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Endócrino - Produção hormonal do tecido adiposo.

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POR: AMANDA CALFA
Indo além: Produção hormonal pelo
tecido adiposo.
COD: AMANDA6995
1 
 
 
HORMÔNIOS PRODUZIDOS PELO TECIDO ADIPOSO 
 
Tecido adiposo é uma glândula que regula a velocidade do nosso metabolismo e o comportamento 
alimentar. Ele controla a homeostase energética “quanto eu gasto e extraio de calorias”. Essa capacidade de 
aproveitamento metabólico é pessoal, pois ela é dada pela quantidade de tecido adiposo que você tem. 
Tecido adiposo Branco: Controla homeostase e energética, regula quanto de fome tem, quanto mais 
tecido adiposo mais fome tem, menos caloria aproveita. De fato, é um ciclo vicioso e que em nós não há 
regulação, pois os indivíduos seres humanos pode passar muito do peso. O estoque de calorias não tem 
nenhuma regulação 
 Não existe regulação para essa via de estoque de caloria. 
Tudo isso nós fazemos com 2 tipos de receptores que regulam a homeostase energética e o 
comportamento alimentar: GPCR e TIROSINA KINASE (dentre os 6). Então, controla-se o índice de massa 
corpórea e o apetite através desses 2. Todos os hormônios dessa via terão como alvo esses receptores. 
Processo de ganho e acúmulo de triacilglicerol é um processo inflamatório. Hoje a obesidade é, também, 
estudada como forma de inflamação. Tecido adiposo branco recebe infiltrados de macrófagos são ativados e 
mudam a expressão de citocinas como qualquer tecido inflamado. Essa inflamação nos deixa mais predisposto a 
resistência a insulina, por exemplo. Então pode ser que uma das formas de combater a DM2 é combater a 
própria inflamação. 
“Há uma certa resistência para se considerar o tecido adiposo branco como uma glândula, mas até o fim 
da aula isso ficará claro: é uma glândula com importantíssima produção de moléculas com uma atividade muito 
grande. 
A função é garantir a nossa existência mesmo em condições de escassez de nutrientes. Nós somos 
capazes de estocar todo excesso de caloria, excesso de nutrientes convertidos em lipídios. Se eu mantenho 
uma dieta muito calórica seja lipídeos, carboidratos, eu converto esse excesso em lipídeos. Ganho mais tecido 
adiposo branco porque ele é o estoque de triacilglicerol. Isso foi essencial há 50 anos. A abundância calórica em 
nós tem 50 anos. Somo máquinas de acumular combustível. “sou saudável como banha” a população era a 
estimulados a consumir calorias. 
Com uma rara condição: não tem controle  Quanto mais eu como mais eu estoco. 
Sempre há conversão de carboidratos em lipídios, nunca o contrário na célula animal (bactérias fazem). 
Podem-se converter carboidratos em aminoácidos. 
2 
 
 
Por serem hidrofóbicos eles podem armazenar grandes quantidades, pois não são atrelados à água, ou 
seja, eu pego um grão de tecido adiposo branco: 90% é lipídio, mas quando eu pego um grão no fígado: 1/3 do 
glicogênio é água. Além disso, por unidade de massa ele tem mais que o dobro de energia em relação com os 
carboidratos: 1 grama de carboidratos de 4 kcal e 1 grama de lipídio tem 9 kcal. Os carbonos são mais 
reduzidos em lipídeos, ou seja, eles têm mais elétrons e colocam a cadeia transportadora de elétrons para 
movimentar muito mais. O lipídio rende muito mais, pois a resposta não é o número de carbono, mas o estado 
redox do carbono, assim, nos lipídeos os carbonos doam mais elétrons, os elétrons ficam na cadeia 
transportadoras e ela é nossa principal fonte calórica, tanto é que os venenos mais efetivos são inibidores da 
cadeia transportadora, por exemplo, o cianureto, que é o maior inibidor da cadeia respiratória. 
 
