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Políticas Populacionais: Formulação e Objetivos

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Disciplina: Geografia da População
Aula 5: Políticas Populacionais
Apresentação:
Nesta aula, discutiremos o que é uma política pública, tendo como foco principal as políticas
populacionais. Em sociedades multifacetadas e desiguais territorialmente, as políticas refletem os
desejos e os embates que existem entre os setores da sociedade.
Uma política populacional não pode ser considerada sinônimo de controle de natalidade ou de redução
populacional, principalmente em países nos quais o crescimento populacional é zero ou negativo.
Decorrentes de realidades distintas, os fluxos migratórios pressionam populações e governos para
elevação das taxas de natalidades, uma vez que a população de um país pode ser um fator de
soberania territorial e salvaguarda de valores culturais.
Objetivos:
Examinar a formulação de uma política populacional como interesse de grupos socioeconômicos
específicos;
Analisar a relação entre as políticas populacionais e o modelo econômico dos Estados;
Identificar as políticas populacionais implementadas por alguns países e suas consequências para
as populações nacionais.
Políticas populacionais
Um dos mais prestigiados geógrafos da atualidade, o francês Claude Raffestin, afirma que para
os Estados a população pode ser considerada um recurso ou um não recurso.
Esse autor afirma que a contagem populacional, nos seus primeiros momentos ainda no século
XVIII, tinha como objetivo conhecer os recursos humanos com que o Estado podia contar
sobretudo na ocupação e na defesa de seu território. Atualmente, o objetivo da contagem da
população não é somente o da estratégia bélica, mas também o do planejamento do
desenvolvimento econômico em seu amplo aspecto.
Conhecer o tamanho de sua população e o ritmo de crescimento ou de encolhimento possibilita
a formulação de políticas públicas buscando resolver problemas já existentes, como, entre
outros:
superpopulação;
desabastecimento alimentar;
vazios populacionais;
desequilíbrio entre os sexos;
estrutura demográfica da população.
 Divisão de população. (Fonte: Shutterstock)
Esses dados também são essenciais para o planejamento futuro, como
se precaver de problemas previdenciários advindos do envelhecimento
da população.
Tanto o planejamento futuro quanto a possibilidade de melhorar a realidade da população
demandam a formulação de políticas populacionais que podem estimular o crescimento ou o
controle da natalidade.
A população pode ser considerada um recurso quando a estrutura demográfica está equilibrada
e a PEA produz riqueza para o desenvolvimento do país. Entretanto, uma população de grandes
dimensões, como a da China ou a da Índia, pode ser considerada um não recurso, pois
demanda grandes investimentos públicos em educação, saúde, infraestrutura, segurança
alimentar.
Esses grandes investimentos podem ser fatores limitantes do crescimento econômico e social do
conjunto da população. Com base nessa abordagem, as políticas populacionais . são
formuladas.
 Ruas movimentadas na Índia (Fonte: Shutterstock)
Conceituando a política populacional
As sociedades atuais são multifacetadas. Ou seja, são compostas de indivíduos de diferentes
origens, níveis sociais, econômicos, profissões, com orientações políticas partidárias distintas,
entre outros. Os interesses são múltiplos. A política é a arte de compatibilizar os diversos
interesses.
Quando uma demanda de um grupo ou setor da sociedade, ou do meio ambiente, assume
proporções que a colocam em evidência, ela pode vir a se tornar o objeto da ação política.
Dessa forma, essa demanda pode entrar na agenda de debates do governo e se transformar no
alvo de uma política pública ..
E o que são políticas públicas?
01
1
2
file:///W:/2018.2/geografia_da_populacao__GON944/aula5.html
file:///W:/2018.2/geografia_da_populacao__GON944/aula5.html
Instrumentos utilizados pelo Estado visando equilibrar as demandas e os interesses dos
diferentes grupos internos.
02
A importância da formulação de políticas públicas está diretamente conectada à capacidade dos
Estados em mediar os interesses dos diversos setores da sociedade.
03
Buscam resolver os desajustes que podem ocorrer entre um setor e os outros, ou ainda entre
um setor e sociedade global.
04
Têm a importância de solucionar problemas públicos.
Por que uma política deve ser chamada de
pública?
Para uma política ser chamada de pública ela deve cumprir alguns requisitos.
Deve poder ser aplicada por todo o conjunto do público-alvo. Exemplo: se há uma política
pública de combate a uma determinada doença infantil, todo o conjunto das crianças, na
faixa etária determinada, deve ser vacinado, sem distinção. Uma política pública não pode
discriminar uma parte do público-alvo por motivo algum;
Deve ter uma intencionalidade, uma motivação para a solução de um problema público, da
sociedade, e não uma demanda privada.
Dentro dessa perspectiva, a identificação entre políticas públicas e ações
governamentais faz-se quase imediatamente. Para cada política
formulada, para cada setor da sociedade, estará implícita uma série de
medidas a serem colocadas em prática. Nesse momento, as políticas
públicas tornam-se objeto de estudo da Geografia.
As políticas públicas se configuram como objeto de estudo da Geografia devido ao fato de toda
política pública ser territorializada. Seja uma política pública econômica, educacional, de saúde,
habitacional ou de controle da natalidade, sempre haverá um impacto na organização do
território, que pode ser positivo, gerando melhor justiça espacial e social, ou negativo quando
há um aprofundamento das desigualdades já existentes.

