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Novos Fundamentos do Comportamento

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Novos fundamentos 
do comportamento
Introdução
De uma maneira geral, vários autores classificam as emoções como reações subjetivas que ocor-
rem em um dado momento. As emoções possuem uma estrutura e conhecendo essa estrutura pode-
mos agir de forma adequada, e o mais importante, tentar administrar de forma adequada as situações 
que ocorrem no cotidiano.
A emoção pode aflorar de uma conexão com um acontecimento exterior, mas persiste e envolve 
aspectos interiores com uma carga emocional repleta de sentimentos. Todos os tipos de emoção sejam 
elas positivas ou negativas podem comprometer nosso organismo. Esse comprometimento pode variar 
de um grau maior ou menor de interferência, de acordo com a estrutura de cada ser humano.
Como surgem as emoções?
O conceito de emoções pode ser enfocado por diversos pontos de vista: aspectos fisiológicos, 
teorias comportamentais, variações emocionais, controle emocional.
Todos os pontos de vista citados deixam claro que as emoções são de difícil controle, principal-
mente quando estão ligadas a aspectos fisiológicos, os quais não podemos controlar.
Em contrapartida, o perfeito entendimento dos fatores desencadeadores das emoções é de vital 
importância para lidarmos com esse assunto, a fim de melhorar o equilíbrio emocional.
A palavra emoção é um termo cujo significado tem sido estudado e discutido há mais de um sé-
culo, são várias as opiniões que se tem sobre seu sentido e se procurarmos em um dicionário é possível 
encontrar várias palavras para traduzir ou ilustrar o seu significado. Emoção é algo que sentimos tendo 
que viver o momento para descrevê-la, e assim não se obtém o mesmo sentido quando verbalizada.
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O que é emoção?
Emoção é um estado anímico da mente caracterizado por um conjunto de pensamentos, sen-
timentos e disposição para a ação expressas em um conjunto de manifestações corporais correspon-
dentes.
Frente às diferentes situações apresentadas pela vida, existem inúmeros estados emocionais pos-
síveis que podem corresponder a um estado emocional personalizado. As emoções mais complexas 
são formadas por uma mescla de emoções básicas. As emoções básicas são aquelas naturalmente apre-
sentadas desde o início da vida como respostas mais ou menos programadas geneticamente e que se 
manifestam por meio de expressões faciais e corporais encontradas universalmente, cada uma apresen-
tando uma gama de variações de intensidade, conforme abaixo:
Amor :::: – simpatia, camaradagem e amizade.
Surpresa :::: – susto, espanto e estupefação.
Repulsa :::: – evitação, rejeição e aversão.
Vergonha :::: – constrangimento e timidez.
Medo :::: – temor, horror, terror e pânico.
Raiva :::: – irritação, ira, ódio e fúria.
Alegria :::: – calma, tranquilidade, contentamento, entusiasmo e euforia.
Tristeza:::: – tédio, aborrecimento, desânimo e depressão.
Como definir inteligência emocional?
Inteligência emocional é o conjunto de aptidões básicas necessárias para lidar adequadamente 
com as diferentes situações da existência, com relacionamentos interpessoais, grupos e equipes, fami-
liares, sociais, também os relacionados no ambiente trabalho e muitas outras situações com as quais 
nos deparamos no dia a dia. 
As emoções são espécies de bússolas que nos orientam no caminho da vida, funcionando 
como sinalizadores, informando a cada instante o estado do nosso organismo global em relação ao 
ambiente. 
Conflito cérebro X civilização
As circunstâncias de vida criadas pela civilização surgiram com tal rapidez que a lenta marcha da 
evolução não pôde acompanhar. Enfrentamos dilemas pós-modernos com um repertório emocional 
talhado para a idade da pedra. Além disto, nossa civilização, apesar de toda a evolução científica e tec-
nológica dos últimos séculos, ainda não desenvolveu um sistema de treinamento emocional adequado 
às necessidades de nossa época. Como consequência disso, o treinamento emocional básico dos indiví-
duos costuma apresentar grandes inadequações.
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Aptidões da inteligência emocional que devem ser trabalhadas
Autocontrole :::: – capacidade de controle dos impulsos e adiamento da realização de desejos. 
Paciência.
Persistência :::: – capacidade de permanecer na busca de um objetivo a médio e longo prazo e 
tolerar frustrações e reveses.
Motivação :::: – capacidade de automotivar-se para a ação na busca de realização de objetivos.
Autoconsciência :::: – capacidade de percepção e discriminação das próprias emoções no mo-
mento em que ocorrem.