Existem 2 formas de tecido Adiposo: 
 
1. Tecido Adiposo Marrom (TAM): É muito discreto em nós, só se mostra em recém-nascidos (RN) 
e em outros animais. Ele ganha esse nome marrom, pois possui muita mitocôndria (tem ferro e enxofre, por isso 
é marrom). Essas mitocôndrias não produzem calorias e sim produzem calor. 
 Possuem proteínas desaclopadoras (as termogeninas) elas produzem calor mesmo e aquecem o RN. 
É importante para bebês e animais que hibernam, função termogênica em RN (ficam no dorso do RN). 
 Hoje, coloca-se a proteína termogenina, que gasta calorias e emite calor, na soja para emitir calor, 
empresas utilizam essas proteínas no controle da soja plantada através das fotos térmicas. Portanto, o TAM tem 
vários depósitos de triacilglicerol em pequenas gotículas e uma elevada quantidade de mitocôndria. 
 
2. Tecido Adiposo Branco: Tem Única gota de triacilglicerol (e poucas mitocôndrias) ocupa quase 
todo espaço celular. Quando o TAB estoca calorias é para um momento de privação, se essa privação não 
surgir: estoca-se, estoca-se... Antigamente era um mamute por dia, hoje “é um a cada 2 horas e uma cerveja por 
cima”. 
Possui 3 funções: 
1º Proteger contra choque térmico, isolante mecânico. A face é preparada para receber soco, 
comprova que somos preparados para o choque. Preservam de choque mecânico. Adipócito Um núcleo 
espremido e triacilgligerol no meio dele. Isola-nos do meio externo. Sendo acumulada entre as vísceras é 
um isolante mecânico. 
2º Reserva Energética. Permite-nos passar longos períodos sem alimentação (um indivíduo 140 
quilos pode passar 15 meses sem se alimentar, só tomando água). Todos nós, independente do IMC, 
temos a mesma reserva de glicogênio de 12 horas, mas a reserva de lipídeo varia. 
3 
 
 
3º Função Endócrina TAB é uma glândula e cada vez mais amplia o número de hormônios que 
esse tecido produz. As células de armazenamento de triacilglicerol são chamadas de adipócito e é a 
principal célula secretora de adipocina. Além dos adipócitos, tem matriz de tecido conjuntivo, fibra 
colágeno e reticulada, principalmente, tem neurônio, nódulos linfáticos, células imunes: macrófagos, 
principalmente em indivíduos obesos e esses estão ativados, aptos para o combate, tem fibroblastos, tem 
pré-adipócitos células indiferenciadas do tecido adiposo. Por isso, grupos que estudam células troncos 
têm como alvo tecido lipoaspirado. Muito difícil alterar o número depois de 3 anos, pois as células 
indiferenciadas que ficaram vão repovoar a região retirada. 
 Número de adipócitos determinado em torno dos 3 anos de idades (Se você é magro até os 3 anos 
provavelmente será sempre, mesmo abusando na mesa). Se tiver muito adipócito aos 3 anos a balança vai ser 
um problema a vida toda. A razão para isso é que o número clonal de adipócitos é feito em torno dos 3 anos. 
Esses adipócitos passam a secretar substâncias que regulam a fome e o gasto calórico. Tem indivíduos que 
falam “eu como pouco e engordo”, isso é verdade, pois eles aproveitam muitas calorias. 
Resposta de pergunta: um dos alvos do TAB é o hipotálamo, por isso alguns medicamentos que modulam 
o metabolismo para obesos foram proibidos por causar tendências suicidas. 
 