Exemplo
A política de higienização dos espaços e vacinação das pessoas, no início do século XX,
conduzida por Oswaldo Cruz. Essa foi uma política pública voltada para o controle de várias
epidemias, principalmente as de varíola e febre amarela, que teve impactos espaciais
relevantes. Um deles foi a remoção de comunidades carentes do centro do Rio de Janeiro -
naquele momento, a capital da nova República do Brasil, com a justificativa de serem
insalubres.
 Caricatura de Oswaldo Cruz limpando a imundície do
Morro da Favela. (Fonte: autor desconhecido. Disponível em
https://goo.gl/FbbfDN <https://goo.gl/FbbfDN> .
Acesso em: 28 mar. 2018)
Políticas demográficas
https://goo.gl/FbbfDN
São políticas públicas que visam controlar as taxas de natalidade de um país. Altas taxas de
natalidade podem fazer com que os Estados tenham que investir grande parte de seu PIB nos
setores de saúde e educação, impossibilitando os investimentos em setores produtivos como a
geração de energia, transporte, indústria, entre outros, dentro de uma perspectiva
neomalthusiana, como estudamos na aula 2.
No entanto, as políticas demográficas podem ser voltadas para o estímulo ao crescimento das
taxas de natalidade de uma população. Países de população envelhecida, como alguns
europeus, percebem a necessidade de estimular o crescimento da natalidade devido à
necessidade de aumentar a população em idade produtiva, geradora de riquezas necessárias
para sustentar os jovens em idade escolar, bem como o grande percentual de idosos, como
estudado na aula 4.
Estado e políticas populacionais - populoso
X povoado
O debate sobre o impacto das políticas demográficas na organização do espaço foi muito
importante nas décadas de 1960 e 1970 em praticamente todas as regiões do planeta.
Brasil
No Brasil, com grandes partes do seu território ainda desocupadas e consideradas vazios
demográficos, e em processo de industrialização, esse debate foi particularmente intenso.
No final da década de 1960, setores da sociedade brasileira se uniram para combater as ideias
dos neomalthusianos, consideradas contrárias ao desenvolvimento nacional.
 População brasileira.
Houve crítica forte, em vários setores da sociedade, sobre qualquer tipo de controle de
natalidade . desenvolvido no Brasil.3
file:///W:/2018.2/geografia_da_populacao__GON944/aula5.html
1
A Igreja Católica sempre se posicionava contra a utilizaçãode métodos contraceptivos e a favor
da família numerosa.
2
Os militares haviam lançado o Programa Estratégico de Desenvolvimento (1969-1970) e viam
na alta taxa de natalidade a possibilidade de ocupar os vazios demográficos nacionais,
sobretudo a Amazônia brasileira.
3
Os movimentos de esquerda criticavam o controle de natalidade, percebido como uma forma de
frear o crescimento do Terceiro Mundo.
4
As feministas eram contra qualquer tipo de interferência na decisão das mulheres em ter ou não
ter filhos.
Esse debate foi superado pela redução natural das taxas de natalidade no final da década de
1970 e início da de 1980. Essa redução começou a partir do desenvolvimento do país, do
aumento da escolaridade da população, e da urbanização.
Ao defender que as altas taxas de natalidade eram necessárias para o país ocupar seus vazios
demográficos, os militares brasileiros não estavam negando nem o tamanho da população
brasileira nem o potencial de crescimento. Estavam afirmando que a população brasileira era
mal distribuída no território nacional.
O objetivo era estimular os fluxos migratórios do Nordeste para outras regiões, sobretudo a
região Norte. Dentro desse contexto, o Brasil era considerado um país populoso, porém, mal
povoado, pois grande parte de sua população estava, e continua, concentrada na faixa
litorânea, enquanto no interior e na região Norte existiam os vazios demográficos, sobretudo na
faixa de fronteira.
 Brasil: Densidade Demográfica - 1960. (Fonte: IBGE –
Publicação Brasil em Síntese, 2018. Disponível em
https://goo.gl/1F6aZX <https://goo.gl/1F6aZX> .
Acesso em: 28 mar. 2018)
China
A China, na década de 1970, já possuía a maior população do planeta, com 818,3 milhões de
indivíduos. Essa população também estava mal distribuída sobre o território chinês. Apesar de
possuir uma grande população rural, a maior parte dos chineses concentrava-se na região Leste
do país, devido a fatores históricos e econômicos, mas também, devido a fatores naturais, pois
as porções Oeste e Norte da China são formadas por desertos ou grandes cadeias de
montanhas.
https://goo.gl/1F6aZX
 Diferença de densidade populacional entre o Leste e o Oeste da China - início da década de 1980. (Fonte:
https://goo.gl/4wRz3W <https://goo.gl/4wRz3W> . Acesso em: 28 mar. 2018)
O tamanho da população chinesa só passou a ser considerado um problema que deveria ser
foco de uma política pública no final da década de 1970.
Até então, dentro do contexto da Guerra Fria e da Revolução Cultural Chinesa, que durou de
1966 a 1969, a grande população chinesa era considerada um fator estratégico.

