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Aspectos legais, Técnicos e Investigativos dos Exames Periciais

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Curso de Investigação de 
Crimes de Homicídio e de 
Drogas Ilegais 
ASPECTOS LEGAIS, TÉCNICOS E INVESTIGATIVOS 
DOS EXAMES PERICIAIS
PERÍCIA
• Originário do latim peritia, que significa habilidade, arte, engenho,
execução correta por meio de conhecimento.
• É meio de prova que consiste em exame elaborado por pessoa, em regra
profissional, dotada de formação e conhecimentos técnicos específicos
acerca dos fatos necessários ao deslinde da causa.
• A perícia criminal é uma atividade técnico-científica prevista no Código
de Processo Penal, indispensável para elucidação de crimes quando
houver vestígios. A atividade é realizada por meio da ciência forense,
responsável por auxiliar na produção do exame pericial e na interpretação
correta de vestígios.
✓ Só recai sobre circunstâncias ou situações que tenham relevância
para o processo ou inquérito, já que a prova não tem como objeto
fatos inúteis.
PERÍCIA
• Tratando-se de prova pessoal, a perícia carrega certa dose de subjetividade,
demandando apreciação pessoal, variando de perito para perito.
✓ Apesar de não haver hierarquia entre as provas, a perícia é vista como
meio probatório de valor especial.
• Por ser um trabalho opinativo, NÃO vincula o juiz, que pode discordar das
conclusões dos expertos, embora só possa fazer de forma fundamentada.
✓ Art. 182 do CPP – “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou
rejeitá-lo, no todo ou em parte”.
✓ Art. 155 do CPP – “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, resalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas
• Natureza Jurídica: meio de prova.
PERÍCIA CRIMINAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Art. 144 da CF – A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – Polícia Federal
II – Polícia Rodoviária Federal
III – Polícia Ferroviária Federal
IV – Polícias Civis
V – Policias Militares e corpo de Bombeiros Militares
... §4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da união, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto a militares.
PERÍCIA CRIMINAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• ADI – 2897 – Rio Grande do Sul
• ADI - 3469 - Santa Catarina
✓ De acordo com a ADI, a criação do Instituto Geral de Perícia,
entre os órgãos policiais estaduais autônomos, portanto
desvinculado da polícia civil, viola o artigo 144 da Constituição
Federal. Esse artigo prevê que a segurança pública deve ser
exercida exclusivamente pelas polícias federal, rodoviária federal,
ferroviária federal, polícias civis, e militares e corpos de
bombeiros militares.
✓ “Mesmo que desempenhe funções auxiliares a atividades
policiais, e possa ou deva desempenhar essas atividades, o
Instituto Geral de Perícia não precisa, necessariamente, estar
vinculado à Polícia Civil”, Ministro Gilmar Mendes em seu voto
que julgou parcial a ADI.
PERÍCIA CRIMINAL NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
• Art. 6º do CPP – Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
✓ I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
✓ II – Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais;
✓ VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de
delito e a quaisquer outras perícias
• Art. 155 do CPP ao art. 157 do CPP – Da Prova (Capítulo I – Disposições
gerais);
• Art. 158 ao art. 184 do CPP – Da Prova (Capítulo II – Do exame do corpo de
delito e das perícias em geral);
• Art. 275 ao art. 281 do CPP – Dos Peritos e Interpretes (Auxiliares da justiça);
PERITO CRIMINAL
• É um “auxiliar da justiça”, devidamente compromissado, estranho às
partes, portador de um conhecimento técnico especializado e sem
impedimentos ou incompatibilidades para atuar no processo ou inquérito
policial.
Perito oficial
• Art. 159 do CPP - (alterado pela Lei 11.690/2008). - O exame de corpo
de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de
diploma de curso superior.
✓ É aquele que presta compromisso de bem e fielmente servir e exercer a
função quando assume o cargo, ou seja, quando após o regular
concurso de provas e títulos, vem a ser nomeado e investido no cargo
de perito (desnecessário prestar compromisso nos processos e
investigações que atua);
✓ Autoridade policial requisita ao diretor da entidade oficial (I.M.L ou I.C)
– art. 178 do CPP;
PERITO CRIMINAL
Perito não oficial ou louvado (“ad hoc”):
• Art. 159, §1º do CPP - Na falta de perito oficial, o exame será realizado
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
técnica relacionada com a natureza do exame.