ADIPOCINAS: proteínas secretadas pelo TAB 
Toda secreção hormonal é em nós sumarizada em adipocina, lembrando que nem sempre é onde 
guardamos os adipócitos. 
A estrutura proteica e a função fisiológica das adipocinas é altamente variada e compreende proteínas 
relacionas ao sistema imune. TNF alfa e Interleucina-6 são citocinas, molécula produzidas por leucócitos, mas 
também produzida pelo tecido adiposo, em quantidade e locais muitos diferentes do que são normalmente 
vistos na função imune. 
 Função vai além da imunológica. Temos: 
 Fatores de crescimento do endotélio vascular (VEGF). 
 Regulação Pressão Sanguínea: Angiotensinogênio (produzido no fígado), mas tecido adiposo 
também produz. Por isso, o casamento- obesidade e hipertensão- quanto mais TCA mais angio1 e angio 2, mais 
predisposto a hipertensão você estará. 
 Secreta o inibidor do ativador do plasminogênio, logo o plasminogênio não vai ser transformado em 
plasmina. Isso compromete processo de fibrinólise, gerando a associação: obesidade e trombose, você não 
dissolve o coágulo adequado, porque você está inibindo a molécula que degrada o coágulo que é a plasmina, 
então pode ter a pró-coagulaçãoboa, a anti-coagulação boa, mas a fibrinólise vai estar comprometida. Mais 
uma grave disfunção: trombose: dificuldade de dissolver o coágulo. 
4 
 
 
 Homeostase glicêmica, nem todas as adipocinas tem função deletéria, a adiponectina vai ser uma 
delas e a leptina vai ser outra, às vezes elas são dessensibilizadas. As que têm ação benéfica são resistentes, 
pois os indivíduos vão aumentando a massa, e o sistema fica dessensibilizado a essas moléculas. 
 
LEPTINA 
 
Adipocina mais estudada e que chama atenção é a LEPTINA. Leptos em grego significa MAGRO. Ela te 
leva a emagrecer. Ou seja, essa adipocina Leptina não é deletéria, nos leva a emagrecer, mas será 
dessensibilizada. Os obesos por terem muito tecido adiposo, vão produzir muita leptina  promove 
dessensibilização. 
Leptina é importante a esse quadro de obesidade que é responsável por uma série de características: é 
associada a síndrome metabólica. Isso inclui a resistência sistêmica a insulina que é a DM tipo 2, doenças 
Cardiovasculares, doença hepática, trombose, hipertensão. Tendo dois ou mais já a síndrome metabólica. 
Obesidade causada por aumento dos ácidos graxos de reserva, estocada no tecido adiposo branco, leva à 
resistência à insulina e à leptina. 
O TAB não é um tecido passivo, apenas de acúmulo de ácido graxo, é ativo e muda a secreção conforme 
estocagem na forma de triacilglicerol, que vão ser liberados na hipocaloria. 
O modelo para induzir a DM tipo 2 no rato em laboratório é uma dieta calórica: batata frita, coca cola... 
“o rato vira uma capivara e urina o tempo todo”. Logo, ao aumentar o seu estoque ele vira uma glândula muito 
ativa. Secretando muitas substâncias, regulando o apetite e o gasto calórico. 
 Ciclo fútil (magro de ruim): extrai caloria e produz mais calor que o resto das pessoas. Come muito, 
mas não engorda, pois o metabolismo é muito acelerado, provavelmente tem muito sudorese e temperatura 
corpórea maior. Se eu como muito o meu gasto calórico é baixo, se eu gasto muita caloria eu tendo a comer 
menos. 
 Quanto mais rápido bate o coração utiliza mais lipídios. Por isso, o café acelera o metabolismo. 
Já o músculo esquelético ele vai hidrolisar carboidratos. 
 
