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TRAUMA UROGENITAL (URGÊNCIAS UROLÓGICAS TRAUMÁTICAS)

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TRAUMA UROGENITAL
Urgências Urológicas Traumáticas
SBCMC I - 2021.1
Urologia
Dr. Felipe de Almeida
No trauma do TGU, a manifestação mais precoce é a hematúria independente de qual foi o órgão
acometido. Daí a importância de sabermos a cinemática do trauma → nos dá a localização e, a
partir dela, sabemos qual é a estrutura mais provavelmente lesada.
TRAUMA RENAL
MECANISMO DO TRAUMA
Penetrante X Fechado:
● Trauma abdominal penetrante – 10% (ex.: tiros/facadas).
● Trauma abdominal fechado – 90% (ex.: pancada/batida na região lombar, abdominal, etc.).
SINAIS IMPORTANTES !!!
● Hematúria (90%)
○ A intensidade do sangramento não tem relação com a gravidade do trauma.
● Fratura de arcos costais (11 e 12) e vértebras lombrares
○ O limite superior do rim está logo abaixo da última costela e quando quebra um
osso, ele se torna uma lâmina. Então pode haver trauma renal depois de um
trauma de tórax com fratura de costela.
● Hematomas das regiões lombares e flancos
DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR
TC de abdome superior: padrão-ouro !!!
● Indicações:
○ Traumatismo penetrante (flanco ou abdome) com ou sem hematúria = todos
○ Traumatismo fechado:
■ Crianças: todos
■ Adultos:
● Hematúria macroscópica
● Hematúria microscópica + PA < 90 mmHg (instabilidade)
○ Lesões por desaceleração
● Classificação:
○ Grau I: equimose na cápsula renal - contusão do parênquima
○ Grau II: pequena lesão no córtex.
○ Grau III: lesão que vai até o meio dos cálices, sem lesão da via excretora.
○ Grau IV: lesão que vai até o meio dos cálices, com lesão da via excretora.
○ Grau V: lesão de artéria e veia renal ou avulsão de uma parte do rim.
O grau IV é complicado porque ocorre refluxo de urina para fora do rim. No grau V, o sangramento
é tamanho que vai ultrapassar a cavidade renal - o rim é retroperitoneal, como o espaço
retroperitoneal é menor, a tendência é que o sangramento tampone.
Urografia Excretora (UGE): na prática não é tão solicitada, consiste em realização de RX
contrastado de abdome superior, com visualização do trato urinário.
Sempre pedir Hb e Ht no momento do atendimento, e repetir em 3-4h.
TRATAMENTO
O tratamento é conservador até quando possível, ou seja, só parte para o tratamento cirúrgico
quando o paciente instabiliza - isso é importante porque na cirurgia para acessar o rim precisa
abrir o peritônio anterior e o posterior, o que pode levar a um quadro de hemorragia caso haja
algum sangramento sendo tamponado pelo próprio peritônio.
Tratamento Conservador:
● Repouso absoluto
● Reposição volêmica
● Controle clínico
● Controle laboratorial: Hb e Ht
● Controle radiológico: TC
● Antibioticoprofilaxia
Tratamento Cirúrgico: (ele nem leu)
● Indicações absolutas:
○ Ferimento penetrante
○ Trauma fechado se instabilidade hemodinâmica ou lesões associadas
● Indicações relativas:
○ Extravasamento de contraste
○ Trombose arterial
○ Seguimento desvitalizado
○ Estadiamento Incompleto
TRAUMA URETERAL
INTRODUÇÃO
● Os traumas de ureter são raros, com uma clínica muito rica
● Correspondem a menos de 1% dos traumas geniturinárias
● Com relação à causa:
○ 80% são traumas iatrogênicos
○ 20% são por causa externas, sendo 90% destes por arma de fogo
QUADRO CLÍNICO - POSSIBILIDADES !!!
Lesão - Extravasamento de Urina - Cavidade: o trauma faz uma comunicação entre o
retroperitônio e a cavidade peritoneal, com consequente extravasamento de urina para essa
cavidade → peritonite.
● Ex: facada nas costas que rasga ureter e folheto posterior do peritônio.
Lesão - Extravasamento de Urina - Retroperitoneal: pelo trauma, ocorre uma perfuração do
ureter, com consequente extravasamento de urina para o espaço retroperitoneal e para o meio
externo através do furo → tumoração e dor local, sem alteração no abdômen.
● Ex: canivete, faz uma perfuração da pele e do ureter.
Ligadura/Obstrução: ocorre por uma ligadura inadvertida do ureter, com consequente obstrução
da passagem urinária → cólica renal
● Ex: em uma histerectomia, por engano, um ureter é amarrado juntamente a uma trompa,
vai haver obstrução da passagem de urina, no pós-operatório a paciente vai apresentar
hidronefrose e cólica renal.
Fístula Urinária: pelo trauma ocorre uma perfuração do ureter e da lâmina posterior, com
consequente extravasamento de urina para o retroperitônio (em pouca quantidade) e para o meio
externo.
DIAGNÓSTICO
● Pielografia Ascendente:
○ Urotomografia (padrão-ouro) !!!
