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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CASTANHAL/PA . MAURÍCIO, nacionalidade, divorciado, vendedor autônomo, residente e domiciliado na cidade de Belém/PA, endereço eletrônico (xxxx), por meio de seus advogados, que esta subscrevem, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.699 do Código Civil c. C artigo 15 da Lei 5.478/68 propor AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS em face de FELÍCIA, brasileira, menor impúbere, representada por sua genitora JOANA, nacionalidade, divorciada, dona de casa, residente e domiciliada na cidade de Castanhal/PA, pelos motivos de fato e de direito a seguir declinados: 1 – DOS FATOS A alimentada, ora requerida, é fruto de um relacionamento amoroso de 10 (dez) anos entre o alimentante, ora requerente, e a representante legal da menor, conforme certidão em anexo. Na época do divórcio amigável entre Joana e Maurício, a Genitora que assumiu a guarda de Felícia, logo depois se mudaram para a cidade de Castanhal/PA. A renda mensal do Requerente era em média de R$8.000,00 (oito mil reais), ao mês e por acordo judicial, ficou estabelecido que ele pagasse R$2.000,00 (dois mil reais) de pensão alimentícia para Felícia, esse acordo versou somente sobre a pensão alimentícia, não estabeleceram o direito de visitação do Requerente, acreditando, pois, como a separação foi amigável, nunca houve nenhum impedimento pelas partes. Outrossim, Maurício sempre pagou a pensão alimentícia conforme o que foi acordado mensalmente, mas por razão da pandemia do corona vírus, sua renda sofreu forte redução de seu salário, passando a ganhar em média R$4.000,00 (quatro mil reais). Além disso, na data do dia 15/02/2021, o requerente contraiu a covid-19, e por consequência disso passou dois meses sem poder trabalhar. Ao sair do hospital em 15/04/2021, Maurício quis retomar a seus trabalhos, mas descobriu que teve sequelas da doença e não consegue trabalhar no mesmo ritmo. Nesta seara, o requerente sempre ajudou na criação da requerida, prestando toda assistência moral e afetiva que um filho necessita, além de contribuir monetariamente dentro de suas possibilidades. Ocorre que, além do requerente ter tido redução em sua renda, atualmente ele está sem condições de trabalhar totalmente, sendo que sua renda média mensal dificilmente garante seu próprio sustento. Também, insta salientar que a representante legal da Felícia desacredita em Maurício, achando que ele está se esquivando da responsabilidade sem justo motivo e resolveu processá-lo. Deste modo, ante as dificuldades financeiras enfrentadas, não restou ao requerente outra alternativa senão propor a presente ação revisional para reduzir o valor dos alimentos paga a requerida, mormente porque houve uma evidente alteração fática em sua situação econômica devido sua enfermidade. 2 – DO DIREITO Conforme é cediço o valor da prestação alimentar não transita em julgado, podendo ser alterado a qualquer tempo caso ocorra alteração na condição financeira do alimentado ou do alimentando, conforme dispõem os artigos 1.699 do Código Civil e artigo 15, caput, da Lei 5.478/68. Com efeito, no presente caso houve uma significativa queda na renda mensal do requerente, uma vez que atualmente ele está ainda se recuperando da covid-19. Nesta seara, conforme é de conhecimento público e notório que estamos passando pela pandemia do corona vírus e atravessando uma crise sem precedentes em nosso país. Não obstante a penosa situação econômica do requerente, não se olvida que ele permanece com o dever de alimentar a requerida, garantindo-lhe o “direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” (art. 227, CF), mas sempre de acordo com sua capacidade financeira. Assim, a redução dos alimentos pagos a requerida não implica a extinção do seu direito fundamental à alimentação, mas apenas objetiva uma readequação do valor que ela recebe, deixando a verba alimentar no patamar que o requerente conseguirá suportar. Neste diapasão, o § 1º do artigo 1.694 do Código Civil preceitua que “Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.” Destarte, observa-se que o valor de R$ XXXXXX fora fixado sob a equivocada alegação de que o requerente tinha renda mensal em torno de R$ 8.000,00 (oito mil reais), todavia, atualmente o requerente está se recuperando da enfermidade e não está podendo trabalhar. Deste modo, requer seja reduzido a verba alimentar paga pelo requerente a requerida para o valor de R$ XXXXX, observando-se a possibilidade de quem paga x necessidade de quem recebe. 4 – DO PEDIDO Ante todo o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A concessão ao requerente dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ele não poder estar sob condições financeiras suficientes, não podendo arcar com a custas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme declaração em anexo; b) A citação da requerida, na pessoa de seu representante legal, para que apresente resposta dentro do prazo legal, c) A intimação do representante do Ministério Público bandeirante, conforme estabelecido pelo artigo 178, II, CPC; d) Ao final, julgar a presente ação totalmente procedente, fixando-se como definitiva a prestação alimentar no valor de R$ XXXXX, a ser paga todo dia XX de cada mês pelo requerente, na conta corrente da representante legal da requerida. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental e testemunhal. Dá-se à causa o valor de R$ XXXXX, nos termos do artigo 292, III, do Código de Processo Civil. Termos em que, Pede deferimento. Castanhal/PA, 03 de março de 2021 ADVOGADO OAB
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