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Neurofarmacologia

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AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
1 
 
SNC 
 
Neurofarmacologia 
 
Vamos ver as alterações celulares que são capazes de 
ser induzidas pelos medicamentos ou como os 
medicamentos tem ação no SNC. Dentro desse módulo 
vamos ver sobre assuntos relacionados a neurologia e a 
psiquiatria 
 
O Sistema Nervoso Central 
 
Assuntos: 
1. Aspectos funcionais, bases anatômicas e 
fisiológicas 
2. Aspectos gerais da ação de fármacos psicoativos 
3. Neurotransmissores clássicos 
4. Neurotransmissores ´´atípicos´´ (novos) 
5. Classificação dos psicofármacos 
 
Definição: 
SNC é uma reunião complexa de núcleos e neurônios, 
que regulam as próprias atividades e atividades de 
outros sistemas. Geralmente por meio da transmissão 
química. 
A comunicação neural ocorre de maneira 
eletroquímica. A que mais nos interessa é a transmissão 
química, pois os medicamentos são substancias 
químicas que vão afetar a transmissão química 
 
 
 
Comanda todas as funções do organismo por meio do 
SNC. Parte dele é feito pelo sistema Somático (controla 
aquilo que é voluntário) e parte é feito pelo Autônomo 
(controla as funções vitais, órgãos ou estruturas 
periféricas/ TGI). 
 
Funções do SNC (funções superiores): 
• Relacionadas a somatossensorial: recebimento das 
sensações externas 
• Relacionadas a percepção, criatividade, julgamento 
moral, tomada de decisões, formação da memória. 
 
Os fármacos que agem no SNC são os mais prescritos. 
 
 
Farmacologia do sistema nervoso central 
 
1. DOR 
 
A classe mais prescrita no mundo são os fármacos 
relacionados ao manejo da DOR, seja esse manejo a nível 
central ou de periferia 
Segunda classe de fármacos mais prescritos são os 
Psicotrópicos, fármacos que agem no SNC 
 
Exemplo de medicamentos psicotrópicos: (números 
desatualizados) 
• para insônia (60 milhões) 
• para enxaqueca (40 milhões) 
• para transtornos de ansiedade (20 milhões) 
• para Alzheimer (19 milhões) 
• para esquizofrenia (4 milhões) 
• para acidente vascular cerebral (nesse caso, para 
alterações mentais relacionadas após um acidente 
vascular cerebral) (3 milhões) 
• para danos cerebrais (2,5 milhões) 
• para Parkinson (1,5 milhões) 
 
Os números de casos relacionados a insônia, enxaqueca 
e depressão são muito levados. Esses casos são 
considerados um problema de saúde pública, uma vez 
que as pessoas acham que o seu problema psicológico 
tem tratamento medicamentoso, o que não tem. 
Então, um transtorno psicológico tem que ser tratado 
com psicoterapia e não com medicamento. 
 
Mas porque a utilização é tão intensa? Porque as 
pessoas acreditam que exista de alguma maneira uma 
solução que encaixa para seus problemas, o que 
também não é verdade. 
 
Esses medicamentos tem funcionalidade clínica, mas 
não podemos considerar o uso irracional desse tipo de 
substância 
 
Os fármacos que agem no SNC agem nas funções 
superiores do sistema nervoso e a busca por ele sempre 
foi grande. 
 
Os psicoativos têm a capacidade de agir no sistema 
nervoso. Eles foram um dos primeiros grupos de 
fármacos a serem descobertos pela humanidade, seja 
para o alivio da dor, exemplo a papoula (que é retirada 
uma seiva da onde é retirada a morfina), seja para o dia 
a dia para comercio e sociabilizar (maconha). Os 
Rectangle
Rectangle
Rectangle
FreeText
Marceli Bernardon TXIX Medicina FAG
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
2 
 
psicoativos são as substancias mais utilizadas sem 
prescrição (uso ´´recreativo´´), como por exemplo o 
álcool. Eles têm com efeitos por exemplo: alterar a 
percepção, de comportamento. 
 
O mecanismo de ação nem sempre é bem entendido, 
devido a complexidade das interações no SNC 
 
 
 
Vamos subdividir o cérebro em 3 regiões, embora essa 
traga apenas duas. Falaremos de tronco, que trata das 
funções biologicamente conservadas ao longo da 
evolução 
 
Funções basais, da metade para baixo: 
• ponte 
• bulbo 
• mesencéfalo. 
• Nesse local temos as funções vitais, como por 
exemplo: o controle da temperatura, controle do 
batimento cardíaco, controle da respiração, náusea, 
vomito, fome. Então essas funções vitais e do ponto 
de vista hierárquico, que a gente chama de básico, 
estão presentes nessa região. 
 