○ Urografia Excretora
● Se houver suspeita de fístula, dosar a creatinina do líquido
TRATAMENTO
Cateter Ureteral Duplo J: o objetivo do cateter é fazer um desvio da urina, o que permite a
cicatrização do ureter, porque a passagem da urina pelo local em que houve a lesão gera uma
irritação e vai impedir que cicatrize.
● Lesões puntiformes
● Angulações ureterais
● Transecções parciais
Cirurgia Aberta: é indicada para os casos em que a lesão é muito grande/total, consiste em uma
rafia das pontas soltas do ureter (uretero-ureteroanastomose)
● O procedimento depende do local da lesão
● Extensão de segmento lesado
COMPLICAÇÕES
● Fístula urinária prolongada
● Estenose de ureter no local da anastomose
TRAUMA DE BEXIGA
INTRODUÇÃO
É incomum, porque a bexiga fica protegida pelo anel pélvico.
● Acontece em 1,6% dos traumas abdominais fechados
● Pode ser intraperitoneal ou extraperitoneal:
○ Intraperitoneal (38%): explosão da cúpula
vesical ⇒ peritonite
○ Extraperitoneal (55%): lesão pelas espículas
ósseas em fratura de bacia
Obs: o peritônio repousa sobre a porção superior da bexiga, por isso a classificação em
intraperitoneal. Vai ocorrer explosão dessa região quando há um trauma e a bexiga está cheia, por
exemplo, em acidente de carro durante uma viagem longa sem pausas para ir ao banheiro.
Associado ao trauma da bexiga ocorre peritonite, porque o peritônio que repousa sobre a bexiga
também se abre com o impacto, permitindo extravasamento de urina para a cavidade peritoneal.
QUADRO CLÍNICO
● Dor suprapúbica
● Incapacidade de urinar
● Baixo volume urinário
● Grandes lesões perineais
● Distensão abdominal
● Íleo paralítico
● Hematúria macroscópica
A principal característica do trauma intraperitoneal é a peritonite (dor abdominal difusa), no trauma
extraperitoneal é a presença de hematúria macroscópica associada à redução do volume urinário.
DIAGNÓSTICO
Cistografia: acurácia de 85% a 100%, é um RX contrastado da bexiga.
● Intraperitoneal: visualização da urina na cavidade peritoneal
● Extraperitoneal: concentração de urina em uma única região
TRATAMENTO
Extraperitoneal: sondagem (10-14 dias) + antibioticoprofilaxia
Intraperitoneal: cistorrafia - cirurgia para reparo da bexiga, é necessário porque está
extravasando urina e sangue na cavidade peritoneal
TRAUMA URETRAL
URETRA POSTERIOR
● É composta pela uretra prostática + membranosa
● Trauma: iatrogenia (sondagem - balonete insuflado)
URETRA ANTERIOR
● Composta por uretra bulbar + peniana
● Trauma: trauma perineal (“queda a cavaleiro”)
○ Lesa a uretra bulbar
QUADRO CLÍNICO
● Uretrorragia (sangramento) - sinal mais comum !!!
○ É diferente da hematúria - a uretrorragia é sangramento da uretra que sai pelo
meato, a hematúria é presença de sangue na urina.
● Hematoma de escroto e períneo
● Próstata elevada ou deslocada, não palpável ao toque retal
● Retenção urinária aguda e incapacidade de esvaziamento
DIAGNÓSTICO
É feito por uretrografia retrógrada
● Extravasamento de urina antes de alcançar a urina
● Estenose de uretra (é uma complicação)
TRATAMENTO
● Se for lesão parcial e conseguir colocar uma sonda vesical e o paciente está tratado, a
uretra vai cicatrizar ao redor da sonda dentro de em torno de 01 mês.
● Se não conseguir colocar a sonda vesical, deve fazer cistostomia (sonda suprapúbica):
deixa até desinchar e parar de sangrar - demora cerca de 3 ou 4 meses para que isso
ocorra - e depois faz uretroplastia.
TRAUMA DE PÊNIS
ANATOMIA DO PÊNIS
● O pênis é constituído por 02 porções:
○ Corpo Cavernoso: haste do pênis - 02 corpos cavernosos comunicados entre si
○ Corpo Esponjoso: glande + uretra
O trauma depênis ocorre no corpo cavernoso e chamamos de “fratura peniana”, apesar de ser um
órgão sem ossos.
ETIOLOGIA DA FRATURA DE PÊNIS
● Relações sexuais
● Autopunição
● Ferimentos penetrantes
● Mordidas de animais
QUADRO CLÍNICO
● Perda súbita de ereção
● Equimose e hematoma volumosos restritos à fáscia de Buck
● 10-15% dos casos tem lesão de uretra associada uretrorragia
Obs: fáscia de Buck → sai da coroa peniana e vai até a base do pênis. No momento que fratura o
corpo cavernoso ocorre extravasamento de sangue, que vai ficar contido pela fáscia, gerando um
hematoma.
DIAGNÓSTICO
● É clínico, não necessita de exames complementares.
● Na presença de uretrorragia, solicita-se uretrografia.
TRATAMENTO
Cirúrgico:
● Rafia do corpo cavernoso
● Drenagem do hematoma

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