Otimismo :::: – capacidade de manter a confiança nas próprias possibilidades e nas do grupo 
social.
Autoconfiança :::: – capacidade de sentir confiança nas próprias habilidades e na capacidade de 
tomar decisões.
Esperança :::: – capacidade de não esmorecer diante das adversidades.
Entusiasmo:::: – capacidade de mobilizar as próprias energias na realização de tarefas.
Eutimia :::: – capacidade de divertir-se e sentir prazer nas atividades. Inclui a capacidade de se 
autotranquilizar e animar.
Criatividade :::: – capacidade de encontrar alternativas para as diferentes situações.
Autoestima :::: – capacidade de perceber a si mesmo de forma positiva (autoimagem) e de sen-
tir-se satisfeito com aquilo que se é.
Empatia :::: – capacidade de perceber as emoções alheias. Inclui a capacidade de ouvir o outro, 
compreender e respeitar seus sentimentos.
Expressividade :::: – capacidade de expressar pensamentos e sentimentos.
Interatividade :::: – capacidade de interagir, colaborar, se divertir e saber lidar com relaciona-
mentos.
Consequências do desenvolvimento emocional
As emoções na vida mental foram surpreendentemente negligenciadas pela pesquisa científica 
ocidental ao longo dos anos, deixando o território como um continente, em grande parte inexplorado. 
A educação formal se concentra no treinamento das aptidões intelectuais, deixando as aptidões emo-
cionais por conta dos pais e do acaso. Os pais, frequentemente não possuem preparo adequado para o 
papel de educadores emocionais. Com o acaso não se pode contar. 
A falta ou inadequação das aptidões emocionais tem ocasionado que o progresso material ob-
tido pelas pessoas individualmente e pela sociedade como um todo não tem se refletido em melhor 
bem-estar emocional (felicidade) em proporção equivalente. O maior ou menor desenvolvimento de 
uma sociedade tem sido medido por indicadores econômicos quantitativos que avaliam basicamente o 
desempenho intelectual coletivo. Outros indicadores, no entanto, evidenciam um subdesenvolvimento 
social no sentido do bem-estar social e coletivo.
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Alguns exemplos destes indicadores
Transtorn:::: os emocionais como a depressão e delinquência (transtornos de conduta antisso-
cial) têm aumentado sistematicamente.
Aumento das infrações, acidentes e conflitos de trânsito.::::
Aumento da violência em todos os níveis e setores sociais.::::
Aumento do número de homicídios e suicídios.::::
Aumento do abuso físico e sexual de mulheres e crianças.::::
Problemas de inadaptação e não satisfação com o trabalho.::::
Ressurgimento de focos de trabalho escravo.::::
Aumento do número de crianças abandonadas.::::
Aumento do desemprego em todos os níveis.::::
Aumento do uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas.::::
Aumento dos problemas de conduta e evasão escolar na infância e adolescência em todas as ::::
classes sociais.
Aumento dos problemas conjugais e conflitos entre pais e filhos.::::
Aumento vertiginoso da taxa de divórcios.::::
Aumento da ocorrência de gravidez na adolescência. ::::
O mais alarmante é que esses indicadores não são dos chamados países em desenvolvimento. 
São dados referentes ao dito primeiro mundo ou países desenvolvidos, podendo ser constatados dia-
riamente, divulgados pela mídia.
Aptidões emocionais básicas
A autoconsciência é um estado de atenção que registra com imparcialidade tudo que passa pela 
consciência como testemunha interessada, masnão reativa. É um modo neutro de funcionamento 
mental que mantém a capacidade de refletir em meio às emoções turbulentas.
Há três estilos pessoais no que se refere à autoconsciência
A pessoa autoconsciente:::: : consegue tomar consciência de seus estados de espírito no mo-
mento em que ocorrem. São capazes de ter controle sobre seus impulsos emocionais.
As pessoas mergulhadas:::: : sentem-se constantemente inundadas por suas emoções e têm 
pouco ou nenhum controle sobre elas.
As pessoas resignadas:::: : pessoas que apresentam reações emocionais pouco intensas e até 
mesmo monótonas, acomodadas.
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A autoconsciência é fundamental para a intuição psicológica e esta é a faculdade que grande 
parte da psicoterapia pode fortalecer. A autoconsciência é o primeiro passo para a aptidão seguinte da 
inteligência emocional, que é ser capaz de abandonar um estado de espírito negativo.
