UNINTER - ANÁLISE DE CENÁRIOS ECONÔMICOS5

Análise de Cenários Econômicos

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ANÁLISE DE CENÁRIOS
ECONÔMICOS
AULA 5
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Profª Rossandra Maciel de Bitencourt
CONVERSA INICIAL
Prezado estudante, nesta aula você adentrará na estrutura que forma o Sistema Financeiro
Nacional. Analisaremos as principais instituições que o compõem, bem como a relevância de cada
uma em âmbito regulatório e operacional. Na sequência, veremos alguns aspectos relacionados à
renda fixa, uma forma de investimento segura e habitual no Brasil e no mundo. Vamos conhecer as
principais formas de aplicação nessa modalidade, bem como os órgãos emissores com maior
relevância no Brasil.
Após compreender os elementos centrais da renda fixa, partiremos então para o conteúdo sobre
renda variável com ênfase no mercado de ações e no mercado secundário de ações. Aqui você
entenderá como funcionam as negociações em bolsa de valores, quais são os principais tipos de
ações e os direitos atribuídos aos acionistas.
Por fim, veremos como o sistema monetário tem se adaptado às mudanças globais em relação
ao avanço da tecnologia. Observaremos aqui alguns benefícios proporcionados pelo sistema
financeiro digital pela apropriação de novas tecnologias por meio das fintechs. Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Em uma matéria publicada no mês de dezembro de 2020 pelo G1, foi notificado que o principal
índice da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou o mês anterior (novembro) com alta de 15,9% – a
maior valorização para um mês de novembro desde 1999. Esse foi também o melhor mês da bolsa
desde março de 2016, quando subiu 16,97%.
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Crédito: WhiteMocca/Shutterstock.
Você deve estar se perguntando em que essa afirmação implica. Pois bem, conhecer os
elementos que estão diretamente relacionados ao sistema financeiro é condição essencial para
compreender determinado cenário econômico. A afirmação supracitada faz menção a um índice, à
bolsa de valores, e consequentemente à valorização das ações.
Ao longo desta aula você terá acesso às ferramentas necessárias para compreender o conteúdo
dessa afirmação, ou seja, o que o índice da B3 indica, como funciona o mercado de renda fixa e ações,
e quais são os aspectos mais relevantes do moderno sistema monetário vivenciado no século XXI.
TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO
Você certamente já ouviu noticiários informarem sobre mercado de ações, mercado de títulos ou
taxa de juros, certo? Esses, dentre outros elementos, são regulamentados pelas instituições que
compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN). No Brasil, o SFN tem o importante papel de
intermediar recursos entre agentes econômicos superavitários e deficitários, visando essencialmente
ao crescimento da atividade produtiva (Bacen, 2020).
No dia a dia, num ato de compra e venda, por mais simples que seja a relação de mercado, há
nela uma natureza monetária que se concretiza por meio de pagamento em papel-moeda, depósito,
cheque ou cartão de crédito. Há momentos também em que pessoas físicas recorrem às instituições
bancárias para solicitar empréstimos, realizar investimentos, dentre outras tantas operações
financeiras. E cada uma dessas operações responde à regulação que provém do SFN.
Dada essa relevância, a estabilidade do SFN faz-se fundamental para a própria segurança das
relações entre os agentes econômicos. E para melhor regular as diversas instâncias financeiras
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presentes em nosso país, o Banco Central (Bacen) explica que o SFN é composto por agentes
normativos, que determinam regras gerais para funcionamento do sistema;
supervisores, ou seja, aqueles que trabalham para que os integrantes do SFN sigam as regras
definidas pelos órgãos normativos;
operadores, isto é, instituições intermediárias que ofertam serviços financeiros.
A Figura 1, a seguir, demonstra a composição e os principais segmentos do SFN.
Figura 1 – Principais segmentos do SFN
Fonte: elaborada com base em Banco Central do Brasil; Shams Suleymanova/Shutterstock.
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A estrutura do SFN mostrada na Figura 1 deriva das reformas realizadas em 1964/66, com
destaque para Lei n. 4.595 da Reforma Bancária, que criou o Bacen e o Conselho Monetário Nacional
(CMN), dentre outras medidas. O Bacen é o principal órgão executor da política monetária e o
responsável por garantir a execução das normas criadas pelo CMN. Suas atribuições envolvem
controle da política monetária, garantia da solvabilidade do sistema financeiro, e administração das
reservas internacionais do país dentre outras funções.
