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Exame Físico Geral - SEMIOLOGIA (Porto)

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SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
1 
 
Exame físico geral 
 O exame físico pode ser dividido em 2 etapas, a geral 
e a específica. Na primeira são obtidos dados gerais do 
paciente, independentemente dos vários sistemas 
orgânicos ou segmentos corporais. A segunda etapa é 
específica para cada sistema. 
 
Semiotécnica 
 Deve-se primeiro examinar o paciente sentado, ao 
menos que o paciente seja incapaz de permanecer nessa 
posição. Algumas etapas do exame físico exigem do 
paciente ficar em outras posições. 
 
Itens do exame físico geral 
1. Estado geral 
a. BEG (Bom Estado Geral) 
b. REG (Regular Estado Geral) 
c. MEG (Mau Estado Geral) 
2. Nível de consciência 
a. Consciente 
b. Inconsciente 
c. Semi-consciente (obnubilado) 
d. Orientado no tempo e quanto ao espaço em que se 
encontra 
e. Desorientado 
3. Fala e linguagem 
4. Hidratação 
5. Altura e medidas antropométricas 
6. Peso 
7. Estado nutricional 
a. BEN (Bom Estado Nutricional) 
b. REN (Regular Estado Nutricional) 
c. MEN (Mau Estado Nutricional) 
8. Desenvolvimento físico 
9. Fáscies 
10. Atitude e decúbito preferido no leito 
11. Pele mucosas e fâneros 
12. Tecido células subcutâneo e panículo adiposo 
13. Musculatura 
14. Movimentos involuntários 
15. Enfisema subcutâneo 
16. Exame dos linfonodos 
17. Veias superficiais 
18. Circulação colateral 
19. Edema 
20. Temperatura 
21. Postura ou atitude na posição de pé 
22. Biotipo ou tipo morfológico 
23. Marcha 
 
 
Estado geral 
 É o que o paciente aparenta visto em sua tonalidade. 
Trata-se de uma característica subjetiva, nem sempre 
associada à gravidade de sua doença. 
• BEG: ausência de sinais de sofrimento/instabilidade 
• REG: paciente não está bem em algum aspecto; 
podendo estar claramente cansado, emagrecido. Não 
apresenta cianose, palidez, dispneia. 
• MEG: paciente com fadiga extrema, sem condições de 
diálogo, debilitado e instável hemodinamicamente. 
 O estado geral pode servir como alerta quando ocorre 
deterioração do estado do paciente durante alguma 
enfermidade; ou então também na situação inversa, em 
que a melhora do estado indica uma boa reação do 
organismo. 
 
Nível de consciência e orientação 
 Informações simples e corriqueiras, presentes no 
decorrer de toda interação com o paciente. Essa avaliação 
implica questões neurológicas e psiquiátricas. Os níveis de 
consciência são: 
• Paciente consciente: estado de vigília 
• Paciente semiconsciente: confusão metal, 
chamado de estado obnubilado 
• Inconsciente: em coma 
 O paciente deve estar orientado em relação ao tempo, 
ao espaço e a si próprio, devendo ser capaz de responder 
adequadamente aos estímulos ambientais. 
• Desorientação em relação ao tempo: associada a 
ansiedade, depressão e síndrome cerebral 
orgânica 
• Desorientação em relação ao espaço: distúrbios 
cerebrais orgânicos, distúrbios psiquiátricos 
• Desorientação em relação a si próprio: trauma 
cerebral, convulsões e amnésia 
 Para o exame do nível da consciência, deve -se 
considerar os seguintes fatores: 
• Perceptividade: capacidade para responder 
perguntas simples (Que dia é hoje?) ou informar 
aspectos corriqueiros (nome de familiares, 
endereço...) 
• Reatividade: estímulos inespecíficos (ex: desviar os 
olhos e a cabeça para num ponto no qual é 
provocado um barulho). 
• Deglutição: capacidade de levar alimentos à boca e 
degluti-los 
• Reflexos: resposta às manobras de alguns reflexos 
tendinosos 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
2 
 
 Os níveis inesperados de consciência são: 
• Confusão: resposta inadequada ao 
questionamento. Alcance da atenção e da 
memória reduzidos 
• Letargia: indivíduo sonolento. Quando acordado, 
responde apropriadamente 
• Delírio: confuso, e com percepções desordenadas 
• Estupor: indivíduo pode ser despertado por curtos 
períodos de tempo em relação aos estímulos 
visuais, dolorosos ou verbais. Respostas lentas 
• Coma: inconsciente. Paciente pode ser 
descerebrado em relação aos estímulos dolorosos 
 A escala usada para quantificar a consciência do 
paciente é a Escala de Coma de Glasgow; ela avalia o 
funcionamento do córtex cerebral e do TE por meio de 
respostas verbais, motoras e abertura ocular a estímulos 
específicos. Avalia a melhora ou a deterioração do nível de 
consciência do paciente. 
 A escala de Glasgow é graduada de 3 (coma profundo) 
a 15 (ótimo nível de consciência). A escala é pontuada de 
acordo com a soma dos seguintes pontos nos fatores: 
abertura dos olhos, resposta verbal e resposta motora. 
Fala e linguagem 
 A fala depende de mecanismos complexos, que 
englobam a laringe, músculos da fonação e a elaboração 
nervosa. As alterações da fala classificam-se da seguinte 
maneira: 
• Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz causado 
por algum problema no órgão fonador; a voz fica rouca, 
fanhosa ou bitonal 
• Dislalia: alterações na fala, como troca de letras, 
gagueira e a taquilalia 
• Disartria: alterações nos músculos da fonação, 
incoordenação cerebral, hipertonia no parkinsonismo 
ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar) 
• Disfasia: alterações na fala em que apresenta 
problemas na elaboração cortical da fala → alterações 
mínimas até a perda total da fala; pode ser de 
recepção/sensorial (paciente não entende o que se diz 
a ele), de expressão/motora (paciente entende, mas 
não consegue se expressar) ou misto. 
• Outros distúrbios: retardo do desenvolvimento da fala 
na criança, disgrafia (perda da capacidade de escrever) 
e a dislexia (perda a capacidade de ler). 
 