Região mediana: 
• vamos chamar de sistema límbico. 
• O sistema límbico é composto pelo hipocampo, 
amígdala, parte do hipotálamo, giro do cíngulo e 
outras partes. 
• Funções da região mediana: formação de memórias 
e os comportamentos emocionais. O processamento 
e a síntese básica delas estão nessa região. Então, eu 
tenho aqui desde a formação de memória espacial, a 
formação de memória emocional, alguns tipos de 
memórias operacionais, prazer, recompensa, 
satisfação, felicidade depressão, ansiedade, 
mecanismos de defesa. Tudo isso está gravado nessa 
região mediana do cérebro, mais interior, ela não é 
ainda a parte superior do cérebro, é uma parte 
intermediaria. Então eu tenho aqui comportamentos 
um pouco mais elaborados e no meio eu tenho 
comportamento animalescos, relacionados a uma 
característica animal evolutiva como por exemplo: 
comportamento de reações de defesa, agressividade, 
impulsividade, sistema de recompensa e por aí vai. 
Nessa região mediana, também vi ter uma série de 
glândulas responsáveis por muitas funções 
 
Região superior: 
• No Córtex estão as funções superiores da raça 
humana. 
• No córtex pré frontal é onde eu faço associações, 
tomada de decisão, julgamento moral, é onde eu 
limito o que eu vou fazer ou não. Sempre pensando 
de maneira estratégica 
 
 Córtex pré frontal 
 
• Temos também outros córtex como o visual, o 
somatossensorial e motor. Temos também área de 
broca, áreas de fala, de audição, áreas de Brodmann 
• A parte mais anterior faz o julgamento moral e 
elaboração de pensamento crítico 
 
 
 
Toda essa massa neural é formada por uma série de 
células. Mas, apenas 10% dessa massa neural é 
neurônio, o restante é células da glia (90%). 
A farmacologia é voltada para o neurônio 
(neurotransmissão), pois eles fazem a sinapse química. 
Então quando estamos administrando um 
medicamento estamos trabalhando com 10% desse 
agrupamento celular. 
 
Não podemos esquecer que temos outros possíveis 
alvos, que seriam talvez até mais interessantes que o 
próprio neurônio 
 
 
Funções 
basais 
Região 
mediana 
Região superior 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
3 
 
O tecido nervoso é formado pelos: 
 
• Neurônios: que são as células estáveis 
• Astrócitos: ele é extremanete importante para o 
metabolismo de uma serie de componentes do SNC 
• Oligodendrócitos: são responsáveis por fornecer 
suprimento 
• Micróglia: são extremamente importantes para a 
realizar o comportamento imune no SNC 
• Células ependimais: estão relacionadas com a 
síntese de liquor e outras substancias de suporte 
• Vasos sanguíneos: levam a irrigação para todo o SNC. 
• Astrócitos: revestem os vasos sanguíneos 
• Os astrócitos e outras células, revestem os vasos 
sanguíneos e foram a barreia hematoencefálica, que 
vai dificultar um pouco a chegada de uma serie de 
componentes ao SNC 
 
Células da glia = (´´cola´´) 
 
Astrócitos 
 
• É uma célula que faz o metabolismo de alguns 
neurotransmissores. Tem função extremamente 
importante 
• Fornece nutrientes aos neurônios 
• Fazem metabolismo de alguns substratos 
• Está localizado ao redor de um vaso sanguíneo, então 
é importante na formação da barreira 
hematoencefálica para manter a seletividade do SNC 
• Tem inúmeros prolongamentos 
• ´´envolvem´´ sinapses e nodos de Ranvier 
• Fornecem nutrientes aos neurônios 
• Captam excesso de íons e transmissores de sinapses 
• Maturação completa com 2 anos 
• Permeabilidade alterada: envelhecimento, 
inflamação, trauma encefálico, drogas de abuso.... 
• Psicofármacos = lipossolúveis 
 
 
 
Oligodendrócitos 
 
• Servempara fornecer nutriente e ajudar a formar a 
bainha de mielina (envolvem os axônios) 
• Prolongamentos menos numerosos 
Micróglia 
 
• Pequena e com poucos prolongamentos 
• Está relacionada ao sistema imune 
• pode fagocitar (neuroinflamação) 
 
Células ependimais 
 
• produção de liquor e outras substâncias relacionadas 
a dar suporte para o SNC 
 
Todas estas células são importantes e tendem a se 
ternarem alvos farmacológicos. 
 
Neurônios 
 
 
 
 
As vezes o resultado desse impulso nervoso, no 
terminal, é o influxo de cálcio com a saída ou a liberação 
de vesícula de neurotransmissor 
 
 
 
Os nossos neurônios são excitáveis, estamos com uma 
determinada concentração diferente de íons no meio 
intra e extracelular. Temos a manutenção desse fluxo 
constante de íons graças a bomba de sódio e potássio 
ATPase. De modo geral, o meio intracelular está 
Os neurônios são 
constituídos por axônios, 
dendritos, corpo celular 
(soma). A parte do axônio 
pode ser mielinizada ou 
não, dependendo do tipo 
de neurônio. 
Os neurônios são células 
excitáveis do SNC. Elas 
sofrem uma diferença de 
potencial de acordo com a 
entrada e saída de íons. Um 
determinado estimulo gera 
uma diferença de potencial 
que vai gerar um impulso 
nervoso 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
4 
 
negativo, em torno de -70 mV e conforme ocorra uma 
despolarização ou uma excitabilidade elétrica esse 
potencial elétrico/essa voltagem vai variar 
 
 
 
 
 
Ciclo importante: 
 
