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CAMADAS DA PELE

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Pele
Giovana Freitas MD2
	
 Camadas e subcamadas 
· Constituída, basicamente, por três camadas interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a hipoderme, mais profunda. 
· A transição entre a epiderme e a derme é denominada junção dermoepidérmica ou zona da membrana basal.
Epiderme
 
· Constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado 
· Possui 5 estratos/camadas(começando da parte profunda): Estrato basal, 
estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato lúcido e estrato córneo.
· Possui células como: Queranócitos(mais abundantes), melanócitos, células de Langerhans e as de Merkel.
· Estrato/Camada Basal: 
-Constituída por células prismáticas ou cuboides que repousam sobre a membrana/lâmina basal.
-Responsável pela renovação de células epidérmicas juntamente com a camada espinhosa, em decorrência da intensa atividade mitótica. 
-É rica em células-tronco da epiderme, as quais originaram os queranócitos por divisão mitótica. 
-As células basais contêm diversas quantidades de melanina no citoplasma, que lhe é transferido por por melanócitos intercalados nessa camada.
-Células basais exibem extensas junções celulares; são conectadas entre si e com novos queratinócitos por desmossomos e com a lâmina subjacente por hemidesmossomos. 
-À medidas que novos queratinócitos surgem por divisão mitótica nessa camada, eles se movem para a camada seguinte, iniciando o processo de migração ascendente. O processo é finalizado quando a célula queratinizada torna-se madura e é finalmente descamada da pele.
· Estrato/Camada Espinhoso/Malpighi:
-Constituído por células cuboides ou ligeiramente achatadas que formam espessuras.
-Queratinócitos são maiores que aqueles do estrato basal, estas células exibem prolongamentos citoplasmáticos ou espinhos (unidos por desmossomos aos prolongamentos semelhantes das células adjacentes).
-O citoplasma dessas células possui curtas expansões que contêm filamentos de queratina (tonofilamentos).
-Os filamentos de actina e os desmossomos tem papel importante na função de coesão entre as células e resistência ao atrito.
-Nessa camada também células-tronco dos queratinócitos, e as mitoses ocorrem na camada basal e, em menor número, na camada espinhosa.
-À medida que as céls amadurecem e migram para a superfície, elas aumentam de tamanho e torna-se achatadas com seu maior exido paralelo à superfície.
· Estrato/Camada Granulosa:
-Situada entre estrato espinhoso e a camada mais superficial da porção não queratinizada da pele. A espessura dessa camada varia de uma a três células. 
-Nessa camada, os queratinócitos contêm numerosos grânulos de queratohialina, que determinam o seu nome. Esses grânulos contêm proteínas ricas em cistina e em histidina fosforilada, que são precursoras da proteína filagrina, que agrega os filamentos de queratina presentes nas células cornificadas do
estrato córneo. Esses grânulos não são envolvidos por membrana.
-Os grânulos lamelares, contêm discos lamelares formados por bicamadas lipídicas e são envoltos por membrana.
-Esses grânulos se fundem com a membrana plasmática e expulsam seu conteúdo para o espaço intercelular da camada granulosa, onde o material lipídico se deposita, contribuindo para a formação de uma barreira contra a penetração de substâncias e para tornar a pele impermeável à água, impedindo a desidratação do organismo.
· Estrato córneo/Camada córneo:
-O estrato córneo é a camada com espessura mais variável, sendo, naturalmente, mais grosso na pele espessa. -A espessura dessa camada constitui a principal diferença entre a epiderme da pele espessa e a da pele fina. 
-Essa camada cornificada torna-se ainda mais espessa em locais sujeitos a níveis altos de atrito, como é o caso da formação de calos nas palmas das mãos e na ponta dos dedos.
-A camada córnea tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se repleto de queratina (contém, pelo menos, seis polipeptidios diferentes).
- A composição dos tonofilamentos se modifica à medida que os queratinócitos se diferenciam. 
-As células da camada basal apresentam queratinas de baixo peso mole cular, enquanto os queratinócitos mais diferenciados sintetizam queratinas de peso molecular maior. 
-Na camada córnea os tonofilamentos se aglutinam junto com uma matriz formada pelos grânulos de querato-hialina. Nessa etapa da diferenciação, os queratinocitos estão transformados em placas sem vida e descamam continuamente. 
-A descrição da epiderme citada corresponde à epiderme na sua maior complexidade, que é encontrada na pele. espessa. Na pele fina, a epiderme é mais simples, faltando frequentemente as camadas granulosa e lúcida e apresentando uma camada córnea muito reduzida.
· Estrato Lúcido/Camada Lúcida:
-O estrato lúcido, considerado uma subdivisão do estrato córneo por alguns histologistas, geralmente é bem identificado somente na pele espessa.
-Essa camada altamente translúcida contém células eosinófilas nas quais o processo de queratinização está bem avançado. 
-O núcleo e as organelas citoplasmáticas sofrem ruptura/digeridos por enzimas de lisossomos e desaparecem à medida que a célula é gradualmente preenchida com queratina. 
-O citoplasma apresenta numerosos filamentos de queratina, compactados e envolvidos por material elétron denso. Ainda se podem ver desmossomos entre as células.
 
 Derme
 
· Tecido conjuntivo em que se apoia a epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo ou hipoderme. 
