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DOENÇAS DA VESÍCULA E DAS VIAS BILIARES INTRODUÇÃO - Órgão que armazena a bile produzida pelo fígado e a libera na segunda porção do duodeno, cuja função é auxiliar na digestão das gorduras. - Tipos de cálculos: Colesterol são os mais comuns (amarelados, brancos), os de bilirrubina são pretos, pigmentados e tem associação com hemólise e por última há os castanho/ marrons e está associado a infecções primárias da via biliar - A bile é uma solução com diversos solutos: sais biliares, bilirrubina, colesterol, fosfolípidos como a lecitina, água e eletrólitos em equilíbrio. O desequilíbrio e aumento de um deles favorece a precipitação, assim como aumento de pigmentos e doenças motoras da vesícula. - Fatores de riscos: Mulher, obesa, multíparas e acima de 40 anos, além de hepatopatas e anemias hemolíticas (crianças) - Diferenciar colelitíase x colecistopatia calculosa x colecistite aguda x colangite x coledocolitíase - US é o padrão ouro para o diagnóstico: espessamento da parede > 3mm, líquido perivesical e Murphy + - RX: Raramente visível, se calcificar COLELITÍASE - É a presença de pedra na vesícula que pode ser assintomática ou gerar sintomas, a isso chamamos de colecistopatia calculosa, paciente refere dor, incômodo em HD associado a alimentação, quando ocorre normalmente a contração da vesícula para liberar a bile no duodeno (colecistoquinina). TRATAMENTO - A maioria dos pacientes com colelitíase será operada, pelo risco de complicações: coledocolitíase, colangite, colecistite e ca de vesícula - Então todos os pacientes sintomáticos possuem indicação de cirurgia, além deles os que possuem: cálculos grandes, (maior risco de CA e de colecistite aguda), microcálculos (pancreatite), imunossuprimidos, DRC, DM e jovens mesmo que assintomáticos; - Colecistectomia aberta (Incisão de Kocher) ou por vídeo, de preferência. Se suspeita de CA de vesícula a aberta é a de escolha. - Situações que podem necessitar converter para aberta: hemorragia, anatomia confusa, falha em progredir, perfuração intestinal ou suspeita de CA - Colangiografia (endoscópica, transparieto hepática, RM e intraoperatória): dúvida anatômica, passado de icterícia, elevação de FA/GGT, dilatação das vias e microcálculos, pois nestas situações há risco de haver cálculo no colédoco. Neste caso o tratamento envolve a retirada deste cálculo, por Cx das vias biliares ou por CPRE. # Se o paciente já se apresenta com quadro sugestivo de coledocolitíase, a conduta é outra ICTERÍCIA OBSTRUTIVA - Expressão clínica do aumento da bilirrubina no sangue, valor normal (0.5 - 1.3), mais bem visível na esclera ocular, pele e mucosas - Degradação das hemácias no baço --> grupo heme é convertido em biliverdina --> bilirrubina indireta lipossolúvel, se liga a albumina → bilirrubina direta no fígado, após conjugação com o ácido glicurônico --> hidrossolúvel --> excretada na bile até o duodeno --> no intestina ela irá dá a coloração das fezes --> parte é reabsorvida e pode ser excretada nos rins # A B.I por ser lipossolúvel, não irá ser excretada pelos rins, apenas após a conjugação, por isso não se observa colúria - Icterícia não colestática --> Aquele que ocorre por excesso de bilirrubina indireta. Ex:. aumento da oferta (hemólise), déficit de captação (drogas: sulfonidas e salicilatos), na conjugação (Gilbert, Crigler-Najjar e drogas) ---> Sem acolia ou colúria - Icterícia colestática → Aqui há excesso de bilirrubina diretas, conjugadas. Ex. Doenças hepatocelular aguda, estenose na VB ou obstrução intra-hepáticas ou extra-hepáticas como coledocolitíase e tumores, nestes casos haverá dilatação das vias biliares --> Com acolia fecal e colúria - Se não houver dilatação das VB pensar nas demais causas: hepatites aguda, e obstrução intra. Principais causa de icterícia colestática por obstrução extra --> Coledocolitíase, tumores periampulares - cabeça de pâncreas, papila, duodenal ou colédoco distal - estenose inflamatórias, CEP e lesões iatrogênicas Q.C --> Icterícia, acolia, colúria e prurido não responsivo a medicamentos EVOLUÇÃO DA ICTERÍCIA ● No CA: Lenta e progressiva, com perda peso, má digestão, hiporexia, tende a ter valores mais elevados de bilirrubina --> Se flutuação pensar em tumor de papila duodenal (Necrose e volta a drenar) --> Vesícula de Courvoisier-Terrier: palpável e indolor ● Na coledocolitíase: Hx de cólica biliar, instalação aguda com dor, não tão intensa. Vesícula de Courvoisier-Terrier não acontece na coledocolitíase, ela não distende pela inflamação prévia. LABORATÓRIO ● Função hepática: Bilirrubina, coagulograma, albumina ● Lesão hepática e canalicular: TGO/TGP e FA/GGT # Nas causas obstrutivas extra, haverá aumento de B.D, das canaliculares predominante em relação as hepáticas # Na doenças hepatocelulares haverá aumento predominante das transaminases # Coagulograma se altera tardiamente IMAGEM ● Primeiro exame a ser solicitado, na icterícia colestática: US de vesícula e VB, se pedras pensar em colédoco, se não: TU ● Nestes casos: TC de abdome, ver tu de pâncreas ● Colangio RM excelente exame para visualizar a VB ● Ecoendoscopia: Ver tumores, fazer Bx ● Duodenoscopia: Fazer Bx de lesões na papila ● Colangiografia transparieto-hepática: desenha a árvore CPRE ● É um exame terapêutico, após diagnóstico com os exames acima e o quadro clínico ● É invasivo e pode haver complicações graves. ● Papilotomia endoscópica com retirada dos cálculos, passagem de prótese ou retirar amostras para análise COLEDOCOLITÍASE ● O cálculo pode ser primário quando é formado no colédoco ou secundária, oriundo da vesícula. Sempre que houver simultaneamente cálculo na vesícula ou até 02 anos de colecistectomia, considera-se secundário. ● Q.C --> Dor aguda, forte, náuseas, vômitos e icterícia obstrutiva +/- colangite ● Dx: US + colangio RM/colangio intraoperatória ou outro exame ● Tratamento: Cx de exploração das VB, deixar um dreno de Kehr, mais morbidades associada ● Tratamento endoscópico: CPRE com retirada do cálculo após papilotomia, não explora diretamente a VB, entra pelo duodeno TUMORES PERIAMPULARES TIPOS: ● Cabeça de pâncreas: mais comum ● Tumor de papila: icterícia flutuante, melhor prognóstico, dá sintomas rapidamente ● Cholangiocarcinoma distal ● Tumor duodenal # Sinal de Courvoisier-Terrier ● Tratamento comum de todos eles: Cirurgia de Whipple: Gastroduodenopancreatectomia em bloco # Klatskin: na bifurcações dos ductos hepáticos direito e esquerdo, não há sinal de Courvoisier-Terrier, acima da vesícula, local mais comum dos colangiocarcinomas
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