Já o CMN é o principal órgão superior normativo do SFN, cuja responsabilidade é formular a
política de moeda e crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico
e social do país. Na esfera da supervisão, temos a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com o
papel de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de capitais no Brasil.
No âmbito dos seguros e previdência privada, os órgãos normativos são compostos: pelo
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), responsável por fixar diretrizes de normas da política
de seguros privados; e pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), responsável
por regular o regime de previdência complementar. Os agentes supervisores dessa esfera privada são
representados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que controla e fiscaliza o mercado
de seguro, previdência privada aberta e capitalização; e pela Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc), responsável pela fiscalização e supervisão das entidades fechadas
de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência
complementar.
Já no âmbito operacional o SFN é composto pelas seguintes instituições: bancos; administradoras
de consórcios; bolsa de valores e bolsa de mercadorias e futuros; cooperativas de crédito; corretoras e
distribuidoras; instituições de pagamento; instituições não bancárias; seguradoras; entidades fechadas
de previdência complementar; entidades abertas de previdência; e sociedades de capitalização. Todos
esses agentes operadores estão sujeitos à regulação e fiscalização dos órgãos normativos e
supervisores.
Saiba mais
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Acessando o site no Bacen é possível conhecer em detalhes cada instituição que compõe o
SFN. Navegue pelos agentes normativos, supervisores e operadores desvelando a função de cada
um. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp?frame=1>.
Acesso em: 28 jan. 2021.
TEMA 2 – MERCADO DE RENDA FIXA
O mercado de renda fixa é formado por ativos em que a remuneração pode ser prevista no ato
da aplicação. Isso significa que o investidor sabe no momento da aplicação qual será seu rendimento,
seja em valor nominal ou pela variação de um indexador. Os investimentos de renda fixa podem ser
diferenciados por alguns critérios, como tipo de emissor, forma de rentabilidade do título, seu prazo e
valor mínimo de investimento inicial (Almeida; Cunha, 2017).
É importante mencionar que existem títulos de renda fixa privados e públicos. Os privados
podem ser emitidos por bancos, tais como os Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI),
negociados
exclusivamente em instituições financeiras; e os Certificados de Depósito Bancário (CDB),
que são vendidos ao público geral. Vale ressaltar que as empresas também podem emitir comercial
papers (notas promissórias) e debêntures (Kerr, 2011).
Segundo o autor supracitado, as debêntures são títulos de médio e longo prazos, com privilégio
geral sobre os bens sociais ou garantia real sobre determinados bens emitidos por sociedades
anônimas. Já as notas promissórias comerciais (comercial papers) são utilizadas para captação de
recursos no curto prazo e podem ter remuneração prefixado ou pós-fixada. No âmbito privado, as
instituições captam recursos no mercado de capitais como forma de se financiarem, assegurando
assim o retorno do investimento.
Já os emissores públicos são formados tanto pelo governo federal quanto pelos governos
estaduais e municipais. Em geral, esses órgãos lançam o título no mercado como forma de captar
recursos e definem uma taxa e um prazo de vencimento para retornar esse valor ao investidor. No
Brasil, os títulos públicos de emissão do governo federal são considerados os mais seguros do
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mercado por terem como fiador o próprio governo (Almeida; Cunha, 2017).
Na prática, os títulos públicos são emitidos e garantidos pelo governo federal, que têm por
finalidade financiar a dívida pública, antecipar receitas e controlar a liquidez da economia atuando
como instrumentos de política monetária. Essas operações podem ser realizadas de três modos:
oferta pública com realização de leilões; venda direta pelo programa conhecido como Tesouro Direto;
e emissões destinadas a atender necessidades específicas determinadas em lei (Kerr, 2011).
Vale destacar que um investimento em renda fixa não significa dizer que os preços e taxas dos
títulos públicos não apresentam variações ao longo do tempo. Renda fixa é um tipo de investimento
em que você já conhece as condições sob as quais seu investimento vai render. Os títulos públicos do
governo federal, são classificados pela natureza de suas emissões, conforme demonstra a Tabela 1, a
seguir.
Tabela 1 – Títulos públicos do governo federal
Títulos do Tesouro Nacional Títulos do Banco Central
BTN: Bônus do Tesouro Nacional BBC: Bônus do Banco Central
LTN: Letras do Tesouro Nacional LBC: Letras do Banco Central
LFT: Letras Financeiras do Tesouro NBC: Notas do Banco Central
NTN: Notas do Tesouro Nacional
CTN: Certificado do Tesouro Nacional
CFT: Certificado Financeiro do Tesouro
Fonte: elaborada com base em Neto, 2014.