A arte de tranquilizar-se é uma capacidade fundamental da vida. Significa aliviar a ansiedade, 
sendo que grande parte de nossa ansiedade está relacionada com a ruminação mental. Na ruminação 
a mente é invadida por pensamentos e sentimentos pessimistas que impedem o bom desempenho 
mental.
Aquisição da competência interpessoal
Pessoas convivem, trabalham e reagem às outras pessoas com as quais entram em contato: co-
municam-se, simpatizam e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões, aproximam-se, afastam-se, 
entram em conflito, competem, colaboram e desenvolvem afeto.
Essas interferências ou reações, voluntárias ou involuntárias, intencionais ou não, constituem o 
processo de interação humana, em que cada pessoa na presença de outra não fica indiferente a essa 
situação estimuladora. O processo de interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre 
pessoas, sob a forma de comportamentos manifestos e não manifestos, verbais e não verbais, pensa-
mentos, sentimentos, reações mentais e/ou físico-corporais.
A eficácia dessa relação está intimamente ligada à competência interpessoal dos líderes e dos 
membros do grupo. Entende-se por competência interpessoal a habilidade de lidar eficazmente com 
relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada um e 
às exigências da situação. 
O “controle das emoções” é considerado um requisito indispensável para o sucesso. O descontrole 
emocional certamente cria obstáculos ao crescimento, mas hoje a capacidade de relacionar-se com os 
outros, desprender-se de seus valores pessoais e aprender a aprender é tão importante quanto as qua-
lidades técnicas.
Emoção e o processo de diversidade
Há uma série de emoções e sensações negativas que se apresentam nos processos de diversida-
de. A ira, o medo, o tédio, a mágoa, a culpa, a tristeza, a angústia, são alguns exemplos que podem mo-
bilizar o indivíduo dentro do contexto de trabalho, podendo ocasionar uma atitude inadequada frente 
às situações a que a pessoa é exposta.
É necessário adquirir o hábito de refletir sobre o processo mental, pensar sobre como as emoções, 
sensações e ideias chegam e se desenvolvem na mente do ser humano.
No ambiente organizacional sofremos estresse, pressão por resultados, que nem sempre são fá-
ceis, suportáveis e até mesmo viáveis. Então o comportamento se apresenta assim:
“:::: tenho que produzir mais”; 
“ficarei até mais tarde para amanhã começar outra atividade”;::::
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“não quero nem saber.... não sou burro de carga”; ::::
“fulano sai às 18 horas e não está nem um pouco preocupado... ele sim é que está certo”; ::::
“isto é que se chama funcionário de carreira, nem bem o relógio bate 18 horas e ele sai corren-::::
do....”.
Criar slogans de autocomando que podem passar a ser automáticos quando houver uma situação de 
adversidade poderá ser uma boa forma de administrar a situação. Por exemplo, criar um slogan mental.
“Com calma se resolve tudo”. ::::
“Se não houver tempo hábil terei que renegociar prazo”. ::::
“Preciso me planejar”.::::
“Sem agressividade é melhor”.::::
“Coopere”.::::
“Ouça o que ele tem a dizer”;::::
“Vou dizer não se realmente não houver possibilidade de fazer”.::::
Buscar o caminho do autoconhecimento é uma saída que deverá agregar valor a esses processos, 
avaliar qual o limite para “suportar” determinadas pressões ou agressões é imprescindível para que cada 
um perceba como lidar com as diversidades no contexto empresarial. 
Rapidez, simplicidade e autoconfiança
Jack Welch, no período em que foi presidente e principal exe-
cutivo da General Electric, observou que para fazer a diferença no 
ambiente de trabalho, recebendo e mantendo colaboradores em har-
monia, sem perder o foco na evolução do mundo empresarial, alguns 
pontos são essenciais. Não só a preocupação com as transformações 
de sistemas e procedimentos, mas também um grande investimento 
nas pessoas.
Para ele a verdadeira comunicação é aquela do “olho no olho”, 
do contato, de ouvir mais do que falar. Primeiramente é necessário 
ver o mundo como ele é, não como você gostaria que ele fosse. E en-
tão aprender a jogar, independentemente das cartas que você tem 
em mãos.
Ja
ck
 W
el
ch
 - 
Bu
si
ne
ss
 In
no
va
tio
n.
Para uma empresa ser eficaz, ela deve ser simples, e para isso as pessoas têm que ter autocon-
fiança. Fazer negócio para ele não é complicado, só se torna assim quando as pessoas são excluídas das 
informações que precisam.