Em 1993, o experimento de Coleman (Mutou um gene no 
camundongo e chamaram esse gene de OB) descobriu gene da 
obesidade (gene OB) relacionado ao hormônio leptina (genes 
quando deletados causam obesidade). Só em 1994, é que 
descobriram que esse gene expressa a leptina (peptídeo de 16kda). 
5 
 
 
 
Logo, se você não expressa leptina você vai engordar. Mas por que não é a cura pra obesidade? 
“O que acontece não é deleção da leptina e sim dessensibilização”. Por isso, ela não é a cura para a 
obesidade em humanos. A obesidade é causada pela resistência à leptina, pela grande quantidade dela e não 
pela ausência. Lembrando que qualquer dessensibilização é reversível, para isso basta tirar o agonista. Neste 
caso, o tecido adiposo branco. 
Mas uma pequena parcela (menos que 1% da população) é obesa porque não produzem leptina, para eles 
a administração de leptina é eficaz. 
Dessensibilização é reversível, cirurgia bariátrica, reeducação alimentar auxiliam, basta tirar agonista, no 
caso o tecido adiposo. 
 
Ação da Leptina: 
Agem em receptores chamados de OBR –o receptor ficou com o nome do gene, pois até então a leptina 
não tinha sido descoberta. (eles pertencem a família das citocinas, são muito parecidos com os tirosina quinase). 
Em presença da leptina esses receptores se dimerizam, são ativados por alterações conformacionais e 
levam ativação da janoskinase (JAK) que é acessória dos receptores de citocina1, OBR é desta família. 
Leptina auxilia no balanço energético e apresenta duas ações: Age estimulando um grupo de neurônio 
hipotalâmico, chamados ANOREXIGÊNIOS, passando a produzir um neurotransmissor chamado de alfa 
MSH (Hormônio estimulador de melanócito, que não nada tem a ver com melanina: no hipotálamo ele 
coordena o apetite) coordena apetite, metaboliza mais enviando mensagem para esses tecidos-chave: músculo, 
tecido adiposo branco e fígado. Todos recebem a mesma mensagem: coma menos e metabolize mais. 
 
Comer muito gasta pouca energia para estocar o resto. Caçava um mamute hoje e uma semana não, por 
isso esse princípio. Comer pouco gasta muito, metaboliza mais. 
Muita leptina produzida significa que está engordando. Se controla o processo, a Leptina vai fazer você 
gastar mais, metabolizar mais. 
O mesmo indivíduo, após a 
administração de LEPTINA. 
Ele reduziu 1/3 da massa. 
Camundongo 
OBOB teve os 
genes, que 
produz leptina, 
deletados. 
6 
 
 
 Leptina age, no mesmo local, inibindo um 2º tipo de neurônio o OREXÍGENO (inibidos pela 
leptina). O neurônio Orexígeno secreta neurotransmissor da
fome: neuropeptídeo Y (ele levaria a 
mensagem “coma mais e metabolize 
menos”). É quem dá a vontade de comer, 
mas é inibido pela leptina. 
 
A insulina tem ação muito semelhante 
que a leptina, pois também tem como alvo o 
neurônio anorexigênio estimulando, pelo 
receptor da insulina, também pode inibir 
tendo como produto o peptídeo Y. Insulina 
tem mesmos efeitos sobre o metabolismo e 
o comportamento alimentar que a leptina. 
 
 
 A GRELINA é 
produzida pelo estômago quando o 
volume deste diminui. Ela estimula 
neurônio orexígeno, produz mais 
peptídeo Y, produzida quando 
volume do estômago diminui. 
“O maior segredo é comer 
lentamente, pois o volume vai 
gradativamente se alterando e a 
produção de grelina cessa; se você 
come muito rápido, não dá tempo de 
a grelina cessar a sua produção. 
Logo, você come mais”. Logo, 
quanto mais lento você comer menos comida vai conseguir ingerir. Mas, quanto mais rápido você comer mais 
comida você consegue ingerir. 
7 
 
 
 Outro peptídeo, agora produzido pelo intestino, o PY3- 38 inibe o neurônio orexigênio. Ele também 
é o nosso marcador de absorção. Se você está absorvendo muito, você cessa a secreção do neuropeptídeo Y. 
Esse ciclo dura em torno de 6 horas. 
 
