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PRINCIPAIS ARMADILHAS NO APH Tayane Sanschri 2021.1 No Atendimento Pré Hospitalar – APH - as armadilhas seriam algo que são situações que devem ser evitadas; são condutas que acreditamos que seriam positivas para fazer, contudo, acabam sendo negativas. Desta forma, vamos compreender a diferença entre primeiros socorros e APH. Os primeiros socorros referem-se ao atendimento que se realiza imediatamente quando ocorre o acidente, e que uma pessoa que se sinta apta pode realizar quando ocorre o incidente. O APH refere-se quando rapidamente após ser acionada o SAMU, uma unidade composta pelo médico, técnico de enfermagem e enfermeiro, além do condutor da ambulância, vai até o local e presta os primeiros atendimentos. Considere salvar vidas e nunca fazer novas vítimas, ou seja, nunca entre numa cena sem garantir que a cena seja segura. Por exemplo, se está tendo um incêndio, aguarde que alguém capacitado tire a vítima do local que está incendiado, como os bombeiros, por exemplo, para, então, ser realizado o atendimento atendido pelo profissional de saúde; quando ocorre um acidente na rodovia, sinalize o ambiente, isole a área com segurança, para então, entrar e cuidar do paciente. Na avaliação do local de acidente: não entre em pânico, transmita confiança para quem estiver fazendo atendimento, assuma a liderança – lembre-se que o médico vai ser referência para quem estiver fazendo o atendimento, contudo, em emergência o médico não necessariamente será a liderança do atendimento, pode ser o enfermeiro, que vai instruindo o que cada um vai realizar, além do mais, analise se há perigo no local, afaste os curiosos e afaste a vítima do local perigoso. “Socorrer não significa só correr”, ou seja, quando houver parada na UTI ou deslocamento para atender uma emergência, não PRINCIPAIS ARMADILHAS NO APH Tayane Sanschri 2021.1 precisa sair correndo. Óbvio que o tempo é importante, contudo, não se deve colocar em risco a equipe. Afinal, a estatística do trauma é interessante, sendo a terceira causa de mortes no mundo, e terceira do BRASIL, principalmente, com jovens entre 15 a 29 anos, e de 20% a 50% ocorre por atendimento insatisfatório no APH; o que é preocupante até porque os gastos superam 100 bilhões de dólares, sendo considerada uma doença de saúde pública evitável. QUANDO SE MORRE POR TRAUMA? A metade dos óbitos ocorre na primeira hora, considerada GOLD HOUR; a morte precoce em 4h e a morte tardia em 2 a 5 semanas. Desta forma, é importante a chegada da equipe no local do trauma, contudo, algumas situações não são legíveis para o atendimento do APH, diante da cinemática e acontecimentos que são incompatíveis com a vida, como ocorre em alguns acidentes de alto impacto. Além disso, considere que nem todo paciente é possível salvar. Para tanto existe critérios importantes para o atendimento, que são bem claro nos princípios, como: critério para múltipla vítima, critério de atendimento, dentre outros. Em suma, o atendimento não é aleatório, pois, tem-se que entender até antes do atendimento que a cinemática do trauma significa o mecanismo de trauma, onde é analisada a cena do acidente para entender quais forças e movimentos foram envolvidos para a partir daí ter uma hipótese diagnóstica, e assim, perceber se teve alto, médio ou baixo impacto. Sem ver as vítimas pode-se pensar em que natureza o trauma ocorreu internamente no veículo. Por isso, não despreze as informações que antecede a chegada no local do trauma: como foi o acidente, velocidade estimada, PRINCIPAIS ARMADILHAS NO APH Tayane Sanschri 2021.1 tempo de frenagem, via que ocorreu, que lado ocorreu a pancada, e assim, vai se preparando para o atendimento, colocando o que vai ser usada no atendimento. Alguns dos questionamentos para ser avaliado antes de chegar ao local do trauma são: - qual o tipo de colisão automobilística?; - o airbag inflou? - foi queda? Qual a altura da queda? - qual a velocidade dos corpos? - qual