As pessoas são fundamentais no ambiente organizacional, por isso é necessário ouvir o que os 
funcionários pensam da organização, o que acham do trabalho que fazem. Os melhores recursos da GE 
foram destinados a treinamentos e cursos, enfim, no desenvolvimento pessoal e profissional.
91|Novos fundamentos do comportamento
Por que aceitar o valor de pensar direito?
O professor David J. Schwartz, da Geórgia State University, afirmou: “No que diz respeito ao suces-
so, as pessoas não são medidas em metros ou quilos ou diplomas ou histórico familiar; elas são medidas 
segundo a dimensão do seu pensamento”. Vale a pena fazer o esforço necessário para pensar melhor, 
porque o modo como você pensa realmente tem impacto em todos os aspectos da sua vida. Pensar 
direito melhora a vida.
Pensar direito cria a base dos bons resultados
Em O Homem é Aquilo que Ele Pensa (1988), James Allen, filósofo do espírito humano, escreveu que:
[...] bons pensamentos e boas ações nunca podem produzir maus resultados; maus pensamentos e ações nunca podem 
produzir bons resultados. Isso significa que do milho só nasce milho, das urtigas só nascem urtigas. Os homens entendem 
essa lei no mundo natural e lidam com ela; mas poucos a entendem no plano mental e moral (embora ela opere também 
nesse plano de maneira tão simples e inequívoca como no outro) e, por isso, não cooperam com ela. (ALLEN, 1988)
Pode parecer óbvio que a qualidade do pensamento das pessoas acarreta a qualidade dos resul-
tados que elas produzem. 
Porém, uma das razões pelas quais as pessoas não realizam seus sonhos é que desejam mudar 
resultados sem mudar o modo como pensam. Mas isso nunca funciona. Se você espera colher milho 
quando planta urtigas, não obtém milho – não importa quanto tempo passou regando, fertilizando ou 
cultivando as suas plantas. Se você não gosta da colheita que está obtendo, deve mudar a semente que 
está plantando! Você quer realizar coisas? Então plante a “semente” do pensamento correto.
O pensamento correto aumenta o seu potencial!
O escritor James Allen (1988) acredita que “você se torna tão pequeno quanto o seu desejo de 
controle, tão grande quanto a sua aspiração dominante”. Ou, para parafrasear as palavras do Rei Salo-
mão, o mais sábio rei da antiguidade “assim como as pessoas pensam em seus corações, assim elas são”. 
Se o seu pensamento modela o seu modo de ser, daí decorre naturalmente que seu potencial é deter-
minado pelo seu pensamento.
Em As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança, o consultor de empresas John C. Maxwell (2007) fala a 
respeitoda “Lei do Teto”, que diz o seguinte: “a aptidão para a liderança determina o nível de eficácia da 
pessoa”. Em outras palavras, em qualquer tarefa que você realizar com outras pessoas, a sua liderança 
é o teto. Se você é um líder medíocre, o seu teto é baixo. Se você é um grande líder, o seu teto é alto. 
Creio que o pensamento tem um impacto semelhante na sua vida. O seu pensamento é o teto do seu 
potencial. Se você é um excelente pensador, então tem excelente potencial. 
Colocar em prática o seu potencial tem o progresso como consequência e frequentemente o 
progresso está apenas a uma boa ideia de distância. Isso com certeza vale para Sam Walton, o fundador 
da Wall Mart. Ele explica: “acho que, em toda a minha vida, o que mais ouvi foi que uma cidade com 
menos de 50 000 habitantes não aguenta uma loja de departamentos por muito tempo”. Mas Walton 
não pensava como os seus concorrentes e por essa razão seu potencial era maior. Enquanto outros 
comerciantes seguiam o pensamento popular, Walton pensava por si e tomava o próprio rumo. Isso lhe 
deu um retorno admirável. Hoje, a Wall Mart é a maior rede de varejo do mundo e emprega mais de um 
milhão de pessoas.
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Todas as semanas mais de 100 milhões de clientes visitam as lojas da Wall Mart. Que tal esse po-
tencial? Não é de admirar que Jack Welch, o antigo presidente da General Electric, tenha dito: “o herói é 
aquele que tem ideias”.
O maior empecilho para o sucesso futuro de muitas pessoas é o modo como elas pensam hoje. Se 
seu pensamento é limitado, seu potencial também é. Mas quando as pessoas conseguem continuar cres-
cendo no pensamento, elas vão além daquilo que estão fazendo. E seu potencial sempre é excepcional.