Hidratação 
 Um paciente hidratado apresentará oferta de líquidos 
e eletrólitos de acordo com as necessidades do organismo 
e não haverá perdas extras (diarreia, vômitos, sudorese) 
sem reposição. 
 Para avaliar, deve-se observar a reserva salivar 
(lanterna clínica), lacrimal (com o uso da lanterna 
obliquamente fica brilhoso), turgor cutâneo e elasticidade 
cutânea (pinça o dorso da mão → retorno rapidamente da 
pele), diminuição abrupta de peso, sede, oligúria, excitação 
psíquica ou abatimento e estado geral comprometido; 
 
 A desidratação pode ser classificada de acordo com a 
intensidade: 
• Leve ou de 1º grau: perde de peso de até 5% 
• Moderada ou de 2º grau: perda de peso de 5 a 15% 
• Grave ou de 3º grau: perda de peso acima de 10% 
 
Altura e outras medidas antropométricas 
 Nos indivíduos com menos de 20 anos, é feita a 
medida da altura do paciente e compara-se o valor com 
outros valores tabulados, levando-se em conta a idade e 
sexo. 
 Outras medidas importantes para pessoas em 
desenvolvimento são: 
• Envergadura: distância ente os membros superiores 
quando em abdução de 90º 
• Distância pubovértice: distância entre a sínfise pubiana 
e o ponto mais alto da cabeça 
• Distância puboplantar: medida entre a sínfise pubiana e 
a planta dos pés 
 
Estado nutricional e Peso 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
3 
 
 A alimentação e o estado nutricional podem ser o 
caminho para um estado de saúde adequado e boa 
qualidade de vida. Os equipamentos necessários para 
saber esse estado são: balança, medidor de altura, 
adipômetro e fita métrica rígida. Na avaliação é observado 
peso, musculatura e panículo adiposo. 
 O peso deve ser comparado com os valores 
considerados normais em relação ao sexo, idade e altura. 
 O peso na idade adulta é classificado da seguinte 
maneira: 
• Peso ideal: valores tabelados; para aproximação, pode 
se utilizar a regra simples de Broca → o peso ideal se 
aproxima do número de centímetros que excede u 
metro de altura e se expressa em kg (ex: homem de 1,70 
deve tem peso ideal ao redor de 70 kg, para mulheres 
diminui-se 5% do valor encontrado) 
• Peso máximo normal: soma-se 5 a 10% ao peso ideal, 
dependendo do biotipo 
• Peso mínimo normal: subtraem-se 5 a 10% ao peso ideal 
 
 IMC (Índice de massa corpórea) 
 O IMC é uma fórmula que pode ser utilizada para 
avaliar o estado nutricional e a gordura corporal total; é 
medida pelo peso do paciente (kg) dividido pela sua altura 
elevada ao quadrado(m2); para adultos espera-se IMC 
entre 20-24,9. O ideal é acompanhar o indivíduo ao longo 
do tempo para diagnóstico precoce de distúrbios 
nutricionais ou doenças. 
 
 
 Circunferência abdominal 
 Além disso, pode-se medir a Circunferência Abdominal 
(CA) → substitui a antiga relação cintura/quadril. Pessoas 
com peso normal (IMC), mas com CA aumentada se 
enquadram em classificação de alto riso para doenças 
cardiovasculares. Os seus valores normais são: 
• CA normal em mulheres: < 89 cm 
• CA normal em homens: < 102 cm 
 Uma CA elevada demonstra maiores chances para 
dislipidemia, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças CV. 
 A medida do CA é feita usando a fita métrica medindo 
a cintura no ponto médio entre a margem costal e a crista 
ilíaca. A tendência de detectar alterações é bem maior em 
homens, pois eles têm maio tendência em acumular 
gordura no abdômen. 
 