· A junção entre a epiderme e a derme (junção dermoepidérmica) é observada ao microscópio óptico como um limite irregular, exceto na pele mais fina.
· A derme apresenta espessura variável de acordo com a região observada.
· Sua superfície externa é irregular, observando-se saliências, as papilas dérmicas (projetam-se na porção basal da epiderme), que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme.
· As papilas dérmicas são complementadas por protrusões epidérmicas semelhantes, denominadas cristas epidérmicas ou cristas interpapilares, que se projetam para dentro da derme.
· Nos locais em que ocorre maior estresse mecânico sobre a pele, as cristas epidérmicas são muito mais profundas (o epitélio é mais espesso), e as papilas dérmicas são muito mais longas e mais espaçadas, criando uma interface mais extensa entre a derme e a epiderme.
OBS¹: As cristas dérmicas verdadeiras são encontradas na pele espessa, além das papilas dérmicas. As cristas dérmicas tendem a apresentar um arranjo paralelo, com papilas dérmicas localizadas entre elas. Essas cristas
formam um padrão distinto, o qual é geneticamente único para cada indivíduo e visto como sulcos e cristas epidérmicos na
superfície da pele. Esses padrões constituem a base científica dos dermatóglifos ou identificação das impressões digitais e das pegadas. As cristas e as papilas dérmicas são mais proeminentes na pele espessa das superfícies palmares e plantares. Nesses locais, a superfície basal da epiderme excede acentuadamente a sua superfície livre. Por conseguinte, a camada germinativa espalha-se por uma grande área; pressupondo-se uma taxa quase constante de mitose no estrato germinativo, uma quantidade maior de células por unidade de tempo entra no estrato córneo da pele espessa, em comparação com a pele fina. Acredita-se que essas células adicionais sejam responsáveis pela maior espessura da camada cornificada na pele espessa.
OBS²: Os hemidesmossomos fortalecem a fixação da epiderme ao tecido conjuntivo subjacente.
Quando estudada com microscópio eletrônico de transmissão (MET), a superfície basal das células epidérmicas basais exibe um padrão de protrusões citoplasmáticas irregulares, que aumentam a superfície de fixação entre a célula epitelial e sua lâmina basal subjacente. Uma série de hemidesmossomos liga os filamentos intermediários do citoesqueleto dentro da lâmina basal. Além disso, observasse também a existência de adesões focais que fixam os filamentos de actina dentro da lâmina basal.· Constituída por 2 camadas: camada papilar (mais superficial) e a camada reticular (mais profunda).
Camada Papilar: 
-A mais superficial, consiste em tecido conjuntivo frouxo localizado imediatamente abaixo da epiderme.
-As fibras colágenas localizadas nessa porção da derme não são tão espessas quanto
aquelas da porção mais profunda. 
-Essa delicada rede de colágeno contém predominantemente moléculas de colágeno do
tipo I e do tipo III. De modo semelhante, as fibras elásticas são filiformes e formam uma rede irregular. 
-A camada papilar é relativamente fina e inclui as papilas dérmicas e as cristas dérmicas. Essa camada contém vasos sanguíneos que suprem, mas não entram na epiderme; além disso, contém prolongamentos nervosos que terminam na derme ou que penetram na lâmina basal, entrando no compartimento epitelial. 
-Como os vasos sanguíneos e as terminações nervosas sensitivas estão concentrados nessa camada, são particularmente aparentes nas papilas dérmicas, sendo responsáveis pela nutrição e oxigenação da epiderme.
Camada Reticular
-Sensitivas estão concentrados nessa camada, são particularmente aparentes nas papilas dérmicas.
-A camada reticular situa-se abaixo da camada papilar. Embora sua espessura varie em diferentes partes do corpo, é sempre consideravelmente mais espessa e menos celularizada que a camada papilar. 
-Caracteriza-se por feixes espessos e irregulares de colágeno principalmente do tipo I e por fibras elásticas mais espessas. O colágeno e as fibras elásticas não estão orientados de modo aleatório, mas formam linhas regulares de tensão na pele, denominadas linhas de Langer. As incisões na pele feitas paralelamente às linhas de Langer cicatrizam com menor grau de formação de
cicatrizes.
-Vasos sanguíneos, vasos linfáticos e inervação também são encontrados nessa camada. Além de encontrar-se estruturas derivadas da epiderme, com: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
-Imediatamente abaixo da camada reticular, podem ser encontradas camadas de tecido adiposo (tal camada atua como importante local de armazenamento de energia e proporciona isolamento), músculo liso (que se originam nessa camada, formam os músculos eretores do pelos e sua contração produz a ereção dos pelos e enrugamento da pele e, em alguns locais, músculo estriado.
Hipoderme
· Formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes.
· Camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia.
· Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido adiposo que, quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo (modela o corpo, é uma reserva de energia e proporciona proteção contra o frio (a gordura é bom isolante térmico).
 Células da pele
Epiderme
· Queratinócitos:
· Os queratinócitos constituem o tipo celular predominante da epiderme. Essas células originam-se no estrato basal da epiderme.
· Nesta, os queratinócitos assumem duas atividades essenciais: 
-Produzem queratinas (citoqueratinas), que são importantes proteínas estruturais heteropoliméricas da epiderme. As queratinas formam filamentos intermediários; constituem quase 85% dos queratinócitos totalmente diferenciados.