 
1- essa célula está em repouso, sua carga elétrica está 
negativa. Potencial de membrana em torno de -70mV 
(isso é mantido graças a bomba de sódio potássio 
ATPase, na qual joga 2 potássios para dentro e 3 
sódios para fora). Essa bomba permite que se 
mantenha em estado negativo. 
2- Vem alguns estimulo e inicialmente ocorre a abertura 
de canais de sódio (voltagem dependentes). Com isso 
o sódio, íon positivo, entra na célula. Dessa forma o 
potencial vai se aproximando de zero 
3- Inicio da despolarização. Na sequência além de abrir 
canais de sódio, se abrem canais de cálcio 
4- Os estágios 2 e 3 caracterizam a despolarização 
5- Alcançando um determinado limiar, que pode estar 
aqui em cima, acontece alguma coisa. Por exemplo, 
ocorre a liberação de mais neurotransmissor ou 
geração de potencial de ação 
6- Na sequência essa célula vai ter de volta o potencial 
de membrana levado ao valor negativo, em torno de 
-70 graças a repolarização. Ocorre a saída de potássio 
da célula e ocorre o repouso. 
7- Lembrando que se essa carga ou diferença de 
potencial for mais negativa do que -70mV, temos a 
chamada fase de hiperpolarização. Ela pode ocorrer 
de duas maneiras: pela saída exagerada de potássio 
ou pela entrada de cloro (íon negativo). 
8- Potencial de repouso mantido pela bomba 
sódio/potássio/ATPase 
 
 
 
 
Comunicação Neural 
 
Temos as sinapses elétricas e químicas, as químicas são 
as que mais nos interessa. Nelas, chega o impulso 
elétrico e se ele for capaz de gerar um potencial de ação 
vai haver entrada de cálcio e exocitose dessas vesículas 
contendo neurotransmissor. Esses neurotransmissores 
liberados nessa fenda vão interagir com os receptores 
que estão na membrana da célula pós sináptica 
 
1 
(zero) 
2 
3 
5 
6 
7 
8 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
5 
 
 
 
Existe uma modulação temporal no SNC, escala: 
• Ms: mili segundos. Então nesse tempo eu vou ter 
condução do impulso, liberação do transmissor, 
alguns transmissores que fazem ação rápida. 
Normalmente quando envolve um receptor 
ionotrópico 
• S: segundos. Tenho a chamada neuromodulação, 
com a liberação dos NANCS, um efeito relacionado a 
segundo mensageiro 
• H: horas. Em uma escala de 4h eu tenho a 
plasticidade sináptica, que vai ser a formação de 
espinhas dendríticas e de novos brotamentos 
dendríticos 
• D: dias. Vai haver o remodelamento estrutural, que é 
quando eu crio conexões permanentes. O 
remodelamento estrutural representa, dentre outras 
coisas, o aprendizado. 
• Meses: os processos de degeneração, regeneração e 
reparo demoram esse tempo. São eventos que 
ocorre de maneira muito lenta 
 
 
 
Dos tipos de mediadores químicos que agem no SNC os 
que mais nos interessa, nesse momento, são aqueles 
relacionados a neurotransmissão. Então são os 
mediadores convencionais ou típicos. Temos vários 
moduladores relacionados a outros processos. 
 
Efeito terapêutico dos psicofármacos 
 
O neurônio representa 10% da massa encefálica. Os 
nossos fármacos serão agonistas, antagonistas, 
inibidores enzimáticos e outros. Esses são os 
mecanismos farmacológicos 
 
O mecanismo farmacológico será a ponta do iceberg, 
mas não podemos esquecer de tudo o que acontece no 
nosso organismo, ou seja, uma neuroadaptação, uma 
indução genica, a própria plasticidade, tudo isso vai 
culminar no efeito terapêutico 
 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
6 
 
Então muitas vezes o efeito bioquímico e celular é 
muito diferente do efeito comportamental, pois 
envolve uma série de outras situações que ocorrem ao 
longo do tempo e ocorrem também a partir de uma 
série de processos, incluindo a nossa experiência prévia, 
de vida, o que a gente tem de memória, de mecanismos 
celulares pré estabelecidos, que também vai influenciar 
no efeito comportamental (que é a maneira que a gente 
expressa todas as alterações bioquímicas que ocorrem 
no nosso corpo. 
 
 
 
Então, vou ter a administração dos medicamentos que 
vão para o alvo farmacológico e produzem uma ação 
nele 
 
Essa 1° alteração passa pelo cérebro, onde será 
processada de acordo com a capacidade cognitiva, 
animalesca, de pensamento, de raciocínio, de 
adaptação, de resiliência. 
 
Após isso eu vou demonstrar uma resposta/efeito 
adaptativo (resposta 2°). Aí eu vou ver de maneira 
comportamental como efeito farmacológico 
 
O processo é um pouco mais complexo se trata de 
efeito terapêutico das drogas que vão modular o SNC. 
Necessita um pouco mais do olhar clínico 
 
Principais Alvos Terapêuticos 
 
Nessa figura está representado um neurônio pré e um 
pós sináptico e entre eles um espaço sináptico. 
 