 Relação cintura-quadril (RCQ) 
 Para obtê-lo, mede-se a circunferência da cintura em 
um ponto médio entre o final dos arcos costais; já a do 
quadril, no nível das espinhas ilíacas anteriores, depois, 
divide-se o C/Q. Os valores considerados normais são: 
• Mulheres: RCQ < 0,8 
• Homens: RCQ < 0,9 
 
 Obesidade central ou periférica 
 No homem, a gordura tende a se armazenar na parte 
superior do corpo ou na região abdominal → obesidade 
tipo androide ou central (morfologia tipo maçã). 
 Na mulher, o acúmulo de gordura predomina nos 
quadris e nas coxas → obesidade do tipo ginecoide ou 
periférica (corpo lembra uma pera) 
 
 
 Pode ser utilizado também a espessura da dobra 
cutânea do tríceps, que é uma medição da dobra de 
gordura, a qual fornece outro parâmetro para avaliar o 
estado nutricional do paciente. O paciente deve flexionar o 
braço direito em ângulo reto; examinador fica atrás do 
paciente; paciente com braço pendente e relaxado; sentir 
a musculatura do tríceps e, então, com o polegar e o 
indicador pegar a dobra cutânea e medir com o 
adipômetro. 
 
 Desnutrição 
 É uma condição na qual o peso está abaixo dos valores 
mínimos normais, a musculatura é hipotrófica e o panículo 
adiposo escasso. 
 Nessa condição, a pele se torna seca e rugosa; cabelos 
e pelos mudam de cor, se tornam finos, secos e 
quebradiços; olhos ficam secos, com perda de reflexo da 
luz; fotofobia e diminuição das lágrimas. 
 O critério de Gomez classifica o estado de desnutrição, 
que se baseia no déficit de peso em relação ao padrão 
normal: 
• Desnutrição de 1º grau: déficit de peso superior a 10% 
• Desnutrição de 2º grau: déficit de peso superior a 25% 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
4 
 
• Desnutrição de 3º grau: déficit de peso superior a 40% 
 Todavia, vale salientar que essa classificação não 
pressupõe a altura do paciente (crianças de baixa estatura 
apresentam desvantagem), exame da musculatura e 
panículo adiposo. 
 
Fáscies 
 São os conjuntos de dados exibidos na face do 
paciente. Certas doenças imprimem na face traços 
característicos, em que a simples observação pode trazer 
um diagnóstico. Os principais tipos de fácies são: 
• Fácies normal ou atípica: sem expressões ou traços 
anatômicos que sejam características de uma 
determinada condição 
• Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e 
inexpressivos; o nariz afila-se e os lábios ficam 
adelgaçados; ocorre uma palidez cutânea discreta e 
cianose labial → indica doença grave 
 
• Fácies renal: edema predominante ao redor dos olhos; 
palidez cutânea → doenças difusas dos rins (síndrome 
nefrótica e glomerulonefrite difusa aguda) 
 
• Fácies leonina: pele espessa, com grande número de 
lepromas; supercílios caem, o nariz se espessa e se 
alarga, ocorredo colabamento da sua cartilagem; lábios 
grossos e proeminentes; bochechas e o mento se 
deformam com o aparecimento dos nódulos → 
indicativo de Haseníase wirchoviana 
 
• Fácies alenoidiana: nariz pequeno e afilado; boca 
sempre entreaberta → Pessoas que tem uma respiração 
bucal (hipertrofia das adenoides), em que o rosto fica 
alongada e oval 
 
• Fácies parkinsoniana: cabeça inclinada para frente; 
olhar fico, supercílios elevados e fronte enrugada. 
Fisionomia impassível → observada na doença de 
Parkinson 
 
• Fácies: basedowiana: olhos salientes (exoftalmia) e 
brilhantes; rosto magro; aspecto de espanto e 
ansiedade; presença de bócio → indicativo de 
hipertireoidismo 
 
• Fácies mixedematosa: rosto arredondado, nariz e lábios 
grossos, pele seca e espessa; supercílios escassos e 
cabelos secos e sem brilho → hipotireoidismo ou 
mixedema 
 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
5 
 
• Fácies acromegálica: saliência das arcadas 
supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e 
desenvolvimento do maxilar inferior; aumento do 
tamanho do nariz, lábios e orelhas → indicativo de alta 
produção de GH 
 
• Fácies cushingoide ou de lua cheia: arredondamento do 
rosto; aparecimento de acne → síndrome de Cushing 
por hiperfunção do córtex suprarrenal ou uso excessivo 
de corticoides 
 
• Fácies mongoloide: prega cutânea (epicanto) que torna 
os olhos oblíquos, distantes um do outro; rosto 
arredondado, boca quase sempre entreaberta e 
expressão fisionômica de pouca inteligência → 
Síndrome de down 
 
• Fácies de Depressão: Cabisbaixo, os olhos com pouco 
brilho e fixos em um ponto distante; olhar permanece 
voltado para o chão. O sulco nasolabial se acentua, e o 
canto da boca se rebaixa. O conjunto fisionômico 
denota indiferença, tristeza e sofrimento moral 
• Fácies pseudobulbar: súbitas crises de choro ou riso, o 
que leva ao paciente a tentar contê-las, dando aspecto 
espasmódico à fácies → paralisia pseudobulbar 
• Fácies da paralisia facial periférica: assimetria da face; 
impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento 
da boca para o lado são e apagamento do sulco 
nasolabial 
 