-Participam na formação da barreira hídrica epidérmica
· O citoplasma dos queratinócitos imaturos exibem basofília nos cortes histológicos, devido ao grande número de ribossomos livres, cuja maioria está envolvida na síntese de queratinas, que posteriormente são montadas em filamentos de queratina. Esses filamentos são classificados como filamentos intermediários, embora sejam mais comumente denominados tonofilamentos.
· À medida que as células entram no estrato espinhoso e o atravessa, a síntese de filamentos de queratina prossegue, e os filamentos passam a ficar agrupados em feixes espessos o suficiente para serem vistos no microscópio óptico. Esses feixes são denominados tonofibrilas. O citoplasma torna-se eosinófilo, devido à reação de coloração das tonofibrilas que preenchem cada vez mais o citoplasma.
· Os grânulos de queratohialina contêm proteínas associadas aos filamentos intermediários, que ajudam na agregação dos filamentos de queratina. Na parte superior do estrato espinhoso, os ribossomos livres nos queratinócitos começam a sintetizar grânulos de queratohialina, que passam a constituir o aspecto característico das células do estrato granuloso (Prancha 42, p. 519). Os grânulos de queratohialina contêm as duas proteínas principais associadas aos filamentos intermediários, a filagrina e a tricohialina (funcionam como promotores da agregação dos filamentos de queratina em tonofibrilas, iniciando, assim, a conversão das células granulosas em células cornificadas. Esse processo é denominado queratinização e ocorre no período de 2 a 6 horas, tempo em que as células deixam o estrato granuloso e entram no estrato córneo. A fibrila de queratina formada nesse processo é denominada queratina mole, em contraste com a queratina dura dos pelos e das unhas.
· As células são regularmente esfoliadas ou descamadas da superfície do estrato córneo. A esfoliação contínua dos queratinócitos superficiais é um processo proteolítico regulado, que envolve a degradação dos desmossomos das células.
· Melanócitos:
· derivados da crista neural estão dispersos entre as células basais do estrato basal.
· Em uma unidade epidermomelânica contenha um melanócito associado a aproximadamente 36 queratinócitos, razão é constante em todas as raças, mas é influenciada pela idade e por fatores ambientais, como exposição ao sol.
· Os melanócitos mantêm a sua capacidade de replicação durante toda a sua vida, embora em uma velocidade muito mais lenta que a dos queratinócitos, mantendo, assim, a unidade epidermomelânica.
· O melanócito epidérmico é uma célula dendrítica que está dispersa entre as células basais do estrato basal. São denominadas células dendríticas porque o corpo celular arredondado reside na camada basal e emite prolongamentos longos entre os queratinócitos do estrato epinhoso. Nem os prolongamentos nem o corpo celular formam junções desmossômicas com os queratinócitos vizinhos. No entanto, os melanócitos que residem próximo da lâmina basal
apresentam estruturas que se assemelham a hemidesmossomos
· .Produzem melanina e a distribuem nos queratinócitos. Os melanócitos da epiderme produzem e secretam o pigmento melanina. A função mais importante da melanina é proteger o organismo contra os efeitos nocivos da irradiação ultravioleta não ionizante.
· Células de langerhans
· Células dendrítica
· é um dos principais componentes do sistema imunológico da pele, sendo responsável pelo reconhecimento, pela internalização, pelo processamento e pela apresentação de antígenos solúveis e haptenos presentes
na epiderme.
· É uma célula processadora-apresentadora de antígenos; em seu estágio não ativado tem significativa ação fagocítica, internalizando antígenos e processando-os, o que provoca transformações que a fazem perder o potencial fagocítico, mas aumenta sua capacidade apresentadora de antígeno para os linfócitos Te, desse modo, produz uma resposta imunológica.
· Além da epiderme, as células de Langerhans podem ser encontradas em outros epitélios (mucosas), órgãos linfoides (baço, timo e linfonodos)
e na derme normal.
· Células de Merkel:
· derivada de uma célula-tronco epidérmica
· localiza-se entre as células basais, às quais está aderida por desmossomos
· Funciona como um tipo de mecanorreceptor de adaptação lenta em locais de alta sensibilidade tátil; parece ser estimulada pela deformação nos queratinócitos adjacentes provocada por contatos externos, respondendo com a secreção de transmissores químicos nas sinapses estabelecidas com as terminações nervosas livres da junção dermoepidérmica
· Em determinadas localizações, organiza-se em estruturas especializadas denominadas discos táteis.
· Possui neurotransmissores no complexo de golgi
Derme
· Células mesenquimais 
· As células mesenquimaisprimitivas são as únicas existentes ao início da vida fetal, diferenciando-se em outras células posteriormente. Em certas condições patológicas, essas células, de morfologia dendrítica, são ativadas, dando origem às células das linhagens: histiocítica, linfocítica e granulocítica.
· Fibroblasto
· Os fibroblastos são células fusiformes e estreladas, com núcleo volumoso e citoplasma claro, com retículo endoplasmático nítido e granular; têm grande ação enzimática, sendo os principais responsáveis pela síntese e degradação das proteínas do tecido conjuntivo e de vários fatores solúveis que funcionam como mensageiros para a epiderme, os vasos e outras células. Formam uma grande família de células que, embora provenientes da mesma célula-tronco mesenquimal, se diferenciam em tipos especializados, por suas diferentes funções. Fibroblastos respondem a vários mediadores imunológicos, incluindo IL-1 alfa e beta, que estimulam a síntese de KGF, IL-1 alfa e beta e IL-8.