Os principais alvos farmacológicos serão enzimas, 
transportadores ou receptadores e os receptores 
(metabotrópicos e ionotrópicos). 
 
Na figura abaixo mostra um neurônio pré, um pós, uma 
fenda sináptica. Não podemos esquecer da presença de 
células gliais que são responsáveis pelo metabolismo de 
alguns neurotransmissores 
 
 
Nessa outra imagem vemos os passos que são passiveis 
de ser alvo farmacológico. Lembrando que para ser 
chamado de neurotransmissor clássico, o 
neurotransmissor deve ser: 
• secretado no neurônio pré 
• vesiculado 
• tem que ser liberado mediante despolarização e 
influxo de cálcio 
• vai ter receptores próprios 
• vai ter mecanismo de controle, seja metabolismo 
enzimático, seja recaptação, seja por captação por 
outros tecidos, além do auto receptor 
 
Todos esses números podem ser nossos alvos, 
normalmente eu pulo o numero 8, já que não tem um 
fármaco clinicamente importante que atue nele. 
 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
7 
 
Revisando 
 
1. transportador por onde o precursor vai entrar no 
neurônio 
2. tenho aqui a via bioquímica no qual eu 
transformo o precursor em neurotransmissor 
3. o neurotransmissor é vesiculado 
4. se o neurotransmissor não for vesiculado, vai ser 
degradado 
5. eu preciso que haja uma despolarização nessa 
parte, normalmente por um canal de sódio 
6. necessito influxo de cálcio, pois é ele que 
favorece a exocitose da vesícula 
7. preciso de uma ancoragem que traga essas 
vesículas com neurotransmissores ate a 
membrana terminal do neurônio para que 
consiga se fundir e liberar o neurotransmissor 
8. nãotem importância 
9. o transmissor liberado na fenda pode interagir 
com os receptores do neurônio pós 
10. o neurônio pode ser degradado 
11. o neurônio pode ser recaptado, e pode ser 
novamente empacotado novamente ou 
degradado 
12. alguns neurotransmissores, como por exemplo o 
glutamato, vão ser recaptados por outras células, 
principalmente o astrócito, no qual sofrerá 
metabolismo 
13. esses transmissores podem interagir com um 
auto receptor. Se esse auto receptor for 
inibitório, vai inibir a liberação desse 
neurotransmissor. Se ele for excitatório, vai 
estimular a liberação desse neurotransmissor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interações 
 
 
 
E: impulso excitatório 
I: impulso inibitório 
Temos varias interações em formas de circuitos neurais 
Circuito neural: 
1. existe aqui uma chegada excitatória que excita a 
célula 
2. a célula excitada excita essa outra célula 
3. essa célula excitada inibi a célula anterior 
 
na situação A, está demonstrado o esquema de 
formações de circuitos locais de neurônios. Há uma 
chegada de input excitatório em uma primeira célula, 
essa célula excitada faz o mesmo com a outra e a célula 
excitada/ativada inibe a célula anterior (a mesma que 
excitou ela) - isso chama-se de interação recorrente. 
Agora, ainda na situação A, um input excitatório, excita 
um neurônio e esse neurônio excitado/ativado inibe 
outro neurônio na linha do circuito - isso chama-se 
interação de anteroalimentação. 
Na situação B (interação axoaxônica), chega um input 
excitatório (E) e excita os neurônios de relé. Então, 
chega outro input excitatório (E) e excita/ativa o 
próximo neurônio que inibe os neurônios de relé. A 
resposta desse neurônio, é o somatório do que foi 
excitado e do que foi inibido. 
 
As comunicações neurais são complexas, depende do 
neurotransmissor que esta chegando, de como é a 
retroalimentação (anteroalimentação) pra que eu saiba 
exatamente o que vai sair aqui 4, que vai sair como 
resposta pra excitar esse próximo neurônio, vai ser um 
somatório de tudo aquilo que excitou e inibiu do que 
está chegando. 
 
 
1 
2 
3 
1 
2 3 
4 
 
A 
Rectangle
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AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
8 
 
Essas múltiplas interações neurais em forma de circuito 
torna o SNC extremamente complexo. 
 
 
Ação dos Fármacos 
 
 
• Y: há a chegada de um inputi excitatório nesse 
neurônio 1, pode ser um neurônio para o glutamato, 
no final ele vai liberar glutamato 
• No neurônio 2 existe os receptores para o glutamato 
• Esse neurônio 2 pode ser neurônio GABA, que libera 
GABA para o neurônio 3 
• O GABA vai inibir o neurônio 3 
• Esse neurônio 3 também pode ser um neurônio 
GABA. Então ao inibir o neurônio 3 ele também vai 
inibir uma ação que ele poderia produzir nesse local 
entre o neurônio 3 e o neurônio 1 
• Neurônio 3: é um interneurônio, pois comunica um 
neurônio a outro. Os interneurônios normalmente 
são gabaérgicos, para fazer um feedback de controle 
para o neurônio anterior 1 
 
Requisitos de um Neurotransmissor 
 
 
Qualquer neurotransmissor que não respeitar todos 
esses requisitos vai ser chamado de neurotransmissor 
atípico 
 
