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Enterites - e coli

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Agentes Agressores do Sistema Gastrointestinal - 
Enterites 
 
 
Hoje vamos falar sobre Escherichia Coli (E. 
Coli). Trata-se de uma bactéria. É um agente 
agressor importante, presente no sistema 
gastrointestinal. É uma espécie de agente modelo 
para o estudo de enterites. É muito comum em 
grandes animais (em sua microbiota). Em verdade, 
a E. Coli está presente na microbiota intestinal de 
vários mamíferos. 
Falaremos também da colibacilose que é 
importante para os bovinos. 
 
Antes de começar a falar sobre a E. Coli, é 
importante ressaltar a importância do saneamento 
básico. É comum em bairros mais populares vermos 
os porcos criados de forma livre, se alimentando de 
restos de comidas e de esgoto ao céu aberto. E 
depois esse animal será destinado ao consumo. Isso 
impacta, pois esse animal destinado ao alimento, e 
existe a possibilidade de resistência, de 
susceptibilidade a resistência de bactérias. Então 
precisamos nos preocupar com a saúde do animal, 
a saúde humana e o meio ambiente: a tríade da 
saúde única. 
A E. Coli é uma bactéria que pode ser 
contraída a partir da ingestão. Por exemplo, uma 
agua contaminada ou um alimento contaminado. E 
a ingestão pode ser de variantes que são 
patogênicos. 
No exemplo acima, o boi ingere a E. Coli e 
vai excretar nas fezes. Essas fezes vão ser fonte de 
contaminação para o ambiente. 
E se não há o cuidado com os afluentes, do 
esgoto da fazenda, a água, o rio, podem ser 
contaminados. O solo também pode ser 
contaminado. Essa água vai chegar na cidade, e a e. 
coli pode ser carreada pela água e quando chega no 
nível 3 da cadeia, temos pessoas que utilizam essa 
água contaminada para regar frutas, vegetais. E 
temos a possibilidade de espalhamento da E. Coli 
para esses alimentos e para a água e 
consequentemente, ter a contaminação de pessoas. 
A E. Coli ou a Colibacilose está muito 
presente na microbiota intestinal, principalmente 
de ruminantes. As contaminações associadas a E. 
Coli, geralmente levam a fonte animal. Ou seja, a 
fonte inicial foi o bovino. Podendo inclusive haver a 
contaminação da carne desse bovino que vai para a 
mesa do consumidor. 
O abate feito também de forma irregular 
pode causar essa contaminação. Não pode misturar 
músculo com a parte intestinal. 
Existe também a possibilidade de infecção 
entre as pessoas, é a infecção fecal oral. Humanos 
que estão contaminados com E. Coli patogênica 
(lembrando que temos a E. Coli pertencente a 
microbiota intestinal, que são comensais. Porém 
existem variações que essas sim, são patogênicas). 
A contaminação de animais para pessoas 
acontece quando há a ingestão de um leite 
contaminado, abates realizados sem a observação 
das boas práticas. 
Trata-se de uma zoonose. 
 A Organização Mundial de Saúde se 
preocupa muito quando se trata de E. Coli pois os 
surtos de contaminação geralmente levam a morte 
de crianças, e está intimamente associada a baixa 
higiene. Ou seja, locais com deficiência de 
saneamento são locais de risco. Pessoas que vivem 
em condições de vulnerabilidade estão mais 
predispostas. Mas não pode ser descartada a 
possibilidade por exemplo, da contaminação 
durante o abate. 
A E. Coli é uma bactéria da família 
Enterobacteriaceae, gram negativa. Ou seja, quando 
ela é corada, ela fica com a cor avermelhada. 
Dentro do grupo de enterobactérias, o nome 
já diz, que são o grupo de bactérias que moram no 
trato gastrointestinal. Temos por exemplo a e.coli, a 
klebisiella, shigella, proteus. São várias. Quando 
coletamos uma amostra e levamos para o laboratório, 
eles vão fazer cultura com provas bioquímicas para 
poder definir qual é a bactéria. 
Na lamina vamos enxergar um bacilo gram 
negativo, ou seja, avermelhado. Nas provas 
bioquímicas vai ser lactose positivo e oxidase 
negativo. 
 
ASPECTOS GERAIS DA ESCHERICHIA COLI 
 
 Bacilos gram-negativos 
 0,5 a 1,5 micrômetro – é pequeno e só vai ser 
visualizado no microscópio após feita a 
coloração de gram. 
 Com ou sem capsula 
 Anaeróbicos facultativos – pois ora consome 
oxigênio, ora não consome. Ela é muito 
adaptável. 
 Não foram esporos – por tanto ela não 
consegue ter esse mecanismo de resistência 
ambiental 
 Possuem fímbrias 
 Possui flagelo – possuir fímbrias e flagelo é o 
que é característico da e.coli. 
 Podem produzir hemolisinas – essa toxina 
chama a nossa atenção, pois esse é o 
mecanismo de virulência que ela possui. 
 Lactose positivo 
 Oxidase negativo 
 