· Células do sistema reticuloendotelial
· Os histiócitos/macrófagos e dendrócitos dérmicos são os representantes dérmicos do sistema reticuloendotelial, derivados de células precursoras da medula óssea. Os histiócitos/macrófagos têm capacidade de fagocitar; apresentar antígeno microbicida e tumoricida; secretar moléculas imunomoduladoras, citocinas e fatores de crescimento; além de dispor de propriedades hematopoiéticas. Morfologicamente semelhantes ao fibroblasto, são diferenciados por apresentarem, na sua superfície, os antígenos CD 11 c, CD6 e KiMS. Em algumas condições patológicas, originam as células epitelioides e gigantes dos granulomas. Os dendrócitos dérmicos são macrófagos apresentadores de antígeno, localizados em maior número nas porções superiores da
derme, principalmente ao redor dos vasos.
· Mastócitos
· Núcleo arredondado e pelos abundantes grânulos escuros do seu citoplasma
· Os grânulos são de dois tipos: secretórios e lisossomais; os primeiros contêm heparina, histamina, triptase, quimase, carboxipeptidase, fator quimiotático para neutrófilos e fator quimiotático para eosinófilo, enquanto os demais contêm hidrolases ácidas que digerem no meio intracelular glicosaminoglicanos, proteoglicanos e
complexos glicolipídicos. 
· Também são capazes de secretar alguns fatores de crescimento, citocinas, leucotrienos e fator ativador de plaqueta. Com esse painel tão eclético de produtos, os mastócitos desempenham importante papel na reparação do tecido, reação de hipersensibilidade do tipo I, defesa contra parasitas, quimiotaxia, na ativação e proliferação de eosinófilos, promoção da fagocitose, permeabilidade vascular, ação antitumoral (TNF-alfa) e angiogênese.
· Encontrado em maior quantidade na derme papilar, em torno dos anexos e nos vasos e nervos do plexo subpapilar.
 Funções da Pele
· Atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente externo (i. e., barreira mecânica, barreira de permeabilidade, barreira para os raios ultravioleta)
· Fornece informações imunológicas obtidas durante o processamento de antígenos para as células efetoras apropriadas no tecido linfático
· Participa na homeostasia ao regular a temperatura corporal (termorregulação do corpo graças aos vasos sanguíneos, glândulas e tecido adiposo, tal termorregulação é mantida por um mecanismo comandado pelo centro termorregulador por meio das vias do sistema nervoso autônomo, levando a vasoconstrição ou vasodilatação. Além disso, os vasos são sensíveis a duas substâncias químicas circulantes: a norepinefrina e a acetilcolina. No mecanismo de termorregulaçáo, exercem uma ação especial as glândulas sudoríparas écrinas, que, sob estímulo colinérgico, aumentam a sudorese, causando a perda de calor.) e a perda de água
· Transmite a informação sensorial do ambiente externo para o sistema nervoso (a percepção. Os elementos nervosos que existem, sobretudo na derme, possibilitam o reconhecimento de sensações especiais, como calor, frio, dor e tato, o que conduz a um mecanismo de defesa no sentido de sobrevivência).
· Desempenha funções endócrinas por meio da secreção de hormônios, citocinas e fatores de crescimento, e converte moléculas precursoras em moléculas hormonalmente ativas (vitaminas D3)
· Funciona na excreção, por meio de glândulas écrinas secretam água, eletrólitos, bicarbonatos, ureia, metais pesados, etc..
· Papel de secreção exócrina de elementos produzidos pela pele, secretado através das glândulas sudoríparas (também participam também da termorregulação) secretando suor, sebáceas secretando sebo, além de melanina e citoqueratina.
· O pigmento melanina produzido na pele e acumulado na mesma, tem função protetora contra Raios-UV
· Função Hemorreguladora onde a pele, com seus extensos plexos vasculares e corações periféricos (os glomos), colabora na manutenção e na regulação do débito circulatório. Em determinadas ocasiões, o aumento do débito sanguíneo periférico é compensado pela constrição dos glomos, com desvio da circulação para a rede capilar, e pela utilização plena da capacidade total de enchimento de outros vasos; já no choque, a dilatação dos glomos e a constrição dos vasos cutâneos provocam a palidez característica, que denuncia a elevada função hemorreguladora da pele. 
· Função metabolizadora, pois a pele também sintetiza hormônios, dentre eles a testosterona e di-hidrotestosterona, que têm um papel muito importante na alopecia androgenética, na acne e no hirsutismo. A pele tem também uma açáo decisiva na síntese e na metabolização da vitamina D.
 Vascularização da pele
· A rica vascularização sanguínea da pele supera o necessário ao seu suprimento metabólico, fato justificado pelo papel que desempenha na regulação da temperatura e da pressão arterial, na cicatrização e nos fenômenos imunológicos
· Os vasos sanguíneos da derme (arteríolas, capilares arteriais e venosos e vênulas) estão distribuídos em duas redes horizontais ligadas por vasos comunicantes; os vasos perfurantes dos músculos subjacentes dão origem ao plexo inferior, no limite com a hipoderme, deste derivam vasos que ascendem até o plexo superior e outros que suprem os anexos; o plexo superior ou subpapilar, entre a derme papilar e a reticular, dá origem aos capilares das papilas dérmicas.