Neurotransmissores 
 
Neurotransmissores Clássicos: 
1. Aminoácidos 
-Glutamato 
-Ácido y-aminobutírico (GABA) 
 
2. Aminas/Monoaminas Biogênicas 
-Noradrenalina 
-Adrenalina 
-Dopamina 
-Serotonina 
-Acetilcolina 
-Histamina 
 
Neurotransmissores Atípicos: 
- Óxido nítrico; 
- Endocanabinoides; 
- Alguns Peptídeos (opioides, melatonina, substância P, 
NPY, entre outros) 
 
Agora veremos algumas características desses 
neurotransmissores para que possamos ver como eles 
são modulados enquanto alvo farmacológico e 
enquanto etiologia de uma serie de doenças 
 
 
 
GLUTAMATO 
 
 
 
─ glutamato é um aminoácido (molécula pequena). 
─ Enquanto o neurotransmissor, está em todo o SNC e 
sua principal função é ser excitatório/ principal NT 
excitatório (excita uma série de regiões cerebrais, de 
vias de comunicação e ativa uma série de 
mecanismos) 
─ O glutamato é produzido no neurônio pré-sináptico, a 
partir da glutamina, por meio de uma enzima 
glutaminase, da-se origem ao glutamato. 
Catecolaminas 
(compartilham o catecol) 
Rectangle
Rectangle
AULA 01 do SNC 09/10/2020 Marceli Bernardon e Carolina Gritz TXIX 
9 
 
─ ele é vesiculado e liberado na fenda durante a sinapse 
e ele é captado por uma célula glial e transformado 
em glutamina, por uma glutamina sintetase, e ela é 
liberada e pode ser internalizada no neurônio pré-
sináptica para dar origem a uma nova molécula de 
glutamato. 
─ o principal mecanismo de controle do glutamato na 
sinapse é a captação dele pelas células gliais. 
─ O glutamato é um neurotransmissor clássico então ele 
tem receptores próprios. Possui 2 tipos de receptores: 
receptores ionotrópicos e receptores 
metabotrópicos. 
• Receptores Ionotrópicos: 
- NMDA (canal de Na⁺ e Ca⁺⁺) 
- AMPA (canal de Na⁺) 
- Cianato (Na⁺). 
- Pensando em capacidade de despolarização 
permanente o NMDA é muito mais potente que 
o AMPA, pensando em transformar o interior 
da celula em positivo. 
 
• Receptores Metabotrópicos: 
- Grupo I - mGlu 1 e 5 (Gq excitatório) 
- Grupo II - mGlu 2 e 3 (Gi) 
- Grupo III - mGlu 4,6,7 e 8 (Gi) 
- como que o glutamato que é o principal 
neurotransmissor excitatório vai ter receptores 
metabotrópicos inibitórios? Porque talvez 
esses receptores metabotrópicos inibitórios no 
interneurônio GABA. A ideia é o glutamato 
inibir o GABA e o resultado disso é excitação. 
Assim o gaba continua sendo o principal 
neurotransmissor excitatório 
 
Funções da Via Glutaminérgica 
 
─ Uma série de ativações neurais são dependente de 
glutamato. 
─ A excitação neural de modo geral é dependente de 
glutamato 
─ Não existe formação de memória (curta ou longa) sem 
a presença de glutamato. (curta duração - via AMPA 
ou longa duração - via NMDA) 
─ o excesso de estimulação glutamatérgica está 
relacionada coma dor crônica 
─ O glutamato faz parte do processo de dependência de 
diversas substâncias, já que dependência química é 
um tipo de memória 
─ Tudo isso (memoria, dor crônica e dependência) é um 
processo de neuroplasticidade 
 
─ Repouso ➝ o receptor NMDA em repouso ele está 
obstruído com o íons Mg²⁺, de modo que mesmo 
que houvesse a ligação do glutamato não iria 
acontecer nada porque o magnésio está impedindo 
a entrada de cátions. Frente a uma despolarização 
pequena ou curta, o glutamato se ligará em todos os 
receptores, mas o NMDA está obstruído, então 
haverá uma entrada de Na⁺ e essa entrada faz uma 
despolarização breve e uma excitação relativamente 
curta. 
 
─ Estímulo relevante ➝ agora, se houver um estímulo 
biologicamente relevante (geração de potencial de ação 
sustentado) a liberação de glutamato na fenda será 
muito maior e ele vai interagir com o NDMA e com o 
AMPA. Inicialmente abre-se o canal do AMPA e há 
influxo de Na⁺ e se houver uma despolarização 
sustentada, ela é capaz de deslocar o Mg²⁺ do NMDA e 
deixa esse canal desobstruído. Pelo canal desobstruído, 
agora, entrará Ca²⁺ e Na⁺. O aumento da concentração 
intracelular de cálcio gera a ativação de uma série 
enzimas, incluindo a PKC e a NOS, causando alteração 
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muito mais permanentes nessa célula. Essa alterações 
podem ser tóxicas se forem em excesso, elas 
conseguem produzir uma serie de danos neurais 
excitotoxicidade glutamatérgica 
 
