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Deiglianne Duarte Ribeiro 1 → Trauma em tecido mole é representado por uma interrupção da continuidade de um tecido corpóreo, em maior ou em menor extensão, causada por qualquer tipo de trauma físico, químico ou mecânico. 1. Ferida abrasiva; 2. Ferida puntiforme; 3. Ferida cortante; 4. Ferida pérfuro- cortante; 5. Ferida pérfuro- contusa; 6. Ferida corto- contusa. 1. Ferida Abrasiva: → Resulta em perda da camada superficial do tecido cutâneo (descama a parte epitelial); → Pode ser tanto superficial quanto mais profunda, sendo mais frequente a superficial; → Cuidados de enfermagem: Limpar com soro 0,9% em temperatura ambiente e cobertura com óleos e gases. 2. Ferida Puntiforme: → Causadas por instrumentos pontiagudos, perfurantes com diâmetro geralmente uniforme; → Lembrar de fazer cobertura antitetânica em caso de instrumentos/materiais com ferrugem; → Cuidados de Enfermagem: Limpeza local e abundante com SF 0,9%; → Observar e remover presença de corpos estranhos e grande risco de tétano- rever vacina antitetânica e aplicá-la se necessário. 3. Ferida Cortante: → Causada por instrumentos afiados que deslizam sobre a pele; → Cuidados de Enfermagem: Limpeza local abundante com SF 0,9% e observar e remover presença de corpos estranhos. 4. Ferida pérfuro- cortante: → Causadas por instrumentos de ação mista (corta e perfura); 5. Ferida pérfuro-contusa: → Quando tem a ação de perfurar e contundir ao mesmo tempo. 6. Ferida corto- contusa: → O instrumento não tem poder de penetração. A capacidade de penetrar está na força da ação. 1. Devem ser Avaliados: → Extensão; → Profundidade; → Agente etiológico; Introdução: Classificação: Tratamento dos ferimentos faciais: Deiglianne Duarte Ribeiro 2 → Grau de contaminação; → Tempo de trauma; → Imunização. Limpeza dos ferimentos: Lavar bastante com soro fisiológico, fazendo esfregaço; Técnica Anestésica: → Pode ser local e dependendo da extensão, necessita de uma geral. Suturar os tecidos: → Tentando deixar o mínimo de cicatriz. Grau de contaminação das feridas: 1- Limpa: → Lesões feitas em condições assépticas e isentas de microrganismos patogênicos. → Incisões cirúrgicas; → Sem indícios de sinais flogísticos.. 2- Contaminada: → Lesões decorrentes de quebra de técnica asséptica em ato cirúrgico ou causas por acidente; → Feridas recentes e abertas; → Sem processo infeccioso local; → Menos de 2h é contaminada. 3- Infectada: →São lesões colonizadas por microorganismos como parasitas, bactérias, vírus ou fungos; → Possui intensa reação inflamatória; → Destruição dos tecidos; → Presença de exsudação purulenta; → Odor fétido; → Edema; → Hiperemia; → Aumento da temperatura da pele; → Presença de sinais flogísticos; → Acima de 4h, tratamos como infectada. Limpeza x debridamento: * O ideal é limpar primeiro para depois debridar. Limpeza: - Deve ser realizada com o uso de técnica e fluido que minimize o trauma mecânico e químico; - Irrigação suave, abundante e pulsátil; - Soluções de preferência aquecidas; – Temperatura de 37° estimula a mitose durante a granulação e epitelização; - Soluções utilizadas: Soro fisiológico ou solução de papaína; - Evitar o uso de anti-sépticos pois retarda a cicatrização. Debridamento: 1. Desbridamento autolítico: utilização de medicamento para a realização do debridamento.; 2. Desbridamento Químico; 3. Debridamento Mecânico; 4. Desbridamento cirúrgico/instrumental. Debridamento autolítico: - Leucócitos e enzimas para degradação do tecido necrótico; - Vantagens: seletivo e confortável; - Desvantagem: ação lenta. Deiglianne Duarte Ribeiro 3 Debridamento químico: - Enzimas proteolíticas que estimulam a degradação do tecido necrótico; - Vantagens: Seletivo e pouco agressivo; - Desvantagens: Manutenção do meio úmido; - Utilizado em queimaduras. Debridamento mecânico: - Remoção dos tecidos desvitalizados por meio da força física como na fricção de gases; - Vantagens: Fácil realização; - Desvantagens: Não remove por completo os tecidos necróticos. Debridamento cirúrgico: - Lâmina do bisturi ou tesoura; - Vantagens: Método mais eficaz. - Desvantagens: Sangramento maior (mas me sinaliza que é um tecido vivo). Sutura das feridas: Mucosas e Tecidos: - Fio