o tipo de calibre da arma? Assim, não subestime vítimas com dispositivos de contenção, pois, as vezes chega-se no local e o paciente, ainda, está com o cinto de segurança. E o paciente pode estar consciente, colaborativo, conversando e quando tira a roupa do paciente ele está com hematoma. Não é por estar com dispositivo de contenção que o caso seja menos grave, afinal pode haver lesões internas, trauma torácico- abdominal, hemorragias internas; assim, numa visão mais detalhada pode-se perceber que esse paciente pode ter lesões piores do que aqueles que apresentam lesões sangrantes. As lesões críticas causadas por quedas, com 3 vezes a altura da vítima, mesmo que o paciente esteja consciente, conversando, sem revelar nenhuma evidência externa, deve ser considerada como grave, pois, pode-se perder o paciente depois de 4 horas. Sendo essa uma armadilha se menosprezar essa condição. Por exemplo, uma criança de 4 anos, cai de cima de um armário é uma condição crítica, e para o adulto poderia não ser nada, mas para a criança pode ocasionar um traumatismo craniano, por exemplo. PRINCIPAIS ARMADILHAS NO APH Tayane Sanschri 2021.1 No caso de sangramentos o controle do mesmo é fundamental, é básico. Essa contenção pode ser realizada com a elevação do membro com pressão direta, elevação do membro e pressão dos pontos arteriais. Desta forma, os torniquetes salvam vidas; devendo colocá-los e deixá-los até o atendimento, perfazendo cerca de pelo menos de 4 a 6 horas, sem afrouxar. Assim, utilize torniquetes para conter hemorragias em membros, e quando a pressão direta não for afetiva, colocar até 10 cm proximal a lesão; não aplicar nas articulações, mas acima; apertando o torniquete até parar o sangramento completamente; pode ser colocado por cima de roupas, contanto que não aperte celular, chaves, objetos; e, caso, o 1º torniquete não surtir o efeito de conter completamente o sangramento, colocar um 2º torniquete em posição próxima ao primeiro É importante salientar que o torniquete pode ser feito pela própria pessoa se não tiver alguém pra ajudar; além disso, deve-se registrar o horário que se colocou o torniquete. Nunca afrouxe ou retire o torniquete, após colocá-lo, só retira o mesmo na mesa cirúrgica, tendo em vista que como estava se formando coágulos, ao afrouxar, com a pressão arterial, o coágulo pode se dissolver e voltar a sangrar novamente. Além disso, nunca esquecer ou pular etapas do atendimento na execução da avaliação primária, ou seja, X – Controle de sangramento grave A – Abertura de via aérea pérvia B – Boa respiração C – Circulação D – Disability – Disfunção neurológica E – Exposição – aquecimento Pois, o paciente pode ter um problema no B e no D, também. PRINCIPAIS ARMADILHAS NO APH Tayane Sanschri 2021.1 Também, considere lesões distratoras em detrimentos das lesões letais, ou seja, um paciente com politrauma de face, que chama atenção pelo acidente, e outro em pé conversando, sendo que pode haver ali um trauma abdominal fechado que não é perceptível, o que pode levar o paciente a óbito, por não apresentar algo perceptível. Afinal, os traumas fechados podem ser mais letais do que os traumas abertos. Outra questão é não subestimar as pequenas fraturas,tendo em vista que o paciente pode perder bastante sangue, começar a ter falta de ar, hipóxia cerebral, perfusão cerebral alterada, e assim, vir a óbito. Por exemplo, um paciente que apresenta uma fratura em que o membro inferior está com rotação interna e diminuição do comprimento é típico de fratura de fêmur, que pode levar a perda de cerca de 2000 ml, sem exteriorizar, acumulando o sangue na própria perna, a chamada síndrome compartimental, comprimindo o nervo, fazendo a perna necrosar. Por fim, só realize um procedimento em que estejas apto a fazer, a fim de não causar mais dano. Considere, então, realizar o procedimento se tiver: C – conhecimento H –habilidade para executar a técnica A – atitude correta
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