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Farmacologia do Sistema Nervoso Parassimpático

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Rafaella Bonfim TXXIX 
Sistema Nervoso Autônomo 
• Uma das principais funções do sistema nervoso autônomo é a manutenção da homeostase 
• O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é constituído por dois sistemas que, quase sempre, atuam de forma 
antagônica: simpático e parassimpático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O simpático age de forma a ajustar rapidamente diversas funções orgânicas para situações de estresse. 
 Assim, as respostas desencadeadas por dor, medo ou raiva e que preparam o corpo para luta/fuga são 
mediadas pela transmissão eferente simpática. 
 O parassimpático, por sua vez, atua de forma contrária, regulando funções na direção de poupança 
energética e aumento da absorção de nutrientes ("repouso e digestão"). 
• No sistema nervoso autônomo simpático, o impulso nervoso, ao sair da medula espinhal, percorre esse 
caminho: 
✓ Nervo pré-ganglionar curto, gânglios paravertebrais toracolombares, nervos pós-ganglionar longos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
ETAPAS DA TRANSMISSÃO DO NEUROTRANMISSOR 
➢ Captação do precursor 
➢ Biossíntese 
➢ Armazenamento 
➢ Liberação 
➢ Ação 
 Receptor, recaptação, degradação 
 
• Acetilcoa reage com acolina (precursor) → é transformada em acetilcolina → sofre ação da acetil colina 
transferase → transforma-se em coa e acetilcolina → é armazenada em vesículas e está disponível para ser 
liberado 
• O objetivo principal é agir nos receptores pós-sinápticos e pré-sinápticos, e podem ser metabolizados 
(degradados pela acetilcolinesterase em acetato e colina – a qual vai ser recaptada) 
RECEPTORES COLINÉRGICOS 
• Um receptor colinérgico (AchR) é uma proteína integral de membrana que gera uma resposta a partir de 
uma molécula de acetilcolina 
• Os receptores da acetilcolina são subdivididos em 2 tipos: 
 Muscarínicos 
 Aplicação de muscarina em gânglios e tecidos efetores autônomos (músculo liso, coração) 
 AÇÃO APENAS NOS TECIDOS EFETORES 
 Nicotínicos 
 Aplicação de nicotina em células efetoras, gânglios e junções neuromusculares 
 AÇÃO APENAS NA JNM E GÂNGLIOS 
• Os receptores muscarínicos e nicotínicos são encontrados tanto na região pré-sináptica quanto na pós-
sináptica e agem regulando a liberação do transmissor 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
RECEPTORES MUSCARÍNICOS 
• Os receptores muscarínicos são receptores metabotrópicos acoplados a proteínas G e produzem: 
✓ Ativação da fosfolipase C 
✓ Inibição da adenilil ciclase 
✓ Ativação dos canais de potássio e/ou inibição dos canais de cálcio 
• Existem 5 subtipos de receptores muscarínicos: 
➢ M1 – SNC (Córtex), células parietais, glândulas salivares 
➢ M2 - Predominantes no coração 
➢ M3 - Membrana de células efetoras, glandulares e musculares lisas 
➢ M4 - SNC, gânglios autonômicos 
➢ M5 – SNC 
 
 
 
 
 
 
 