Um elemento que influencia diretamente o mercado de renda fixa é o indexador. Títulos públicos
podem oferecer rendimentos prefixados ou pós-fixados, atrelados a algum indexador, como inflação,
taxa de juros ou variação cambial. A Tabela 2 demonstra a forma de rendimento dos principais títulos
públicos.
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Tabela 2 – Forma de rendimento dos principais títulos públicos
Títulos prefixados Títulos pós-fixados
LTN LFT: atualizado pela Selic
NTN - F NTN-B: atualizado pelo IPCA-A
NTN-C: atualizado pelo IGP-M
NTN-D: atualizado pela variação cambial
NTN-H: atualizado pela TR (taxa referencial)
Fonte: elaborada com base em Neto, 2014.
Saiba mais
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a
BMF&F Bovespa para venda de títulos públicos federais a pessoas físicas, pela internet.
Concebido em 2002, surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, ao
permitir aplicações com apenas R$ 30,00. Antes do Tesouro Direto, o investimento em títulos
públicos por pessoas físicas era possível somente de forma indireta, pelos fundos de renda fixa
que, por cobrarem elevadas taxas de administração, especialmente em aplicações de baixo valor,
reduziam a atratividade desse tipo de investimento.
O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das alternativas de
investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos com diferentes tipos de rentabilidade
(prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia –
Selic), de prazos de vencimento e de fluxos de remuneração. Para saber mais acesse: <https://ww
w.gov.br/pt-br/servicos/comprar-titulos-publicos-federais>. Acesso em: 28 jan. 2021.
Agora que vimos as principais características e os elementos que compõem o mercado de renda
fixa no Brasil, vamos adentrar em outro campo no mercado financeiro: os investimentos variáveis,
mais especificamente o mercado de ações.
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TEMA 3 – O MERCADO DE AÇÕES
O mercado de ações é um mecanismo essencial de captar recursos para empresas e, no caso de
investidores, se traduz numa excelente oportunidade de investimento. O próprio mercado de capitais
possui essa finalidade, pois é um conjunto de instituições que negociam títulos e valores mobiliários
visando à canalização de recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores. Em geral, é
onde ocorrem negociações de valores mobiliários com o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos
de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização (Pinheiro, 2008).
Diferente do mercado de renda fixa, as ações são títulos de renda variável emitidos por empresas
S.A. (sociedades anônimas). O rendimento nesses casos é considerado variável porque depende do
desempenho da empresa e de sua capacidade de gerar lucro (Pereira, 2013). As ações constituem-se,
portanto, em títulos de propriedade de uma parte do capital social da empresa que as emitiu. Logo,
quem tem ações, pode considerar-se sócio da empresa emissora.
O funcionamento das sociedades anônimas no Brasil está sujeito à regulação da Lei n. 6.404/76
que confere ao acionista um contingente de direitos: participação nos lucros, fiscalização, informação,
preferência na subscrição de ações em aumento de capital, retirada (recesso), voto, indicação de
membros do conselho de administração, requerimento de convocação e adiantamento de
assembleias gerais, participação de oferta pública por alienação de controle de companhia aberta,
transmissão e proposição de ações indenizatórias. Todos esses direitos variam de acordo com a
participação do acionista no capital da empresa, que segundo Pereira (2013) pode se dar pelas ações
ordinárias, que conferem aos seus detentores o direito ao voto em assembleia;
preferenciais, que conferem aos seus detentores o direito de propriedade no recebimento de
dividendos ou juros sobre o capital próprio. Ou seja, o acionista aqui possui direito de
preferência sobre lucros e sobre reembolso de capital em caso de dissolução da sociedade.
No caso das ações preferenciais, convém destacar as principais diferenças entre dividendos e
juros sobre o capital próprio (Pereira, 2013):
Os dividendos constituem-se no direito do acionista de receber participação nos resultados
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auferidos durante o ano de exercício, conforme acordado em Assembleia Geral Ordinária de
Acionistas. A lei exige que as empresas distribuam, no mínimo, 25% do lucro líquido do
exercício.
