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NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA UNIDADE 2 ÍNDICE TÓPICOS PÁGINA APRESENTAÇÃO 3 1. A ESTRUTURA DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO 4 1.1 Direitos políticos 4 1.2 Partidos políticos 9 2. ARRECADAÇÃO PÚBLICA 17 2.1 Arrecadação/receita pública 17 2.2 Arrecadação tributária 19 3. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO 23 3.1 Noções de planejamento orçamentário 23 4. GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS 28 4.1 Gestão financeira 28 4.2 A administração de gastos 30 BIBLIOGRAFIA 33 3 Boas-vindas! Nesta Segunda Unidade da Disciplina Noções de Gestão Pública, você aprenderá sobre Estrutura da Sistema Político Brasileiro, Arrecadação Pública, Planejamento Orçamentário e Gestão de Recursos Financeiros. Tenha um bom estudo! 4 1. ESTRUTURA DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO 1.1 DIREITOS POLÍTICOS Obviamente que a história dos direitos políticos no mundo possui uma gama de alterações, com variados tipos, formas e sistemas, numa crescente evolução de tempos em tempos. Aqui no Brasil, pode-se afirmar que o formato atual foi alcançado com sangue, suor e lágrimas (parafraseando Winston Churchil). O que se tem no momento, é fundamentado no estado democrático de direito previsto no art. 1º da Constituição Federal vigente, visando à manutenção da soberania popular. Vejamos o texto fundamental, constante dos arts. 14, 15 e 16 da Constituição Federal de 1988: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 5 b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerado vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 6 Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. E deste capítulo sobre os direitos políticos na CF, podemos extrair as seguintes conclusões: INSTRUMENTOS POLÍTICOS 1º VOTO: - Direito (o povo escolhe sem intermediário...). - Secreto (é sigiloso, ninguém sabe em quem). - Universal (para ricos, pobres, mulheres...) - Periódico (de tempo em tempo...vitalício não). Obs: Cláusula pétrea – Art. 60, §4º, II, da CF (não pode ser retirado da Constituição Federal): 2º PLEBISCITO: - Iniciativa do Congresso Nacional. - Forma e Sistema de Governo. - Pergunta para o povo e, se houver concordância, faz a LEI. 3º REFERENDO: - Iniciativa do Congresso Nacional. - Exemplo: Desarmamento. - Faz a lei, depois pergunta para o povo se concorda com sua aplicação. 7 4º INICIATIVA POPULAR: - O povo poderá propor a criação de leis. Previsto no art. 14 da Constituição Federal (inciso III), a Iniciativa Popular é estendida aos Municípios, pelo inciso XIII, do art. 29: "[...] iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado" No entanto, atualmente tem se discutido a possibilidade da Iniciativa Popular em Projetos de Emendas à Lei Orgânica Municipal. A matéria é desafiadora e suscita controvérsias. Dependerá de análise da LOM, se existe previsão definida, sobre a lista de matérias de iniciativa exclusiva e indelegável do Poder Legislativo local. Contudo, a doutrina e a jurisprudência são conflitantes nos seguintes pontos: • Se aplicado o princípio da simetria, não poderá haver iniciativa popular em projeto de emenda à lei orgânica, pois na esfera federal isso não é permitido. Aliás, nem a Carta Magna previu participação popular em projetos de Emenda à Lei Orgânica Municipal, mas limitou-a aos projetos de lei. Vejamos o inciso XIII, do art. 29: "[...] iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado" • Se a iniciativapopular pode apresentar projeto com matéria de iniciativa reservada. Quem pode ser votado? (Condições de Elegibilidade: art. 14, §3º) • A nacionalidade brasileira (cargos que possam assumir a presidência da República); • O pleno exercício dos direitos políticos; • O alistamento eleitoral; • O domicílio eleitoral na circunscrição; • A filiação partidária; • A idade mínima de: – Trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 8 – Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; – Vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice- Prefeito e juiz de paz; – Dezoito anos para Vereador. Quem não pode ser votado? (Inelegibilidade) Conforme preconiza o art. 14... [...] § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. [...] § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Ressaltando que a Lei Complementar 64/90 (Lei das Inelegibilidades) atendeu essa determinação constitucional, fixando outros casos que levam à inelegibilidade, que é a condição impeditiva de ser votado. http://loja.unipublicaonline.com.br/curso-online.php?curso=poder-de-julgamento-da-camara-municipal-cassacoes-contas-do-executivo-e-mais&amp%3Bamp%3Bsetor&amp%3Bamp%3Bid=1717 http://loja.unipublicaonline.com.br/curso-online.php?curso=poder-de-julgamento-da-camara-municipal-cassacoes-contas-do-executivo-e-mais&amp%3Bamp%3Bsetor&amp%3Bamp%3Bid=1717 9 Direito à Reeleição Conforme dispõe o art. 14... [...] § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 1.2 PARTIDOS POLÍTICOS Conceito de Partido Político A expressão se refere à: “Um partido político é um grupo organizado formal e legalmente constituído, com base em formas voluntárias de participação, em uma associação orientada para influenciar ou ocupar o poder político em um país determinado [grifos nossos]” (VIANA,2003). Ainda inexistem partidos políticos organizados a nível mundial. Origem Na Grécia e Roma antigas, dava-se o nome de partido a um grupo de seguidores de uma ideia, doutrina ou pessoa. Mas foi só na Inglaterra, no século XVIII, que