 Os receptores muscarínicos ímpares, M1, M3 e M5 quando ativados por agonistas colinérgicos, acoplam-se 
preferencialmente com a proteína Gq, induzindo a ativação da fosfolipase C (PLC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 De forma diferenciada, os receptores muscarínicos M2 e M4 quando ativados, acoplam-se preferencialmente 
a um grupo distinto de proteínas G inibitórias (Gi e Go), abrindo os canais de potássio, provocando 
hiperpolarização da membrana, podendo ainda inibir a adenilato ciclase 
• Todos os receptores muscarínicos são ativados pela acetilcolina e bloqueados pela atropina. Há também 
agonistas e antagonistas seletivos para cada subtipo 
 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
AÇÕES DOS AGENTES COLINÉRGICOS 
 Ação direta 
 Agonistas muscarínicos 
 Antagonistas muscarínicos 
 Antagonistas nicotínicos 
✓ Bloqueadores ganglionares 
✓ Bloqueadores da junção neuromuscular 
 Ação indireta 
• Colinomiméticos - Inibem Colinesterase (agonistas indiretos) - Aumento de ACh 
• Antagonistas indiretos (inibem): 
 Síntese 
 Armazenamento vesicular 
 Mecanismo de liberação 
AGONISTAS MUSCARÍNICOS 
• Ação direta 
• Os agonistas muscarínicos produzem efeitos que se assemelham aos resultantes da estimulação 
parassimpática, ou seja, mimetizam as ações da acetilcolina 
• São agonistas tanto dos receptores muscarínicos quanto nicotínicos, mas atuam de modo mais potente sobre 
os muscarínicos 
 Efeitos farmacológicos dos agonistas muscarínicos 
 Efeitos cardiovasculares 
 Reduz a FC (cronotropismo negativo), força de contração (inotropismo negativo) e débito cardíaco, 
promove a vasodilatação generalizada mediada por NO 
 Efeitos sobre a musculatura lisa 
 Com exceção do vasos, a musculatura lisa contrai-se pela estimulação de agonistas muscarínicos 
 Como por exemplo, aumentando a contração do TGI e do trato urinário 
 Efeitos sobre as secreções sudorípara, lacrimal, salivar e brônquica 
 Estimulam glândulas exócrinas 
 Efeitos oculares 
 Os agonistas muscarínicos contraem a pupila (miose) e reduzem a pressão intraocular (glaucoma) 
• O betanecol, a pilocarpina e a cevimelina são os principais utilizados na prática clínica. 
 Betanecol 
• O betanecol é usado no tratamento da retenção urinária resultante de uma anestesia geral ou uma 
neuropatia diabética da bexiga; retenção urinária pós-parto 
• Tratamento de glaucoma 
• Se usa também para aliviar a atonia (falta de tônus muscular) gastrointestinal 
 