• Fácies miastênica ou de Hutchinson: ptose palpebral 
bilateral, testa franzida→ miastenia gravis e outras 
miopatias 
 
Atitude 
 É a posição adotada pelo paciente de forma 
involuntária, no leito ou fora dele, por comodidade, hábito 
ou com o objetivo de conseguir alívio para algum 
padecimento. 
• Ortopneia: paciente fica sentado na beira da cama, 
com os pés apoiados no chão e as mãos no colchão 
→ não consegue deitar, pois dá falta de ar. Pode 
indicar insuficiência cardíaca, asma e ascites 
volumosas 
• Genupeitoral: paciente posiciona-se de joelhos 
com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a 
face anterior do tórax (peito) põe-se e contato com 
o solo ou chão. Pode indicar derrame pericárdico, 
pois essa posição facilita o enchimento do coração 
• Cócoras: Pode indicar cardiopatias cianóticas 
(apresenta melhora da circulação sanguínea) 
• Parkinsoniana: o paciente apresenta uma 
rigidez para iniciar o movimento e ao 
caminhar, parece estar correndo atrás do seu 
próprio eixo de gravidade 
 
Decúbito preferencial 
 É a posição que o paciente adota 
voluntariamente no leito: 
• Decúbito lateral: ocorre na dor pleurítica, se deitar 
do lado da dor melhora o sintoma 
• Decúbito dorsal com perna fletidas: em processos 
inflamatórios pelviperitoneais pode melhorar a dor 
• Deitar-se com a barriga para a frente: dor 
lombar/cólica 
 
Mucosas 
 É importante avaliar as conjuntivas dos olhos, lábios-
bucal, línguas e gengiva. É importante observar a coloração 
das mucosas (hipocorado, normocorado, hipercorado, 
cianose ou icterícia), umidade e presença de lesões. 
 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
6 
 
Pele e fâneros 
 Observar a coloração (palidez, eritrose, fenômeno de 
Reynaud, cianose, palidez e eritrose, cianose, icterícia e 
albinismo), umidade, textura, espessura, temperatura, 
elasticidade, turgor e sensibilidade. 
 Os fâneros podem indicar algum problema também, 
como a perda de pelos em regiões que deveriam 
apresentá-los. 
 Algumas lesões elementares que pode ser encontrada 
na pele são: mácula (lesão no nível da pele), pápula (lesão 
acima da pele), nódulo, urticária, vegetação (pápula de 
superfície irregular), vesícula (pápula com conteúdo líquido 
menor que 1 cm),bolha, cicatriz, pústula, abscesso, 
ulceração, fissura, fístula, crosta e escara. 
 
Musculatura 
 Emprega-se a inspeção e palpação na avaliação da 
musculatura. Deve-se analisar todos os grupos musculares, 
pois algumas condições afetam todos os músculos, e 
outras, apenas alguns grupos. 
 Na inspeção, basta olhar a superfície corporal com o 
paciente em repouso, observando as massas musculares 
mais volumosas. A palpação é feita em forma de pinça com 
o músculo relaxado (troficidade do músculo → massa 
muscular) e depois semiflexionado (tonicidade → estado 
de semicontração). 
 A troficidade pode ser classificada como: normal, 
hipertrófica ou hipotrófica. Já a tonicidade: tônus normal, 
hipertonicidade ou hipotonicidade. 
 
Movimentos involuntários 
 Alguns movimentos involuntários são constantes, 
enquanto outros acontecem somente em crises. Os 
principais são: 
• Tremores: podem ser diferenciados em: de repouso, de 
postura (quando o paciente adota alguma posição), de 
ação (quando faz alguma ação) ou vibratório. Para 
identificá-los, pede-se que o paciente estenda os dois 
braços, deixe as palmas voltadas para baixo e os dedos 
abertos, bem como, pede-se que ele leve o indicador ao 
nariz 
• Movimentos coreicos: são movimentos involuntários, 
amplos, desordenados, de ocorrência inesperada e 
arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Os dois tipos 
clínicos mais encontrados são 
o Coreia de Sydenham: tem etiologia infecciosa e 
relaciona-se com a moléstia reumática 
o Coreia de Huntington: distúrbio neurológico 
hereditário raro que se caracteriza por movimentos 
corporais anormais e incoordenação. 
• Movimentos atetósicos: são involuntários que ocorrem 
nas extremidades, sendo lentos e estereotipados, 
lembrando movimentos dos tentáculos do polvo. A 
causa é por lesões dos núcleos da base. 
• Hemibalismo: movimentos abruptos, violentos, de 
grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a 
uma metade do corpo. 
• Mioclonias: contrações musculares breves, rítmicas ou 
arrítmicas, localizadas ou difusas, que acometem um 
músculo ou grupo muscular. São causados por 
neurônios subcorticais. 
• Mioquinas: contrações fibrilares de tipo ondulatório 
que surgem em músculos íntegros. Não apresenta, 
significado patológico. 
• Asterix: movimentos rápidos, que ocorrem nos 
segmentos distais e apresentam certa semelhança com 
o bater de asas das aves. O paciente deve estender o 
braço e superestender as mãos, formando um ângulo de 
90º, o médico força para trás as mãos do paciente para 
ver o movimento. É comum em insuficiência hepática. 
• Tiques: movimentos repetidos sucessivamente. Podem 
ser simples ou complexos, bem como ser até vocais. 
• Convulsões: movimentos musculares súbitos e 
incoordenados, involuntários e paroxísticos, que 
ocorrem de maneira generalizada. Podem ser tônicas 
(imobilização das articulações), clônicas (rítmicas) ou 
tônico-clônicas. 
• Tetania: crises tônicas involuntárias quase sempre 
localizadas nas mãos e pés. Ocorre nas hipocalcemias e 
na alcalose respiratória por hiperventilação 
• Fasciculações: contrações breves, arrítmicas e limitadas 
a um feixe muscular 
• Discinesias orofaciais: movimentos rítmicos, repetitivos 
e bizarros, que comprometem a face, boca, mandíbula 
e língua, sendo expresso na forma de caretas. Ocorre 
em psicoses de longa duração e uso prolongado de 
fenotiazinas. 
• Distonias: movimentos atetoides, mas costumam 
envolver porções maiores do corpo 
 