FATOR DE VIRULÊNCIA 
Acima temos uma gram-negativa, ou seja, já 
temos a LPS, que já é um fator de virulência. 
 temos o antígeno H que é uma estrutura 
presente em flagelo, que também é um fator de 
virulência. Temos também o antígeno O. 
Esses fatores de virulência é o que vão tonar a 
bactéria mais resistente. Mais capaz de levar o 
indivíduo a morte. 
Temos muitas estruturas de virulência, como 
pode ser visto na imagem acima. Temos a proteína 
anti fagocitárias, que vai inibir a formação do 
fagolisossomo, permitindo assim que a bactéria 
continue se replicando. Temos as fímbrias que vão 
promover a aderência, aumentando o potencial de 
instalação da bactéria. Ela se adere, se replica e forma 
o biofilme, destruindo a célula hospedeira. E temos 
também as citotoxinas. 
 
Temos antígenos que vão caracterizar cepas, 
como sendo mais patogênicas ou não. 
 Temos o antígeno H que é um antígeno de 
flagelo, K ou V que é de capsula e o O presente na LPS. 
Pode também ser chamado de endotoxina. Lembrar 
que lps = lipo (gordura) polissacarídeo (vários 
açúcares). Temos então um polissacarídeo O que 
contribui pra promover um maior “poder” para essa 
bactéria, para que ela possa destruir esse hospedeiro. 
A e.coli vai se dividir em grupos, como podemos ver 
na tabela acima. A e.coli é o nome de uma espécie de 
bactéria. Só que essa espécie tem algumas variantes. 
Essas divisões dizem respeito ao potencial de 
toxicidade. Por exemplo, a e coli enterotoxigênica é 
conhecida como sendo ETEC. Ela provoca uma diarreia 
aquosa, que também é conhecida como diarreia do 
viajante. 
 
E. coli enteropatogênica – vai ter como fator 
de virulência as adesinas e fimbrias que vão 
proporcionar o mecanismo de destruição. 
 
E. coli enterohemorrágica – vai promover um 
quadro clinico de diarreia sanguinolenta. Ela é a mais 
temida das e. coli pois ela provoca a síndrome 
urêmica. Ela leva o indivíduo a uma perda de sangue 
absurda. A toxina atinge também o sistema renal. O 
individuo desenvolve um quadro de síndrome renal. 
Como fator de virulência temos as intiminas e fimbrias 
que são estruturas de adesão e as toxinas shiga-like 
toxin e verotoxina. Essas são extremamente 
importantes. Essa é a mais preocupante. 
 
E. coli enteroinvasiva também promove 
quadros de diarreia sanguinolenta e contem também 
contem a toxina shiga-like. 
 
 
 
E. COLI DIARREIOGÊNICAS 
EPEC:enteropatogênica/ETEC:enterotoxigênica/ EIEC: 
enteroinvasora/ EHEC: enterohemorrágica/ EAEC: 
enteroagregativa 
Acima temos os tipos diferentes, grupos 
diferentes de e.coli. 
Os sorotipos estão associados a estruturas 
que apresentam componentes diferentes e esses 
componentes cada um vai estimular o sistema 
imunológico de uma forma. 
Temos o sorotipo acima sinalizado em 
vermelho. Ele é o mais temido, pois temos um 
polissacarídeo O157 e um antígeno H7. O 
polissacarídeo O vem da camada LPS e o H vem do 
flagelo. Esse soro grupo é o mais virulento que tem. 
 
Como acontece essa formação? De uma e.coli 
virar patogênica a esse nível? 
Os microrganismos interagem entre si. Vamos 
por exemplo ter uma E. Coli comensal e de repente 
ela pode incorporar estruturas de virulência por meio 
de plasmídeos, por meio de bacteriófagos, que são 
vírus capazes de infectar bactérias e ai eles quando 
infectam eles imprimir no DNA da bactéria também as 
informações sobre virulência, patogenicidade. 
No esquema podemos observar uma e coli 
comensal, que pode ter a transmissão de 
patogenicidade via fagoou por plasmídeo. Pode ter 
também por fimbrias ou flagelos. A transmissão 
plasmidial é algo muito frequente. Ele acaba 
incorporando. 
A enterotoxigênica vai incorporar essa 
informação de como produzir, codificar toxinas 
enteropatogênicas. 
Temos uma e. coli comensal, que por algum 
motivo, seja por contato por via oral, ingestão, acaba 
havendo a ingestão da bactéria que é patogênica, ou a 
infecção da e.coli por um bacteriófago que acabou 
proporcionando a aquisição desse tipo de informação. 
Por interação essas bactérias vão passando as 
informações. 
Dentro do contexto da medicina veterinária, 
temos a importância, conseguimos analisar a 
interação entre espécies, entre indivíduos diferentes, 
organismos diferentes. 
Adquirindo essa microbiota transitória vamos 
ter todo o processo de seleção de resistência. E aqui 
chamamos atenção para as super bactérias e a 
resistência bacteriana que está ligado ao uso 
indiscriminado de antimicrobianos. 
 