• Altera a súmula 361 STF: “No processo penal é nula a prova realizada
por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionando,
anteriormente na diligência de apreensão”. Servia tanto para o perito
oficial quanto aquele não oficial. Com a alteração passa a valer apenas
para o perito não oficial, pois tratando-se de perito oficial, bastará um.
PERITO CRIMINAL
Perito não oficial ou louvado (“ad hoc”):
• Não pertence aos quadros funcionais do Estado (quando nomeado, presta
compromisso).
✓ Pode fazer parte do quadro do Estado, mas não faz parte da perícia;
• A nomeação não poderá ser recusada, salvo motivo justificado (art. 277 do CPP);
• A nomeação do perito “ad hoc” deverá ser feito para cada exame – art. 179 do
CPP;
• Caso não compareça, pode ser conduzido coercitivamente (art. 278 CPP);
• Pode incorrer no crime de falsa perícia (CP art. 342);
• Nomeação feita pela autoridade policial no inquérito policial e pelo juiz de direito no
processo;
✓ As partes não poderão intervir na nomeação do perito;
PERITO CRIMINAL
Requisitos para ser nomeado a perito “ad hoc”
• Maiores de 21 anos - Art. 279, inciso III do CPP;
✓ Há discussão se o novo CC teria alterado para 18 anos a idade mínima
para ser perito, jurado ou intérprete.
• Ser portador de formação universitária plena;
• Estar vinculado ao órgão de classe da categoria;
• Ter capacitação científica, técnica ou artística para desempenho da
função;
• Possuir idoneidade moral reconhecida.
PERITO CRIMINAL
Impedimentos - Art. 279 CPP
• Que estiverem sujeitos a interdição temporária de direitos mencionada no
art. 47 do CP
✓ Interdição temporária de direitos é uma das seis espécies de pena restritiva
de direito. A pessoa fica impedida de exercer função, cargo público e eletivo
ou exercício de profissão que depende de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;
• Aquele que manifestou opinião sobre o objeto da perícia ou prestou
depoimento no processo ou inquérito policial.
• Analfabetos e menores de 21 anos.
• Segundo o art. 280 do CPP é extensivo aos peritos o disposto sobre a
suspeição dos juízes
✓ Art. 135 CPC - amigo, inimigo, interessado, herdeiro, credor, devedor, etc...)
DETERMINAÇÃO DE EXAMES PERICIAIS
• Tanto a Autoridade Policial (art. 6º, VII CPP), como o Juiz, podem
determiná-las de ofício ou a requerimento das partes.
Ex: No caso de lesões corporais, para qualificá-la como grave, deve-se
proceder exame complementar após decorrido o prazo de 30 dias da
data do delito.
• Art. 1º, §2º da lei 13. 813/13 – “Durante a investigação criminal, cabe ao
delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e
dados que interessem à apuração dos fatos”.
• Art. 181 do CPP – “No caso de inobservância de formalidades, ou no caso
de omissões, obscuridade ou contradições, a autoridade judiciária
mandará suprir a formalidade,complementar ou esclarecer o laudo”.
✓ Art. 181, p. único do CPP – “A autoridade poderá também ordenar
que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar
conveniente”.
ELABORAÇÃO DOS EXAMES PERICIAIS
• Qual seria o momento apropriado para a perícia?
O quanto antes, pois a rápida intervenção do perito (obviamente
depois de legalmente acionado) garantirá a maior possibilidade
de sucesso na perícia. Quanto menor o lapso temporal entre o
fato ilícito e sua apreciação técnica melhor. Isto garante maior
robustez ao trabalho pericial, afasta a superveniência de causas
que provoquem alterações e deteriorações de elementos
materiais preciosos.
• Qual é o prazo para a elaboração do laudo pericial?
Art. 160, p. único do CPP – “O laudo pericial será elaborado no
prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos”.
PROVAS ILÍCITAS
TEORIA
a) Frutos da árvore envenenada: origem na Suprema Corte dos EUA.
b) Na CRFB/88, implícito no art. 5º, LVI e positivado no art. 157, §1º do
CPP.
• Art. 5º, LVI do CF – “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meio ilícitos”
• Art. 157 do CPP - São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a
normas constitucionais ou legais.