· Cabe destacar, na derme, certos corpos vasculomusculares que unem,
facultativamente, arteríolas a vênulas diretamente; os glomos, que se localizam na derme reticular, sobretudo nos dígitos, são ricos em células musculares e têm por finalidade manter a termorregulação e a homeostasia.
 Drenagem linfática da pele
· A rede linfática, exclusivamente coletora, inicia-se nos capilares linfáticos com fundo cego, presentes na derme papilar, que drenam para o plexo subpapilar; estes confluem para vasos coletores verticais que atravessam a derme reticular e desembocam no plexo linfático profundo, no limite entre derme e hipoderme.
· A rede linfática é responsável pela reabsorção intersticial do fluido extracelular, de células e moléculas maiores (proteínas, lipídios etc.). O fluxo da linfa depende de fatores extrínsecos, como pulsação arterial, gravidade e contração da musculatura estriada.
 Receptores sensoriais da pele
Legenda: 
A) Terminações livres epidérmicas 
B) Corpúsculos de Merkel contendo as células de merkel e receptores em disco de fibra nervosa mielinizada aferente
C) Corpúsculo de paccini localizado na derme profunda e hipoderme (fibras nervosas sensitivas encapsuladas)
D) Bulbo terminal de krause atua como receptor ao frio
E) Corpúsculo de Meissner na papila dérmica 
F) Corpúsculo de de Ruffini nas camadas profundas da derme (fibras nervosas sensitivas encapsuladas)
· Corpúsculos de Vater-Pacini:
 
· São receptores de pressão profundos para a pressão mecânica e vibratória.
· Os corpúsculos de Pacini são estruturas grandes e ovoides encontradas na derme mais profunda e na hipoderme (particularmente na ponta dos dedos das mãos), no tecido conjuntivo em geral. 
· São também encontradas em
associaçãoàs articulações, ao periósteo e a órgãos internos. 
· São compostos de uma terminação nervosa mielinizada circundada por uma cápsula
· nervo entra em um polo da cápsula com a sua bainha de mielina intacta. A mielina é mantida apenas por um ou dois nós e, em seguida, é perdida. A porção não mielinizada do axônio estende-se em direção ao polo oposto ao de sua entrada, sendo recoberto por uma série de lamelas densamente compactadas de células de Schwann achatadas, que formam a região central interna do corpúsculo. A maior parte da cápsula, a região central externa, é formada por uma série de lamelas concêntricas; cada lamela é separada de sua vizinha por um espaço estreito contendo líquido semelhante à linfa (lamelas concêntricas, lembram a superfície de uma cebola dividida ao meio)
· Além do líquido encontrado entre as lamelas, observasse a existência de esparsas fibrilas colágenas, bem como de alguns capilares.
· Os corpúsculos de Pacini respondem à pressão e à vibração por meio do deslocamento das lamelas da cápsula. Esse
deslocamento provoca efetivamente a despolarização do axônio.
· Corpúsculo de Meissner
 
· localizados dentro das papilas dérmicas (logo abaixo da lâmina basal epidérmica) e atuam como receptores de tato.
· são receptores de tato, que são particularmente responsivos a estímulos de baixa frequência na camada papilar da pele desprovida de pelos (p. ex., os lábios e as superfícies palmar e dorsal, particularmente as dos dedos das mãos e dos pés).
· perpendicularmente à superfície cutânea
· Nesses receptores, uma ou duas terminações não mielinizadas de fibras nervosas mielinizadas seguem uma trajetória em espiral no corpúsculo. O componente celular consiste em células de Schwann planas, que formam várias lamelas irregulares ao longo das quais os axônios seguem o seu percurso até o polo do corpúsculo.
· Corpúsculo de Ruffini
· respondem ao deslocamento mecânico das fibras colágenas adjacentes.
· são os mecanorreceptores encapsulados mais simples.
· Apresentam formato fusiforme alongado
estrutural, consistem em uma cápsula fina de tecido
· conjuntivo que envolve um espaço preenchido por líquido
· O elemento neural consiste em uma única fibra mielinizada que entra na cápsula, em que perde a sua bainha de mielina e ramifica-se formando uma arborização densa de terminações axônicas finas. Cada uma dessas terminações axônicas termina em um pequeno bulbo em formato de botão e estas estão dispersas e entremeadas no interior da cápsula.
· As terminações axônicas respondem ao deslocamento das fibras colágenas induzido por estresse mecânico esporádico ou contínuo; por conseguinte, respondem ao estiramento e à torção.
· Pertence à família dos receptores de adaptação rápida (receptores fásicos) que geram potenciais de ação curtos no início e no final de um estímulo.
· Terminações nervosas livres:
 
· Constituem os receptores neuronais mais numerosos na epiderme, terminando no estrato granuloso. 