Saiba mais
O líder da Revolução Chinesa, Mao Tsé-Tung, proclamava que uma população grande era
melhor do que uma bomba atômica. De fato, no início da Revolução Comunista Chinesa,
em 1949, a população desse país era de 544 milhões de pessoas. Quando Mao Tsé-Tung
faleceu, em 1976, a população chinesa havia saltado para 1 bilhão de pessoas e, em um
momento de crescimento do ideário neomalthusiano, a alta taxa de fecundidade das
chinesas, de quase 6 filhos por mulher, foi percebida como um grande problema nacional,
merecedor de uma política pública populacional.
Há, mesmo atualmente, outros países que defendem que a população tem importância
estratégica e é um recurso necessário para a manutenção e defesa do Estado.
https://goo.gl/4wRz3W
Israel
Israel é um exemplo desse tipo de abordagem, que não está relacionado ao envelhecimento
populacional, mas sim, à diferença entre as taxas de natalidade da população judaico-israelense
e as populações árabes-israelenses e palestinas.
 
O Estado de Israel teme o que ficou conhecido como a “Bomba Demográfica Árabe”, ou seja, as
taxas de natalidade das populações árabes do Estado de Israel e dos territórios de Gaza e
Cisjordânia é superior a dos judeus do Estado de Israel.
 
Em 1948, ano de fundação do Estado de Israel, o percentual da população árabe que decidiu
permanecer em Israel era de 12%. Atualmente, os árabes-israelenses são quase 25% da
população de Israel.
 População israelense (Fonte: Shutterstock)
Essa quantidade de pessoas que vive em territórios ocupados por Israel, Faixa de Gaza e
Cisjordânia, e que apresentam taxas de natalidade e de crescimento populacional mais altas do
que as dos árabes-israelenses, fará com que em 2020 a população árabe, árabes-israelitas e
palestinos seja maior do que a de judeus.
A taxa de crescimento populacional dos judeus é de 1,7% ao ano, muito abaixo da taxa dos
árabes que é de 2,5% dos árabes-israelenses, 2,2% entre os palestinos da Cisjordânia e 3,4%
na faixa de Gaza.
Com base nesse cenário, Israel colocou em prática varias políticas de incentivo à natalidade
para estimular que as mulheres judias aumentem a taxa de fecundidade do país e propiciem um
crescimento populacional maior do que o atual.
Políticas populacionais no mundo
Existe uma diferença entre o controle de natalidade e o planejamento familiar. Esse último, está
ligado diretamente ao processo decisório do casal ou da mulher. Ou seja, com base em
informações sobre os custos de formação de um filho, que inclui investimentos em educação,
saúde, nutrição, entre outros, os casais decidem quantos filhos desejam ter.
▶
Os impactos do número de filhos nas carreiras dos pais também é um fator determinante na
decisão sobre número de filhos. O acesso à informação sobre métodos anticoncepcionais
também faz com que os casais tenham a possibilidade de decidir sobre a quantidade de filhos
que desejam ter. Isso é o planejamento familiar.
▶
Ao contrário do planejamento familiar, o controle de natalidade é uma política demográfica
imposta a uma população pelo governo com o objetivo de diminuir a taxa de fecundidade da
mulher e, consequentemente, a taxa de natalidade da população e o crescimento populacional.
O caso chinês
O caso mais conhecido é o da China, que no final da década de 1970 iniciou a política do Filho
Único. Em 1976, a população chinesa era de 1 bilhão de pessoas com uma taxa de fecundidade
de 6 filhos por mulher em idade fértil.
A China ganhava 30 milhões de novos habitantes por ano. A política do filho único buscava
conter esse forte crescimento populacional, considerado um problema para o desenvolvimento
econômico e social do país.
A combinação de uma população tão grande, com uma taxa de crescimento demográfico muito
elevada e com um nível de pobreza também elevado, como era a China em 1970, seria um
problema para um país que visava um forte crescimento industrial, econômico e social.
 População chinesa (Fonte: Shutterstock)