• Tudo aquilo que deriva da prova ilícita estará contaminado – Art. 157,
§1º do CPP - (ilicitude por derivação). Interceptação telefônica sem
autorização judicial + localização de agenda contendo nomes, números
e valores do comércio de drogas ilícitas. Ambas as provas são ilícitas.
CLASSIFICAÇÃO DE PERÍCIAS
• Perícia “precipiendi”: o perito limita-se a apontar percepções colhidas,
apenas descrevendo de forma técnica o objeto examinado, sem
proceder a uma análise valorativa ou conclusiva.
✓ “...trajava, por ocasião dos exames uma camisa vermelha de malha de
algodão, com a inscrição “Quicksilver” na cor branca na parte dorsal, e
calça comprida preta de “tactel”. Como peça íntima usava uma cueca
anatômica verde de “lycra”. Calçava um par de chinelos de material
sintético de cores preta e azul, de marca aparente “Kenner”...”.
• Perícia “deducendi”: verifica-se na situação em que o perito é chamado
para interpretar ou apreciar cientificamente um fato.
✓ “Fotografia mostrando o esfumaçamento na mão direita da vítima. Tal
efeito demonstra que a vítima aproximou a mão da lateral da cabeça
para se defender do ataque. Isso reduziu sensivelmente a dispersão
dos efeitos secundários no ferimento apontado no anexo anterior...”.
CLASSIFICAÇÃO DE PERÍCIAS
• Perícia intrínseca: assim será toda vez que tiver por objeto a materialidade
da infração penal . Exemplo: exame de necropsia, arma do crime, etc...
• Perícia extrínseca: tem por objeto elementos externos à infração penal, que
não compõem a materialidade, mas que servem como meio de prova.
Exemplo: exames de móveis destruídos pelo agente antes de matar a vítima.
• Perícia oficial: é aquela elaborada por um técnico ou profissional integrante
dos quadros funcionais do Estado.
• Perícia não oficial: é aquela realizada por peritos particulares, toda vez que
inexistirem no local peritos oficiais.
• Perícias Externas: locais de todas as espécies dentro das atribuições
compatíveis. Ex. local de crimes;
• Perícias Internas: exames periciais que demandem ensaios laboratoriais de
química, física, bioquímica, engenharia, documentoscopia, identificação de
voz gravada etc.... Ex. Exame definitivo de constatação de drogas.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Corpo de delito
• É o conjunto de vestígios materiais (elementos sensíveis) deixados pela
infração penal, ou seja, representa a materialidade do crime.
Obs.: Elementos sensíveis: Vestígios corpóreos perceptíveis por qualquer
dos sentidos humanos.
• Existem infrações que não deixam vestígios (crimes contra honra,
desacato, furto simples...)
Exame de corpo de delito
• Os crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro, falsificação etc...)
necessitam de um EXAME de corpo de delito que traduz a comprovação
dos vestígios materiais deixados. O ECD é um exame que os peritos
descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência do
delito. O corpo de delito, por sua vez, é o próprio crime em sua tipicidade.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
• ECD direto: feito sobre o próprio corpo de delito (cadáver, janela
arrombada etc...). É aquele exame pericial que recai sobre os elementos
materiais presentes no local do fato, no instrumento do crime, na pessoa
física (viva ou morta), perpetuando a materialidade da infração penal.
• ECD indireto: advém de um raciocínio dedutivo sobre um fato narrado
por testemunhas, sempre que impossível o exame direto. Também é o
caso de utilização do prontuário de atendimento hospitalar para
confecção de um ECD indireto de lesões corporais p.ex.
✓ Impossibilidade de solicitar o prontuário médico devido ao sigilo das
informações médicas;
A permissibilidade do ECD indireto decorre do perecimento, dispersão,
destruição ou desaparecimento dos elementos materiais que constituíram
o corpo de delito. Se for possível o ECD direto, não cabe o indireto.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
• Art. 158 CP: “Quando a infração deixar vestígios,
será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado”.
• Art. 167 CPP: “Não sendo possível o exame de
corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a
falta”.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
• Art. 162 do CP: “A autopsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte,
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no
auto.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias Perinecroscópicas (art. 164 e 165 CPP):
• Laudo de local de crime, coleta de vestígios,
registros do local, posição do cadáver, dinâmica,
lesões externas, etc...