O pensamento correto produz mais pensamento correto
Acerca de se fazer do pensamento correto um hábito, Albert Einstein observou: “os problemas 
que enfrentamos hoje não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos 
quando os criamos”. Olhe em volta e verá que isso é verdade. O mundo fica cada vez mais complicado. 
Isso o desencoraja? Não deveria. 
O hábito de pensar de forma adequada
A boa notícia é que não importa quão complicada a vida se torne ou quão difíceis os problemas 
possam parecer, pensar corretamente pode fazer a diferença – se você fizer disso uma parte constante 
da sua vida. Quanto mais se dedicar a pensar direito, mais os pensamentos corretos chegarão até você. 
O sucesso ocorre para aqueles que habitualmente fazem coisas que as pessoas mal sucedidas não fa-
zem. A realização vem do hábito de pensar direito. Quanto mais você se dedicar a pensar direito, mais 
excelentes pensamentos continuará tendo. É como criar um exército infinito de ideias capaz de realizar 
quase qualquer coisa. Como disse o dramaturgo Victor Hugo “pode-se resistir a uma invasão de exérci-
tos, mas não a uma invasão de ideias”.
Todos os anos, John C. Maxwell, consultor de empresas, conversa com dezenas de milhares de 
pessoas a respeito de liderança, realizando trabalho em equipe e crescimento pessoal. Ele descobriu 
que muitas delas acreditam que pensar direito é tão complicado que está além do seu alcance. Mas, na 
verdade, é um processo muito simples. Cada pessoa tem potencial para tornar-se um bom pensador. 
Ele observou que:
as pessoas malsucedidas concentram o pensamento na sobrevivência;::::
as pessoas medianas concentram o pensamento na manutenção;::::
as pessoas bem-sucedidas concentram o pensamento no progresso.::::
Uma mudança de pensamento pode ajudá-lo a mudar da sobrevivência ou da manutenção para 
o progresso verdadeiro. Para você conseguir alguma coisa, 95% é saber o que quer, e depois pagar o 
preço necessário para obtê-lo.
Pensar direito é assim. Você precisa de todas as “peças” do pensamento para tornar-se o tipo de 
pessoa capaz de realizar grandes coisas. Essas peças incluem as seguintes aptidões:
adquirir a sabedoria de pensar macro;::::
liberar o potencial do pensamento focalizado;::::
descobrir a alegria do pensamento criativo;::::
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reconhecer a importância do pensamento realista;::::
libertar a força do pensamento estratégico;::::
sentir a energia do pensamento aberto às possibilidades;::::
aprender as lições do pensamento reflexivo;::::
questionar a aceitação do pensamento popular;::::
encorajar a participação do pensamento compartilhado;::::
experimentar a satisfação do pensamento altruísta;::::
valorizar o retorno do pensamento voltado para o resultado.::::
Utilizando a inteligência é possível mudar o mundo
Nossa inteligência é formada pelo conjunto de aptidões intelectuais e emocionais que nos capaci-
tam para a ação eficaz e obtenção de resultados nas diversas áreas de atuação, individualmente ou em 
grupo. A inteligência está distribuída em várias áreas de aptidão:
Verbal :::: – capacidade de expressão verbal e escrita Ex.: orador, escritores, políticos, advogados, 
vendedores.
Matemático-lógica :::: – capacidade de raciocínio lógico e realização de operações de cálculo 
complexas. Ex.: matemáticos, engenheiros, físicos, contadores.
Espacial :::: – capacidade de percepção de formas e orientação espacial. Ex.: artistas plásticos, 
arquitetos, projetistas.
Cinestésica :::: – capacidade de autopercepção e expressão corporal. Ex.: atores, atletas, bailarinos.
Intrapessoal :::: – capacidade de autopercepção psicológica e emocional. Ex.: filósofos, místicos, 
religiosos.
Interpessoal :::: – capacidade de lidar com relacionamentos e empatia Ex.: terapeutas, professo-
res, administradores, gerentes.
Sociológica :::: – capacidade de compreender os mecanismos de funcionamento social. Ex.: po-
líticos, sociólogos, líderes comunitários, economistas.
Musical:::: – capacidade de expressar-se através da habilidade para tocar, compor e apreciar 
padrões musicais, sendo mais forte em músicos, compositores e dançarinos. 
Naturalista:::: – capacidade traduzida na sensibilidade para compreender e organizar os fenô-
menos e padrões da natureza. É característica de paisagistas e arquitetos.
Howard Gardner (2000) conceituou inteligência de modo mais refinado como sendo “um poten-
cial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucio-
nar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura”.