Leitura
Leia sobre a política “Mais Tarde, Mais Tempo e em Menor Número
<galeria/aula5/anexo/mais_tarde_mais_tempo_menor_numero.pdf> ”.
Como foi implementada a Política do Filho
Único na China?
A partir de 1979, o governo chinês começou uma grande campanha de divulgação do novo
padrão de família, considerado ideal para o crescimento econômico e social do país - famílias
com um único filho.
 Propaganda do Governo Chinês da Política do Filho Único.
file:///W:/2018.2/geografia_da_populacao__GON944/galeria/aula5/anexo/mais_tarde_mais_tempo_menor_numero.pdf
 Propaganda do Governo Chinês da Política do Filho Único.

Comentário
Na tradicional família chinesa, cabe ao homem cuidar dos pais idosos quando esses não
conseguem mais se sustentar. Dessa forma, a mulher fica encarregada de cuidar dos
sogros e não dos próprios pais. A consequência imediata da Política do Filho Único foi o
aumento do número de nascimentos de meninos em detrimento das meninas, causando
desequilíbrio entre os sexos. Na área rural, a situação é mais grave, pois a necessidade dos
cuidados com os idosos é maior. Com isso, houve o aumento do número de assassinatos de
bebês do sexo feminino pela própria família, temorosa de não ter como sobreviver no
futuro.
O governo chinês instituiu pesadas multas para as famílias que descumprissem as regras da
política do filho único. Dessa forma, houve inúmeros casos de subnotificação do segundo
nascimento, além de abortamentosforçados e abandonos de bebês.
Os problemas de abandono de crianças e a eliminação dos fetos e bebês do sexo feminino foram
tão acentuados que o governo chinês, após alguns anos, flexibilizou a política do filho único
permitindo que, na área rural, caso o primeiro filho fosse do sexo feminino, a família pudesse
ter um segundo bebê. As minorias étnicas também tinham a possibilidade de ter um segundo
filho.
No início do século XXI, a taxa de fecundidade da mulher chinesa atingiu o patamar de 1,5 filho
por mulher em idade fértil - menos do que o proposto pelo professor Paul Ehrlich, no início da
década de 1970.
Pesquisadores e demógrafos afirmam que a China, entre 1979 e 2015, impediu, com a política
do Filho Único, o nascimento de 400 milhões de chineses, ou seja, quase duas vezes a
população do Brasil. Dessa forma, sem ter que investir uma grande soma de recursos na
formação desses jovens, a China conseguiu tirar quase um bilhão de pessoas da pobreza
extrema, investiu pesadamente em tecnologia industrial e em infraestrutura e se transformou
na segunda economia do planeta.
 Mãe chinesa com seu bebê.

Comentário
Atualmente, a Política do Filho Único não existe mais. Em 2015, a China encerrou essa
política devido a alguns efeitos perversos dessa política. O que impacta mais fortemente a
economia é o envelhecimento da população e a diminuição do número de pessoas em
idade ativa.
Na China, o problema é ainda mais grave porque não há uma política de seguridade social e
previdência universal. Ou seja, não há um sistema de aposentadoria que atinja toda a
população e são os mais jovens que sustentam os mais idosos. Com a elevação do número de
idosos e a diminuição do número de pessoas em idade ativa, não haverá recursos para garantir
a qualidade de vida de milhões de idosos em um futuro próximo.
desequilíbrio entre o número de homens e o número de mulheres ainda existe.