se criaram pela primeira vez, instituições de direito privado, com o objetivo de congregar partidários de uma ideia política: o partido Whig e o partido Tory. De fato, a ideia de organizar e dividir os políticos em partidos se alastrou muito, no mundo todo, a partir da segunda metade do século XVIII, e, sobretudo, depois da revolução francesa e da independência dos Estados Unidos. Até porque, a partir daí, a própria percepção da natureza da comunidade política se transforma dramaticamente. Partidos Políticos no Brasil Oficialmente, os partidos políticos já existem no Brasil há mais de cento e sessenta anos. Nesse tempo, surgiram mais de duzentos. Porém, muitos deles não duraram muito... http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_privado http://pt.wikipedia.org/wiki/Ideia http://pt.wikipedia.org/wiki/Whig http://pt.wikipedia.org/wiki/Tory http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_francesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_francesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_dos_Estados_Unidos 10 No Brasil, não existem partidos centenários, como é comum, por exemplo, nos Estados Unidos, onde os democratas (desde 1790) e os republicanos (desde 1837) alternam-se no poder. Motivo: inconstância da vida política brasileira (mudança de regimes-revoluções, dentre outros). Mudanças bruscas - Implantação da República, em 1889, que sepultou os partidos monarquistas; - Revolução de 1930, que desativou os partidos republicanos “carcomidos”; - Estado Novo (1937-1945) o qual vedou a existência de partidos; - Regime Militar de 1964 que confinou os partidos num quadro de ferro. Partidos no império O historiador José Murilo de Carvalho foi enfático em dizer que “até 1837 não se podia falar em partidos políticos no Brasil”. O primeiro programa partidário foi redigido em 1864 (pelo Partido Progressista). Partidos na República Velha Assinado por Quintino Bocaiúva, do Manifesto Republicano em Itú, São Paulo, em 03 de dezembro de 1870, surgiu o PRP (Partido Republicano Paulista). Após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, surgiram partidos regionais (Partido Republicano Paulista, Partido Republicano Mineiro, e assim por diante) e federais (os Partidos Republicanos Federais/ Liberais e Conservadores). Com a ascensão do coronelismo e suas práticas, as eleições passaram a refletir o poder do caciquismo, sendo que a maioria delas resultava de manipulações ou de arranjos prévios feitos entre os chefes políticos de cada estado. Como eram os funcionários do governo que controlavam os procedimentos eleitorais e faziam à contagem dos votos, em cada estado brasileiro uma máquina político-eleitoral - composta pelo coronel, pelo cabo-eleitoral e pelo curral eleitoral - foi montada com a função básica de garantir resultados satisfatórios ao grupo governante. Esta prática feria o principio básico do sistema republicano que se assenta no princípio da rotatividade dos cargos e das funções, visto que as oposições estavam impedidas, pelo processo eleitoral legal, de substituírem o grupo dominante. 11 Daí explodir a violência política (caso do Movimento Tenentista, de 1922-1927, da Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, ou o da Revolta da Princesa na Paraíba, em 1928). Partidos ideológicos Depois da Primeira Guerra Mundial, ficou a influencia do comunismo (sociedade igualitária, sem divisão de classes, propriedades e produção são comuns a todos) e o fascismo (comando por grupos autoritários). Em 1922, foi fundado o Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderado por Luís Carlos Prestes. Dez anos depois, em 1932, foi à vez da fundação da Ação Integralista Brasileira (AIB), inspirada no Movimento Fascista italiano e no Movimento da Falange espanhola, comandada pelo chefe Plínio Salgado. Ambos os partidos, em momentos diferentes, tentaram depor o regime de Getúlio Vargas por meio de um golpe. O PCB foi o principal articulador da frente denominada ANL (Aliança Nacional Libertadora). A ANL foi responsável pela fracassada Intentona Comunista, de 27 de novembro de 1935. A ABI assaltou o Palácio da Guanabara, em 12 de maio de 1938, paraderrubar o governo do Estado Novo que os excluíra do poder. Colocados na ilegalidade pelo decreto de 02 de dezembro de 1937, somente retornaram à vida política ao final da Segunda Guerra Mundial. O PCB ainda teve uma pálida atuação no Governo Goulart (1961-64), e os ex-integralistas, acobertados pela sigla do PRP (Partido da Representação Popular), fizeram sua última aparição na ditadura do Presidente Médici (1969-1973). Os partidos da república redemocratizada (1945- 1965) Totalmente proibidos durante o Estado Novo (1937-1945), os partidos políticos somente foram novamente legalizados em 1945. É certo dizer que a vida política brasileira entre 1945 e 1964, foi polarizada entre os partidos getulistas (PSD e PTB) e o principal partido antigetulista (a UDN). Por conseguinte, mesmo depois da morte de Vargas, em 24 de agosto de 1954, a sua personalidade continuou pairando sobre a sociedade brasileira por mais dez anos. PSD (Partido Social-Democrático), formado por lideranças rurais e por altos funcionários estatais. PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), lideranças sindicais e os operários fabris em geral. UDN (União Democrática Nacional), burguesia e a classe média urbana, favorável ao capital estrangeiro e à iniciativa privada. 