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Aula IRAS (infecto)

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IRAS 
AULA 1 - 08/09/2020 
Infecto 
Yasmin Pelógio de Macêdo 
O que são IRAS? 
Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde 
Geralmente ocasionadas por microrganismos 
resistentes, em ambiente hospitalar, devido a 
maior exposição a agentes antimicrobianos e 
desinfetantes com maior frequência. 
Lembrar sempre: IRAS = dano que 
geralmente pode ser evitado, prevenível 
IRAS é um termo mais abrangente do que 
infecção hospitalar, porque inclui as infecções 
em paciente submetidos a procedimentos 
terapêuticos em locais fora do ambiente 
hospitalar, como clínicas e assistência 
domiciliar 
São as infecções que aparecem após 48h da 
admissão ou diretamente relacionadas a um 
procedimento terapêutico 
O ambiente hospitalar é um GRANDE 
RESERVATÓRIO de patógenos virulentos e 
oportunistas 
A taxa média de infecção hospitalar no Brasil 
é de 15% (Europa e EUA: <5%) 
Por que a infecção ocorre? 
Há um desequilíbrio entre a tríade: homem, 
ambiente e microrganismo (as 3 variáveis 
podem ser moduladas e possuem 
particularidades) 
A Microbiota 
Microbiota transitória x Microbiota residente 
Transitória: Coloniza a parte mais superficial 
da pele, sobrevive por um curto período, é 
facilmente transferida para o meio ambiente. 
Obs.: É frequentemente adquirida pelos 
profissionais de saúde durante o contato com 
o paciente, superfícies próximas a ele, 
produtos ou equipamentos contaminados. 
Residente: Está aderida/fixada às camadas 
mais profundas da pele. Sua população é 
estável, ou seja, pode ser removida 
parcialmente, através da higienização das 
mãos, mas essas bactérias podem, em pouco 
tempo, se multiplicar e atingir um nível basal. 
Essencial para manter uma proteção “natural" contra agentes 
invasores, mas que seu desequilíbrio pode causar infecções no 
mesmo sítio ou em outro sítio que não é o seu habitual.
As etapas de transmissão: 
1) Microrganismos estão presentes na pele 
do paciente e no ambiente (equipamentos) 
2) Transferência para as mãos dos 
profissionais através do contato com o 
paciente ou com o ambiente 
3) Capacidade do microrganismo sobreviver 
pelo menos alguns minutos nas mãos 
4) Omissão ou inadequação na higienização 
das mãos 
5) Transmissão cruzada de microrganismos 
pelas mãos contaminadas 
A importância histórica - Ignaz Semmelweis 
(1847): uso de substância clorada nas mãos 
após a saída da necrópsia antes do parto - 
início da higienização das mãos - medida 
protetiva e preventiva 
Fatores que influenciam a aquisição de 
infecção: 
- Internação em UTI 
- Duração da cirugia e reoperação 
- Exposição a cefalosporinas 
- Procedimentos médicos invasivos (cateter 
venoso central e ventilação mecânica) 
- Diabetes 
- Imunossupressão 
- Falhas nas medidas para controla de 
infecção 
Principais tipos de IRAS 
• ITU 
• Infecção na ferida operatória (cirúrgica) 
• Infecção de circulação sanguínea/ 
bacteremia 
• Pneumonia 
⚠ Casos Clínicos de IRAS 
Infecção do Trato Urinário 
(ITU) 
Caso 1: Feminino, 68 anos, quadro de 
insuficiência cardíaca congestiva associada à 
insuficiência renal aguda. Submetida à 
sondagem vesical de demora para controle da 
diurese durante 8 dias. No D16 de internação, 
já compensada das doenças cardíaca e renal, 
paciente queixou-se de disúria e desconforto 
supra púbico. Fez exame de urina que 
mostrou leucócitos >50/campo e bacteriúria 
acentuada. Uma urocultura foi colhida e 
iniciado antimicrobiano oral. 
Vias de Contaminação 
ITU associada ao cateter vesical é a 1a ou a 2a 
causa de IRAS 
Fatores predisponentes para ITU 
• Uso de cateter vesical (80% dos casos) 
• Tempo de permanência do cateter 
• Cateter inserido fora do centro cirúrgico 
• Outras formas de instrumentação do trato 
urinário 
• Sexo feminino 
• Idade avançada 
• Diabetes 
Patogenia 
A presença do cateter vesical facilita a entrada 
de bactérias na bexiga por diversos 
mecanismos como: 
• Inoculação no momento de colocação do 
cateter 
• Ascenção de patógenos do meato uretral 
pela interface entre o cateter e a mucosa 
• Facilita a adesão das matérias ao epitélio 
urinário através de microlesões 
• Facilita a formação de biofilme 
Principais Patógenos 
Enterobactérias (G-) 
E.coli 
Proteus spp 
Klebisiela spp 
Enterobacter spp 
Medidas de prevenção 
• Evitar cateterização vesical 
• Reduzir tempo de sondagem (SVD) 
• Higienização das mãos antes do 
procedimento 
• Inserir o cateter em condições assépticas 
• Drenagem fechada com válvula anti-
refluxo 
• Manter fluxo urinário livre de obstrução 
• Fixação adequada do cateter 
• Esvaziamento periódico da bolsa coletora 
• Manter saco coletor abaixo do nível da 
bexiga 
Infecção por circulação 
sanguínea/ Bacteremia 
Caso 2: Homem, 35 anos,internado há 30 dias 
na UTI do HUOL por diabetes e IRC 
descompensados, Evoluindo febril há 48h. 
