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Desenvolvimento da criança - Assistência básica a saúde 6

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Disciplina: ABS 6 
Curso: Medicina – UFC 
 
Desenvolvimento da criança 
 O desenvolvimento começa na vida intrauterina e vai até a adolescência (com 
referência a pediatria). O desenvolvimento na infância não se deve ser tomado como 
uma fase de transição para a vida adulta, mas uma forma em si de experiência humana 
e um modo de habitar o mundo. 
 Ele pode ser definido como o aumento da capacidade do indivíduo na realização 
de funções cada vez mais complexas ou como o processo de aquisição de múltiplas 
habilidades por parte da criança. As habilidades ou funções podem ser divididas a nível 
individual e social. As individuais são movimentos, controle sobre o corpo, pensamento, 
linguagem e emoções. Já as de adaptação social são as relações com outras pessoas e o 
aprendizado das regras sociais. 
 A avaliação do desenvolvimento deve ir além dos aspectos neuromotores, 
abrangendo todas as dimensões da experiência infantil. 
Tempo e os mitos do desenvolvimento infantil 
 Antigamente era comum proferir que “cada criança tem o seu tempo” e tomar 
uma postura passiva diante de divergências entre o esperado para a faixa etária e o 
observado. Atualmente deve-se estar atento e investigar anormalidades e intervir 
quando necessário. 
Por que o desenvolvimento se tornou tão importante? 
 O primeiro ponto foi a mudança do perfil epidemiológico das patologias que 
afetam a infância, antes as doenças infecciosas eram responsáveis por grande fatia 
delas, hoje, cada vez mais, as doenças crônicas ocupam mais espaço. Além do mais, a 
população pediátrica vive mais, então novas morbidades surgiram. 
 Outro ponto é o fato da primeira infância ser reduto de janelas de 
oportunidades, das quais algumas se fecham após esse período. O impacto das 
adversidades ao longo da vida ganhou mais espaço também, ou seja, como a vida na 
infância terá impacto a pequeno, médio e longo prazo na vida desse indivíduo. 
 Também o aspecto social ganhou cada vez mais relevância, principalmente no 
que se refere as desigualdades e determinantes sociais da saúde. 
Importância do desenvolvimento na primeira infância 
 Os primeiros anos de vida são importantes porque o que ocorre na primeira 
infância faz diferença por toda a vida. A ciência nos mostra o que devemos oferecer às 
crianças e do que devemos protegê-las para garantir a promoção do seu 
desenvolvimento saudável. 
 Ainda temos o fato de que toda sociedade paga o preço quando há adultos com 
baixo controle de seus impulsos ou que não sejam bons pais; já que não desenvolveram 
apropriadamente sólidas bases socioemocionais. 
Disciplina: ABS 6 
Curso: Medicina – UFC 
 
A biologia da saúde 
 A arquitetura do cérebro depende das influências mútuas entre genética, meio 
ambiente e experiência. Genética e ambiente interagem durante o desenvolvimento do 
cérebro. Os genes formam neurônios (conexões entre as principais regiões do cérebro). 
O ambiente e a experiência refinam as conexões, aprimorando algumas enquanto 
elimina outras. Toda experiência ativa alguns circuitos neurais e deixa outros 
desativados. 
 O cérebro passa por um crescimento explosivo nos primeiros anos de vida e 
precisa organizar as experiências para facilitar o desenvolvimento. O aprendizado 
resulta em mais consolidação da atividade neuronal, portanto, a atividade cerebral se 
torna mais eficiente. As interações cuidador-filho são essenciais para o 
desenvolvimento cerebral. Aos 6 anos temos mais conexões cerebrais do que aos 14, já 
que o que não é utilizado será descartado (“poda” neural). 
 
 A plasticidade neuronal ou maleabilidade cerebral é a capacidade de mudança 
e reorganização dos neurônios de acordo com mudanças ambientais, experimentais, 
sociais, físicas e lesões mais graves. Ela não ocorre somente em pessoas com graves 
lesões neurológicas, sendo processo que ocorre a todo momento em todas as pessoas. 
Disciplina: ABS 6 
Curso: Medicina – UFC 
 
 
 Há certas áreas cerebrais que estão mais envolvidas no desenvolvimento de 
determinadas funções/habilidades, entretanto, a neuroplasticidade torna possível que 
regiões que antes não executavam determinadas funções/habilidades passem a 
executá-las. 
 A partir dos 30 anos, o esforço para mudar em resposta as experiências é maior 
do que a capacidade para tal. A capacidade máxima reside na primeira infância. As bases 
arquiteturais do cérebro são construídas na primeira infância. 
 A adversidade afeta negativamente as bases da aprendizagem, do 
comportamento e da saúde. São exemplos de experiências adversas na infância: maus 
tratos (físico, verbal e/ou sexual) e disfunção familiar. Entre as disfunções familiares 
temos membro da família encarcerado, com doença mental ou em uso de drogas; 
violência doméstica e ausência paterna. Essas experiências adversas têm relação com 
futuros desfechos negativos de saúde (drogadição, depressão, doença cardiovascular, 
diabetes, câncer e morte prematura). 
 
Disciplina: ABS 6 
Curso: Medicina – UFC 
 
 No primeiro ano de vida há o desenvolvimento motor, sensorial e 
socioemocional. Entre 2-3 anos há desenvolvimento da linguagem e da compreensão. 
Já entre os 3-5 anos há o melhor estabelecimento das funções executivas (aprende a 
controlar os pensamentos, sentimentos e comportamentos). 
Funções executivas 
 É o centro de decisões ou “centro de controle” do cérebro. As funções executivas 
e as habilidades de auto-regulação dependem de 3 tipos de funções cerebrais: memória 
de trabalho, flexibilidade mental e cognitiva; e o autocontrole. Essas funções estão 
relacionadas a capacidades essenciais da vida adulta. 
 As funções executivas regulam pensamentos, emoções e comportamentos. 
Como avaliar o desenvolvimento? 
 
 A vigilância é o processo de avaliação contínuo e permanente para eleger 
crianças que devem ser submetidas a uma triagem específica. Ela é feita pela ESF. A 
triagem é processo para identificar as crianças que devem ser submetidas a um 
procedimento diagnóstico mais detalhado. Triagem é realizada em unidades de 
assistência a primeira infância (UAPI). A avaliação é um processo mais detalhado para 
definir o diagnóstico de desenvolvimento da criança. Avalição é conduzida pelos núcleos 
de desenvolvimento infantil (NDI). 
 Para correta vigilância devemos seguir a caderneta da criança.