12 Coube à UDN o papel de ser a principal promotora das impugnações das vitórias eleitorais da coligação PSD-PTB (1950, 1955), bem como a maior instigadora das tentativas de golpes militares que se sucederam até a vitória em 1964. O bipartidarismo no regime militar Destruído o sistema partidário democrático existente desde 1945, o regime militar, a partir de 1965, com o Ato I-2, somente permitiram a existência de duas associações políticas nacionais, nenhuma delas podendo usar a palavra “partido”. ARENA (Aliança Renovadora Nacional), base de sustentação civil do regime militar, formada majoritariamente pela UDN e egressos do PSD, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), com a função de fazer uma oposição bem-comportada que fosse tolerável ao regime. Da mesma forma, que na República Velha recorria-se à Comissão de Verificação dos Poderes do Congresso para afastar opositores inconvenientes, o regime militar adotou o sistema de cassações de mandatos para livrar-se dos seus adversários (foram 4.682 os que perderam seus direitos políticos). O Multipartidarismo da Nova República Em 1974, a oposição teve relevante vitória eleitoral, e começou a forçar a política da “abertura lenta e gradual”. Em 1984, aconteceu a Campanha das Diretas-Já. Toda a oposição se uniu. No lugar da extinta ARENA surgiram o PFL (Partido da Frente Liberal) e PPB (Partido Popular Brasileiro). Do MDB emergiram o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) o PSDB (Partido Social-Democrático Brasileiro), o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PDT (Partido Democrático Trabalhista), e o PT (Partido dos Trabalhadores). Outros partidos foram criados (multipartidarismo), existindo atualmente mais de 30 (trinta) partidos ativos no país, segundo registros do TSE-Tribunal Superior Eleitoral. Vide tabela de partidos registrados atualmente no Brasil: https://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse http://www.historiaresumos.com/atos-institucionais-ai-1-ai-2-ai-3-ai-4/ http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse https://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse 13 Partidos Políticos: Representação e Governabilidade Representação: • Levar ao poder as vontades das classes representadas; • Programas políticos; • Ideias e ideais; • Princípios. Governabilidade: • Estabilidade política; • Bom governo das coisas; • Desígnios de governo; • Administração pública. Muitos governantes abriram (e abrem) mão da representatividade, para manter a governabilidade. Essa estratégia de sobrevivência adotada por muitos políticos de vulto, de evitar crises políticas graves que pudessem enfraquecer de modo irreparável o poder das elites. Por isto, os partidos políticos passaram a ter pouca confiança por parte da população brasileira em geral. Daí, haver uma preferência dos eleitores por indivíduos, por homens confiáveis, por “salvadores”, mas não por programas partidários ou ideológicos. Regras partidárias A Constituição Federal de 1988 rege sobre os partidos, anunciando a liberdade de criação e funcionamento, porém, impondo regras e critérios em consonância com a legislação pátria, para que eles existam dentro de parâmetros que não firam demais direitos e liberdades: “Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 14 § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.” E para as minúcias regulamentares, o Legislativo Federal aprovou a Lei nº 9.096 (Lei dos Partidos Políticos), em 1995, definindo, entre outros, os seguintes rumos: Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. Parágrafo único. O partido político não se equipara às entidades para estatais. (incluído pela Lei nº 13.488, de 2017) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9096compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9096compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13488.htm#art2 15 [...] Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. § 1º. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha eexecutá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em lei. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.831, de 2019) § 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019) § 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 (oito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019) § 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019) Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres. [...] Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. [...] Art. 13º. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles. (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8) [...] Art. 18º. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais. [...] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13831.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13831.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13831.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13831.htm#art1 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&amp%3Bamp%3Bs1=1351&amp%3Bamp%3Bprocesso=1351 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&amp%3Bamp%3Bs1=1354&amp%3Bamp%3Bprocesso=1354 16 Art. 24º. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto. [...] Art. 26º. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito. [...] Art. 38º. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por: I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas; II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual; III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário; IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995. [...] Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário: I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário; e (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. (Incluído pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105) Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13165.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13165.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12875.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12875.htm#art1 17 2 ARRECADAÇÃO PÚBLICA 2.1 A ARRECADAÇÃO/RECEITA PÚBLICA Por certo que o Estado depende de recursos financeiros, para o seu próprio funcionamento e para a oferta de serviços públicos à população. Com isso, arrecada de diversas formas, nos termos da lei. A principal fonte de arrecadação (receita) do setor público é o recebimento de obrigações tributárias impostas à sociedade, cujas espécies e demais regras serão esclarecidas na sequência. Todavia, arrecada recursos financeiros de outras fontes, além dos tributos. No sentido técnico contábil, a arrecadação no setor público é denominada como receita. E no sentido amplo, receita tem como sinônimos entrada ou ingresso. Porém, no Manual de Procedimentos Aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios (2005), elaborado e publicado pelos Ministérios da Fazenda, o conceito de receita pública é explicado como sendo: [...] todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas. Por sua vez, a Lei 4.320/64, que regula a Contabilidade Pública, divide a receita em dois tipos distintos: Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1º - São Receitas Correntes as receitas - tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinado a atender despesas classificáveis em 18 Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. Pode ser classificada também como receita orçamentária e extra orçamentária (cauções, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito por antecipação de receita-ARO e outras operações assemelhadas). Figura 1 - MUZY, Leonardo. Noções de orçamento público. Disponível em:< http://slideplayer.com.br/ slide/3198889/>. Acesso em: 17 nov.2017. A realização da receita pública possui estágios: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. E na contabilização da receita pública aplica-se a forma analítica e sintética. http://slideplayer.com.br/ 19 2.2 A ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA Principal fonte de receita pública atualmente é a arrecadação tributária, que possui complexo regramento legal e regulamentar. Segundo preconiza Ricardo Alexandre (2009): “Tributo é a obrigação imposta às pessoas físicas e pessoas jurídicas de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes.” Por sua vez, dispõe o Código Tributário Nacional – CTN (Lei 5.172/66): “Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Resumindo, uma das precípuas funções do Estado é a prestação de serviços públicos; tal prestação exige recursos humanos e materiais; isso implica que o Estado precisa e deve conseguir dinheiropara pagar por estes recursos. Tributo é vulgarmente chamado por imposto, embora tecnicamente este seja mera espécie dentre as modalidades de tributos. Ou seja, tributo é o gênero, enquanto que imposto é uma de suas espécies. Tributo é o nome que se dá para vários tipos de exigência estatal em dinheiro, desmembrando- se em: Imposto - são os tributos que compreendem a contribuição monetária, que os poderes públicos exigem da sociedade para atendimento de serviços não específicos. É a modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativamente ao contribuinte. Taxas - é o tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Contribuições - desmembradas em 2 tipos basicamente, podem ser cobradas em contrapartida a um investimento do Estado e sentido diretamente pelo contribuinte (melhorias, iluminação) ou para uma atuação genérica mas com destinação exclusiva para a área que ela se fundamentou (social, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais). 20 Empréstimo Compulsório (só a União) - Sua criação, cobrança e arrecadação têm previsão constitucional nos arts. 145 e 156, só pode ocorrer em situações excepcionais, e serve atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. E ainda é possível que o Estado (União Estados Membros, Distrito Federal e Municípios) possa arrecadar recursos não tributários, como heranças, alienações, aluguéis, indenizações, dentre outros. Aliás, estão excluídas do conceito de tributo todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou sanção (multa de trânsito, por exemplo). Desta forma, os tributos sempre são obrigações que resultam de um fato regular ocorrido (fato gerador). O sujeito ativo do direito tributário é o Estado, por meio de seus entes (União, Estados, Municípios e DF), e o sujeito passivo é toda pessoa física ou jurídica que tenha obrigação de pagar tributos (Contribuinte). Por certo que enquanto área estatal e ramo do direito, as regras tributárias são fundamentadas em princípios insculpidos pela Constituição Federal. 2.2.1 PRINCÍPIOS DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA Os Princípios são os vetores das normas, desmembrando-se em: Princípio da legalidade: art. 5º, II e art. 150, I, da CF - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Princípio da Anterioridade: art. 150, III, b, da CF - a lei que cria ou aumenta tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá e produzirá todos os seus efeitos no mundo jurídico (não adia a cobrança e sim suspende a eficácia, não há incidência). Princípio da Segurança Jurídica (ou irretroatividade): art. 150, III, a, da CF - só produzem efeitos para o futuro, salvo se para beneficiar o contribuinte. Princípio da Isonomia: art. 150, II, da CF - tratamento igual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Princípio da Capacidade Contributiva: art. 145, § 1º, da CF - tratar os desiguais de modo desigual, exigindo o tributo de acordo com as possibilidades de cada um. Princípio da Vedação de Efeitos Confiscatórios: art. 150, IV, da CF - o tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que chegue a representar um verdadeiro confisco. 