• Art. 164 – “Os cadáveres serão sempre fotografado na posição em que
forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local de crime”
• Art. 165 – “Para representar as lesões encontradas no cadáver, os
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas,
esquemas ou desenhos, devidamente rubricados”
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias Perinecroscópicas
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de crime contra o patrimônio
(art. 171 CPP):
• Determinação da destruição e rompimento de
obstáculo à subtração da coisa, escalada e
emprego de chave falsa (qualificadora afastando a
possibilidade de fiança).
• Art. 171 – “Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de
obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos,
além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que
meios e em que época presumem ter sido praticados”.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de crime contra o patrimônio :
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de crime contra o patrimônio :
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de crime contra o patrimônio :
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de incêndio (art. 173 CPP):
• Combustão que expõe a perigo de vida, a
integridade corporal e/ou patrimônio de outrem.
Determinar causa e lugar de início.
• Art. 173 do CPP – “No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e
o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para
a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as
demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato”.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em locais de incêndio
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias documentoscópicas (art. 174CPP):
• falsidade do documento, da assinatura nele aposta ou identificação da
autoria da falsificação.
• Marca d’água “CNH” e bandeira;
• Impressão calcográfica;
• Foto digitalizada;
• Imagem latente “CNH”;
• Micro caracteres;
• Texto camuflado “CONTRAN”;
• Texto camuflado “FRAUDE”;
• Fundo camuflado “Bandeira 
Nacional”;
• Fibras coloridas e 
fluorescentes;
• Verso com efeito íris, sensível a 
cópia colorida.
Características de Segurança da 
Carteira Nacional de Habilitação
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em instrumentos de crime (art. 175 CPP):
• São os agentes mecânicos externos de que se vale
um indivíduo na prática de uma infração penal
contra a pessoa ou patrimônio. Esses agentes
provocam lesões incisas, punctórias, contusas,
perfuro-contusas, perfuro-incisas, corto-contusas
entre outras (natureza e eficiência).
• Art. 175 – “Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para à
prática da infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência”.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Perícias em instrumentos de crime (art. 175 CPP):
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Outras perícias comuns:
• Papiloscopia: Identificação humana por meio de impressões digitais
(dactiloscopia), palma das mãos (quiroscopia), planta dos pés (podoscopia).
Impressões papilares:
• São provocadas pelo contato de mãos ou pés em superfícies e objetos. Se
dividem em três grupos;
✓ Impressões latentes - são produzidas pelas secreções sebáceas e
sudoríparas da pele, estando limpas as polpas digitais, palmas das mãos
e plantas dos pés. São invisíveis a olho nu, podendo ser localizadas
através da luz obliqua.
✓ Impressões visíveis - são produzidas pelas extremidades digitais, palmas
das mãos ou plantas dos pés, quando essas regiões estão impregnadas
de substancias corantes, tais como sangue, tinta, etc.
✓ Impressões modeladas – produzidas em superfícies moldáveis.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Papiloscopia :
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Papiloscopia : 
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Sistema AFIS: Sistema de armazenamento e comparação de impressões
papilares.
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Outras perícias comuns:
MODALIDADES DE PERÍCIAS PREVISTAS NO CPP
Reconstituição ou Reprodução Simulada dos fatos – art. 7º do CPP
• Verifica-se a possibilidade da infração penal ter sido praticada de
determinada forma. É a necessidade de esclarecimento de dúvida sobre
a maneira pela qual se desenvolveu o crime (dinâmica do crime). Não
deve entrar em choque com os princípios morais e ordem pública (não
são reproduzidos estupro, atentado terrorista por exemplo). Em regra
feita com base nas declarações do suspeito.
• Pode ser requerida pelas partes, vítima, suspeito, cabendo ao delegado
analisar a conveniência. A autoridade policial preside, participando
peritos, agentes e escrivão que lavrará um auto de reprodução simulada
dos fatos. Nada impede que o delegado requisite a reprodução simulada
dos fatos à perícia técnica, sendo apresentado um laudo de reprodução
simulada dos fatos.
OUTRAS MODALIDADES DE PERÍCIAS
Perícia de Semenologia:
• É o estudo do esperma ou sêmen total em todos seus aspectos de
interesse judiciário. Presta-se para detecção através da coleta via swab
vaginal, oral, anal ou em tecidos. Ainda para coleta de perfil genético.
