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3 Sistema respiratório

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Aula 3 de Histologia B – Sistema respiratório 
Luiza Lorenzoni Grillo – 102 
Sistema respiratório 
Funções: 
 Trocas gasosas – fornecimento de O2 e eliminação de CO2 das células 
do corpo; 
 Fonação – provavelmente a função mais importante, pois produz som e 
gera a fala, principal forma de comunicação; 
 Percepção de odores; 
 Condução e filtração do ar – o ar deve chegar aquecido, filtrado e 
umedecido nos pulmões; 
 Respostas imunes; 
 Secreção humoral – feita pelas células enteroendócrinas, um vestígio da 
origem embriológica, vindas do sistema digestório. 
Respiração (ventilação) ≠ respiração celular 
Constituintes: 
Porção condutora: fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios, 
bronquíolos e bronquíolos terminais; responsável por conduzir, umedecer, 
aquecer e filtrar o ar (as três últimas funções compõe o condicionamento do 
ar). 
Porção respiratória: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos 
alveolares e alvéolos; responsável pelas trocas gasosas. 
Obs.: Conforme vai se distanciando da traqueia e se aproximando dos alvéolos 
ocorre a simplificação progressiva das células. 
Cavidade nasal: 
1. Fossas nasais 
a) Vestíbulo: 
 Parece a pele, mas não é queratinizada; tecido epitelial de 
revestimento estratificado pavimentoso não queratinizado; 
 Porção mais anterior e dilatada; 
 A derme do vestíbulo (tecido conjuntivo) possui vibrissas – pelos 
curtos e rígidos que impedem a entrada de grandes partículas de 
poeira, glândulas sebáceas e glândula sudoríparas; 
 Feixes colágenos unem a derme ao pericôndrio. 
 
b) Epitélio olfatório: 
 Neuroepitélio pseudoestratificado colunar alto com três tipos de 
células – as células basais, as células de sustentação (para 
isolamento mecânico) e células olfatórias; 
 Não tem células caliciformes – essas células mantem a umidade nos 
tecidos em que estão presentes; 
 É teto da cavidade nasal e parte superior do septo; 
 As células olfatórias são neurônios bipolares com o dendrito 
especializado na percepção de odor; a porção distal de seu dendrito 
forma um prolongamento, o botão olfatório, de onde sai um tufo de 
cílios que são quimiorreceptores; possuem um núcleo mais próximo à 
lâmina basal e cílios imóveis, são responsáveis por captar e perceber 
partículas odorantes; o axônio se estende para a lâmina própria – as 
fibras nervosas passam através da lâmina cribriforme para fazer 
sinapses com neurônios secundários do bulbo olfatório – e o dendrito 
se dirige para a porção apical do epitélio; 
 As células de sustentação são cilíndricas altas, estreitas na base, 
com um núcleo oval na metade superior, possuem microvilos e 
grânulos de pigmento (conferem cor à mucosa); são responsáveis 
pelo suporte físico e pela nutrição; 
 As células basais são de dois tipos, horizontais e globosas; as 
horizontais se posicionam muito perto da membrana basal; as 
globosas têm capacidade proliferativa, podendo substituir células de 
sustentação e células olfatórias; 
 A lâmina própria da mucosa olfatória é composta por tecido 
conjuntivo frouxo ou denso não modelado, ricamente vascularizado; 
contém muitos elementos linfoides e axônios das células olfatórias; 
presença das glândulas de Bowman – solubilizam as partículas e 
“lavam” os receptores, preparando-os para novos odores, além de 
liberar IgA; quando os cílios ficam saturados de odores, não é 
possível discriminar os novos. 
 
c) Epitélio respiratório: 
 Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes; 
 As glândulas serosas e mucosas aquecem o ar, assim como plexo 
venoso; 
 Conchas nasais provocam o turbilhonamento do ar, dessa forma as 
partículas precipitam e são filtradas; 
 O epitélio respiratório está presente desde a cavidade nasal, até os 
brônquios respiratórios; 
 Os cílios estão mergulhados no muco produzido pelas células 
caliciformes e pelas glândulas – função de umidificar; esse muco é 
deglutido e vai para a faringe, mas está sendo constantemente 
produzido; 
 Células caliciformes – secretam muco (mucinogênio) e mantem a 
umidade; 
 Células colunares ciliadas – esses cílios batem em direção à 
nasofaringe movimentando o muco para expectoração; 
 Células basais – as quais estão em constante renovação, proliferam 
e substituem as outras células; 
 Células colunares em escova – possuem microvilos e têm função 
sensorial; 
 Células serosas – são colunares, têm microvilos e secretam um 
fluido seroso; 
 Células granulares – são do sistema neuroendócrino e são vestígios 
do tubo digestório, acredita-se que podem monitorar os níveis de 
oxigênio e dióxido de carbono. 
Obs.: Região de Kiesselbach – é a região anteroinferior do septo nasal; local de 
grandes anastomoses que suprem a mucosa na cavidade nasal, local mais 
comum de sangramento. 
Obs, 2: A lâmina própria da região de todo o sistema respiratório no geral é 
bastante vascularizada, rica em glândulas seromucosas e abundantes 
componentes linfoides, como os plasmócitos, que secretam principalmente IgA 
nessa região. 
2. Faringe 
a) Nasofaringe – epitélio respiratório; não aguenta muita pressão; na porção 
posterior da lâmina própria dessa região se encontra a tonsila faríngea; 
b) Orofaringe – epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado; 
c) Laringofaringe – epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. 
 