21 Princípio da Imunidade Recíproca das Esferas Públicas: art. 150 VI, a, da CF - União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros. Princípio da Imunidade de Tráfego: art. 150, V, da CF e art. 9º, III, do CTN - proibição de limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas ou bens (com exceção do pedágio de via conservada pelo poder público). Princípio da Uniformidade Nacional: art. 151, I, da CF - o tributo da União deve ser igual em todo território nacional, sem distinção entre os Entes federativos. Princípio da Vedação de Distinção em razão de procedência ou destino: art. 152, da CF - Estados, DF e Município estão proibidos de estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Princípio da Não-cumulatividade: princípio aplicável no IPI e ICMS, para compensação em operações atuais com anteriores. Princípio da Tipicidade: o tributo só incide no caso de fato ou situação típica que esteja descrita em lei. No sistema de arrecadação tributária formalizada na Constituição Federal do Brasil, existe o que se chama de repartição das receitas tributárias, pela qual os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) entrelaçam legitimidades e competências para a instituição, fiscalização e arrecadação dos tributos. Entretanto, para tornar mais prática à arrecadação, bem como, para propiciar a distribuição proporcional dos recursos arrecadados entre os entes, a Carta Maior brasileira fixou formas e regras para a repartição do resultado. Utilizando-se o exemplo do Imposto de Renda, apesar dele ser um tributo arrecadado pela União Federal, o montante é distribuído com os Estados, Municípios e Distrito Federal, pois é no território de cada um deles que o contribuinte gerou a renda, e será em cada um deles que o cidadão exigirá serviços públicos. Ficando com uma cota obviamente, para a União, para a manutenção e sustentáculo de suas obrigações nacionais. O crédito tributário, oriundo de obrigações lançadas pelo Estado e não adimplidas pelo contribuinte, deve ser inscrito em dívida ativa fiscal, após terem se esgotado todos os prazos fixados para o seu pagamento pela lei ou por decisão final prolatada em processo regular. 22 A certidão de inscrição da dívida ativa fiscal é considerada como título de crédito, dando ao ente respectivo o direito de cobrar judicialmente o montante, pela ação denominada execução fiscal. Figura 2 - GARCIA, Rosangela. .O que é crédito tributário? Disponível em: < http://pt.slideshare.net/RosangelaGarcia/suspenso-da-exigibilidade-do-crdito-tributrio-ibet>.Acesso em: 17 nov.2016. http://pt.slideshare.net/RosangelaGarcia/suspenso-da-exigibilidade-do-crdito-tributrio-ibet 23 3 PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPA – LDO - LOA 3.1 NOÇÕES DE PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO Planejar as finanças é um princípio aplicável tanto à iniciativa privada quanto ao setor público. Na verdade, a partir das finanças pessoais, é aconselhável que se planeje, sob pena de acontecer descontrole e descompasso entre os recebimentos e gastos. Na Gestão Pública, tem ainda a questão da efetividade e resolutividade, pois mesmo que o administrador público atue com probidade e eficiência nas realizações, tais realizações precisam alcançar o interesse público. É a população quem sustenta o governo e suas ações, por meio dos tributos e outras formas de arrecadação pública, para receberem o bem estar social. Ou seja: Além de gastar bem, o setor público deve observar se aquele gasto é o mais adequado dentre todos os imaginados, para o fim específico. E analisar, também, se aquele fim específico é relevante e prioritário. Pensando assim, o legislador foi evoluindo nas regras obrigatórias aos gestores públicos, para exigir-lhes o planejamento das receitas e despesas, vinculadas a um orçamento prévio. Por isto, como dito anteriormente, a Administração Pública está vinculada ao “Princípio do Planejamento”. E esse planejamento deverá ser prévio, de um ano para o outro. De cada gasto, centavo porcentavo. E para planejar os gastos, por óbvio que deverá iniciar com o planejamento das entradas financeiras (arrecadação-receita), mensurando como e quanto irá arrecadar no exercício seguinte. Com isso, a espinha dorsal do orçamento público, ou seja, a sustentação principal do planejamento orçamentário é formada pelo binômio, denominado receita-despesa. Atualmente no Brasil, os 4 (quatro) entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) estão submetidos orçamentariamente ao trio de leis específicas, que vinculam de onde virão e para onde vão as entradas financeiras, e a aplicação dos recursos financeiros públicos. E seguindo as regras contábeis, cada ente da federação elabora um desmembramento no orçamento próprio, para a manutenção dos 03 (três) poderes naquela esfera: Executivo, Legislativo e Judiciário. Definindo igualmente, o volume da arrecadação e dos gastos, tanto na forma geral quanto na forma específica (individual) a cada tipo. 24 São eles: O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Cada uma delas possui forma própria, mas todos estão entrelaçados, de maneira a completar-se. O PPA é o planejamento de 04 (quatro) anos; a LDO e a LOA apontam os rumos sempre para o próximo exercício (por ano). A fundamentação jurídica (base legal) para a legislação orçamentária está na Lei 4.320/64 (arts. 2º a 8º e 22 a 33), na Constituição Federal de 1988 (art. 57 e do 165 a 169), na LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000, art. 4º e 48), no Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001, art. 44), na NBCT 16 - Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, e na Legislação de cada ente federativo. PPA – Plano Plurianual O próprio nome já indica que se trata de um plano que atravessa o período de um ano: plurianual. É o chamado planejamento em médio prazo. É a primeira das leis orçamentárias, aprovada no primeiro ano do mandato do Executivo, para viger a partir do segundo ano, por um período de 04 (quatro) anos. Ou seja: No início do mandato (no 1º exercício), o gestor eleito para a chefia do Poder Executivo (prefeito, nos municípios) está obrigado a cumprir o PPA aprovado no mandato an- terior. A partir do segundo ano do mandato, o ente passa a cumprir o PPA renovado, até finalizar seu mandato. Mas o próximo gestor dará continuidade naquele mesmo PPA por mais um ano..., e assim sucessivamente. As duas principais razões são: a) Planejar por um período maior que um ano, para melhor viabilizar as realizações. b) Evitar que no início de outro mandato, sejam interrompidos projetos e obras planejadas pelo antecessor. E os objetivos do Plano Plurianual são: • Definir a orientação estratégica do governo, metas, prioridades e resultados esperados; • Organizar as ações em programas; • Estabelecer relação entre os Programas e a orientação estratégica de governo; 4 • Nortear a alocação de recursos nos orçamentos anuais; • Definir responsabilidades para o gerenciamento e monitoramento dos programas – avaliar resultados obtidos; • Integrar ações desenvolvidas pela União, Estado e Município; • Estimular parcerias público-privadas (fontes de recursos); • Dar transparência à aplicação dos recursos e resultados obtidos. LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias Por certo que o planejamento orçamentário expresso no PPA, não detalha com minúcias a execução, mas apenas estabelece metas, objetivos e diretrizes. É como se na vida particular das famílias, fossem definidas as finanças, resolvendo-se, por exemplo, entre elas, a meta de aplicar parte das entradas em alimentação, nos próximos 04 (quatro) anos. Sem se discriminar em quais e quantos itens, em cada um dos anos. Resumindo, o PPA serve de vetor para as demais leis orçamentárias (LDO e LOA). Com isso, a próxima na ordem de aprovação é a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, que ampliará a discussão sobre a aplicabilidade do PPA, distribuindo as metas, objetivos e diretrizes em cada um dos exercícios. Exemplo: Se no PPA foi escolhido como meta construir uma escola (nos próximos 04 anos), a LDO de um dos exercícios abrangidos por ele definirá quando deverá ser implementada aquela ação: no 1º, 2º, 3º ou 4º ano. Sendo assim, a LDO funciona como um instrumento norteador da elaboração e execução do orçamento (LOA-Lei Orçamentária Anual). Ela indica, inclusive, a metodologia que se utilizará na elaboração da proposta orçamentária anual (LOA), apontando para que se observe a satisfação das necessidades públicas e o equilíbrio entre a receita e a despesa. Nela, na LDO, deverão estar contidas as Metas e os Riscos Fiscais, com advertências formais sobre situações capazes de afetar as contas públicas, e respectivas providências a serem tomadas. Em suma, a LDO compreenderá: • As metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente; • Orientações para elaboração da lei orçamentária anual; • As disposições relativas às despesas do ente público com pessoal e encargos sociais; • A organização e a estrutura dos orçamentos; • As disposições sobre as alterações na Legislação Tributária própria; 4 • As disposições sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; • As disposições sobre o critério e forma de limitação de empenhos; • Deverá estabelecer independentemente de outras disposições legais, condições e exigências específicas para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; • As normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com os recursos dos orçamentos; • Os demonstrativos de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais; • As disposições gerais. LOA – Lei Orçamentária Anual Por outro lado, a LOA – Lei Orçamentária Anual deverá conter um planejamento detalhado, prevendo a arrecadação e os gastos por itens contábeis, denominados de rubricas. Com isso, abre-se a chamada dotação orçamentária, indicando o registro pormenorizado de cada valor arrecadado e cada despesa realizada, de forma individualizada. A Lei Orçamentária Anual verifica as metas previstas no PPA e na LDO, aplicáveis para aquele determinado exercício financeiro, e esmiúça as informações, apontando “de onde vem e para onde vai “os valores financeiros geridos pelo ente público respectivo”“. Voltando aos exemplos práticos comparativos com as despesas pessoais ou familiares, pode-se dizer que o PPA previu gasto de R$1.000,00 com alimentação; a LDO decidiu gastar R$300,00 no próximo ano; e a LOA distribuiu esse valor nos itens que se gastaria: R$50,00 de arroz, R$50,00 de feijão, R$20,00 de macarrão, R$10 de óleo de cozinha, R$5,00 com sal, dentre outros. A LOA divide-se em 3 orçamentos: Orçamento fiscal: gastos com pessoal, custeio da máquina pública, planejamento e execução de obras, aquisição de equipamentos, material permanente, dentre outros. Orçamento de investimentos: indicado no inciso II, §5º, art. 165 da Constituição Federal como sendo para “o investimento das empresas em que a União direta ou indretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto”, é também aplicado pelos outros entes federativos na finalidade de construção de obras, por exemplo. Orçamento de seguridade social: abrange a previdência social, a assistência social e a saúde pública. 