Excitotoxicidade Glutamatérgica 
 
 
─ Quando há uma isquemia (AVC), um traumatismo 
craniano ou doenças neurodegenerativas teremos 
como resposta uma excitotoxicidade 
glutamatérgica 
─ Mecanismo: se eu tiver uma liberação de glutamato 
exagerada ela ativará o AMPA que deslocará o Mg²⁺ 
do NMDA voltando sua funcionalidade. Com a 
ativação do NMDA vou ter o aumento intracelular de 
Ca²⁺, que vai fazer umasérie de reações, ativando 
enzimas. Uma dessas enzimas é a PLA₂ 
(FOSFOLIPASE A₂), essa ativação produz ácido 
araquidônico que começa uma via inflamatória, isso 
pode culminar na morte celular. Além disso, o Ca²⁺ 
intracelular, pode ativar uma série de enzimas que 
fazem a quebra de memória e elas podem levar à 
degradação da mitocôndria, acabando o estoque de 
ATP, gerando óxidos, peróxidos e superóxidos que, 
também, causam a morte celular. 
─ Além disso esse aumento do cálcio, é capaz de levar 
a estimulação de uma enzima chamada de NO 
sintase. Essa enzima produz NO (óxido nítrico), além 
dele contribuir para a degradação das membranas 
ele tem a capacidade de ir no neurônio pré-sináptico 
e estimular a liberação de mais glutamato, fazendo 
um ciclo vicioso, gerando mais citotoxicidade. 
 
Agentes Glutamatérgicos Relevantes 
 
Na clinica temos a utilização de: 
─ Antagonistas NMDA. Duas funções 
• Memantina ➝ utilizado para diminuir a 
toxicidade glutamatérgica usada em doenças 
neurodegenerativas 
• Quetamina ➝ diminui a excitação elétrica do 
SNC, sendo um anestésico. 
─ Potencializador AMPA 
• Piracetam ➝ facilitação memórias e atenção 
 
 
GABA 
 
Ao contrário do glutamato, o GAB é o principal 
neurotransmissor inibitório 
─ Ele esta por todo SNC (distribuição difusa) 
─ Há um balanço em Glutamato e GABA, 
enquanto um excita o outro inibe e o resultado 
é o somatório desses dois efeitos 
 
A partir do glutamato sintetizado, uma descarboxilase o 
transforma em GABA. O GABA é então vesiculado, 
liberado na fenda sináptica. Na fenda, ele pode ser 
degradado pela GABA transaminase ou pode ser 
recaptado por um GAT (tranpostador de GABA). O 
GABA faz parte da rota de síntese do glutamato 
 
O GABA possui 2 tipos de receptores 
• receptores ionotrópicos 
- GABA a (CL ⁻) 
- GABA c (Cl⁻) 
• receptores metabotrópicos 
- GABAb (Gi) 
 
Receptor metabotrópico 
• quando o GABA se liga ao receptor GABAb 
ocorre inibição de um série de células. Ele está 
presente, principalmente, nos músculos e a 
nível de SNC em alguns núcleos talâmicos 
relacionados a contração ou relaxamento 
muscular. 
 
 
 
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Receptores ionotrópicos 
• O GABAa é um canal de cloreto que ao realizar 
a entrada de cloreto inibe uma série de outros 
neurônios, realizando sua função inibitória no 
SNC. Lembrando que o influxo de cloreto torna 
o interior da células mais negativa, ela 
hiperpolariza, e assim o desencadeamento de 
um potencial de ação torna-se mais oneroso. 
 
Funções da Via Gabaérgica 
 
 
 
─ Umas das funções do receptor GABA A é o controle 
da excitabilidade neuronal. Toda vez que há uma 
hiper-excitação haverá o controle mediado pelo 
GABA. 
─ O receptor GABA A é um canal de cloro 
(ionotropico), composto pelas subunidades alfa, 
beta e gama. Em cada local, o receptor pode ser uma 
composição de subunidades (quantidade de cada 
uma delas) diferente. 
─ Esse receptor GABA A receptor possui um sítio de 
ligação pro GABA e quando o GABA se ligar o canal 
abre e há o influxo de Cl⁻. 
─ Porém, existem alguns outros sítios de ligação que 
são sítios facilitadores, onde ligarão algumas 
substâncias como: etanol, barbitúricos e 
benzodiazepínicos. Essas substâncias vão ter sítios 
onde vão se ligar ao receptor GABA A 
─ Quando, por exemplo, um benzodiazepínico se liga 
no receptor GABA A, o receptor não abre, mas ele 
muda a sua conformação de modo que o próprio 
GABA aumentará sua afinidade pelo receptor. Então, 
o GABA que ficava alguns mili segundos no receptor, 
agora fica por mais tempo. 
─ O mesmo acontece com os barbitúricos, quando 
chegam no GABA A, se ligam no receptor GABA , o 
receptor não abre mas quando uma molécula de 
GABA se ligar no receptor esse GABA vai ter uma 
afinidade muito maior pelo receptor, ou seja, vai 
ficar muito mais tempo ligado. 
─ Os livros trazem que esse ligantes facilitadores 
(etanol, barbitúricos e benzodiazepínicos) são 
agonistas GABA A, porém, na verdade eles não são 
agonistas, somente facilitadores da ligação do GABA 
no seu próprio receptor. 
─ chamaremos de agonistas porque não existe ser vivo 
sem o GABA, então o medicamento sozinho tambem 
não faria nada porque não estaríamos vivos sem o 
GABA. 
─ importante: existe um sítio para cada ligante 
facilitador, e são sítios diferentes. Então, quando a 
pessoa ingere um benzodiazepinico, o receptor 
aumenta a afinidade pelo GABA. Se a pessoa ingerir, 
também, etanol, em que seu sitio fica em outro local, 
aumentará muito mais a afinidade do receptor pelo 
GABA e assim por diante. Isso significa que quando há 
sítios de ligação diferentes, se usarmos todos os 
ligantes facilitadores o resultado é uma interação de 
grau importante devido ao somatório da ação desses 
medicamentos, já que não competem pois agem em 
locais diferentes. Assim o GABA fica por mais tempo 
ali e a célula hiperpolariza mais. 
 