Linfonodos 
 É importante ser feita a palpação dos linfonodos afim 
de analisar algum inchaço ou inflamação presente neles, o 
que pode ser indicativo de infecção, neoplasia ou 
alterações sistêmicas. É importante que seja utilizado os 
dedos indicador, médio e anelar para a palpação 
• Cabeça e pescoço 
o Occipitais: projeção do osso occipital 
o Auriculares posteriores 
o Parotidianos: pré e infra-autriculares 
o Submaxilares 
o Submentonianos 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
7 
 
o Cervicais superficiais (sobre o ECM), posteriores 
(atras da borda lateral do ECM) e profundos (anterior 
da borda medial do ECM) 
o Supraclaviculares 
 
• Axila 
o Anteriores: embaixo do músculo peitoral 
o Médios: oco axilar 
o Posteriores: abaixo da escápula 
 
• Virilhas: superficiais, próximos da artéria inguinal 
 
 Os gânglios drenam determinadas partes do corpo, 
sendo importante saber essas áreas, pois assim se tem uma 
ideia de onde está a alteração que está fazendo a alteração 
do volume daquela determinada cadeia ganglionar. 
Alterações sistêmicas vão levar ao aumento dos gânglios 
como um todo. 
 As características semiológicas que devem ser 
observadas nos linfonodos são: localização, tamanho (em 
centímetros), volume, consistência (fibroelástico 
(linfonodo residual ou inflamatório), endurecido 
(neoplasia) ou pontos de flutuação (suturação do 
linfonodo), mobilidade (linfonodos fixos estão relacionados 
à malignidade) e sensibilidade (linfonodos dolorosos são 
inflamatórios). 
 
Veias superficiais 
 É importante avaliar o sistema venoso do paciente, 
principalmente dos membros. É verificado o trajeto, calibre 
das veias, estado da parede, estado da pele circunjacente, 
direção do fluxo, sensibilidade (dor ou ausência de 
sensibilidade), presença de frêmito (sensação tátil de um 
sopro→turbilhonamento do sangue), varizes e turgência 
jugular. 
 
Circulação colateral 
 É a presença de circuito venoso anormal visível ao 
exame de pele. Uma circulação colateral indica dificuldade 
ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos 
venosos principais → o sangue desvia para colaterais 
(contorna o local ocluído, parcial ou totalmente). 
 É importante localizar na circulação colateral a sua 
localização e a direção do fluxo sanguíneo. A direção é 
determinada com a compressão dos dois indicadores um 
mesmo segmento da veia analisada; em seguida, os dedos 
vão se afastando lentamente, de modo a deslocar a coluna 
sanguínea daquele segmento venoso; quando os dedos 
estiverem separados em cerca de 5 a 10 cm, um dos dedos 
deve ser retirado e observa-se se ocorre enchimento do 
segmento; se for positivo, a direção está indo para o dedo 
que ficou ainda pressionando; se negativo, a direção está 
no sentido do dedo que foi retirado. O teste deve ser feito 
2 ou 3 vezes. 
 
 A circulação colateral pode ser de 4 tipos: 
• Tipo braquiocefálica: se ocorrer uma obstrução das 
veias braquicefálicas, ocorre o aparecimento de veias 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
8 
 
superficiais ingurgitadas em toda a parte superior da 
face anterior do tórax, com o sangue fluindo de fora 
para dentro, na direção das veias mamárias, 
toracoaxilares e jugulares anteriores. Isso pode ocorrer 
em neoplasias de gânglios e em aneurismas da crosta da 
aorta. 
 
• Tipo cava superior: a rede venosa vai se distribuir na 
metade superior da face anterior do tórax; a direção do 
fluxo é toracoabdominal, indicando que o sangue 
alcança a veia cava inferior através das veias xifoidianas 
e torácicas laterais superficias 
 
• Tipo cava inferior: a circulação vai se concentrar na 
parte inferior do abdome, região umbilical, flancos e 
face anterior do tórax; o sangue fluirá do sentido 
abdome-tórax à procura da veia cava superior. 
 