4 Na elaboração da Lei Orçamentária, é importante observar as seguintes premissas: • Orçamento visto como instrumento de viabilização do planejamento do governo; • Acompanhamento das despesas que constituem obrigações constitucionais e legais, nos termos do art. 9º, § 2º, da LRF; • Ênfase na análise da finalidade do gasto da Administração Pública, transformando o orçamento em instrumento efetivo de programação, de modo a possibilitar a implantação da avaliaçãodas ações; • Atualização das projeções de receita e de execução das despesas e de elaboração da proposta orçamentária, com o intuito de se atingir as metas fiscais fixadas na LDO; • Elaboração do projeto e execução da LOA, realizadas de modo a evidenciar a transparência da gestão fiscal, permitindo o amplo acesso da sociedade; • Avaliação da execução orçamentária com o objetivo de subsidiar a elaboração da proposta orçamentária, com base em relatórios gerenciais, conferindo racionalidade ao processo; • Ciclo orçamentário desenvolvido como processo contínuo de análise e decisão ao longo de todo o exercício. Por regra, o projeto de lei da proposta orçamentária é desenvolvido pelo Poder Executivo, no âmbito dos setores de Planejamento e de Finanças, mas com relevante envolvimento dos demais setores de gestão, articulando-se as tarefas por cronogramas e etapas. E por obediência aos ditames constitucionais, as leis orçamentárias devem nascer por meio do processo legislativo, por aprovação dos parlamentares. Acesse : https://www.youtube.com/watch?v=z0PoLMrvcjQ http://www.youtube.com/watch?v=z0PoLMrvcjQ 5 4. GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS 4.1 A GESTÃO FINANCEIRA Os recursos financeiros administrados pelos governos brasileiros nos entes federativos são de elevado vulto. Para se ter uma ideia, somente a União administrou mais de 4 (quatro) trilhões de reais em 2019 (vide http://www.portaltransparencia.gov.br/orcamento), resultantes, é claro, das receitas arrecadadas, tanto tributárias quanto não tributárias. Juntando com os demais entes (26 estados, DF e 5.568 municípios), imaginemos o tamanho dos gastos. Em princípio, vale ressaltar que cada ente federativo e cada um dos 3 poderes, possuem autonomia e independência para gerir suas próprias verbas (receitas). Obedecendo, por lógico, as regras aplicáveis individualmente tanto para entrada (receita) quanto para a saída (despesa) desses recursos. Pode se afirmar que a gestão financeira no setor público brasileiro está fundamentada na Lei da Contabilidade Pública (4.320/64) e na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000). Num emaranhado de regramentos, a gestão financeira tem seu início com a verificação da existência de dotação orçamentária. Isto é obrigatório para recebimento de recursos e para saída de recursos. Cada centavo que sai do erário (tesouro público: o dinheiro que o governo possui para gastar) precisa estar previsto desde o exercício (do ano civil) anterior, na respectiva lei orçamentária. Os procedimentos orçamentários, aplicáveis à gestão financeira, possuem a seguinte estrutura: planejamento, controle, transparência e responsabilização (SCARPIN; SLOMSKI, 2005, p.23-39). E ainda, perseguirem a eficiência e eficácia na utilização dos recursos públicos (AMARAL, P. F.; MARINO JUNIOR, J.; BONACIM, C. A. G.,2008, p.1-15) Segundo a doutrina sobre o tema, a gestão financeira controla e opera o ciclo que vai do orçamento, passa pela contabilidade, chegando à auditoria (fiscalização, prestação de contas...). http://www.portaltransparencia.gov.br/orcamento 6 E para organização, registro e controle dos gastos (saídas), a gestão financeira está condicionada a cumprir etapas da despesa, nesses procedimentos abaixo, conforme explicação detalhada no capítulo específico sobre a Contabilidade Pública. • Fixação; • Programação; • Licitação; • Empenho; • Liquidação; • Suprimento; • Pagamento. Para fechar o ciclo geral da gestão financeira no setor público, ela está submetida à prestação de contas aos órgãos competentes do controle externo. Seguindo a evolução social humana, sobretudo após a identificação da figura do estado moderno (povo, território, governo e soberania), a exigência de os governantes ou particulares dar satisfação aos contribuintes sobre o uso e aplicação dos recursos públicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais. Já na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada e aceita por muitos povos na era da Revolução Francesa (1789), consta essa exigência: “Art. 15 – A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente público de sua administração. ” E a Constituição Federal do Brasil de 1988 determina que: Art. 70... [...] Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Todavia, com o avanço da democracia, a transparência pública atualmente possibilita o acompanhamento da gestão financeira pública pela população, pelos meios modernos e eficientes de comunicação. É de se considerar que a Constituição Federal prevê desde 1988 o direito à informação nos 7 órgãos públicos (art.5º, XXXIII) e publicidade como princípio básico da Administração Pública (art. 37, caput). Entretanto, apenas com o advento da Lei da Transparência (LC 131/2009) e da Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), foi de fato que se conseguiu os 2 tipos de transparência pública: • Ativa (o poder público é obrigado a divulgar); e • Passiva (o cidadão pode pedir o que for de seu interesse pessoal ou de interesse coletivo). Após a verificação de compatibilidade orçamentária, vem o planejamento individualizado da despesa. Esta, tão criticada pela população, haja vista que em muitos momentos a ação do Estado (governo) não coincide com o bom resultado, faltando eficácia e efetividade dos gastos e custos aplicados. Nesse planejamento, entendemos que, além dos instrumentos usuais (pesquisas, estudos, projetos, dentre outros), o sistema de informações de custos possa ser excelente ferramenta para a boa gestão financeira nos órgãos públicos, tratado no item a seguir. 4.2 A ADMINISTRAÇÃO DE GASTOS Por certo que esse elevado volume financeiro ainda não é o suficiente para cobrir todos os gastos públicos, forçando os gestores a não realizar certos atos, ações, serviços ou obras. Em alguns casos, o exercício financeiro (um ano civil, de 1º de janeiro a 31 de dezembro, conforme indica a Lei 4.320/64, no art. 34) deixa restos a pagar ou déficit, demonstrando a insuficiência de recursos no período, para satisfazer as despesas realizadas. Além da Lei da Contabilidade Pública (nº 4.320/64), a LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), também pune os responsáveis, em regra, quando ocorrem gastos maiores do que a arrecadação. No entanto, o controle dos gastos continua sendo um grande desafio para os administradores públicos, por ser o caminho mais apontado, como solução para diversos entraves no país. Além da eliminação das irregularidades e desvios de verbas, uma gestão eficiente poderá promover melhores resultados em benefício da população, e ainda possibilitar a redução da carga tributária. Por certo que outras atitudes e medidas devem também ser tomadas, como por exemplo, a redução do tamanho do Estado, que assumiu nos últimos tempos muita responsabilidade social e encargos, que por óbvio exigem cada vez mais recursos financeiros para implementação. 8 Para se ter uma ideia, a Portaria 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão (MOG) do Governo Federal, estabeleceu 28 funções de governo que devem ser utilizadas para classificar o gasto público. Quadro 1: As vinte e oito funções de governo que devem ser utilizadas para classificar o gasto público. Fonte: Próprio autor Ademais, em cada área desta, ampliam-se rapidamente as demandas por novos atendimentos e cuidados do Estado, em razão da escalada de novidades sociais e globais. Como é o caso da educação e saúde, que embora possuam indicações constitucionais para os 9 gastos mínimos de cada ente federativo,exigem mais investimentos, expandindo assustadoramente esses limites, especialmente no âmbito dos Municípios. Mas é totalmente cabível, relevante e viável, a luta pela melhoria na administração dos gastos públicos. Inclusive, numa recente inovação na contabilidade pública, está sendo implantada em todas as esferas de governo a gestão de custos, que é o começo da estrada para a eficiente gerencia dos gastos públicos. A despeito de estar prevista desde 1964 na Lei da Contabilidade Pública (art. 85 da Lei nº 4.320/64), até então, a gestão de custos não é realidade na maioria dos órgãos públicos. Porém, pelo que se imagina, em muito breve ela estará integralmente implementada, pois os órgãos de controle da administração pública (interno: dentro do próprio órgão, para controle preventivo; externo: legislativo, tribunais de contas, ministério público e judiciário) estão exigindo implantação e funcionamento. A base legal está também na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) que determinou a implantação de um sistema de custos que permita a avaliação de resultados, de desempenhos e o acompanhamento das gestões orçamentária, financeira e patrimonial (art. 50, § 3º). Exigiu ainda, que a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá dispor sobre “[...] normas relativas ao controle de custos e à avaliação de resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos” (art. 4, Inciso I, letra “e”). E mais recentemente, o CFC - Conselho Federal de Contabilidade editou a Resolução nº 1.366/11, aprovando a NBC – Norma Brasileira de Contabilidade T 16.11 e exigindo a implantação do Sistema de Informações de Custos do Setor Públicos. Na gestão de custos, o órgão público planeja seus gastos, analisando a mais eficiente e econômica medida para sanar aquela necessidade, uma a uma. Com isso, imagina-se que muito se avançará na gestão de gastos. Mas além dela, outras iniciativas estão sendo implantadas para igualmente aprimorar a aplicação dos recursos públicos. O satisfatório funcionamento das instituições de controle interno e externo, verdadeiros vetores de prevenção, eficiente fiscalização e exemplar responsabilização, purifica o desvio do dinheiro público (por falhas ou má-fé), resultando no correto direcionamento do gasto. A participação do povo nos atos de governo são, de idêntica forma, elementar instrumento de otimização dos gastos. 10 BIBLIOGRAFIA BRASIL. 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