 
 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
COLINOMIMÉTICOS 
• Ação indireta; Inibem colinesterase, aumento de ACh 
• A ação dos agonistas colinérgicos sobre os receptores colinérgicos mimetiza a resposta provocada pela ação 
do sistema nervoso parassimpático, ou seja, indiretamente reforçam a transmissão colinérgica 
 Anticolinesterásicos 
➢ Álcoois simples 
 Grupo de amônio quaternário; Edrofônio 
➢ Ésteres do ácido carbâmico 
 Grupo de amônio terciário ou quaternário 
 Carbamatos (Fisostigmina, Neostigmina) (Aldicarb – “ chumbinho”) 
➢ Derivados orgânicos do ácido fosfórico 
 Organofosforados 
➢ Peptídeos 
 Fasciculinas 
 Mecanismo de ação 
• As moléculas inibidores de colinesterase, se ligam a acetilcolinesterase, e com isso a acetilcolina não consegue 
se ligar 
• As ações dessas substâncias possuem ação rápida, logo, o tratamento deve ser feito rapidamente porque 
ocorre o desnaturamento 
 Duração da ação 
➢ Ação curta 
 Edrofônio 
 2- 10 minutos (fármaco utilizado para diagnóstico) 
➢ Reversíveis 
 Neoestigmina, Fisostigmina (fármacos utilizados no tratamento de miastenia) 
 30 minutos a 6 horas 
➢ Irreversíveis 
 Organofosforados 
 Principais efeitos 
• Aumento da disponibilidade de acetilcolina 
• Em altas concentrações, pode levar o paciente a ter: convulsões, coma, morte 
• Olhos, trato respiratórios, cardiovascular, TGI, trato urinário → semelhantes aos agonistas 
 Usos clínicos 
➢ Glaucoma 
 Demecário, Fisostigmina, ecotiofato 
 Associação com agonistas diretos 
➢ Anestesia 
 Neoestigmina 
 Reversão da paralisia por drogas bloqueadoras musculares; íleo paralítico e atonia da bexiga 
➢ Miastenia Grave – afeta JNM 
 Neoestigmina, fisiostigmina, piriodostigmina 
 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS 
• Ação direta 
• Os antagonistas dos mAChR são antagonistas competitivos, os 2 compostos de ocorrência natural são: 
atropina (planta beladona) e a hioscina/escopolamina (figueira-do-inferno) 
 Mecanismo de Ação 
• Bloqueio dos mAChR- Antagonismo competitivo - Liga-se ao receptor, mas não promove ativação 
• Nenhum antagonista é totalmente seletivo para um subtipo de receptor 
 Derivados sintéticos 
 Aminas terciárias 
➢ Homatropina 
➢ Pirenzepina – M1 
➢ Ciclopentolato 
➢ Tropicamida 
➢ Tolterodina 
 Compostos quaternários 
• Não exercem ações consideráveis no SNC 
➢ Ipratrópio – bloqueio de todos os subtipos M; fármaco de resgate (utilizado durante crises) 
➢ Tiotrópio – seletividade por M1 e M3; tem uma meia vida mais longa, por isso é utilizado como profilaxia 
(por exemplo, quem é asmático usa para não ter crise) 
 Principais efeitos da atropina 
 Cardiovascular 
 Taquicardiapor meio do bloqueio dos receptores muscarínicos cardíacos M2; Baixas doses: bradicardia 
paradoxal 
 Poucas aplicações clínicas; não há alteração na pressão arterial 
 Sistema Respiratório 
Broncodilatação e diminuição de secreções 
 Trato Gastrointestinal 
 Diminuição da motilidade – buscopan para diminuir a cólica menstrual 
 Trato geniturinário 
 Relaxamento do músculo liso dos ureteres 
 Diminuição da micção 
 Glândulas sudoríparas 
 Supressão da sudorese termorreguladora 
 Sistema nervoso central 
 Efeitos excitatórios 
 Menor dose: inquietação; maior dose: agitação e desorientação, alucinações e delírios 
 Efeitos oculares 
• Midríase 
• Cicloplegia – perda da capacidade de acomodação 
• Redução de secreção lacrimal 
 
 
 Rafaella Bonfim TXXIX 
 Usos Clínicos 
➢ Asma 
 Ipratrópio, Tiotrópio – inalação 
 Reduzem secreções 
➢ Distúrbios Urinários 
 Doenças da hiperatividade vesical – Tolterodina 
 Incontinência urinária – Oxibutinina, Propiverina 
 Diminui o espasmo vertical 
➢ Trato Gastrointestinal 
 Úlceras – Pirenzepina 
 Síndrome irritativa do cólon – Diciclomina, Propantelina 
 Suprimir a secreção de ácido gástrico 
➢ Antiespasmódico 
➢ Dismenorreia 
 Diminui a contração 
➢ Prevenção da cinetose 
 Hioscina 
➢ Oftálmico 
• Midríase – exame de fundo de olho 
 Atropina, escopolamina (ação prolongada) 
 Tropicamida, Ciclopentolato (ação curta) 
 Gotas oftálmicas 
➢ Cardiovasculares 
 Infarto do miocárdio – tratamento de Bradicardia sinusal – tônus vagal excessivo 
➢ Doença de Parkinson 
 Biperideno, Mesilato de Benztropina, Orfenadrina, Prociclidina, Triexifenil 
 Terapia adjuvante - Efeitos extrapiramidais de agentes antipsicóticos 
➢ Envenenamento colinérgico 
RESUMO 
 
Divisões do SNA 
 
Mediador: Acetilcolina 
Receptores 
AFAGONI 
Simpática 
Parassimpática 
Muscarínicos 
Tecidos efetores 
Nicotínicos 
JNM Agonistas 
Antagonistas 
Anticolinesterásicos (AChE) 
Ação direta 
Ação indireta

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