Especialmente relevante nos crimes contra a liberdade sexual
Bancos de dados periciais – DNA
• Em 29 de maio de 2012 foi sancionada a lei 12.654/12, que cria o Banco
Nacional de Perfis Genéticos e em 12 de março de 2013 a lei foi
regulamentada pelo Decreto 7.950/13.
• Neste banco serão inseridas amostras coletadas em locais de crime, em
vítimas de crimes sexuais e em criminosos que ingressam no sistema
prisional
OUTRAS MODALIDADES DE PERÍCIAS
Perícia de Semenologia:
OUTRAS MODALIDADES DE PERÍCIAS
Perícia de balística: Mantém estreito liame com a
residuografia.
• Microcomparação balística: vinculação entre o estriamento
da alma do cano e os vestígios impressos na superfície do
projétil.
• Determinação de calibre: Calibre real da arma utilizada no
crime.
• Exame residuográfico: Identifica resíduos da combustão
provocada pelo disparo da arma de fogo no atirador.
OUTRAS MODALIDADES DE PERÍCIAS
Sistema Evofinder: Sistema de armazenamento e comparação entre
padrões de armas, projeteis e estojos
OUTRAS MODALIDADES DE PERÍCIAS
Mossa Projétil Cartucho Perfuração
Blindagem Estojo Núcleo de Chumbo Alojamento
EXAME PERICIAL NA LEI 11.343/06
• Art. 50, § 1º- Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação
da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.
✓ O Laudo de constatação preliminar – “Exame pericial preliminar,
realizado mais rapidamente, sem a necessidade de dois perito, somente
para justificar o recebimento da denúncia ou queixa. O laudo é
provisório e pode ser, futuramente contrariado pelo exame definitivo. É
autentica condição de procedibilidade”
§ 2º- O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o deste artigo não
ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
EXAME PERICIAL NA LEI 11.343/06
• Art. 32, §1º - “A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo
de 30 dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova;
• Art. 32, §2º - “A incineração prevista no §1º deste artigo será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de
policia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Público
e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a
perícia realizada no local da incineração;
• Art. 58, §1º - “Ao proferir a sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no
curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto,
ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na
forma do art. 32 §1º, desta lei, preservando-se para eventual contraprova, a
fração que fixar.
• Art. 58, §2º - Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e,
ouvindo o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do
produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do
laudo toxicológico.
OBRIGATORIEDADE DE COMPARECIMENTO DOS PERITOS CRIMINAIS EM 
LOCAIS INIDÔNEOS 
• Art. 169, p. único do CPP: “Os peritos
registrarão, no laudo, as alterações do
estado das coisas e discutirão, no
relatório, as consequências dessas
alterações na dinâmica dos fatos”;
OBRIGATORIEDADE DE COMPARECIMENTO DOS PERITOS CRIMINAIS EM 
LOCAIS INIDÔNEOS 
OBRIGATORIEDADE DE COMPARECIMENTO DOS PERITOS CRIMINAIS EM 
LOCAIS INIDÔNEOS 
LAUDO PERICIAL
• Documento processual, escrito com a exposição das apreciações e
interpretações dos peritos com a apreciação dos elementos colhidos no
local do fato, no instrumento do crime, na peça de exame e na pessoa
física, viva ou morta.
• Dentro deste conceito depreende-se que há perícias que envolvem a
coisa (local do fato, instrumento do crime, peça de exame) e a pessoa
física (diagnóstico da idade cronológica, gravidez, doença profissional,
insanidade mental, exame necroscópico, exumação e etc...).
LAUDO PERICIAL
Requisitos: Como peça técnica, o laudo pericial deve ser apresentado
dentro das normas técnicas e de metodologia científica. Atendendo aos
requisitos essenciais de método, concisão, clareza, precisão e correção.
• Método: Deve ser organizado de forma lógica, apresentando - se em três
partes – introdutória, descritiva dos exames e conclusiva.
• Concisão: A redação deve restringir-se ao necessário, preservando a
clareza.
• Clareza: Utilização de expressões e termos simples e objetivos.
• Precisão: Deve-se evitar expressões ambíguas, palavras de significados
múltiplos,sentido vago.
• Correção: Atender a normas gramaticais, linguagem culta porém clara.