Em 1950 havia na China 65,2 milhões de homens na idade entre 20 e
34 anos e 59,2 milhões de mulheres na mesma idade. Uma diferença
de quase 6 milhões de potenciais maridos em relação às potenciais
esposas. Em 1980, antes do início efetivo da política de filho único, a
diferença era de 6,6 milhões de homens em relação às mulheres de
20 a 34 anos. Em 2015, o desequilíbrio já tinha passado para 13,4
milhões e em 2040 deverá haver 17,4 milhões de homens em idade
de casar em relação ao número de mulheres da mesma idade.
ALVES, 2016.
 Mudanças na composição etária da população Chinesa de
1950 a 2015. Fonte: Reuters. (Fonte: https://goo.gl/fXdwFz
<https://goo.gl/fXdwFz> . Acesso em: 28 mar. 2018)
Esse fato, mesmo com o fim da Política do Filho Único, fará com que a taxa de crescimento
demográfico não se recupere imediatamente, como é, nesse momento, o desejo do governo
chinês.

Atenção
https://goo.gl/fXdwFz
Outro fato que dificulta a recuperação das taxas de natalidade na China é o fato de que as
mulheres, nas últimas décadas, entraram pesadamente no mercado de trabalho, sobretudo
nas áreas urbanas da China. Dessa forma, o filho único passa a ser uma escolha familiar,
como em todos os países desenvolvidos e em desenvolvimento, e não mais uma imposição
do governo chinês.
Atividade
1. ONU propõe controle demográfico para combater aquecimento global
Menor crescimento da população mundial pode reduzir as emissões de gases estufa, afirma
relatório das Nações Unidas. Documento prioriza acesso das mulheres ao planejamento
familiar e a métodos contraceptivos.
Fonte: DW – Made for Minds. Disponível em https://goo.gl/oyADVb
<https://goo.gl/oyADVb> . Acesso em 28 jan. 2018.
A queda no ritmo de crescimento demográfico é uma realidade mundial. Mas, nos
continentes em que as taxas de crescimento populacional ainda se apresentam elevadas, a
solução dada são as políticas de controle de natalidade. Será que os problemas como os
citados na reportagem não são apenas desculpas para a implementação de políticas de
inspiração malthusianas?
https://goo.gl/oyADVb
2. Por futuro melhor, jovens de Serra Leoa procuram planejamento familiar
Em Serra Leoa, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) apoia o planejamento
familiar, inclusive por meio de barcos em áreas remotas.
Fonte: ONU Brasil, 2017. Disponível em https://goo.gl/SdFg8P
<https://goo.gl/SdFg8P> Acesso em 28 jan. 2018.
Planejamento familiar não pode ser confundido com políticas de controle de natalidade. A
diferença entre o planejamento familiar e o controle de natalidade reside no(a):
 a) Na imposição de métodos contraceptivos, no caso do planejamento familiar.
 b) Na liberdade de escolha da configuração familiar, no caso do controle de natalidade.
 c) Na existência de medidas punitivas, no caso do controle de natalidade.
 d) Na existência de políticas educativas e de esclarecimento, no caso do controle de
natalidade.
 e) Na imposição da configuração familiar, no caso do planejamento familiar.
https://goo.gl/SdFg8P
3. População envelhece e China revê controle de natalidade
O temor dos especialistas é de que o aumento no número de idosos, aliado à baixa taxa de
natalidade, emperre o robusto crescimento econômico vivenciado pelo país nos últimos
anos. Nos últimos dez anos, a população chinesa com idade igual ou superior a 60 anos
aumentou 3,3%, englobando agora 13,3% de todos os habitantes do país asiático.
Fonte: Revista Veja, 28/04/2011. Disponível em https://goo.gl/MYAYoh
<https://goo.gl/MYAYoh> . Acesso em 28 jan. 2018.
Analise as frases sobre a política chinesa de controle da natalidade.
I. Desde o início da década de 1980, o governo chinês implementou uma rígida política de
controle da natalidade que restringiu os nascimentos a um único filho por mulher.
II. Desde o início da década de 1980, o governo chinês implementou uma política de
controle da natalidade que permitia, mediante um pagamento ao Estado, que a mulher
tivesse um segundo filho.
III. Desde o início da década de 1980, o governo chinês implementou uma rígida política
de controle da natalidade que teve como consequência a queda da natalidade e o
envelhecimento da população.
Estão corretas as frases:
 a) I, apenas.
 b) II, apenas.
 c) I e II, apenas.
 d) I e III, apenas.
 e) II e III, apenas.
https://goo.gl/MYAYoh
4. As políticas populacionais podem ter como objetivo tanto o incentivo à natalidade
quanto o controle do número de filhos por mulher. No caso das políticas de incentivo à