· As terminações são descritas como “livres”, visto que são desprovidas de tecido conjuntivo ou de revestimento com células de Schwann
· atuam em múltiplas modalidades sensoriais, incluindo tato fino, calor, frio e dor, cócegas, prurido, sem distinção morfológica aparente
· Bulbos terminais de Krause
 
· Terminações nervosas encapsuladas
· Atuam dando a sensação de frio 
· Células ou Discos de Merkel
· Células epidérmicas do estrato basal 
· Percepção sensorial aguda
· Possuem percepção para tato e pressão
 Anexos cutâneos
· São estruturas que surgem de modificações/invaginações da epiderme ainda na vida embrionária; São eles:
· Os folículos pilosos e o seu produto, os pelos (hipoderme)
· As glândulas sebáceas e o seu produto, o sebo (derme)
· As glândulas sudoríparas écrinas e o seu produto, o suor (derme profunda e hipoderme)
· As glândulas sudoríparas apócrinas e seu produto misto que contém uma forma de suor com alta concentração de carboidratos, lipídios e proteínas. (derme profunda e hipoderme)
· 
· Músculo eretor do pelo. O músculo eretor do pelo é um músculo liso que emerge da porção superior da derme, logo abaixo da epiderme, e se insere obliquamente no folículo piloso.
· OBS¹: Todos os anexos encontram-se na derme.
 
 A pele e a sua coesão intercelular
· As membranas laterais de muitos tipos de células epiteliais, inclusive as da pele, exibem várias especializações que constituem as junções intercelulares. Tais junções possibilitam locais de adesão, comunicação, até mesmo oclusão entre as células adjacentes.
· Do ponto de vista funcional, as junções podem ser classificadas como junções de adesão (zônulas de adesão, hemidesmossomos e desmossomos), junções impermeáveis (zônulas de oclusão) e junções de comunicação (junções comunicantes ou jun ções gap).
· Junções de Adesão:
-Encontradas na sequência do ápice para a base da célula é a zônula de adesão
- Essa junção circunda toda a célula e contribui para a aderência entre células adjacentes.
- Outro tipo de junção intercelular muito comum em células epiteliais é o desmossomo ou mácula de adesão.
- O desmossomo é uma estrutura complexa, em forma de disco, contida na superfície de uma célula, e que é sobre posta a uma estrutura idêntica observada na superficie da célula adjacente. As membranas celulares nessa região são planas, paralelas e geralmente separadas por uma distância um pouco maior. No lado interno (citoplasmático) da membrana do desmossomo de cada uma das células há uma placa circular chamada placa de ancoragem, composta de pelo menos 12 proteinas. Filamentos intermediários de queratina do citoesqueleto são muito fortes, os des mossomos promovem uma adesão bastante firme entre as células.
OBS: Hemidesmossomos podem ser encontrados na região de contato entre alguns tipos de células epiteliais e sua lâmina basal. Essas funções têm a estrutura de metade de um desmossomo e prendem a célula epitelial à lâmina basal. Nos desmossomos as placas de ancoragem contêm principalmente caderinas, enquanto nos hemides mossomos as placas contêm integrinas, uma familia de proteínas transmembrana que podem agir como receptores para macromoléculas da matriz extracelular, tais como laminina e colágeno tipo IV.
· Junções comunicantes ou de Gap:
- Junções comunicantes (junções gap) podem existir praticamente em qualquer local das membranas laterais das células epiteliais.
-Caracterizam-se pela proximidade das membranas de células adjacentes.
 Diferenciar 
· Reparação: Reparo é o processo de cura de lesões teciduais e pode ocorrer por regeneração ou cicatrização.
Obs¹: O que vai depender para que uma reparação se processe por regeneração ou cicatrização, é: extensão da lesão e o órgão lesado.
· Cicatrização: 
· Quando os tecidos lesados não são capazes de se reconstruírem por completo, na qual há deposição de tecido fibroso. 
· Ocorre quando as estruturas de suporte se encontram gravemente lesadas ou em tecidos que não apresentam capacidade regenerativa. 
· Se vai haver ou não cicatrização depende de: 
-Tipo de tecido 
-Intensidade da agressão 
-Manutenção da membrana basal, do esqueleto do tecido.
· Reparação: 
· Quando os tecidos são capazes de restituir os componentes lesados e retornar ao seu estado normal. 
· A reparação depende: 
-Do tipo de tecido 
-Da intensidade da lesão 
-Manutenção da estrutura prévia do tecido.
Obs²: Estes mecanismos não se excluem mutuamente, ou seja, após lesão, no mesmo tecido pode haver regeneração e cicatrização.
Obs³: A evolução da inflamação difere
 Processo Cicatricial da pele
· É comum a todas as feridas, independentemente do agente que a causou.
· É sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo.
· Dividida em 3 fases: 
-Fase inflamatória 
-Fase proliferativa ou de granulação
-Fase remodelação ou de maturação
· Resumo do resumo: A lesão tecidual - estímulo inicial para o processo de cicatrização - coloca elementos sangüíneos em contato com o colágeno e outras substâncias da matriz extracelular,provocando degranulação de plaquetas e ativação das cascatas de coagulação e do complemento. Com isso, há liberação de vários mediadores vasoativos e quimiotáticos que conduzem o processo cicatricial mediante atração de células inflamatórias para a região da ferida.
· Fases da Cicatrização
· Fase Inflamatória: 
-Inicia-se imediatamente após a lesão, com a liberação de substâncias vasoconstritoras, principalmente tromboxana A2 e prostaglandinas, pelas membranas celulares.
- O endotélio lesado e as plaquetas (fundamental na cicatrização) estimulam a cascata da coagulação.