LAUDO PERICIAL
Estrutura: Uma vez atendidos os requisitos citados, apresentam-se alguns
modelos de estruturas que variam de acordo com as especificidades
impostas pelas naturezas distintas. Entretanto, apresentam uma estrutura
geral assim distribuída:
Parte introdutória
• Título – natureza da ocorrência – Laudo de exame de local de morte violenta.
• Preâmbulo – Data, nomes do diretor do órgão e peritos subscritores,
autoridade requisitante.
• Histórico – Relativos ao atendimento da ocorrência, data e hora de
comparecimento ao local, data do ofício de requisição, endereço, ponto de
referência.
• Objetivo Pericial - Esclarecimento necessário em alguns casos. Exemplo:
Exame de arma de fogo para verificação de disparo acidental.
LAUDO PERICIAL
Relatório dos exames
Exames – É o item mais importante do Laudo Pericial. É o momento em que
o Perito descreve o ambiente com todos os elementos de importância, bem
como vestígios encontrados, utilizando o método científico para inter-
relacionar coisa, pessoa, fato ou circunstância. (do local, do cadáver, do
veículo e etc...).
Fundamentação técnico-científica - Exames de maior complexidade,
merecedores de maiores esclarecimentos. Aqui apresentam-se novas
técnicas, o modo como foram usadas e instrumentos utilizados.
Outros elementos - Elementos observados no local que tenham conexão
indireta com o fato em estudo. Mesmo não estando diretamente conectadas
ao fato, possam contribuir com a investigação policial.
LAUDO PERICIAL
Parte analítica
Considerações técnico periciais – Análise mais profunda de determinados vestígios,
seu inter relacionamento, ou ainda, conexão com pessoa, coisa, fato ou circunstância
com objetivo de fortalecer um raciocínio ou uma conclusão.
Resposta a quesitos - Devem ser transcritos “ipsis litteris”, entre aspas, seguidos das
respectivas respostas. Devem ser respondidos objetivamente (sim, não,
prejudicado). Só devem ser justificadas respostas essencialmente necessárias.
Podem dispensar discussão e conclusão.
Discussão - Perito já está apto a oferecer sua interpretação com base no conjunto de
dados levantados de como ocorreu o evento, etapas cronológicas do atos e
dinâmica.
Conclusão – É o desfecho de todas as anteriores, correspondendo à síntese de toda
a elaboração técnica. Aqui o Perito conclui oferecendo a causa que determinou a
efetivação do evento (caso de morte = homicídio, suicídio, acidente).
LAUDO PERICIAL
Complementos
Fecho: Última parte descritiva do laudo, padronizada. O Perito informa a
quantidade de folhas que compõem o documento, bem como assina
seu trabalho. Deve-se rubricar todas as páginas.
Anexos: Croquis, fotografias, fotocópias, esquemas e ilustrações de
qualquer espécie.
Laudo pericial no APFD
Nos delitos que deixam vestígios, na medida do possível, deve ser
realizado. O local do fato, instrumentos do crime, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ou comprovar o autor da infração penal. Há
que se documentar a materialidade da infração penal.
FINALIDADE DO LAUDO PERICIAL
• Comprovação material da existência da infração penal e do
irrelevante penal: Diferencia ambos. Nem todo fato que necessita
intervenção policial é infracional penal – Uma morte suspeita pode se
comprovar como morte natural / Por outro lado, há eventos
aparentemente não delituosos que ocultam crimes – Aparente suicido
revela-se um homicídio.
• Perpetuação dos elementos materiais passíveis de serem
empregados como prova: Os vestígios encontrados no local do fato,
instrumento do crime, peça de exame, etc... não são imutáveis, podendo
sofrer alterações significativas, deteriorações ou destruição definitiva com
o decurso de tempo (impressões papilares, lesões de natureza leve....).
Diante deste fato há a necessidade desses elementos materiais
indiciários serem perpetuados, para que possam ser projetados no futuro
por ocasião do julgamento.
FINALIDADE DO LAUDO PERICIAL
• Comprovação da identidade dos partes: É imprescindível que se
aponte à Justiça o autor e a vítima. A identidade da vítima constitui elo
precioso para relacioná-lo com o agente da infração penal (exemplos de
inquéritos com vítimas desconhecidas - quase sempre arquivados).