A leptina não possui um horário em que sua produção ocorre mais intensamente. O que é bem circadiano 
é a grelina e a insulina. A leptina aumenta a sua produção a medida que se ganha tecido adiposo branco e se a 
pessoa tiver educação alimentar e permitir a ação da leptina, ela irá diminuindo. HÁ UMA TEORIA 
CHAMADA DE LIPOSTÁTICA: SE A LEPTINA SEMPRE AGIR, NÃO ENGORDA. 
 
 
-Revisando: 
 Neurônios do núcleo arqueado hipotalâmico estimulam a excreção de neuropeptídeos ligados ao 
mecanismo de ingestão de alimentos (peptídeo que inibe a ingestão de alimentos: alfa-MSH). Todos os 
neuropeptídios derivam da proteína POMC. 
 No neurônio orexigênio, a leptina inibe a expressão do neuropeptídios Y e do AGOUTI, ambos 
envolvidos no aumento da ingestão e na redução do gasto calórico. Esses neuropeptídios agem como uma 
balança: aumentou um, o outro diminui e vice-versa. 
 
 Outra ação da leptina: relacionada à frequência cardíaca. Efeito muito parecido com o da cocaína e 
da anfetamina: acelera a frequência cardíaca. 
 Leptina também promove aumento do gasto energético total. 
 
Mecanismo de ação da leptina: 
 
Viu-se a ação da leptina sob 2 grupos de neurônios: orexigênio e anorexigênio. 
Leptina dispara respostas desses neurônios para os tecidos, ex: tecido adiposo. Dessa forma, seus efeitos 
também se estendem ao metabolismo lipídico com a ativação da Adenilil ciclase e o aumento da oxidação 
lipídica no músculo esquelético, no fígado: suprimindo atividade da esterol–CoA-dessaturase e reduzindo a 
síntese de triacilglicerol a partir de ácidos graxos monoinsaturados. 
Paralelo ao aumento da quebra de triacilglicerol no músculo e no próprio tecido adiposo branco, a leptina 
também inibe a síntese. A síntese de triacilglicerol não é feita pelo tecido adiposo, é feita pelo fígado, tecido 
adiposo estoca. 
8 
 
 
A leptina, produzida pelo tecido adiposo branco,vai para a corrente sanguínea e tem como alvo o 
hipotálamo, que envia sinalização para o próprio tecido adiposo com o neurotransmissor noradrenalina. Então o 
mesmo tecido que secretou a leptina, que age no hipotálamo, recebe desse núcleo arqueado uma descarga 
neuroadrenérgica. No tecido adiposo, a noradrenalina tem a mesma ação que o glucagon e adrenalina teriam, 
ativando a lipase sensível ao hormônio. 
A ação Noradrenérgica no tecido adiposo branco ativa o seu GPC-R (receptor beta adrenérgico), dissocia 
a subunidade alfa, ativa adenilil- ciclase, produz AMPc, que ativa PKA. 
Todos os efeitos da noradrenalina no adipócito são feitos pela PKA, são os principais: 
 1º Fosforila e ativa a lipase sensível ao hormônio 
 2º Fosforila a perilipina (camada de proteína roxa que protege triglicerol da degradação), expondo a 
gotícula de gordura para a ação da lípase sensível ao hormônio. 
 3ºControla expressão gênica de proteínas desaclopadoras da cadeia transportadora (UCP), 
produzindo prótons, que fazem a ATP-sintase sintetizar ATP. Nesse momento produz-se a maior parte das 
calorias e isso é usado para quebra de carboidratos, lipídios e proteínas. O que a proteína desaclopadora faz é 
permitir que o próton volte para a matriz sem passar pela ATP-sintase, ele volta com proteínas chamadas 
termogeninas (proteínas que produzem calor). Dessa forma, não há produção de ATP, pois as proteínas 
desacopladoras termogeninas fazem um “furo” na membrana interna e produzem calor que é perdido para o 
ambiente. 
ATP é usado para gerar calor, perde gordura no metabolismo acelerado. 
Há regulação de dois hormônios que agem no hipotálamo e se alteram ao longo de todo dia: 
 Grelina, produzida pelo estômago, principalmente em resposta ao volume desse órgão. Ao longo 
do dia há 3 picos de produção de grelina e estão associados ao esvaziamento gástrico. Quando os picos são 
associados à alimentação, a grelina cai e imediatamente após a alimentação há aumento do pico da produção de 
insulina. 
 Insulina aumenta conforme grelina diminui (picos e vales). Com a insulina, quer-se carrear boa 
parte da glicose que foi absorvida nessas 3 alimentações (horários que costumam ocorrer os picos: 6h, 12h, 
18h). 
Insulina e grelina possuem os mesmos neurônios como alvo e as duas ciclam. 
A forma de regular esse ciclo é alimentar-se de 3 em 3 horas, ao invés de 6 em 6 horas, o que promove 
uma diminuição na quantidade de alimento ingerida. Isso ocorre pois impede que a grelina suba muito, impede 
que a produção de neuropeptídeo Y seja muito grande, diminui a voracidade. 
9 
 