-Cascata inicia-se é liberado grânulos das plaquetas (contém m fator de crescimento de transformação beta - TGF-β, também fator de crescimento derivado das plaquetas [PDGF], fator de crescimento derivado dos fibroblastos [FGF], fator de crescimento epidérmico [EGF], prostaglandinas e tromboxanas), que atraem neutrófilos à ferida.
- O coágulo é formado por colágeno, plaquetas e trombina, que servem de reservatório proteico para síntese de citocinas e fatores de crescimento, aumentando seus efeitos. 
-Inicia-se a inflamação (vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, promovendo a quimiotaxia (migração de neutrófilos para a ferida).
-Neutrófilos são os primeiros a chegar, (maior [ ] 24hrs após a lesão), atraídos pela substâncias quimiotáticas liberadas por plaquetas.
-Neutrófilos são gradativamente substituídos por macrófagos
-Macrófagos migram para a ferida após 48 - 96 horas da lesão, possui papel fundamental no término do desbridamento iniciado pelos neutrófilos e sua maior contribuição é a secreção de citocinas e fatores de crescimento, contribuem na angiogênese, fibroplasia e síntese de MEC para a transição proliferativa.
· Fase Proliferativa: 
-Constituída por 4 etapas: epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno
-Inicia por volta do 4º dia após a lesão até término da 2ª semana 
-Ocorre epitelização precocemente
Obs¹: Se a membrana basal estiver intacta, as células epiteliais migram em direção superior, e as camadas normais da epiderme são restauradas em três dias. Se a membrana basal for lesada, as células epiteliais das bordas da ferida começam a proliferar na tentativa de restabelecer a barreira protetora.
- A angiogênese é estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e é caracterizada pela migração de células endoteliais e formação de capilares.
-Fase final: formação de tecido de granulação.
 *Os fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida (precisam ser ativados para sair do estado de quiescência, o fato de crescimento PDGF os ativa)
*TGF-beta estimula os fibroblastos a produzirem colágeno do tipo I e também transformarem fibroblasto > miofibroblastos (promovem a contração da ferida)
Obs¹: PDGF (induz a proliferação celular, a quimiotaxia e a síntese matricial), fator transformador alfa (responsável pela angiogênese e pela epitelização), fator fibroblástico (estimula a proliferação celular e angiogênese) e o fator transformador beta (responsável pelo aumento da síntese matricial).
· Fase de maturação ou remodelamento: 
-É a deposição de colágeno de maneira organizada.
- O colágeno produzido inicialmente é mais fino (III) do que o colágeno presente na pele normal, e tem orientação paralela à pele.
-O colágeno inicial (colágeno tipo III) é reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de tensão (refletem em aumento da força tênsil)
- Fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que promovem a lise da matriz antiga.
Obs: A cicatrização tem sucesso quando há equilíbrio entre a síntese da nova matriz e a lise da matriz antiga, havendo sucesso quando a deposição é maior.
 
Fatores que influenciam a cicatrização
· Os fatores que modificam a cura podem ser extrínsecos (p. ex., infecção) ou intrínsecos ao tecido lesado.
· Fatores extrínsecos:
· A infecção é clinicamente a causa mais importante do retardo da cura; ela prolonga a inflamação e aumenta a lesão local.
· A nutrição exerce profundos efeitos no reparo; por exemplo, a deficiência de proteína, e especialmente a deficiência de vitamina C, inibe a síntese de colágeno e retarda a cicatrização.
· Os glicocorticoides (esteroides) possuem efeitos anti-inflamatórios bem documentados; sua administração pode resultar em cicatrização deficiente porque inibem a produção de TGF-b e diminuem a fibrose. Entretanto, algumas vezes, os efeitos anti-inflamatórios dos glicocorticoides são desejáveis. Além de serem imunossupressores>imunossuprimem o sistema imunológico>prolongaria a inflamação
· Fatores mecânicos, como aumento da pressão ou torção local, podem causar separação ou deiscência da ferida.
· Perfusão deficiente, devido a aterosclerose e diabetes ou obstrução de drenagem venosa (p. ex., em veias varicosas), também impede a cura.
· Idade: Quanto mais idoso, mais lento o processo de reparo/taxas metabólicas reduzidas
· Estado imunológico: a imunidade baixa prolonga a fase inflamatória e predispõe a ocorrência de infecções.
· Tabagismo: A nicotina induz à isquemia tissular > deficiência no aporte sanguíneo ao tecido da pele > influenciando assim na cicatrização
· Fatores Intrínsecos 
· O tipo e a extensão da lesão influenciam o reparo. A restauração completa pode ocorrer apenas em tecidos compostos por células lábeis e estáveis; a lesão a tecidos compostos por células permanentes inevitavelmente resulta em cicatriz,
como no infarto do miocárdio.
· A localização da lesão e a natureza do tecido onde ocorre a lesão também são importantes. Por exemplo, a inflamação que surge nos espaços teciduais (p. ex., nas cavidades pleural,peritoneal e sinovial) desenvolve extensos exsudatos. O reparo subsequente ocorre por digestão do exsudato, iniciado por enzimas proteolíticas dos leucócitos e reabsorção do exsudato liquefeito. Isso é chamado de resolução e, geralmente, na ausência de necrose, a arquitetura normal do tecido é restaurada. Contudo, em grandes acumulações, o exsudato sofre organização: o tecido de granulação cresce dentro do exsudato e uma cicatriz fibrosa é formada.