• Oferecimento de subsídios de ordem técnica ou científica para a
adequada tipificação do fato ilícito: Sob o ponto de vista jurídico-penal
uma infração penal relativamente às circunstâncias pode ser definida
como simples, qualificada ou privilegiada. Quanto à manifestação de
vontade, culposa, dolosa ou preterdolosa dependendo das condições em
que foi perpetrado o fato concreto. (emprego de veneno, fogo, asfixia,
tortura, ocupação para atividades habituais por mais de 30 dias,
deformidade permanente, enfermidade incurável, emprego de arma de
fogo, violação de domicílio, cometida à noite...). A descrição minuciosa do
perito permitirá a capitulação legal do crime.
QUESITOS
• Constitui pergunta que se formula aos Peritos e pela qual se delimita o
campo da perícia. Devem versar-se somente sobre fatos pertinentes à
causa, devem ainda ser úteis e relevantes ao resultado da perícia.
• No campo penal não é raro que seja requisitada perícia
desacompanhada de quesitos, particularmente na fase do inquérito
policial. Todavia, os peritos criminais balizam a elaboração do laudo
pericial por meio de quesitos denominados oficiais ou de praxe sobre
cada modalidade de exame de cada figura delitiva.
▪ Exemplo: Homicídio - 1º) Houve a morte? 2º) Qual a causa da
morte? 3º) Qual instrumento ou meio que produziu a morte? 4º) A
morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, asfixia,
tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar
perigo comum? – inciso III.
MODALIDADES DE QUESITOS
• Originários: Art.176 caput CPP- As autoridades policial e
judiciária poderão formular quesitos até o ato da diligência (início
dos atos próprios da perícia).
• Suplementares: Quesitos facultativamente oferecidos e
autorizados pela lei. Visam suprir lacunas ou omissões contidos
no laudo ou aditar esclarecimentos sobre determinados tópicos.
FALSA PERÍCIA
Art. 342 do CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, PERITO, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, administrativo, inquérito policial ou juízo arbitral.
Pena: reclusão de 1 a 3 anos e multa.
Ou seja, afirmar uma inverdade, negar uma verdade ou silenciar a
verdade.
§1º - As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter provas
destinada a produzir efeitos em processo penal, ou em processo civil em
que foi parte entidade da administração pública direta ou indireta;
§2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade;
FALSA PERÍCIA
• Para efeitos penais os peritos não oficiais são considerados funcionários
públicos – art. 327 CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
• Atenção: A falsa perícia é crime essencialmente doloso. O perito há de
mentir volitivamente, negar ou calar a verdade, sabendo-a, afim de obter
um resultado sabidamente ilícito para beneficiar-se ou beneficiar terceiros
no procedimento.
• A lei penal, todavia, dá margem para que o perito não seja punido, desde
que antes da sentença o mesmo se retrate ou declare a verdade. (art.342
,§2º CP) – Causa extintiva de punibilidade art.107, VI CPB.
• No caso de erro culposo bastará que por meio de laudo complementar
retifique o erro culposo cometido. No caso de omissões, obscuridades, ou
contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
complementar ou esclarecer o laudo.
SUICÍDIO DE POLICIAL CIVIL
Laudo Antropométrico ou 
ProsopográficoCaso Pousada Brumadinho/MG
CHECK IN
JANTAR NO RESTAURANTE DA POUSADA
NÃO COMPARECERAM PARA CAFÉ DA 
MANHÂ
CAMAREIRA ESCUTA O SOM DE ÁGUA NO 
CHALÉ
NÃO COMPARECEM PARA O JANTAR
PERÍCIA INICIA OS TRABALHOS
EFETIVAÇÃO DA NECROPSIA
DEPOL BUSCA INFORMAÇÕES NO LOCAL
DAS INVESTIGAÇÕES
Os médicos legistas constataram a presença de carboxihemoglobina na
concentração de 68% no corpo da vítima Gustavo Lage e de 62% no corpo
da vítima Alessandra Paolinelli, concluindo os relatórios de necropsias pela
causa mortis por ASFIXIA POR MONÓXIDO DE CARBONO.
“(...) O Monóxido de Carbono (CO) é um gás levemente inflamável, incolor,
inodoro e muito perigoso devido à sua grande toxidade. É produzido pela
queima em condições de pouco oxigênio (combustão incompleta). O
Monóxido de carbono liberado pela “queima” incompleta desses
combustíveis, combina-se com a hemoglobina de uma maneira mais
estável do que o oxigênio, formando a carboxihemoglobina. Dessa forma, a
hemoglobina fica impossibilitada de transportar o oxigênio, podendo levar a
morte por asfixia (...)”. Laudo Engenharia Legal acostado aos autos.