Agentes Gabaérgicos Relevantes 
 
─ Tiagabina ➝ inibe a recaptação de GABA; 
anticonvulsivante. 
 
─ Vigabatrina ➝ inibe a degradação de GABA; 
anticonvulsivante. Assim vou ter mais GABA na 
fenda e esse excesso de GABA vai inibir mais a célula 
 
─ Benzodiazepínicos 
─ Barbitúricos 
 
─ Baclofeno ➝ agonista GABA B; utilizado como 
relaxante muscular. 
 
─ Os benzodiazepínicos são fármacos ansiolíticos e 
hipnóticos, sedativos e adjuvantes em anestesias 
 
 
 
 
 
 
 
Potencializam o GABA, por 
aumenta a afinidade do 
GABA pelo receptor 
Gardenal 
Importante na 
terapia para 
epilepsia 
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─ As catecolaminas são os neurotransmissores que 
apresentam um anel catecol em sua composição. 
─ Dentro das catecolaminas tem a dopamina, 
noradrenalina (NA) e adrenalina (A). 
─ A adrenalina é um hormônio produzido pela 
suprarrenal, mas também é um neurotransmissor. 
Alguns neurônios são capazes de produzir 
noradrenalina em quantidade pequena 
─ As catecolaminas mais importantes são: dopamina e 
noradrenalina. 
─ A diferença de um neurônio dopaminérgico de um 
noradrenérgico é que o noradrenérgico possui a 
enzima Dopamina β-hidroxilase (converte dopamina 
em noradrenalina). A partir do aminoácido tirosina, 
a enzima Tirosin Hidroxilase, converte a tirosina em 
DOPA. 
─ Tanto no neurônio dopaminérgico quanto no 
noradrenérginco existe a DOPA descarboxilase ou 
DAA (descarboxilase de aminoácido aromático) que 
converte a DOPA em dopamina. 
─ Se o neurônio for dopaminérgico o processo termina 
nessa conversão. Agora, se ele for noradrenérgico, a 
Dopamina β-hidroxilase, converte dopamina em 
noradrenalina. 
─ Se for ruim neurônio adrenérgico, ele tem a N-
metiltransferase que transforma a noradrenalina em 
adrenalina 
─ Lembrar que a enzima tirosina hidroxilase é etapa 
limitante para a formação da dopamina e da 
noradrenalina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NORADRENALINA 
 
 
 
─ Possui função basicamente excitatória no SNC e está 
correlacionada a uma série de funções orgânicas 
(fisiológicas) como: 
• Alerta/vigília/agressividade/agilidade/defesa: 
hiper excitação adrenérgica (sistema límbico: 
amídala) 
• humor (pouca noradrenalina causa humor 
depressivo - sistema límbico: amídala) 
• muita noradrenalina há muita agitação, 
responsividade, expansão e agressividade, 
relacionado ao controle central da PA (Locus 
coeruleus e núcleo trato solitário, próximo ao 
4° ventrículo, mandam eferência para o bulbo 
que faz o aumento da atividade tônus 
adrenérgico no simpático) 
• termorregulação, aumento da temperatura – 
hipotálamo 
• diminuição do apetite – hipotálamo 
• inibição da dor (medula - ativação da via 
inibitória da dor). Então, no sistema de fuga a 
pessoa fica mais alerta, aumenta PA, diminui o 
apetite e ela para de sentir dor. 
• O principal ponto de eferência de corpos de 
neurônios da noradrenalina, estão no Locus 
coeruleus e a partirdaí são mandadas fibras 
adrenérgicas para todos o SNC que controlará 
essa série de funções fisiológicas. 
 
Possui receptores do tipo metabotrópicos: 
● Alfa -1 (Gq) 
● Alfa -2 (Gi) ➝ sempre Gi, localizado em terminação 
nervosa, e esse alfa 2 vai ser o nosso auto receptor 
inibitório 
● β -1, β - 2 e β - 3 (Gs). 
 
─ Não se esqueçam que existe a monoamina oxidade 
MAO. É uma enzima que está dentro da fibra e faz a 
degradação das monoaminas, incluindo a 
noradrenalina, e na fenda possuímos a enzima COMT 
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que é quem faz a degradação das catecolaminas na 
fenda sináptica. 
 