Os juros sobre capital próprio (JSCP) incidem quando o acionista tem benefício fiscal sobre
dividendos recebidos pela empresa emissora, porque é uma despesa abatida do lucro tributável
da companhia. Esse atributo fiscal está diretamente associado à Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP) sobre o patrimônio líquido da empresa.
Bem, agora você
deve estar se perguntando como ocorrem as negociações no mercado de
ações. Fortuna (2013) destaca que o mercado de ações pode ser divido em dois segmentos.
Mercado primário: quando as ações de uma empresa são emitidas diretamente. Ou seja,
quando o valor mobiliário é lançado pela primeira vez ao mercado e o emissor capta recursos
pela venda de uma ação. As emissões de novas ações de uma empresa, são, portanto,
negociadas no mercado primário.
Mercado secundário: as ações já emitidas são comercializadas pela bolsa de valores. Ou seja, o
mercado secundário caracteriza-se pela comercialização de ações entre investidores após sua
colocação em bolsas de valores pelo mercado primário. Depois dessa etapa, esses títulos
passam a ser negociados diariamente.
Conhecemos as principais características sobre o mercado de ações e a seguir vamos adentrar
em um assunto de grande importância para os investidores: o mercado secundário de ações.
TEMA 4 – MERCADO SECUNDÁRIO DE AÇÕES
Conforme acabamos ver, é no mercado secundário que as ações já emitidas são comercializadas.
Essa comercialização se dá pela bolsa de valores, local em que as negociações de valores mobiliários
ocorrem – um mercado livre e aberto organizado pelas corretoras e autoridades. As bolsas de valores
têm por objetivo manter um sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização de
transações de compra e venda entre eles. As bolsas possuem autonomia financeira, patrimonial e
administrativa, e de acordo com o Bacen, a fiscalização desse mercado é de responsabilidade da
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Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo Pereira (2013), as bolsas de valores mais importantes do mundo estão nos Estados
Unidos (Nova Iorque e Nasdaq), no Japão (Tóquio), no Reino Unido (Londres) e no Brasil (São Paulo).
A B3 é bolsa de valores oficial de nosso país, uma empresa do mercado financeiro de classe mundial.
Saiba mais
A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com
atuação em ambiente de bolsa e de balcão. Sociedade de capital aberto, cujas ações (B3SA3) são
negociadas no novo mercado, a companhia integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag,
entre outros. Reúne ainda tradição de inovação em produtos e tecnologia e é uma das maiores
em valor de mercado, com posição global de destaque no setor de bolsas. Leia mais em: <http://
www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/>. Acesso em: 28 jan. 2020.
E quais são as principais formas de comercializar ações em uma bolsa de valores? Em linhas
gerais, Pereira (2013) destaca três.
Viva voz: ocorre quando os corretores apregoam suas ofertas de viva voz especificando o nome
das empresas, o tipo de ação e a quantidade e preço de compra ou de venda;
Pregão eletrônico: o investidor pode negociar de qualquer lugar, desde que tenha acesso à
internet;
After market: permite montar ordens de negócio no mercado de ações após o fechamento do
pregão eletrônico.
Quando falamos sobre comercialização, um elemento muito importante que vem à mente é o
preço, não é mesmo? Pois bem, o preço de uma ação na bolsa é formado pelas expectativas com
base nas condições do mercado (oferta e demanda). Essas condições refletem o estado da economia
do país, da empresa e do seu setor econômico. Além das expectativas de mercado, Kerr (2011) elenca
eventos que podem influenciar o preço de uma ação, sem alterar a riqueza do acionista:
Desdobramentos: quando a empresa distribui novas ações para cada ação que o acionista
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possui, aumentando a quantidade de ações da companhia no mercado.
Agrupamentos: ao contrário dos desdobramentos, ocorre quando a ação está cotada a preços
muito baixos.
Distribuição de dividendos: constitui-se na principal forma de remuneração dos acionistas pela
empresa.
Direitos de subscrição: quando a empresa decide aumentar o capital por meio da emissão de
novas ações.
Bonificação: 1) em ações, quando a empresa, ao incorporas lucros, distribui ações gratuitamente
aos seus acionistas; 2) em dinheiro, quando a empresa opta por redistribuir uma parcela maior
do lucro.
Recompra de ações: quando a empresa recompra suas próprias ações, devido ao baixo valor
destas e ao capital disponível em caixa.
Em suma, adentrar ao mercado financeiro requer sempre análise cautelosa do cenário
econômico. Além das expectativas do mercado e dos elementos citados, há também importantes
indicadores, a exemplo do Ibovespa B3, que demonstram diariamente o desempenho das ações
negociadas.