Consciente e orientado, taquipneico, sem 
queixas urinárias. FC=100bpm, PA= 
120x70mmHg. Cateter central na subclávia 
direita (D15) com hiperemia no sítio de 
inserção. 2 amostras de hemoculturas. 
Riscos para bacteremia associada a cateter 
venoso central 
• Mãos da equipe contaminadas 
• Colonização do canhão 
• Microbioma da pele 
Tais fatores durante a inserção do acesso 
venoso central podem disseminar uma cepa 
bacteriana pela via hematogênica 
Dimensão do problema 
Aumento da permanência hospitalar 7 a 12 
dias 
Mortalidade atribuída de 13 a 25% —> 40% se 
for Gram (-) 
Biofilmes - causa de infecções crônicas e 
recorrentes: infecções associadas a implantes, 
úlceras crônicas, osteomielite, endocardite e 
fibrose cística 
Formação do biofilme microbiano 
1) Adesão reversível 
2) Adesão irreversível 
3) Maturação 1 
4) Maturação 2 
5) Dispersão (desprendimento) 
Barreira MÁXIMA para inserção do CVC 
• Técnica asséptica 
• Anti-sepsia das mãos 
• Degermação da pele com clorexidina ou 
PVPI 
• Remover em 48h todo cateter inserido na 
urgência 
• Equipe específica 
Obs.: ⬇ 4 a 6x o risco de bacteremia 
Medidas de prevenção 
• Educação e treinamento de profissional 
• Vigilância 
• Higiene das mãos com anti-séptico ou 
álcool gel antes de inserir, tocar ou no 
curativo 
• Técnica asséptica durante a inserção e 
cuidados 
• Clorhexedine 2%, PVPI ou álcool 70% antes 
da inserção e durante a troca de curativos 
• Curativos para cobrir sítio de inserção 
• Seleção e troca de cateteres - selecionar o 
cateter, a técnica e sítio de inserção com 
menores riscos para complicações 
• Trocas de sistemas de infusão a cada 72h 
Pneumonia associada à 
Ventilação Mecânica (PAV) 
Caso 3: Masculino, 25 anos, motoboy, sofreu 
acidente de trânsito com trauma craniano. 
Deu entrada na urgência do HMWG em coma 
e a TC de crânio mostrou hematoma cerebral. 
Foi submetido à craniotomia para drenagem 
do hematoma —> UTI sob sedação em 
ventilação mecânica. No D7 teve febre e a 
enfermagem observou a presença de secreção 
purulenta pelo tubo orotraqueal. AP com 
estertores crepitantes na base direita. Rx de 
tórax com condensação alveolar na base do 
pulmão direito. 
Fatores predisponentes para pneumonia 
nosocomial 
• Internação em UTI 
• Sedação 
• Ventilação mecânica 
• Cateter venoso central 
• Sonda vesical de demora 
• Pós-operatório 
• Obesidade 
Vias de acesso das bactérias ao trato 
respiratório inferior 
• Microaspiração de conteúdo da orofaringe 
• Inalacão de aerossóis contaminados 
• Refluxo de condensado do ventilador 
Patógenos prevalentes 
Pseudomonas aeruginosa 
Staphylococcus aureus 
Acinetobacter spp 
Medidas preventivas 
• Uso de ventilação não invasiva se possível 
• Minimizar duração da ventilação 
• Higienização das mãos 
• Posição da cabeceira de 30 a 45º 
• Evitar distensão gástrica 
• Evitar extubação e reintubação 
• Usr tubo orotraqueal com sucção subglótica 
• Higiene oral regular com Clorhexedine 2 a 
3x ao dia 
Infecções de Sítio Cirúrgico 
(ISC) 
Caso 4; Feminino, 30anos, submeteu-se a 
cirurgia para retirada de tumor no cólon 
direito. No D10 de pós-operatório queixou-se 
de dorna ferida operatória (FO). Evoluiu com 
febre e distensão abdominal dois dias após. A 
FO estava hiperemiada e uma USG do 
abdome mostrou um abscesso de parede. 
As Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) são as 
complicações mais comuns decorrentes do 
ato cirúrgico, que ocorrem no pós-operatório 
em cerca de 3 a 20% dos procedimentos 
realizados, tendo um impacto significativo na 
morbidade e mortalidade do paciente. 
Fatores de risco 
• Imunidade 
• Diabetes 
• Estado nutricional 
• Potencial de contaminação da cirurgia 
• Duração da cirurgia 
• Cirurgia complexa (porte) 
• Colocação de próteses 
• Antibioticoprofilaxia 
• Ambiente do CC (ar, equipamentos, …) 
• Outras comorbidades (obesidade, tabagismo, 
imunossupressão, DM, …) 
Vias de acesso à infecção 
• Mãos contaminadas 
• Instrumentais, fluidos contaminados 
• Bactérias suspensas no ar 
• Solução de contiguidade 
Recomendações para prevenir infecção no 
pós-operatório 
*Pré-operatório* 
• Controle glicemia (<150mg%) 
• Diagnóstico e tratamento de infecções 
• Banho pré-operatório com anti-séptico na 
noite anterior à cirurgia 
• Evitar remoção de pelos. Se tricotomia 
indicada, fazê-la o mais próximo da cirurgia 
com tricotomizador 
• Degermação das mãos da equipe 
• Antibioticoprofilaxia 
*Intraoperatório* 
• Manter portas fechadas 
• Mínima circulação de pessoas na sala 
• Máscara cobrindo a boca e nariz na sala 
• Cabelo protegido 
• Instrumental cirúrgico com controle de 
esterilização 
• Minimizar traumas

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