 
Controle da ingestão de alimentos e gasto calórico possui uma TEORIA LIPOSTÁTICA: ela possui um 
mecanismo de retroalimentação que inibe o comportamento alimentar e aumenta o consumo de energia quando 
o peso corporal excede certo valor, que é chamado de ponto de ajuste. 
 Teoria lipostática é quase “inércia”, ou seja, tende a manter o peso que possuímos, pois esse peso é 
o sentido como o natural para nós. Isso explica a dificuldade de deslocar esse valor (principalmente para 
menos), o que ocorre devido ao controle exercido pela leptina sobre o hipotálamo. Toda vez que o tecido 
adiposo aumenta de volume, a leptina inibe a ingestão de alimentos, ou seja, inibe a síntese de ácidos graxos. A 
leptina estimula a beta-oxidação com a produção de energia, mas principalmente de calor. Com isso, tende-se a 
manter esse ponto de ajuste ou teoria lipostática. 
Qualquer aumento no depósito de triacilglicerol leva ao aumento da produção de leptina, o que leva à 
diminuição da ingestão de alimentos e aumento do gasto de calorias ou à aceleração do metabolismo. 
 
Ingestão hipercalórica vai promover cada vez mais a produção de leptina podendo-se promover 
insensibilização à leptina. O que sempre vem associado a essa ingestão hipercalórica (que ocorre através da 
ingestão de CARBOIDRATOS principalmente) é a resistência à insulina. Dessa forma, os dois quadros podem 
ocorrer em associação: indivíduo resistente a leptina tendem também a ser resistente a insulina. 
 Leptina e insulina transduzem pela mesma via, têm receptores diferentes, e competem pelo mesmo 
substrato. Leptina associa-se a receptores de citocina (proteína Janus) e Insulina age com receptores 
Tirosino Kinase, mas ambos os receptores terão quinases ativas na presença de seus agonistas e o primeiro 
alvo do receptor de leptina é a proteína QRS2, que é também um dos alvos do receptor de insulina. Ou seja, se 
há muita leptina, exaure-se a transmissão de sinal por ela e, de tabela, pela insulina também (e vice-versa). Isso 
é o que ocorre na obesidade, pois em indivíduos equilibrados a leptina e a insulina são adicionais, uma 
potencializa a outra. 
O QRS2 ativa PI3 quinase (quinase para glicerofosfolipídios) e ambos levam à inibição da fome e 
aceleração do metabolismo. 
 
-Revisando: 
 Insulina e leptina agem em receptores diferentes, mas que transduzem para uma via unificada. 
Vantagem = ação adicional -> em indivíduos sensíveis a ambos os hormônios eles se somam. Problema ocorre 
em indivíduos obesos com resistência a esses hormônios. 
 