Saiba mais
O Ibovespa B3 é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 e reúne
as empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro. Foi criado em 1968 e, ao longo
desses 50 anos, consolidou-se como referência para investidores ao redor do mundo. Leia mais
em: <http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-amplos/ibovespa.htm>.
Acesso em: 28 jan. 2021.
No site da B3 também é possível obter as cotações não só das ações, mas também de
derivativos, índices importantes e outros ativos negociados na bolsa. Acompanhe essas
informações em: <http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/servicos-de-dados/market
-data/cotacoes/indices.htm>. Acesso em: 28 jan. 2021.
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TEMA 5 – MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO
Com o avanço da globalização, os fluxos financeiros internacionais expandiram-se
extraordinariamente nas mais diferentes formas, sobretudo em empréstimos, financiamentos e
investimentos de portfólios. Nesse cenário, a inovação assumiu papel crucial em meio ao
desenvolvimento econômico mundial.
A inovação de que estamos falando refere-se essencialmente à tecnologia digital, que gerou
grande impacto em todos as esferas da economia, especialmente no setor financeiro. Essa tecnologia
disponível junto às facilidades advindas da disseminação da internet, levou ao surgimento de
inovações como aplicativos e startups, além do desenvolvimento da Inteligência Artificial (AI) (Katori,
2017).
Saiba mais
Você sabe o que é uma startup? De acordo com o Sebrae (2020), uma startup é formada por
um grupo de pessoas que estão iniciando uma empresa, com uma ideia diferente, escalável e em
condições de extrema incerteza. Leia mais em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/art
igos/o-que-e-uma-startup,6979b2a178c83410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 28
jan. 2021.
O avanço das ferramentas digitais se propagou intensamente, com efeitos consideráveis sobre a
modernização do sistema monetário internacional, sobretudo porque ultrapassou os limites do
mundo corporativo e dos negócios. Vicente (2017) observa que serviços financeiros digitais trouxeram
inúmeras vantagens em relação às oportunidades e facilidades de comunicação, como também da
operacionalização de transações. Em meio a essas mudanças, agentes econômicos podem trocar
recursos entre si independentemente de onde estiverem – tudo de forma instantânea e eficaz.
Uma novidade que merece destaque em relação às finanças é a inovação representada pelo
surgimento das fintechs, ou finantial technology, as novas startups do ramo financeiro. “O surgimento
da fintech está revolucionando o mercado, mudando o cenário financeiro global. De acordo com
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diversos relatórios, ela possui a capacidade de criar uma ruptura no desenvolvimento
no setor”
(Katori, 2017, p.11).
Essa ruptura advém da necessidades em suprir demandas de clientes que se sentem insatisfeitos
com instituições financeiras tradicionais. Desde 2008, as fintechs ganham uma fatia promissora do
mercado financeiro que antes era restrita às grandes corporações, como bancos e corretoras:
De forma mais eficiente do que os sistemas convencionais essas novas empresas despertam a
atenção de uma camada de investidores novos [...] Com a promessa de acesso fácil e rápido por
meio do celular, pagamentos instantâneos, liberação de empréstimos com menos burocracia, maior
acesso a informação, taxas mais acessíveis e maior segurança, as fintechs estão moldando um novo
mercado financeiro. É uma nova geração de tecnologia e empreendedorismo que se instalou nas
brechas não preenchidas pelas antigas e conservadoras instituições financeiras. (Vidal, 2018, p. 6)
Num relatório publicado em 2020, a FintechLab demonstrou que o volume total de fintechs e
iniciativas de eficiência financeira em atuação no Brasil saltou de 604 em junho de 2019 para 771 em
agosto de 2020. Os dados revelam que o sistema financeiro continua encontrando oportunidades
para melhorar serviços e criar soluções por meio das novas empresas nas mais diversas instâncias:
pagamentos, bancos digitais, negociação de dívidas, seguros, empréstimos, gestão financeira,
investimentos, câmbio e remessas, entre outras.
Saiba mais
Para conhecer as fintechs que atuam no Brasil, e saber em qual ramo elas prestam serviço,
acesse o site da FintechLab: <http://fintechlab.com.br/index.php/2020/08/25/edicao-2020-do-ra
dar-fintechlab-detecta-270-novas-fintechs-em-um-ano/>. Acesso em: 28 jan. 2021.
