) têm 
paredes tão finas que permitem a troca de 
substâncias através delas. O tamanho e as 
características histológicas das paredes variam 
nos diferentes tipos de vasos sanguíneos. Estas 
variações têm efeitos profundos sobre suas 
propriedades de resistência e capacitância.
 Artérias: 
 A aorta é a maior artéria da circulação 
sistêmica. Artérias de tamanho médio e 
pequeno se ramificam a partir da aorta. A função 
das artérias é transportar o sangue oxigenado 
para os órgãos. As artérias são estruturas 
de paredes espessas com grande quantidade 
de tecido elástico, musculatura lisa e tecido 
conjuntivo. A espessura da parede arterial é 
uma característica importante: as artérias 
recebem sangue diretamente do coração e estão 
sujeitas às mais altas pressões de toda a 
vasculatura. O volume de sangue contido nas 
artérias é chamado volume 
estressado (indicando que o volume sanguíneo 
está sob alta pressão). 
 Arteríolas: 
 As arteríolas são os menores ramos das 
artérias. Suas paredes apresentam grande 
quantidade de musculatura lisa e são o local 
de maior resistência ao fluxo sanguíneo. 
A musculatura lisa das paredes das arteríolas é 
tonicamente ativa (ou seja, está sempre 
contraída). Esta musculatura é ricamente 
inervada por fibras nervosas simpáticas 
adrenérgicas. 
Pequenos ramos finais do sistema arterial; 
agem como condutos de controle da passagem 
de sangue para os capilares, por isso têm forte 
parede muscular (contração e relaxamentos), 
sendo capaz de alterar muito o fluxo sanguíneo 
em cada tecido em função da sua necessidade. 
 Capilares: 
Os capilares são estruturas de paredes finas 
revestidas por uma única camada de células 
endoteliais, que está envolta por uma lâmina 
basal. Os capilares são o local de troca de 
nutrientes, gases, água e solutos entre o sangue 
e os tecidos e, nos pulmões, da troca gasosa 
entre o sangue e o gás alveolar. 
 Vênulas e veias: 
Como os capilares, as vênulas são estruturas de 
paredes finas. As paredes das veias são 
compostas pela camada usual de células 
endoteliais e por uma pequena quantidade de 
tecido elástico, musculatura lisa e tecido 
conjuntivo. 
Uma vez que as paredes das veias apresentam 
bem menos tecido elástico do que as artérias, as 
veias apresentam grande capacitância 
(capacidade de conter sangue). 
Na verdade, as veias contêm a maior 
porcentagem de sangue do sistema 
cardiovascular. O volume de sangue contido nas 
veias é chamado volume não 
estressado (significando volume sanguíneo 
sob baixa pressão). 
Como nas paredes das arteríolas, a musculatura 
lisa das paredes das veias é inervada por fibras 
nervosas simpáticas. O aumento da atividade 
nervosa simpática, mediado por receptores 
adrenérgicos α1, causa contração das veias, o 
que reduz sua capacitância e, portanto, diminui 
o volume sanguíneo não estressado. 
 
Bárbara Campos Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Enfermagem 
 
 
 EDEMA 
É definido como líquido elevado nos espaços 
teciduais intersticiais. 
Dependendo do local, o edema tem 
denominação diferenciada: hidrotórax, 
hidropericárdio e hidroperitônio (ascite). A 
anasarca é um edema grave e generalizado com 
tumefação tecidual subcutânea profunda. 
São causas de edema: pressão hidrostática 
elevada, pressão osmótica plasmática reduzida, 
obstrução linfática, retenção de água e sódio. 
Microscopicamente o edema apresenta-se como 
tumefação celular sutil, separando os elementos 
da matriz extracelular. Edema é mais facilmente 
encontrado em tecido subcutâneo, pulmão e 
cérebro. 
O edema de declive acontece quando a sua 
distribuição é tipicamente influenciada pela 
gravidade (p. ex., pernas quando em pé). É 
característico de pacientes com insuficiência 
cardíaca congestiva do ventrículo direito. O 
edema da síndrome nefrótica é mais grave que 
o cardíaco e afeta todas as partes do corpo. 
Porém pode se manifestar em tecidos com 
matriz de tecido conjuntivo frouxo, como as 
pálpebras, o edema periorbital. O edema 
pulmonar é visto na insuficiência ventricular 
esquerda, na insuficiência renal e síndrome da 
angústia respiratória aguda. O edema cerebral 
pode ser localizado ou generalizado. No 
primeiro devido à abcesso ou neoplasma e o 
segundo, na encefalite, crises hipertensivas, ou 
obstrução do fluxo externo venoso. 
 HIPEREMIA E CONGESTÃO 
Indicam um local de volume sanguíneo 
aumentado num tecido particular. Geralmente 
ocorrem juntos. 
A hiperemia é um processo ativo, resultado do 
fluxo interno tecidual, pela dilatação arteriolar, 
como no músculo esquelético durante o 
exercício ou em locais de inflamação. O tecido é 
vermelho pelo congestionamento dos vasos 
com sangue oxigenado. 
A congestão é um processo passivo, resultado 
do efluxo externo deficiente de um tecido. Ela 
pode ser sistêmica como na insuficiência 
cardíaca ou localizada como na obstrução 
venosa isolada. O tecido é azulado (cianótico), 
quando piora a congestão levando ao acúmulo 
de hemoglobina desoxigenada nos tecidos 
afetados. 
Congestão passiva crônica: de longa duração. 
Pode ocorrer degeneração celular ou morte, 
pela estase do sangue pouco oxigenado. A 
ruptura celular nesses locais pode causar focos 
de hemorragia, com agrupamentos de 
macrófagos contendo hemosiderina; 
Congestão pulmonar aguda: distensão dos 
capilares alveolares com sangue. Pode haver 
edema septal associado e hemorragia intra-
alveolar focal; 
 Congestão pulmonar crônica: septos espessos 
e fibróticos, e os espaços alveolares podem 
conter macrófagos carregados de hemosiderina; 
Bárbara Campos Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Enfermagem 
 
 Congestão hepática aguda: a veia central e 
sinusóides distendidos com sangue e pode 
haver degeneração dos hepatócitos centrais; 
Congestão passiva crônica do fígado: regiões 
cenrtais dos lóbulos hepáticos marrom-
avermelhadas e levemente deprimidas com 
zonas circulantes de fígado na cor castanho não 
congestionado (‘’fígado em noz-moscada’’). 
 