COLIBACILOSE 
Uma pessoa infectada pode passar a doença 
para outra. Por isso ela é infectocontagiosa. Uma 
pessoa defeca e.coli e essas fezes vão para o esgoto 
que não é tratado e acaba contaminando por 
exemplo, a agua de um rio. Rio esse que outras 
pessoas utilizam para beber água. Ou até mesmo na 
preparação do alimento dentro da própria casa. É 
uma zoonose. Na verdade diferentes espécies podem 
transmistir. 
A e.coli tem um mecanismo de interação que 
vai variar de acordo com o seu tipo, o seu grupo. Por 
exemplo, a enterotoxina tem a sua toxina que vai ser 
liberada e adentra enterócitos. A enteropatogenica 
que vai se fixar, invasiva vai entrar na celula, a propria 
bacteria vai entrar e a liberação da toxina shiga que é 
um fator extremamente importante na colibacilose, 
provocando quadros de diarreia. 
 
 
 
Acima podemos ver a imagem microscópica 
da e. coli. É um bacilo gram negativo. Temos meios 
específicos para cultivo. Podemos saber que já é e.coli 
pensando no tipo amostra que foi coleta. Por 
exemplo, uma amostra de fezes, já é possível pensar 
nas enterobactérias devido a existência da microbiota 
intestinal. Então, já vamos selecionar um ágar que 
seja específico, por exemplo, o ágar MacConkey. Ele é 
um ágar de gram negativa e temos muito gram 
negativa no intestino. 
Na segunda imagem nós temos um resultado 
de cultura. Do lado esquerdo temos uma 
fermentadora. Ela fica rosa. E o direito temos uma 
não fermentadora. O ágar nesse caso não mudou de 
cor. 
A fermentadora muda a cor do ágar 
MacConkey pois ele é um meio de cultura que contem 
lactose, e a bactéria vai consumir essa lactose e com 
isso ela faz o produto que gera essa cor rosa. Ou seja, 
a cor rosa é produto do metabolismo, bioquímica da 
bactéria. 
Sabemos que a e.coli é fermentadora, então já 
ficamos de olho no ágar MacConkey para saber se 
ficou rosa, provavelmente estamos falando de e.coli. 
 
 
TRATAMENTO, PROFILAXIA E CONTROLE DAS 
COLIBACILOSES 
 
TRATAMENTO 
 Antimicrobiano bom espectro para gram 
negativo via parenteral em média 7 dias. 
 Reposição hidroeletrolítica 
 Plasma hiperimune 
 
 
É necessário fazer o tratamento de suporte pois nos 
casos de colibacilose, o mais importante é fazer o 
suporte. O paciente vai perder muito eletrólito na 
diarreia. Muita agua. Precisamos acompanhar com 
hemograma, havendo inclusive possibilidade de 
transfusão, a depender do quadro do paciente. 
 
 
PROFILAXIA E CONTROLE 
 Medidas gerais: práticas higiênico sanitárias e 
de manejo: 
 Medidas específicas: isolamento dos animais 
com diarreia, controle de outros 
enteropatógenos, vacinas para fêmeas de 
produção, plasma e soro hiperimune. 
 
Para evitar essa doença, em primeiro passo é cuidar 
da saúde ambiental. Então quando chegamos em uma 
comunidade que vemos muito esgoto a céu aberto, as 
pessoas estão criando frangos, porcos, se expondo a 
contaminação. É necessário então orientar para um 
melhor manejo, já que ela não vai conseguir resolver a 
questão do esgoto, pois quem resolve isso é a 
prefeitura, mas para ter uma criação que ela se 
organize para que seja longe do esgoto, para que o 
animal não faça uso dessa agua contaminada. E se 
estivermos responsável por uma fazendo que va 
montar um curral ou pocilga, é necessário observar 
onde vai ser depositado esse lixo, esses dejetos. 
 
 A medida básica é a lavagem das mãos. 
Lembrar que a vigilância sanitária é um campo de 
atuação também da medicina veterinária. 
 
 Um animal com diarreia precisa ser isolado 
pois primeiro temos a possibilidade de contaminação 
pela via oral, que pode ocorrer pela alimentação ou 
pela ingestão de água contaminada. Por isso o animal 
precisa estar separado dos outros. 
 
 Existe a possibilidade de vacinação para 
proteção. 
 
 O número de casos de contaminação e 
consequente enfermidades pode ser reduzido diante 
da aplicação de medidas de prevenção. As boas 
praticas de higiene. Por isso o ministério da 
agricultura é responsável por orientar, vistoriar 
qualquer estabelecimento que pretenda fazer abate e 
exportação de produtos, pois os outros países vão 
cobrar se existe essa boa prática para que então seja 
evitado a dispersão de e.coli patogênica, 
principalmente a variante O157H7. Esse é o soro tipo 
enterohemorrágicao é um dos mais temidos. 
 
Obs: OIE -> referencia para veterinária 
 
Esse assunto pode ser estudado em livros de doenças 
infecciosas.

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