Nessa mesma perspectiva, podemos destacar a criação das criptomoedas, a exemplo do Bitcoin
que surgiu em 2009 – a primeira criptomoeda digital descentralizada vista no mercado. As
criptomoedas se constituem em ativos financeiros utilizados como moedas virtuais que operam sob
completa descentralização do sistema. A proteção se dá mediante criptografias, isto é, complexos
códigos computacionais virtualmente impossíveis de serem abertos sem a senha pertencente ao
dono da moeda.
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O avanço das criptomoedas está diretamente associado à tecnologia da blockchain. Araújo e Silva
(2017) demonstram que esse mecanismo funciona de forma parecida com um livro que não permite
ser editado, e um registro está diretamente relacionado ao anterior e ao posterior como uma
corrente. Os registros on-line são carimbados com data e hora, não podem ser alterados pois são
criptografados.
O avanço do sistema financeiro digital, sem dúvida, é um importante marco na modernização do
sistema monetário, sobretudo porque a maior parte das transações ocorre de forma descentralizada,
ou seja, cada vez menos o indivíduo precisa se dirigir até uma agência bancária física para realizar
transações financeiras. Investimentos, empréstimos, transferências, pagamentos e compras on-line
são práticas corriqueiras e habituais que caracterizam a modernização do sistema financeiro como um
todo.
TROCANDO IDEIAS
Estamos finalizando nossa aula e conforme vimos até aqui, o sistema monetário passou por
diversas mudanças entre o fim do século XX e início do século XXI. Para conhecer melhor as
instituições que emergiram ao longo desse processo dinâmico, convido você a entrar no site da
Fintechlab (<https://fintechlab.com.br/>) e pesquisar empresas emergentes que estão inovando o
mercado financeiro do nosso país. Com base nessa pesquisa, responda: Você já realizou alguma
transação financeira – pagamento, transferência, ou mesmo investimento – por meio de alguma
fintech?
NA PRÁTICA
Conforme vimos no início da aula, uma matéria publicada no G1 reportou que o principal índice
da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou o mês anterior (novembro) com alta de 15,9% – a maior
valorização para um mês de novembro desde 1999. Esse foi também o melhor mês da bolsa desde
março de 2016, quando subiu 16,97%. A reportagem na íntegra está disponível em: <https://g1.glob
o.com/economia/noticia/2020/12/01/azul-liderou-alta-entre-acoes-do-ibovespa-em-novembro-veja-
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as-que-mais-subiram.ghtml>. Acesso em: 28 jan. 2021.
Agora, com base no conteúdo visto ao longo desta aula e no conhecimento que você adquiriu
até aqui sobre análise de cenários econômicos, responda:
a) Quais elementos podem justificar a valorização das ações no final do ano de 2020, tendo em
vista que esse foi um cenário marcado pela crise econômica em decorrência do covid-19?
Gabarito
Quando estudamos renda fixa e variável é importante monitorar o cenário econômico. Na
situação reportada na questão, as ações estavam em alta, ainda que em um cenário de crise,
especialmente em função da baixa na taxa de juros – isso porque grande parte dos títulos em renda
fixa remuneram a partir da Selic. Logo, com a queda na taxa de juros, os agentes econômicos
buscaram investir em ações para auferir maiores ganhos em detrimento da estabilidade ofertada pela
renda fixa.
FINALIZANDO
No decorrer desta aula foi possível aprofundar vários conceitos relacionados ao sistema
financeiro, ao mercado de renda fixa e de ações, bem como aos avanços que perpassam à
modernização do sistema monetário.
Em relação ao sistema financeiro, foi possível conhecer com mais propriedade as instituições que
o compõem, a exemplo do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional. No que se refere à
renda fixa, vimos quais são os principais títulos comercializados no Brasil, bem como os órgãos
emissores com maior relevância. Aprofundamos também nossos conhecimentos sobre renda variável,
com foco no mercado de ações e no mercado secundário de ações. Foi possível compreender como
funcionam as negociações na bolsa de valores, quais são os principais tipos de ações e as formas de
comercialização.
Por fim, vimos o quanto o sistema monetário está em constante evolução frente às mudanças
globais e ao avanço da tecnologia. Essas mudanças certamente se refletem em benefícios
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proporcionados, sobretudo pelo sistema financeiro digital, pela apropriação de novas tecnologias,
pelas fintechs, criptomoedas e demais inovações.
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