3. Laringe: 
 Conduz o ar até a traqueia, impede a entrada de alimento no pulmão e é 
responsável pela fonação; 
 Não possui epitélio respiratório revestindo as pregas vocais (músculo vocal 
e ligamento vocal – tecido conjuntivo denso elástico), nem a superfície 
superior da epiglote, as quais são revestidas por epitélio estratificado 
pavimentoso não-queratinizado; 
 Possui cílios que se movimentam em direção à faringe; 
 Sua parede é reforçada por peças de cartilagem hialina e de cartilagem 
elástica; 
 Possui tecido conjuntivo fibroelástico entre as cartilagens (hialina e elástica, 
no caso da epiglote); 
 Lâmina própria composta por tecido conjuntivo frouxo, com glândulas 
seromucosas, células adiposas e elemento linfoides. 
 
4. Traqueia 
a) Mucosa: 
a. Epitélio respiratório; 
b. Lâmina basal (camada molecular, 
finíssima); 
c. Lâmina própria (tecido conjuntivo 
fibroelástico frouxo; na traqueia 
possui fibras elásticas e glândulas 
mucosas); 
d. Feixe de fibras elásticas separando 
a mucosa da submucosa (não é 
bem vista no HE); 
b) Submucosa: Tecido conjuntivo denso rico 
em colágeno tipo I (na traqueia possui 
glândulas tubuloenoveladas mistas; são 
glândulas enormes sero-mucosas – as serosas são mais rosadas e as 
mucosas mais pálidas, ou seja, secretam proteína e glicoproteína, 
respectivamente); 
c) Camada adventícia (encerra, empacota; na traqueia é tecido conjuntivo 
fibroelástico); mergulhada na adventícia existe a camada 
musculocartilaginosa – contém de 16 à 20 peças de cartilagem em forma de 
C separadas por tecido fibroelástico nas paredes ventral e lateral; a parede 
posterior e constituída de músculo liso, para modular a velocidade da 
respiração. 
Obs.: Serosa é uma adventícia acrescida por uma camada simples de células 
epiteliais pavimentosas (mesotélio). 
Características principais da traqueia: Ausência de muscular da mucosa, 
presença de epitélio respiratório e presença de anéis de cartilagem. 
 
5. Árvore brônquica 
Histológicamente, brônquio lobar = brônquio 
segmentar = brônquio. 
Brônquios: 
a) Mucosa: 
a. Epitélio respiratório; 
b. Lâmina própria – tecido conjuntivo frouxo; 
c. Muscular da mucosa (pregueada na luz; 
músculo liso; oblíquo); 
b) Submucosa: 
a. Tecido conjuntivo frouxo; 
b. Glândulas do tipo mucosa ou mista; 
c) Adventícia: 
a. Tecido conjuntivo frouxo; 
b. Placas de cartilagem. 
Características principais dos brônquios: Presença de muscular da mucosa, 
presença de epitélio respiratório e presença de placas decartilagem. 
Bronquíolos: 
 Tecido epitelial de revestimento cilíndrico ou cúbico 
simples ciliado ou não e sem células caliciformes 
(já que não possui mais a função de umidificar o 
ar); 
 Presença de muscular da mucosa; 
 Ausência de submucosa; 
 Ausência de placas de cartilagem; 
 Células de Clara presentes desde os bronquíolos 
terminais – importantes para a renovação celular e 
produção de surfactante pulmonar. Essas células: degradam toxinas, 
possuem microvilosidades curtas e grossas, possuem grânulos de 
secreção de glicoproteínas; regenera o epitélio dos brancos. 
Características principais dos bronquíolos: Ausência de epitélio respiratório, 
ausência de submucosa, ausência de cartilagem e presença de muscular da 
mucosa. 
Bronquíolos respiratórios: 
 Transição entre a porção condutora e respiratória; 
 Mucosa semelhante ao bronquíolo, 
com camada muscular, porém o 
epitélio só é cúbico e nunca há 
presença de cílios; 
 Parede descontínua por alvéolos; 
 Presença de células de Clara; 
 Tubo só com alvéolos = ducto alveolar 
(não possuem paredes próprias, só 
alvéolo); na parte terminal desse tubo 
= saco alveolar. 
Característica principal dos bronquíolos 
respiratórios: Parede descontínua por 
alvéolos. 
Septos interalveolares 
 Revestidos por pneumócitos tipo I – célula pavimentosa alveolar; compõe a 
parede dos septos; forma a barreira hemato-aérea; é uma célula longa com 
o núcleo alongado; 
 Entre as células há junções oclusivas e junções de adesão; 
 Barreira formada por: 
 Pneumócito tipo I; 
 Lâmina basal do pneumócito tipo I; 
 Lâmina basal do capilar; 
 Vaso sanguíneo (capilar). 
 Tecido conjuntivo de preenchimento com fibras elásticas e reticulares; 
 Célula septal – pneumócito tipo II – células globosas e volumosas, com um 
núcleo redondo e grande; localizadas nas junções dos septos; são 
arredondadas e secretam surfactante pulmonar; além disso, sofrem mitoses 
para regenerarem-se a si mesmos e aos pneumócitos tipo I; 
 Macrófagos alveolares/ de poeira – fagocitam materiais que passam pela 
luz do pulmão e septo; citoplasma amplo; podem ou não existir; 
 Poros de Kohn no interior do segmento – comunica dois alvéolos 
adjacentes, equalizando a pressão do ar nos alvéolos e possibilitando 
circulação colateral de ar, em caso de obstrução de algum bronquíolo; 
 O surfactante é secretado pelas células de Clara e pelos pneumócitos tipo 
II, não permitindo que os alvéolos colabem.

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