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COOKED Filme Resumo

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COOKED (2016) – Episódio 4: Terra 
A série-documentário Cooked de 2016, dirigida por Alex Gibney, produzida pela Netflix 
e apresentada por Michael Pollan, é baseada no livro Cozinhar, uma história natural da 
transformação de Pollan. É dividida em quatro partes, cada uma leva o nome de um dos 
quatro elementos. O documentário traz uma forte crítica ao consumo de alimentos 
industrializados e à distorção alimentar que existe na maior parte dos países, não 
conhecemos os alimentos que ingerimos, muito menos sabemos como são feitos. 
Porém, Cooked também mostra soluções, não há vilões na alimentação, a forma como 
os alimentos são produzidos na indústria e os aditivos que eles levam é o que os tornam 
perigosos; além disso, é possível sim fazer tudo que consumimos. 
Michael Pollan mostra no documentário como o alimento faz parte de uma cultura, de 
um ecossistema completo e que entender isso mostra que o mesmo não pode ser 
tratado apenas como fonte de nutrientes e calorias. Ele também mostra o caminho que 
a comida faz da produção até a mesa e tenta criar nas pessoas o desejo de saber de 
onde vem seus alimentos, como eles são feitos, porque são daquele jeito e como 
podemos usá-los. O que mais se discute nos episódios é que as pessoas devem 
desenvolver consciência sobre o que comem. Especificamente no episódio Terra, vai a 
um vilarejo no Peru, onde se faz uma bebida chamada masato, pretexto para tratar da 
fermentação, onde acaba nos mostrando culturas ancestrais na produção de alimentos 
que jamais imaginaríamos ser fruto de fermentação. 
Toda culinária é milagrosa, é alquimia, é transformação e mutação. De todos os tipos 
de culinária a fermentação é a mais misteriosa: não há calor envolvido. Existe somente 
a ação de fungos e bactérias, estes que fazem transformações que normalmente só 
ocorreriam com o calor. O primeiro alimento apresentado é uma bebida de origem 
amazônica, o masato: feita a partir da mastigação da mandioca, pois é fruto da 
fermentação microbiana, que só ocorre, pois, as enzimas da saliva transformam o amido 
da mandioca em açúcar, ingrediente essencial para que haja a fermentação. O próximo 
alimento apresentado é o que menos esperávamos: o chocolate. A forma como é 
produzido nos é apresentada, as sementes do cacau são retiradas da fruta já madura e 
são armazenadas em um recipiente coberto, já que o aumento da temperatura é 
imprescindível para o acontecimento da fermentação. Já cobertas, o oxigênio é 
cerceado, o que possibilita as sementes a chegarem a mais de 50°c, assim produzindo 
ácido acético e chegando a cor do chocolate. O processo de fermentação termina após 
serem colocadas para secar. Por fim, nos é mostrado uma irmã microbiologista que 
produz queijo com leite cru e pouquíssimos ingredientes adicionados. Ela o produz em 
um barril de madeira, comprovadamente mais eficiente e seguro para a saúde, utilizando 
o leite de vacas locais, não pasteurizado, e coalho (ou renina), uma mistura de enzimas 
que quando adicionada ao leite o faz coagular. Após isso ela “guarda” os queijos, os 
esperando formar suas cascas características, enquanto isso ela os observa, sempre 
acompanhando a movimentação dos fungos e bactérias presentes. O que Pollan tenta 
nos mostrar com essas transformações de alimentos é que nem todas as bactérias são 
nocivas, muito menos que alimentos que acreditamos fazer mal são realmente 
prejudiciais, estes só prejudicam por causa da forma como são produzidos nas fabricas. 
E é isso que é mostrado por todo o documentário, os alimentos não são produtos da 
indústria alimentícia, eles são cultura, identidade, são o verdadeiro milagre da 
humanidade. 
Em “Fogo” Pollan fala sobre como preparar um tradicional churrasco. “Água” traz suas 
lições sobre ensopados. “Ar” fala dos pães. E em “Terra” desvenda o mundo da 
fermentação. “Não coma nada que seja incapaz de apodrecer”, comida é vida, é fruto 
da natureza. Cozinhar é o que diferencia o ser humano de outros animais, é o ato que 
mais interferiu em nossa evolução. Michael Pollan nos mostra como um ingrediente ou 
uma receita se transforma com o tempo, ou em cada cultura, nos faz refletir sobre o 
tempo que as pessoas gastam assistindo programas de culinária, que é infinitamente 
maior do que o tempo que passam cozinhando. O ato de cozinhar nos liga intimamente 
a formação dos primeiros povos e a socialização. Cozinhar nos faz interagir e dividir, 
nos faz ser quem somos. 
A verdade é, quanto mais nos distanciamos da cozinha, mais nos distanciamos das 
nossas raízes e menos sabemos o que estamos comendo de fato. A consequência: uma 
má alimentação, obesidade, doenças crônicas… “Há um custo muito alto em deixar a 
indústria cozinhar para você. E este custo é calculado na sua saúde. Quando 
terceirizamos nossa comida, perdemos o controle da nossa alimentação. Perdemos o 
controle das nossas vidas”, defende Pollan. Precisamos resgatar um habito vital para a 
vida e para a manutenção da saúde, produzir nossos alimentos, a comida industrializada 
ainda nos fará pagar caro, todos os açucares, gorduras e químicos adicionados 
indiscriminadamente trazem grandes problemas a longo prazo não só para nossas 
vidas, mas também para a vida da próxima geração. 
Somos o que comemos, portanto escolher e fazer as comidas certas, mudar os hábitos 
alimentares, reduzindo o consumo de alimentos industrializados e processados, gera 
qualidade de vida e nos garante a ingestão de uma gama de nutrientes indispensáveis 
para atender às necessidades do organismo. Além disso Pollan nos mostra a 
importância de ingerir os mais diferentes tipos de alimentos, como por exemplo os 
fermentados, que ajudam a prevenir os maiores males do século, a depressão e a 
ansiedade, repelem bactérias patogênicas, fortalecem nosso sistema imunológico, 
melhoram nossas taxas metabólicas, além de nos ajudar a absorver minerais. Se 
podemos nos nutrir tão bem com algo tão simples, por quê não o fazer? Por que não 
mudar nossos hábitos de alimentação e consumo? Por que não reencontrar o prazer de 
cozinhar? “(…) Pois existe hábito menos egoísta, trabalho menos alienado, tempo 
menos desperdiçado que preparar algo delicioso e nutrir as pessoas que você ama?”

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