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Universidade Estadual da Paraíba Centro de Ciências Jurídicas Curso de Bacharelado em Direito Componente Curricular: Direito da Criança, do Adolescente e do Idoso Docente: Renan Farias Pereira Discente: Arthur Paulino Ferreira - Matrícula: 142228290 O DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE À EDUCAÇÃO CONFORME DISPÕE O ECA Campina Grande-PB Maio/2019 1. INTRODUÇÃO Após a sanção da Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, os direitos e deveres da criança e do(a) adolescente, as responsabilidades do Estado, da sociedade e da família com o futuro das novas gerações, passaram a um novo paradigma de concepção, onde se reconhece a criança e o(a) adolescente como sujeitos de direito, indivíduos em condição especial de desenvolvimento e com prioridade absoluta no que tange às políticas públicas. Nesse sentido, com a chegada do Estatuto da Criança e do Adolescente, podemos destacar a garantia do direito à educação, trazida à tona na norma legal supramencionada, a qual iremos desmiuçar com mais intensidade no presente. 2. QUE TIPO DE EDUCAÇÃO TEMOS DIREITO? Segundo o ECA (artigo 53), “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Nesse sentido, a lei assegura: • Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; • Direito de ser respeitado por seus educadores; • Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; • Direito de organização e participação em entidades estudantis, e • Acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência. Para que estes direitos sejam observados, o ECA também estipula os deveres do Estado (artigo 54). São eles: • Garantir ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; • Assegurar progressivamente a extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; • Oferecer atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; • Oferecer atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; • Garantir acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; • Ofertar ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; • Promover atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Por fim, é importante lembrar que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é um direito público subjetivo, ou seja, pode sempre ser exigido do Estado por parte do cidadão. Assim, caso o Poder Público não garanta o acesso à educação ou caso não o faça de maneira regular, o cidadão tem a possibilidade de exigir judicialmente que seu direito seja observado, obrigando o Estado a fazê-lo. 3. O ESTADO COMO GARANTIDOR AO DIREITO À EDUCAÇÃO O Estado, por meio de todos os seus poderes (executivo, legislativo e judiciário) e níveis da federação (União, Estados, Municípios), deve efetivar os direitos e garantias constitucionais, o que significa não só oferecer as condições para o exercício do direito, como também fiscalizar o seu cumprimento. Para tanto, existem várias instituições do poder público que possuem, dentre suas atribuições, a função de zelar pela observância do direito à educação, tais como: as Coordenadorias de Educação (escolas municipais), Diretorias Regionais de Ensino (escolas estaduais), Secretarias de Educação (estadual e municipal), Defensoria Pública, Ministério Público, Poder Judiciário, Conselhos Tutelares, Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, entre outros. 4. O PAPEL DA FAMÍLIA A família é um dos três eixos de promoção do direito à Educação. Os pais são responsáveis por matricular seus filhos nas instituições de ensino e garantir a permanência deles (artigo 55 do ECA). Inclusive, alguns programas públicos de distribuição de renda condicionam o benefício à freqüência escolar dos jovens sob tutela dos pais, atestando a família como principal incentivadora dos estudos. O Estatuto prevê, entre as medidas que são aplicáveis aos pais ou responsáveis, a obrigação de matricular o filho em estabelecimento de ensino e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar (artigo 129, inciso V do ECA). Evidente, portanto, que, além de uma atribuição do Estado – que tem o dever de fazê-los zelar pela freqüência escolar (artigo 54, parágrafo 3º, ECA) –, a responsabilização pela matrícula e acompanhamento das crianças e jovens no ensino fundamental é compartilhada com a família (pais e responsáveis). 5. O DIREITO À EDUCAÇÃO AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS Os jovens portadores de deficiência física e/ou psíquica também recebem atenção especial do Estado quando o assunto é garantia do direito à educação. O não oferecimento ou oferecimento irregular de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência pode gerar uma ação de responsabilidade por ofensa aos direitos das crianças e dos adolescentes (artigo 208, inciso II do ECA). 6. CONCLUSÃO Tomando a legislação como ponto de partida, podemos dizer que a educação como um direito fundamental estrutura-se como um dever compartilhado entre Estado, família e sociedade. O Poder Público, como um dos responsáveis pelo fomento à educação, deve promover ações não só no âmbito de elaboração de políticas públicas (executivo), no âmbito de elaboração de leis (legislativo), mas também exercendo o papel de protetor e fiscalizador desse direito (judiciário). As diversas instituições do poder público relacionadas neste texto cumprem papéis importantes na garantia dos direitos dos cidadãos. Num país marcado por desigualdades como o Brasil, onde a distribuição de direitos espelha essa desigualdade, garantir o direito à educação é, sem dúvida, uma prioridade e um passo fundamental na consolidação da cidadania. REFERÊNCIAS COSTA, Antonio Carlos Gomes da. O Estatuto da criança e do Adolescente e a política de atenção à infância e à juventude. In: Ciclo de Seminários: discutindo a assistência social no Brasil, 1995.. http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-440.html . Acesso em 08 de Maio de 2019. https://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-ao-69/capitulo-iv-do-direito-a-educacao-a-cultura-ao-esporte-e-ao-lazer-do-artigo-53-ao-59/artigo-53-4 . Acesso em 08 de Maio de 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm . Acesso em 08 de Maio de 2019.
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