Absorvível 3-0 ou 4-0; Pele: - Fios de Nylon 5-0 ou 6-0; - Removidas após 4 a 6 dias; - Tiras Adesivas. → Fechamento por planos; → Remover com cautela as glândulas salivares menores; → Avaliar os pontos anatômicos de referência; → Suturas próximas às bordas e sem tensão tecidual; → A primeira sutura é colocada à junção mucocutânea; → O lábio é então fechado em três camadas: mucosa oral, músculo e derme. Produtos químicos usados em curativos: ● Água Oxigenada: - Efetiva contra bactérias anaeróbias.; - Toxicidade para fibroblastos; - Bastante usada para feridas infectadas. ● Iodo: - Citotóxico para os fibroblastos; - Podem desenvolver reação alérgica; - Pode provocar problemas renais e tireóide. ● Clorexidina: - Eficácia reduzida na presença de matéria orgânica; - Contra indicada em feridas abertas. ● Soro Fisiológico 0,9%: - Seguro e usado na grande maioria das feridas; - Mantém um meio úmido. Imunização: Imunização contra o tétano: - O agente causador é o clostridium tetani; - Paciente há menos de 5 anos da vacina – não necessita de medicação antitetânica; - Paciente com mais de 5 anos ou não vacinado. Deiglianne Duarte Ribeiro 4 Mordida de animais: - Irrigação abundante (lavar de imediato com água corrente e sabão neutro para eliminar a saliva do animal); - Debridamento – Avaliar o aspecto da lesão; - Prescrição antibiótica (penicilinase resistente); - Acompanhamento de 24 às 48h; - Imunização anti-rábica (família rhabdoviridae); Conduta: - Lavar imediatamente os ferimentos em água com sabão neutro para eliminar a saliva do animal; - Avaliar aspectos da lesão; - Buscar informações necessárias sobre o animal; - Fornecer orientações claras ao paciente e familiares; - Observar comportamento do animal por 10 dia; - Vacina antitetânica conforme esquema vacinal; - Vacina antirrábica e soro – se o animal apresentar raiva, morrer ou desaparecer. Imunização contra a raiva: * Agente causador são os vírus da família Rhadaviridoe. Vítimas de Projétil de arma de fogo: 1. Irrigação abundante; 2. Debridamento; 3. Redução aberta do osso. 4. Reposicionamento dos tecidos moles. 5. Remoção dos fragmentos. 6. Prescrição antibiótica. Tipos de Cicatrização: 1. Cicatrização por primeira intenção: Feita pela coaptação dos bordos, a cicatrização primária envolve a reepitelização, na qual a camada externa da pele cresce fechada) 2. Cicatrização por segunda intenção: É uma ferida que envolve algum grau de perda de tecido, fica aberto e espera cicatrizar de dentro pra fora,); 3. Cicatrização por terceira intenção: Ocorre quando intencionalmente a ferida é mantida aberta para permitir a diminuição ou redução de edema ou infecção ou para permitir a remoção. ou quando se coloca enxertia) Fatores prejudiciais à cicatrização: 1. Isquemia: - Diminuição do suprimento sanguíneo; - Etiologia: anemia, tensão da sutura, pressão externa ou interna na ferida. 2. Tensão; 3. Feridas secas; 4. Corpo estranho: - Proteção das bactérias, antigênico. 5. Tecido necrótico: -Barreira para o crescimento de células reparativas, atua como corpo estranho. Deiglianne Duarte Ribeiro 5 Problemas na Cicatrização: - Quelóide; - Cicatrização Incompleta. Complicações nas Feridas: - Reação do corpo estranho; - Deiscência de sutura; - Infecção. Cuidados Pós Operatórios: - Monitorar a ferida; - Retalhos regionais e enxertos podem ser realizados secundariamente; - Limpeza diária com peróxido de hidrogênio diluído e curativos com antibióticotópico; - Evitar sol nos primeiros seis meses. - Cicatrizes faciais se maturam em 12 a 18 meses. Em resumo: 1. Anestesia por bloqueio (quando possível); 2. Limpeza e Debridamento; 3. Eliminar processos infecciosos; 4. Obliterar espaços mortos; 5. Suturas sem tensão; 6. Proteger a ferida de trauma e invasão bacteriana. → Dilaceração do lábio: estabilização com barra e fechamento da dilaceração do lábio (caso clínico); → Contusão no queixo: apresenta grande edema resultante do rompimento do tecido subdérmico; → Lacerações múltiplas: sutura das lacerações → Hematoma: colocar um dreno, para eliminar infecção; → Equimose periorbital (comum em fraturas do tipo Le For); → Hifema: hemorragia no interior do olho. Situações clínicas:
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