• Tipo porta (em cabeça de medusa): o obstáculo pode 
estar situado nas veias supra-hepáticas, no fígado ou na 
veia porta; a rede venosa vicariante localiza-se na face 
anterior do tronco; a direção do fluxo é do abdômen 
para o tórax, a procura da veia cava superior através das 
veias xifoidianas e torácicas laterais. O umbigo é o ponto 
central e o trajeto do sangue forma uma imagem de os 
raios de uma roda, que sai de dentro para fora. 
 
 
Edema 
 É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial 
ou no interior das próprias células, sendo o edema cutâneo 
o mais relevante para o exame geral. 
 A investigação do edema tem início na anamnese, 
quando se indaga sobre tempo de duração, localização e 
evolução. No exame físico completa-se a análise, 
investigando-seos seguintes parâmetros: 
• Localização e distribuição: observar se o edema é 
localizado ou distribuído pelo corpo 
• Intensidade: emprega-se a técnica de com a polpa 
digital do polegar ou do indicador, faz-se uma 
compressão, firme e sustentada, de encontro a uma 
estrutura rígida subjacente à área em exame, seja a 
tíbia, o sacro ou os ossos da face → ao retirar o dedo, 
vê-se uma depressão no local (a fóvea), a qual, sua 
profundidade, determina a intensidade do edema 
(graduado em cruzes → +, ++, +++ e ++++). Outra 
maneira de avaliar a magnitude do paciente é pesando-
o diariamente (variações bruscas no peso significam 
retenção ou eliminação de água) 
• Consistência: a mesma manobra utilizada para a 
intensidade é utilizada para avaliar a consistência, 
classificado em dois tipos: 
o Edema mole: facilmente depressível → significa 
retenção hídrica de retenção não muito longa 
o Edema duro: maior resistência para a formação da 
fóvea → proliferação fibroblástica que ocorre nos 
edemas de longa duração ou que se acompanharam 
de repetidos surtos inflamatórios 
• Elasticidade: é observada na volta da pele à posição 
primitiva após a compressão com o dedo. Pode ser 
dividido em: 
o Elástico: pele retorna imediatamente à sua situação 
normal → típico dos edemas inflamatórios 
o Inelástico: a pele demora a voltar 
• Temperatura: usa-se o dorso das mãos e há 3 
possibilidades: 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
9 
 
o Temperatura normal: desprovido de significado 
especial 
o Quente: edema inflamatório 
o Frio: comprometimento da irrigação sanguínea 
daquela área 
• Sensibilidade da pele circunjacente: com a digitopressão 
feita, é observado se o edema é doloroso (inflamatório) 
ou indolor 
• Outras características: mudança de coloração da pele 
(palidez, cianose ou vermelhidão), textura e espessura 
da pele 
 
 
Edema dos membros inferiores. Em uma das pernas podem ser vistas as 
depressões provocadas por digitopressão. 
 
 As principais causas de edema são síndrome nefrítica 
e nefrótica, pielonefrite (edemas renais→edemas 
generalizados, predominantemente faciais), insuficiência 
cardíaca (generalizado, predominando nos membros 
inferiores, presente mais no final da tarde), cirrose 
hepática, hepatite crônica, desnutrição proteica, edema 
alérgico, gravidez, toxemia gravídica, obesidade, 
hipotireoidismos e medicamentos. 
 
Temperatura corporal 
 Os valores térmicos estão aumentados em certas 
condições, tais como refeições, exercícios físicos intensos, 
gravidez ou ovulação. 
 
 Regulação da temperatura corporal 
 O calor gerado no interior do corpo é propagado para 
a superfície por meio dos vasos sanguíneos subcutâneos; 
pouco calor se difunde para a superfície devido à camada 
de tecido adiposo. 
 A condução de calor da parte interna do corpo para a 
pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e 
das anastomoses arteriovenosas. 
 Na superfície corporal, o calor é transferido para o 
meio externo por 3 meios: 
• Irradiação (60%): ocorre quando a temperatura 
corporal é ↑ que o ambiente 
• Condução (3%): quando a pele está em contato com 
algo frio (ar, água gelada, um sólido e etc.); com relação 
ao ar frio, a velocidade de perda de calor é limitada pela 
velocidade com que o ar circula (convecção – 15%) 
• Evaporação (22%): a energia cedida pelo corpo faz com 
que a água (suor) que esteja em contato evapore, 
levando o calor junto. 
 A temperatura do corpo é regulada quase 
inteiramente por mecanismos nervosos de 
retroalimentação que operam por meio do centro 
termorregulador, localizado no hipotálamo (neurônios 
termossensíveis na área pré-óptica do hipotálamo). A 
regulação termostática do frio é feita por receptores 
situados na medula espinal e pele. 
 Os estímulos que atingem os receptores periféricos 
são transmitidos ao hipotálamo posterior, no qual são 
integrados com os sinais dos receptores pré-ópticos para 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
10 
 
calor, originando impulsos eferentes no sentido de 
produzir ou perder calor. Este centro de controle de 
regulação da temperatura é o chamado termostato 
hipotalâmico. Quando a temperatura corporal atinge 37°C 
inicia-se a sudorese, que a partir deste ponto aumenta 
rapidamente com um mínimo de elevação na temperatura 
corporal. A taxa de produção de calor é reduzida a partir 
deste instante. 
 O aquecimento da área termostática aumenta a 
eliminação de calor do corpo por dois meios: 
• Estimulação das glândulas sudoríparas 
• Vasodilatação dos vasos cutâneos 
 Já o efeito de resfriamento abaixo de 37ºC, causa a 
ação de mecanismos para conservar o calor corporal: 
• Vasoconstrição da pele 
• Piloereção (retêm o calor entre os pelos e abolir a 
transpiração) 
 