Durante o processo de revisão de sua teoria, Gardner (2000) acrescentou a “inteligência natural” 
à lista das inteligências originais, que se refere à habilidade de reconhecer e classificar plantas, animais, 
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minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna e flora contribuindo para uma maior 
compreensão do meio ambiente e de seus componentes.
Porém, o mesmo não ocorre com a chamada “inteligência existencial” ou “inteligência espiritu-
al”. Embora o autor se sinta interessado por essa nomenclatura, conclui que “o fenômeno é suficien-
temente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar 
prudência – pelo menos por ora”, conclui em seu livro intitulado Inteligência: um conceito reformula-
do (2000).
Gardner explica que as inteligências não são objetos que podem ser contados, e sim potenciais 
que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunida-
des disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus 
professores e outros.
Quando não utilizamos o nosso potencial na totalidade
Nos preocupamos demasiadamente a respeito do futuro
Preocupar-se, como o nome diz, significa pré-ocupar-se, ou seja, ocupar-se de alguma coisa com 
antecedência. Isso faz com que a mente se desloque da situação atual (aqui e agora) para o futuro, 
impedindo que a pessoa se concentre no que precisa fazer no momento. Também chamada ansiedade 
antecipatória. As preocupações se tornam profecias autoconcretizantes que nos impelem para o desas-
tre que tememos.
Nos preocupamos emdemasia com o passado
Outra forma de ansiedade é a pós-ocupação, quando a pessoa se ocupa com sentimentos de re-
morso (culpa por erros passados) ou autopiedade (lástima pelos danos que sofreu no passado). Isso tam-
bém impede que a mente se concentre nas tarefas do presente. Também chamada ressaca emocional.
Estes dois estados são diferentes da reflexão, que é uma forma de avaliar as experiências passadas 
para tirar delas alguma lição que pode ser aplicada no presente e uma forma de avaliar as possibilidades 
futuras para orientar a ação. A diferença é que a ruminação nos paralisa enquanto a reflexão nos prepara 
para a ação.
O primeiro passo para livrar-se das ruminações é a autoconsciência; tomar consciência das crises 
de ruminação nos habilita a evitá-las e a afastá-las da mente. A partir de então é possível contestar os 
pensamentos preocupantes e pós-ocupantes através de pensamentos tranquilizantes. A outra forma 
é o relaxamento. A preocupação e ansiedade manifestam-se no nível corporal na forma de tensão que 
pode ser aliviada com o relaxamento.
Controle da depressão
Na depressão todas as preocupações tendem a se concentrar em um aspecto da própria depressão. 
A ruminação então se dá sobre os sintomas da própria depressão (desânimo, medo, insegurança, 
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sintomas psicossomáticos). A pessoa deprimida precisa fazer algum esforço para fixar a atenção 
em alguma coisa diferente (para sair do ciclo vicioso da ruminação depressiva). É muito importante 
conseguir direcionar a ação de forma efetiva na obtenção de resultados. A obtenção de resultados é 
um dos melhores antídotos para a depressão. Outra forma efetiva para afastar a depressão é o exercício 
aeróbico que tem a capacidade de ativar o metabolismo, aumentando a produção e liberação dos 
neurotransmissores, cuja deficiência é uma das causas da depressão.
Uma terceira forma de combate à depressão é a contenção cognitiva, que é a ação de evitar os 
pensamentos depressivos procurando desviar o foco do pensamento para o lado positivo das coisas, a 
pessoa em depressão tem uma tendência a fazer o contrário, focar o lado negativo de tudo. A pessoa 
deprimida tende, por exemplo, a dar maior ênfase às próprias deficiências e pouco valor às próprias 
qualidades, o que leva a uma autodepreciação e prejuízo à autoimagem e autoestima que, por sua vez, 
retroalimenta a depressão criando um ciclo vicioso.
Empatia
A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir como o outro. Essa é uma 
capacidade inata do ser humano, é a empatia que leva, por exemplo, um bebê a chorar ao ouvir o choro 
de outro. A empatia precisa ser cultivada desde a infância para não se perder. Muitas vezes, no processo 
de socialização, as pessoas – principalmente os homens – sofrem um processo de perda ou de diminui-
ção da sua capacidade de empatia. A ausência de empatia dos pais em relação à criança faz com que a 
mesma deixe de expressar seus sentimentos, isso tem consequências gravíssimas sobre a saúde mental 
da criança, pois esta, para não sofrer, passará a utilizar um mecanismo de defesa nominado repressão 
das emoções, para defender-se do sofrimento emocional.