 HEMORRAGIA 
Indica extravasamento de sangue devido à 
ruptura do vaso. O sangramento pode ocorrer 
sob condições de congestão crônica e uma 
tendência aumentada à hemorragia de lesão 
geralmente insignificante é vista em disfunções 
chamadas de ‘’diáteses hemorrágicas). A 
ruptura de uma grande artéria ou veia é devido 
à lesão vascular, incluindo trauma, 
aterosclerose ou erosão inflamatória ou 
neoplásica de parede de vaso. É importante 
saber o tamanho e a localização do 
sangramento. 
Hematoma: acúmulo de sangue dentro do 
tecido. 
Petéquias: diminutas hemorrágicas de 1mm a 2 
mm na pele, em membranas mucosas ou 
superfícies séricas. 
Púrpuras: hemorragias levemente maiores, 
maior que 3 mm. 
Equimoses: hemorragias subcutâneas maiores, 
de 1 a 2 cm, vistas após trauma. 
O acúmulo de sangue em outra cavidade pode 
ser denominado: hemotórax, hemopericárdio, 
hemoperitônio, hemartrose. 
 
 HEMOSTASIA E TROMBOSE 
 
Hemostasia normal: é resultante de uma série 
de processos bem regulados que mantem o 
sangue num estado líquido livre decoágulos nos 
vasos normais e são balanceadas para induzir o 
tampão hemostático rápido e localizado no local 
da lesão vascular. 
Trombose: oposto da hemostasia normal. É 
considerado uma ativação inapropriada dos 
processos hemostáticos normais, como a 
formação do coágulo sanguíneo na vasculatura 
não lesionada ou oclusão trombótica de um vaso 
após lesão relativamente pequena. 
São reguladas por três componentes gerais: 
parede vascular, plaquetas e cascata de 
coagulação. 
 EMBOLIA 
Um êmbolo é uma massa intravascular solta, 
sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo 
sangue a um local distante de seu ponto de 
origem. Um êmbolo geralmente é uma parte do 
trombo desalojado, por isso usa-se o termo 
tromboembolismo. Eles alojam em vasos muito 
pequenos resultando numa oclusão vascular 
parcial ou completa. Como consequência terá a 
necrose isquêmica do tecido distal: o infarto. 
Formas raras de êmbolos: gotas de gordura, 
bolhas de ar ou nitrogênio, detritos 
ateroscleróticos (êmbolos de colesterol), 
fragmentos tumorais, pedaços de medula óssea 
ou corpos estranhos como os projéteis. 
 INFARTO 
Bárbara Campos Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Enfermagem 
 
É definido como uma área de necrose isquêmica 
causada pela oclusão do suprimento arterial ou 
da drenagem venosa num tecido particular. 
Quase todos os infartos resultam de eventos 
trombóticos ou embólicos com oclusão arterial. 
Outros mecanismos também devem ser 
considerados, como vasoespasmo local, 
expansão de um ateroma devido à hemorragia 
dentro de uma placa, ou compressão extrínseca 
de um vaso por tumor, por exemplo. 
Infartos vermelhos: são os hemorrágicos. 
Ocorrem com oclusões venosas (como torção 
ovariana), nos tecidos frouxos(como no 
pulmão) ou nos tecidos com dupla 
circulação(pulmão e intestino delgado), entre 
outros. 
Infartos brancos: são os anêmicos. Ocorrem 
com oclusões arteriais em órgãos sólidos com 
circulação arterial terminal (como coração, 
pâncreas e rins), em que a solidez do tecido 
limita a quantidade de hemorragia que possa 
entrar na área de necrose isquêmica dos leitos 
capilares adjacentes. 
 CHOQUE 
Sinônimo de colapso cardiovascular. É a via final 
comum a um número de eventos clínicos 
potencialmente letais, incluindo hemorragia 
grave, trauma extensivo ou queimaduras, 
grande infarto do miocárdio, embolia pulmonar 
maciça e sepse microbiana. 
O choque dá origem à hipoperfusão sistêmica 
causada pela redução no débito cardíaco ou no 
volume sanguíneo circulante efetivo. Como 
resultado tem-se a hipotensão, seguida por 
perfusão tecidual deficiente e hipóxia celular, 
podendo culminar na morte do paciente. 
Choque cardiogênico: resulta da falência da 
bomba miocárdica. Pode ter como causa o 
infarto, arritmias ventriculares, embolia 
pulmonar entre outros. 
Choque hipovolêmico: resulta da perda 
sanguínea ou volume plasmático. Pode ter como 
causa a hemorragia, queimadura grave ou 
trauma. 
Choque séptico: resulta da infecção microbiana 
sistêmica. Pode ter como causa infecções por 
gram-negativos (choque endotóxico), por gram-
positivos, e fungos. 
Choque anafilático: iniciado por uma resposta 
generalizada de hipersensibilidade mediada por 
Ig-E, associada a vasodilação sistêmica e 
permeabilidade vascular aumentada.

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