 Locais de verificação da temperatura e valores 
normais 
 Os locais de avaliação de temperatura são: 
• Axilar: é o mais comum no brasil, sendo que a axila e o 
termômetro devem ser higienizados. Temperatura 
normal: 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C 
• Oral: é feito pela colocação do termômetro na região 
sublingual; os termômetros são individuais. 
Temperatura normal: 36 a 37,4°C 
• Retal: feita pela aplicação do termômetro especial na 
ampola retal. Temperatura normal: 36 a 37,5°C 
• Timpânico: local de eleição da mensuração da 
temperatura central 
• Arterial pulmonar, esofágico, nasofaringiano e vesical: 
menos comuns 
 
 Febre 
 É o estado de temperatura corporal acima da faixa de 
anormalidade. 
 Pode ser causada por: 
• Transtornos no próprio cérebro 
• Substâncias tóxicas que influenciam os centros 
termorreguladores: essas toxinas podem ser derivadas 
de bactérias ou proteínas liberadas por tecido em 
degeneração, sendo chamadas de pirogênios. Essas 
substâncias, ao serem liberados na circulação, alcança o 
sistema nervoso central e estimulam a liberação de 
prostaglandinas no cérebro, em particular na área pré-
óptica hipotalâmica. 
 Essas causas fazem uma desregulação do ponto de 
ajuste do termostato hipotalâmico, em que ele é elevado a 
um nível mais alto que o normal. Sendo assim, todos os 
mecanismos de regulação da temperatura corporal são 
postos em ação (conservação e aumento da produção e 
calor). 
 Na febre, a produção de calor não é inibida, mas a 
dissipação do calor está ampliada pelo fluxo sanguíneo 
aumentado através da pele e pela sudorese. 
 Com relação ao significado biológico da febre, ela é 
mais um sinal de alerta do que um mecanismo de defesa, 
pois na maioria da doenças infecciosas o aumento da 
temperatura do corpo não aumenta mecanismos de defesa 
(fagocitose, produção de anticorpos e etc.); algumas 
exceções são neurosífilis, infecções gonocócicas e 
brucelose crônica. 
 Outrossim, a febre ainda apresenta efeitos nocivos, 
como: ↑ (aumenta) a velocidade dos processos 
metabólicos, ↑ a perda de peso, ↑ a frequência do 
coração, causa sudorese (agrava a perda de líquidos e sais), 
mal-estar, fotofobia, cefaleia, indisposição, calafrios e etc. 
 
OBS! A febre não é apenas um sinal, constituindo, na 
verdade, parte de uma síndrome (síndrome febril) na qual, 
além de elevação da temperatura, ocorrem vários outros 
sintomas e sinais, cujo aparecimento e intensidade variam 
em relação direta com a magnitude da hipertermia, 
destacando-se astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, 
taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, 
sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e até 
convulsões, principalmente em recém-nascidos e crianças. 
 
 Patogenia da febre 
 A febre é causada por processos patológicos, doenças 
neoplásicas, acidentes vasculares, distúrbios metabólicos e 
processos inflamatórios, os quais todos apresentam lesão 
tecidual em comum. 
 
 Características semiológicas da febre 
1. Início: pode ser súbito (geralmente a sensação de 
calafrio são os primeiros sintomas → ex: dengue) ou 
gradual (normalmente predominam algum outro 
sintoma, como cefaleia, sudorese ou inapetência → ex: 
tumor) 
2. Intensidade: depende da causa e da capacidade de 
reaçãodo organismo (pacientes em mau estado geral 
ou pessoas idosas tendem a não ter febre ou ser 
mínima); existe a seguinte classificação de acordo com 
o nível da temperatura axilar: 
a. Febre leve ou febrícula: até 37,5°C 
b. Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C 
c. Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C 
3. Duração: febre prolongada é aquela que permanece por 
mais de 1 semana (ou 10 dias → depende da 
referência), sendo contínua ou não 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
11 
 