 
Agentes Noradrenérgicos Relevantes 
 
─ Vão ter uma ação farmacológica importante na via 
noradrenérgica 
─ Inibidores da MAO ➝ antidepressivos. 
─ Inibidores da Recaptação de noradrenalina ➝ 
antidepressivos tricíclicos, aumenta a 
disponibilidade de noradrenalina na fenda 
─ Cocaína ➝ inibe a recaptação de catecolaminas 
─ Anfetamina (Metilfenidato, Venvanse) ➝ desloca e 
libera catecolaminas, inclui tanto a noradrenalina 
como a dopamina. São anfetaminas que vão 
aumentar o alerta por aumentar a liberação de 
noradrenalina. A pessoa vai ter mais tempo em 
alerta e pode utilizar isso como aumento da 
concentração. 
─ Clonidina ➝ agonista alfa-2, diminui liberação de 
noradrenalina, então causa sonolência e diminuição 
do tônus adrenérgico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOPAMINA 
 
 
 
─ Participa de 3 vias neurais importantes e possui 
comportamentos de maneiras distintas nessas vias. 
─ Funções fisiológicas relacionadas a dopamina: 
• controle endócrino (síntese e liberação de 
prolactina), 
• na ZGQ está relaciona com náusea e vômito 
• controle motor (movimentos finos, 
coordenados e simétricos – liberação 
dopaminérgica no núcleo estriado) 
• via relacionada ao humor (comportamento 
expansivo, comer demais, falar demais, brincar 
de mais) 
• cognição e memória 
• recompensa (prazer, bem estar, satisfação) 
• via pelo córtex cerebral relacionada com a 
imaginação, criatividade e inteligência 
 
Receptores do tipo metabotrópicos: 
• Família D1 e D5 (Gs); 
• Família D2, D3 e D4 (Gi) ➝ temos aqui uma 
exceção de uma família de D2 do giro para-
hipocampal que é Gq. 
 
 
Os principais corpos de neurônios dopaminérgicos se 
originam na substância negra e, de lá, são projetados 
para 3 grandes vias dopamonergicas 
 
3 vias dopaminérgicas 
 
Via Nigroestriatal: É a via que liga o núcleo estriado à 
substância negra. Nessa via temos o controle motor, 
mediado pelo estriado, de movimento simétricos, 
coordenados, suavizados e finos. A diminuição de 
dopamina nesta via específica é a patofisiologia da 
doença de Parkinson. 
 
Via Túbero-infundibular (hipofisária): Essa via é uma via 
hipofisário que faz o controle endócrino da produção de 
prolactina. Ao longo da vida, a dopamina está inibindo a 
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liberação de prolactina e em alguns momentos 
específicos, como na lactação, essa dopamina, para de 
inibir essa síntese e a prolactina é liberada ao longo desse 
período. Então, toda vez que a gente bloquear a 
dopamina, pode haver um bloqueio na dela na região 
túbero-infundibular e a pessoa passará a produzir 
prolactina. Se a pessoa for mulher, produzirá leite, se for 
homem haverá o aumento da mama (ginecomastia). Às 
vezes, no homem, pode haver também a produção de um 
muco pelas glândulas mamária, sendo essa liberação 
chamada de galactorreia. 
 
Via Mesocorticolímbica: É uma via que envolve a área 
cortical e área límbica. Na área límbica, há controle 
emocional e recompensa (satisfação, bem estar, prazer) e 
a via mesocortical, relacionada a atenção, cognição, 
memória, criatividade, senso crítico, senso de realidade, 
julgamento moral, filtros. 
 
Temos então duas patologias bem definidas: A diminuição 
de dopamina na via cortical causa transtornos de déficit de 
atenção (TDAH) e o aumento de dopamina na via 
mesolímbica causa a esquizofrenia e dependência. 
 
Nessa via, também estão os comportamentos expansíveis 
(como o comportamento maníaco, bipolar) relacionado ao 
aumento de dopamina. Hoje sabe-se que usuários de 
drogas tem aumento de dopamina ao ponto de que algum 
momento da vida leve ao desenvolvimento de 
esquizofrenia. No caso da maconha, o tempo de uso até 
esse desenvolvimento da esquizofrenia dura cerca de 20 
anos. 
 
Agentes Dopaminérgicos Relevantes (medicamanetos 
relacionados com a via dopaminérgica) 
 
• L-DOPA ➝ precursor da síntese de DA (dopamina) 
• Bromocriptina ➝ agonista direto; reduz prolactina. 
• Cocaína ➝ inibe a recaptação de catecolaminas, vai 
haver maior disponibilidade da dopamina 
• Anfetamina ➝ desloca e libera catecolaminas. 
Aumenta a liberação de catecolaminas 
• Antagomista D2 ➝ Plasil, que age na zona de gatilho 
quimiorreceptor ZDG antiemético; Haloperidol e 
Clorpromazina (antipsicóticos e neurolépticos). 
 
Alguns fármacos vão ser antiparkinsonianos, entao vao 
aumentar a atividade da dopamina. Pode ser utilizada a L-
DOPA 
A cocaína e a anfetamina têm alto graus de dependência, 
são drogas de abuso por reforçarem as vias de 
recompensa e prazer 
 
 
 
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