natalidade, os países ou regiões que mais investem recursos com esse propósito são:
 a) Os europeus devido ao envelhecimento de suas populações e à necessidade de
aumentar a população economicamente ativa.
 b) Os Estados Unidos para defender suas tradições culturais e combater a forte migração
de latinos para o seu território.
 c) Os latino-americanos que estão passando pelo processo de transição demográfica sem
terem suas economias estabilizadas.
 d) Os asiáticos que possuem populações muito pequenas ou em processo de
envelhecimento.
 e) Os africanos que estão perdendo muita população devido à migração para outros
países.
Notas
Política Pública
segundo especialistas, política pública é tudo o que os governos decidem fazer ou não fazer. Uma
política pública se difere de uma política privada por abranger todo o conjunto da população e, quando
necessária, ser impositiva.
Políticas populacionais
Políticas públicas que visam restringir ou estimular as taxas de fecundidade e de natalidade de
determinada população.
Controle de natalidade
Políticas impostas pelos governos limitando o número de filhos por mulher, promovendo uma drástica
redução da taxa de natalidade e a diminuição da população.
Referências
ALVES, José Eustáquio Diniz. As políticas populacionais e os direitos reprodutivos: "o choque de
civilizações" versus progressos civilizatórios. In: CAETANO, A. J.; ALVES, J. E. D.; CORRÊA, S.
(Orgs.), Dez anos do Cairo: tendências da fecundidade e direitos reprodutivos no Brasil. Campinas:
Abep e UNFPA, 2004.
2
1
3
CAMARANO, Ana Amélia. Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60. Rio de Janeiro:IPEA, 2004.
Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Arq_29_Livro_Completo.pdf
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Arq_29_Livro_Completo.pdf>
. Acesso em 28 jan. 2018.
DAMINANI, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 1998.
RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática, 1993.
TREVISAN, Cláudia. Os Chineses. São Paulo: Contexto, 2009. Disponível em:
http://estacio.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788572444361/pages/5
<http://estacio.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788572444361/pages/5> .
Acesso em 28 jan. 2018.
Próximos Passos
Os setores da economia: primário, secundário e terciário;
Importância da PEA para o desenvolvimento econômico do país;
Desemprego estrutural e desemprego conjuntural.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.
Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente
de aprendizagem.
Leia os textos:
'Bônus bebê' e 'filho único' são exemplos de controle populacional
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/bonus-bebe-e-filho-unico-sao-
exemplos-de-controle-populacional.html> ;
O Programa Bolsa Família incentiva a fecundidade no Brasil? <http://www.brasil-
economia-governo.org.br/2011/11/07/o-programa-bolsa-familia-incentiva-a-
fecundidade-no-brasil/> ;
Incentivo à natalidade na Rússia inclui escola gratuita e isenção de taxas
<https://br.rbth.com/sociedade/2017/04/20/incentivo-a-natalidade-na-russia-inclui-
escola-gratuita-e-isencao-de-taxas_747128> ;
'Fui otimista', diz autor do livro de 1968 que previa catástrofe global
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/fui-otimista-diz-autor-do-livro-de-
1968-que-previa-catastrofe-global.html> .
Assista aos vídeos:
Termina política do filho único na China <https://youtu.be/IUSyw696j8s> ;
Economia chinesa desacelera e se transforma, por Shang-Jin Wei
<https://youtu.be/C9_pxFQPaKo> ;
Políticas para a Natalidade <https://youtu.be/rWgUx43n8eQ> .
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Arq_29_Livro_Completo.pdf
http://estacio.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788572444361/pages/5
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/bonus-bebe-e-filho-unico-sao-exemplos-de-controle-populacional.html
http://www.brasil-economia-governo.org.br/2011/11/07/o-programa-bolsa-familia-incentiva-a-fecundidade-no-brasil/
https://br.rbth.com/sociedade/2017/04/20/incentivo-a-natalidade-na-russia-inclui-escola-gratuita-e-isencao-de-taxas_747128
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/fui-otimista-diz-autor-do-livro-de-1968-que-previa-catastrofe-global.html
https://youtu.be/IUSyw696j8s
https://youtu.be/C9_pxFQPaKo
https://youtu.be/rWgUx43n8eQ

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