DAS INVESTIGAÇÕES
Buscou-se nas investigações encontrar a fonte
geradora do monóxido de carbono causador da asfixia
das vítimas, sendo inicialmente analisada a lareira à
lenha existente nas suítes da Pousada, pois, conforme
se verificou dos depoimentos de alguns dos hóspedes,
esta foi identificada como uma fonte de reclamações,
onde a maioria sentiu dificuldades quanto ao
funcionamento do equipamento instalado nos quartos,
reclamando basicamente do retorno de fumaça.
CHALÉ LIBELULA
DA LAREIRA
DA BANHEIRA COM AQUECIMENTO A GÁS
DO AQUECEDOR DE ÁGUA A GÁS
DO CONTATO COM O AMBIENTE INTERNO
DAS CONCLUSÕES DOS LAUDOS
• Laudo de identificação, qualificação e quantificação das fontes de
CO:
1- concentração de CO se deu pelo concurso das duas fontes: lareira e
aquecedor à gás;
2- abertura na laje para dar passagem à tubulação hidráulica da banheira
permitiu o contato do meio externo para o interno ( por onde fluiu o CO);
• Laudo Levantamento de Local:
1- descartou-se a lareira como fonte principal ( em níveis elevados) do CO;
2- constatou-se que o aquecedor estava instalado em um porão com via de
ventilação insuficiente, não havia chaminé (exigência de norma técnica) e
aquecedor localizado sob uma abertura no teto do porão;
DAS CONCLUSÕES DOS LAUDOS
“(...) considerando as condições inadequadas em que foi
instalado o aquecedor e os resultados obtidos com o medidor
de monóxido de carbono, os Peritos são acordes em apontar o
aquecedor a gás como a fonte geradora da concentração fatal
de monóxido de carbono e consequentemente a sua instalação
inadequada como a causadora da morte das vítimas (...)”. Laudo
Levantamento de Local- fls. 504/558.
DAS RESPONSABILIDADES
Das obras, dos projetos e das modificações:
1- Alterações nas instalações hidrossanitárias- confinamento
do equipamento em um porão e retirada da chaminé
(indispensável);
2- Alterações ocorridas após a conclusão da obra e sem a
tutela de um responsável técnico (engenheiro e/ou arquiteto);
DAS RESPONSABILIDADES
Ausência do dever de cuidado objetivo:
✓ Luciano França Drumond - proprietário da Pousada- que com um agir
descuidado mandou construir paredes de alvenaria confinando o
aquecedor de água à gás impedindo a expulsão do monóxido de
carbono que intoxicou o ambiente interno do quarto, retirando inclusive
a chaminé, acessório obrigatório ao equipamento e ainda deixou de
consultar os profissionais especializados - engenheiros e arquiteta- que
tinham sido contratados para a elaboração dos projetos específicos e
execução da obra.
✓ Rodrigo Morais - bombeiro hidráulico- que ciente da necessidade de
adequada ventilação para o aquecedor de água a gás, sugeriu a
construção de paredes de alvenaria confinando o equipamento em um
porão sob o piso do chalé .
DAS RESPONSABILIDADES
➢ Artigo 121, § 3º do CPB, por duas vezes
(Homicídios Culposos - sem intenção de matar);
➢ Penas previstas: detenção de 1 a 3 anos ( para
cada delito);
Laudo Luminol
Álvaro Homero Huertas dos Santos
Ex-investigador de Polícia no Estado de Minas Gerais (2005/2008) 
Delegado de Polícia no Estado de Minas Gerais (a partir de 2008)
Delegado Titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Betim 
Docente do curso presencial de Investigação de Homicídios e Drogas Ilegais 
(SENASP), 
Docente do curso de Formação de Escrivão de Polícia (ACADEPOL/MG),
Docente do curso de Formação de Delegado de Polícia (ACADEPOL/MG), 
Docente em Direito Penal e Processo Penal na Faculdade Pitágoras/MG 
E-mail: alvarohomero@yahoo.com.br
Telefone: (31) 9805-4770
Fim
Curso de Investigação de Crimes de Homicídio e de Drogas Ilegais
mailto:rogersjarbas@policiacivil.mt.gov.br

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