Fluxo
A capacidade de entrar em fluxo é o ponto alto da inteligência emocional. Fluxo é a capacidade 
de canalizar as emoções para a ação produtiva de uma forma agradável. A pessoa em estado de fluxo 
atinge o máximo de sua capacidade de rendimento mental. No fluxo as emoções são positivas, energi-
zadas e alinhadas com a tarefa imediata. É um estado em que a pessoa fica totalmente absorvida no que 
está fazendo. A vivência do fluxo é altamente gratificante e estimulante. A otimização do rendimento 
mental no fluxo tem como consequência uma economia de energia que afasta o cansaço.
Esperança
Esperança, autoconfiança, entusiasmo, são capacidades de se acreditar que se tem a vontade e os 
meios para atingir as próprias metas. Faz parte disto a capacidade de automotivar-se e entusiasmar-se 
com a realização de uma tarefa e a capacidade de criatividade para criar meios alternativos de alcançar 
as metas.
Otimistmo realista
Otimismo é uma forte expectativa de que, em geral, tudo vai dar certo apesar dos reveses, adver-
sidade e fracassos ocasionais. O otimismo tem a ver especialmente com a forma como as pessoas expli-
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cam a si mesmas seus sucessos e fracassos. O otimista vê o fracasso como um sinal de que alguma coisa 
precisa ser mudada para que o sucesso seja alcançado. O pessimista vê o fracasso como uma evidência 
de sua incapacidade e isto pode levá-lo a desistir de continuar lutando pelo sucesso.
Controle dos impulsos
A capacidade de controle dos impulsos emocionais é a aptidão mestra da inteligência emocional. 
Talvez não haja aptidão psicológica mais fundamental que a resistência ao impulso, que é a raiz de todo 
o autocontrole emocional, uma vez que toda emoção contém um impulso para a ação. A capacidade de 
impor um adiamento à realização de um impulso ou desejo está na base de uma vasta gama de esforços 
que vão desde seguir uma dieta até correr atrás de um diploma. A capacidade de adiar a satisfação de 
um impulso contribui muito para o potencial intelectual emocional.
Controle da ira
Um dos impulsos mais difíceis de conter é a ira. A ira costuma ser o mais intransigente dos impul-
sos. O disparador universal da ira é a sensação de estar em perigo (ameaça física ou simbólica à integri-
dade física, à propriedade, à autoestima, honra ou dignidade). A ira evolui em uma série de reações em 
cascata que podem ir aumentando até o descontrole total.
Desarme da ira
A capacidade de desarmar a ira é fundamental ao bom desempenho mental. O controle da ira é 
possível através da adoção de uma atitude mental adequada.
Autoconsciência:::: : de novo a autoconsciência se faz necessária para detectar o mais preco-
cemente possível a presença da ira. Quanto mais cedo o processo for interrompido maior a 
chance de sucesso de seu controle.
Contestação:::: : uma vez conscientes de que estamos irados é preciso questionar e contestar 
os pressupostos básicos desencadeantes da ira, procurando outros enfoques, outros ângulos 
para encarar a situação.
Esfriamento:::: : quando se percebe que há risco de a ira sair fora do controle uma medida efe-
tiva é o afastamento (retirada estratégica) da situação provocante para esfriar a cabeça. A sa-
bedoria popular conhece esta técnica, nisto está a origem da expressão “vai ver se estou na 
esquina” dita para uma pessoa que está perdendo a calma. Um passeio até a esquina pode ser 
realmente suficiente para esfriar a raiva e dar a oportunidade que a mente precisa para avaliar 
mais objetivamente a situação.
Há mais de 2000 anos já se tinha uma noção precisa que permanece atual, a respeito da im-
portância do autocontrole da ira: “qualquer um pode zangar-se – isto é fácil. Mas zangar-se com a 
pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e de maneira certa – isto é difícil” 
(ARISTÓTELES).
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Lidando com relacionamentos
A inteligência emocional inclui uma série de aptidões necessárias para lidar adequadamente com 
relacionamentos. Algumas dessas habilidades são:
Controle da expressão da animosidade:::: : do ponto de vista social é necessário um certo 
disfarce das reações emocionais que se tem em relação às outras pessoas, principalmente as 
reações de animosidade, de forma a não prejudicar o esforço coletivo devido a sentimentos 
pessoais com os quais o grupo nada tem a ver.
Capacidade de mediação:::: : habilidade de negociar soluções e administrar conflitos. Inclui a 
capacidade de contensão da ira alheia, de tranquilizar o outro. 