Exemplo: Indivíduo com dieta hipercalórica LIPÍDICA experimental, sem consumo de CARBOIDRATO 
-> indivíduo aumenta reserva de triacilglicerol, mas sem grande consumo de carboidrato, de forma de não 
10 
 
 
ocorrerem picos de produção de insulina. No entanto, além de tornar-se resistente à leptina, o indivíduo também 
será resistente à insulina, pois a quantidade de leptina que produz gasta todo o substrato do receptor de insulina. 
Então mesmo quando a insulina for estimulada ela não consegue transduzir sinal porque essa via foi exaurida 
pela leptina. A insulina encontra o receptor, ele é funcional, ativa a atividade tirosino-quinase, mas não há 
quem fosforilar. 
-Dessa forma, a ação desses hormônios é adicional, assim como a dessensibilização, pois compartilham a 
mesma via. 
 
ADIPONECTINA 
 
Segunda adipocina (citocina): adiponectina 
Adiponectina: Produzida pelo tecido adiposo Branco em condições de aumento do depósito de gordura 
age aumentando a síntese de AMP (não cíclico) e ele ativa a quinase dependente de AMP (AMP quinase), 
encontrada no músculo e fígado. 
 Efeitos da AMP quinase no músculo: Aumento captação de ácido graxo, aumento beta- oxidação, 
aumento captação de glicose. 
 Efeitos da AMP quinase no Fígado: Aumento da glicólise, diminuição da gliconeogênese, 
diminuição da síntese ácidos graxos. 
Adiponectina não possui efeito de resistência associada a obesidade. 
Adiponectina tem como principal efeito o aumento da beta-oxidação -> ela age aumentando a 
concentração de AMP (não é cíclico), esse AMP ativa a AMPquinase: quinase que fosforila a acetil-CoA 
carboxilase– primeira enzima da síntese de ácidos graxos. 
A acetil-CoA carboxilase é a enzima que age sempre que há acúmulo de acetil-CoA (por isso que nós 
convertemos também carboidrato a lipídio: essa conversão vem do acúmulo de acetil-CoA). Sempre que há 
acúmulo de Acetil-CoA, a acetil-CoA carboxilase sintetiza o malonil- CoA que é usado no citosol para 
sintetizar ácidos graxos e inibem a entrada de ácidos graxos para o interior da mitocôndria. Assim, sempre que 
há síntese de ácidos graxos, não são oxidados. 
A AMPquinase inibe a enzima que sintetiza o malonil-coA, ou seja, impede a síntese do primeiro 
intermediário da síntese de ácidos graxos que também é um inibidor da beta-oxidação por impedir a entrada de 
ácidos graxos na mitocôndria. Sempre que a AMPquinase fosforila a acetil-coA carboxilase ela tem ação dupla: 
age inibindo a síntese de ácidos graxos e acelera a quebra, pois impede que o inibidor seja formado. 
 Ácido graxo só entra na mitocôndria ligado a carnitina. 
11 
 
 
 A ingestão de carnitina associada a exercício físico aumenta a translocação de ácido graxo para a 
mitocôndria. 
 
TNF ALFA 
 
Última citocina: TNF alfa. 
TNFalfa (Fator de necrose tumoral Alfa) é uma citocina pró-inflamatória e também é uma adipocina: 
pode ser produzida principalmente por macrófago no tecido adiposo branco. 
Age diretamente do adipócito regulando o acúmulo de gordura e interfere em diversos processos 
dependentes da insulina como a homeostase glicêmica e o metabolismo de lipídios. 
Sempre que o tecido adiposo branco aumenta de volume ele atrai mais macrófagos e esses 
macrófagos secretam TNF alfa que nos deixa mais resistentes a insulina, pois altera o metabolismo 
glicêmico.

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