4. Evolução: é feta uma espécie de gráfico térmico com os 
valores da febre em cada dia; a febre é anotada 
geralmente 1 ou 2x o dia, mas pode variar; a partir do 
gráfico se classifica tipos de febre: 
 
a. Febre contínua: aquela que permanece sempre 
acima do normal com variações de até 1 °C e sem 
grandes oscilações 
b. Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito 
altos intercalados por temperaturas baixas ou 
períodos de apirexia. Não há qualquer caráter cíclico 
nestas variações 
c. Febre remitente: há hipertermia diária, com 
variações de mais de 1 °C e sem períodos de apirexia 
d. Febre intermitente: nesse tipo, a hipertermia é 
ciclicamente interrompida por um período de 
temperatura normal; isto é, registra-se febre pela 
manhã, mas esta não aparece à tarde (tipo → 
cotidiana); ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro, 
não (tipo → terçã); ou o período de apirexia dura 2 
dias (tipo → quartã) 
e. Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por 
período de temperatura normal que dura dias ou 
semanas até que sejam interrompidos por períodos 
de temperatura elevada 
5. Término: pode ser conceituada em dois tipos: 
a. Crise: quando a febre desaparece subitamente (ex: 
malária). Neste caso costumam ocorrer sudorese 
profusa e prostração 
b. Lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo 
gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a 
dia, até alcançar níveis normais 
 
 Causas de febre 
 As doenças causadoras de febre podem ser divididas 
em três tipos: 
• Por aumento da produção de calor, como ocorre no 
hipertireoidismo (atividade aumentada da glândula 
tireoide) 
• Por bloqueio na perda de calor, como acontece na 
insuficiência cardíaca congestiva, na ausência congênita 
das glândulas sudoríparas (produtoras de suor) e em 
certas doenças da pele (p. ex., ictiose) 
• Por lesão dos tecidos, grupo no qual se inclui a maioria 
das doenças febris, ou seja: 
o Todas as infecções por bactérias, protozoários, vírus 
e processos inflamatórios de fundo imunoalérgico; 
existe um grupo de doenças infecciosas que têm 
como características a febre prolongada, são elas -→ 
tuberculose, endocardite infecciosa, brucelose, 
Salmonelose, infecções piogênicas, amebíase, 
esquistossomose, malária e Doença de Chagas. 
o Lesões mecânicas, como nos processos cirúrgicos e 
nos esmagamentos 
o Neoplasias malignas: a maioria causa febre; 
acredita-se que a causa da febre seja a liberação de 
produtos do tecido destruído pelo tumor e, também, 
devido à infecção secundária causada pelo tumor. 
o Doenças hemolinfopoéticas: anemias hemolíticas de 
causa imunológica são associadas à febre, bem como 
doenças hemorrágicas 
o Afecções vasculares, incluindo infarto do miocárdio, 
hemorragia ou trombose cerebral e trombose 
venosa 
o Distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças 
imunológicas: colagenoses, doença do soro e febre 
resultante da ação de medicamentos 
o Doenças do sistema nervoso central: sempre ocorre 
febre após a lesão cerebral; AVC, intervenções 
cirúrgicas na região da fossa hipofisária e no 3° 
ventrículo e lesão na medula (lesões cervicais 
inferiores produzem temperatura corporal ↓; lesões 
na parte alta da cervical causam temperatura ↑) 
 Algumas outras causa de febre são as colagenoses 
(lúpus eritematoso disseminado, artrite reumatoide, 
periarterite nodosa, moléstia reumática), as crises 
hemolíticas que ocorrem em alguns tipos de anemia, a 
tromboflebite, a artrite temporal, a sarcoidose, além do 
uso de alguns medicamentos, inclusive antibióticos (não 
causam cefaleia, mialgias e artralgias). 
 
OBS! Então, como a febre é apenas o sinal de alguma 
doença ou alteração de base, é importante sempre avaliar 
outros sintomas (sintomas acessórios) que destoam dos 
presentes da síndrome febril, a fim de ter o diagnóstico da 
doença base. 
 
 Febre de origem indeterminada 
 A febre indeterminada é quando ocorre um processo 
febril, com duração de mais de 3 semanas, com 
temperaturas maiores de 38,3 ºC, por várias vezes, cujo 
diagnóstico não seja estabelecido após 1 semana de 
hospitalização. 
 
 Hipotermia 
SEMIOLOGIA: EXAME FÍSICO GERAL 
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 Consiste na diminuição da temperatura corporal 
abaixo de 35,5°C na região axilar ou de 36°C no reto. 
 Pode ser induzida artificialmente quando se vai 
submeter o paciente a determinados tipos de cirurgia ou 
pode ser consequente a congelamento acidental, choque, 
síncope, doenças consuntivas, hemorragias graves e 
súbitas, coma diabético e nos estágios terminais de muitas 
doenças. 
 
Biotipo 
 É o conjunto de características morfológicas de um 
indivíduo. Os biotipos são: 
• Longilíneo: apresenta pescoço delgado, tórax afilado e 
chato, membros alongados, ângulo de Charpy menor 
que 90º, musculatura delgada e pouco panículo 
adiposo, tendência de estatura elevada 
• Mediolíneo: equilíbrio entre os membros e o tronco, 
harmonia entre panículo adiposo e musculatura, ângulo 
de Charpy em torno de 90º 
• Brevilíneo: pescoço curto, tórax alargado volumoso, 
membros curtos, ângulo de Charpy maior que 90º, 
tendência a baixa estatura, panículo adiposo extenso e 
musculatura desenvolvida

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