Análise social:::: : habilidade de compreender os motivos que movem o comportamento das 
pessoas e dos grupos.
Ligação pessoal:::: : habilidade de formar alianças, de despertar simpatia e de ter empatia, com-
preendendo as necessidades do outro ou do grupo.
Autenticidade::::: fidelidade às próprias convicções e opiniões. Isso é necessário para a defesa 
de seu ponto de vista. Não confundir com a atitude de dizer tudo o que pensa e sente sem se 
importar com a reação dos outros – atitude comumente associada com a palavra autenticida-
de que na verdade é uma distorção do seu significado e que seria melhor definida como um 
misto de intransigência, teimosia e antipatia que evidenciam na verdade um baixo nível de 
inteligência emocional.
Desenvolvimento em inteligência emocional
O problema é que os estímulos provenientes do sistema límbico (emoções) podem causar um 
ruído que atrapalha o funcionamento intelectual em diferentes graus, de acordo com fatores constitu-
cionais e condicionamentos adquiridos. Pois, na verdade, é como se tivéssemos dois cérebros: o racional 
e o emocional. O funcionamento mental adequado depende de uma harmonia entre ambos. Portanto, 
o objetivo deve ser o equilíbrio entre razão e emoção e não a supressão da emoção. A simples supressão 
ou repressão das emoções equivale a uma mutilação mental, com resultados semelhantes ao de uma 
lobotomia. As emoções precisam ser compreendidas e integradas para que – ao contrário de atrapalha-
rem – sirvam de orientadoras (bússola) da mente racional. 
Cada vez mais os educadores estão se conscientizando da necessidade de programas de desen-
volvimento emocional para serem aplicados nas escolas. Esta é a melhor forma que temos de aumentar 
as possibilidades de as crianças virem a ter sucesso na vida.
Finalizando, é importante ressaltar que para a formação de uma organização emocionalmente in-
teligente, todos os colaboradores nela inseridos terão que assumir a responsabilidade de expandir sua 
própria inteligência emocional, ampliando sua autoconsciência, controlando as emoções e adquirindo 
motivação. 
98 | Novos fundamentos do comportamento
Inteligência emocional no trabalho
(DIN, 2008)
Na seleção de mão de obra de grandes empresas nacionais e multinacionais, alguns critérios 
inovadores estão sendo aplicados. Além da capacitação técnica do candidato avalia-se também a 
estrutura emocional e psicológica: a capacidade de resolver rapidamente um problema, ou vários 
problemas diferentes; a facilidade de rápida adaptação a mudanças (de cargo, de função, de local 
de trabalho etc.); o dinamismo, o poder de inovação, a ousadia, a criatividade e, sobretudo, a capa-
cidade de bem se relacionar com outras pessoas, dentro e fora do ambiente de trabalho, além da 
capacidade de lidar com problemas pessoais e com suas próprias emoções no dia a dia, de maneira 
a não torná-los fontes de angústia permanente. 
Segundo Robert Cooper, a Inteligência Emocional pode fazer diferença para fatores cruciais do 
sucesso de uma carreira ou de uma empresa, incluindo-se:
tomada de decisão; ::::
liderança;::::
aproveitamento dos talentos e capacidade de iniciativa de cada um no local de trabalho; ::::
comunicação aberta e honesta; ::::
descontentamento construtivo; ::::
criatividade e inovação; ::::
relacionamentos na base da confiança e trabalho em equipe; ::::
compromisso, lealdade e responsabilidade; ::::
gerenciamento da mudança; ::::
inovações estratégicas e técnicas. ::::
A Inteligência Emocional emerge não das cogitações de intelectos refinados, mas das ações do 
coração humano. O QE1 não trata de truques de vendas ou de como conseguir uma posição, nem de 
como dar uma boa aparência às coisas ou da psicologia do controle, da exploração ou da manipula-
ção. É a Inteligência Emocional que nos motiva a buscar nosso propósito e potencial únicos e ativa 
nossas aspirações e valores mais profundos, que deixam de ser algo a respeito de que pensamos e 
passam a ser vividos. 
As emoções constituem a fonte mais poderosa de orientação, autenticidade e energia huma-
nas e podem oferecer sabedoria intuitiva. Os sentimentos nos proporcionam uma informação vital 
e potencialmente proveitosa em cada minuto do dia. É esse flashback que acende o gênio criativo, o 
mantém honesto consigo mesmo, molda relacionamentos na base da confiança, proporciona uma 
bússola interna para a sua vida e sua carreira, orientando-o para possibilidades inesperadas. 
1 QE – coeficiente emocional
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