· Corpos estranhos, como fragmentos de aço, vidro ou mesmo osso, impedem a cura.
· Infecção local: dano tecidual constante e reação inflamatória persistente 
· Oxigenação local: em caso de anóxia, as células inflamatórias tem dificuldade de chegar à zona lesada, dificultando a proliferação dos fibroblastos e a síntese de colágeno.
· Tensão na ferida: Produção tensão e interferem na cicatrização.
Diferenciar Cicatrização por 1ª e 2ª intenção
· Cicatrização por 1ª intenção:
· Simples de reparo
· Quando não há perda de tecido e as extremidades ficam justapostas uma à outra. Curativo seco e utilizado para proteção.
· Apresentará todas as fases de cicatrização, por conta da influência do que causou.
· Um dos exemplos mais simples de reparo de ferida é o reparo de uma incisão cirúrgica limpa não infectada, aproximada por suturas cirúrgicas. Esse tipo de cicatrização é denominado cura por união primária ou por primeira intenção. A incisão provoca apenas ruptura local da continuidade da membrana basal e morte de um número limitado de células epiteliais e células do tecido conjuntivo. Como resultado, a regeneração epitelial é o principal mecanismo do reparo. Uma pequena cicatriz é formada, com contração mínima da ferida. O estreito espaço da incisão é preenchido por um coágulo sanguíneo contendo fibrina que é rapidamente invadido pelo tecido de granulação e coberto por um novo epitélio.
· Cicatrização por 2ª intenção:
· Ferida de excisão 
· Ocorre em feridas onde houve perda de tecido e as extremidades da pele ficam distantes umas das outras, sendo necessário formação de tecido de granulação até que a contração e epitelização aconteçam.
· Deixam defeitos na pele muitas das vezes (por esse processo envolver perda celular e tecidual)
· Envolve as 3 fases de forma peculiar 
· Quando a perda de células e de tecido é mais extensa, como nas grandes feridas, nos locais de formação de abscessos, nas ulceraçõese na necrose isquêmica de órgãos (infarto), o processo de reparo torna-se mais complexo e envolve uma combinação de regeneração e cicatrização. Na cura por segunda intenção das feridas cutâneas, também conhecida como união secundária, a reação inflamatória é mais intensa, com formação de abundante tecido de granulação, acumulação de MEC e formação de uma grande cicatriz, seguida por contração da ferida mediada pela ação dos miofibroblastos.
· Diferença para primária
-Um coágulo ou crosta maior rica em fibrina e fibronectina se
forma na superfície da ferida.
- A inflamação é mais intensa porque grandes perdas de tecido possuem volume maior de restos necróticos, exsudato e fibrina que devem ser removidos.
-Defeitos teciduais maiores requerem maior volume de tecido de granulação para preencher os espaços e fornecer suporte para a reepitelização. Geralmente, um volume maior de tecido de granulação resulta em maior massa de tecido
cicatricial.
- A cura por união secundária envolve a contração da ferida. Esse processo tem sido atribuído à presença de miofibroblastos, que são fibroblastos modificados exibindo características funcionais e ultraestruturais de células musculares lisas.
Obs: Cicatrização por terceira intenção:
· A ferida é deixada aberta por um determinado período, funcionando como cicatrização por 2ª intenção, sendo suturado, posteriormente, como cicatrização por primeira intenção. 
 Cicatriz Hipertrófica x Quelóide 
· São distúrbios da cicatrização, e diferenciados pelo comportamento clínico.
· Ambas são decorrentes de resposta inflamatória excessiva durante a cicatrização, com perda do controle normal entre síntese e degradação.
· Dentre os fatores implicados em sua patogênese incluem-se: trauma, disfunção de fibroblastos, níveis aumentados de fatores de crescimento ou outras citocinas e diminuição da apoptose
· Cicatriz Hipertrófica: permanece confinada aos limites da incisão
· Quelóide: ultrapassam os limites da incisão. 
· Na microscopia eletrônica observa-se substância amorfa ao redor dos fibroblastos no quelóide. Também há maior atividade metabólica e a presença de anticorpos multinucleares.
Por que cortes superficiais não deixam cicatriz e os mais profundos deixam?
· Pois os cortes mais superficiais fazem reparação através da via de regeneração, onde os tecidos são capazes de restituir os componentes lesados e retornar ao seu estado normal, através de células do parênquima do próprio órgão.
· O corte profundo vai fazer a reparação através da via de cicatrização, haja vista que atinge camadas mais internas e as células e a membrana basal estão completamente lesadas, fazendo com que não consiga se autorreparar, havendo deposição de tecido fibroso.
Lesões elementares por solução de continuidade
1) Erosão:
-Perda de continuidade
-Superficial
-Somente na epiderme
-Gerado por escoriação (traumática/ato de coçar)
2) Exulceração
-Perda de continuidade 
-Superficial
-Epiderme até a derme papilar
 
3) Ulceração 
-Profunda
-Derme podendo atingir a hipoderme até o músculo e o osso
-Possui bordas nítidas e elevadas
-Tamanho, borda, fundo, profundidade, base e número 
4) Fissura
-Rágade
-Estreita e linear 
-Dobras, lábios, mãos, pés
5) Fístula
-Evolutivo
-Linear sinuoso
-Eliminação de material necrótico e outros elementos por parte das lesões mais profundas

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