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ANÁLISE-DAS-DEMONSTRAÇÕES-CONTÁBEIS-E-FINANCEIRAS

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SUMÁRIO 
1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS ............. 5 
1.1 Objetivos da análise .................................................................................. 8 
2 CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................. 9 
3 DEMONTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................... 11 
3.1 Demonstrações Contábeis Individuais .................................................... 11 
3.2 Demonstrações Contábeis Consolidadas ................................................ 12 
3.3 Demonstrações Contábeis Separadas .................................................... 12 
3.4 Demonstrações Contábeis Combinadas ................................................. 12 
3.5 Demonstrações Contábeis Intermediárias ............................................... 13 
4 A NOVA LEI CONTÁBIL ................................................................................ 13 
5 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................. 15 
5.1 Procedimentos para elaboração do Balanço ........................................... 17 
5.2 Conciliações dos Saldos Contábeis ........................................................ 18 
5.3 Ajustes e Reclassificações patrimoniais .................................................. 18 
5.4 Lançamentos de encerramento do exercício ........................................... 18 
6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ..................... 19 
6.1 A Estrutura de uma DRE ......................................................................... 20 
7 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ............................................... 22 
8 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ............................................. 24 
9 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............. 26 
10 NOTAS EXPLICATIVAS ............................................................................. 28 
11 TRANSCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO LIVRO DIÁRIO
 29 
12 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ............................ 29 
 
 
 
13 TÉCNICAS DE ANÁLISE ........................................................................... 30 
13.1 A Importância dos Índices nas Demonstrações financeiras ................. 30 
13.2 Preparação e Reclassificação das Contas ........................................... 31 
14 GRUPOS DE ÍNDICES ............................................................................... 31 
15 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ............................................................. 32 
16 ÍNDICES DE LIQUIDEZ .............................................................................. 33 
16.1 Liquidez Corrente ................................................................................. 33 
16.2 Liquidez Imediata ................................................................................. 34 
16.3 Liquidez Seca ....................................................................................... 34 
16.4 Liquidez Geral ...................................................................................... 35 
17 ÍNDICES DE ESTRUTURA ........................................................................ 36 
17.1 Índices de Endividamento .................................................................... 36 
17.2 Endividamento Geral ............................................................................ 37 
17.3 Composição do Endividamento ............................................................ 38 
17.4 Imobilização do Patrimônio Líquido ..................................................... 38 
17.5 Imobilização de Recursos Permanentes .............................................. 39 
18 ÍNDICES DE RENTABILIDADE .................................................................. 40 
18.1 Giro do Ativo ........................................................................................ 41 
18.2 Margem Líquida ................................................................................... 42 
18.3 Margem Bruta ...................................................................................... 42 
18.4 Margem Operacional ............................................................................ 43 
18.5 Rentabilidade do Ativo ......................................................................... 43 
18.6 Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) ......................................... 44 
18.7 Rentabilidade Líquida do Capital Investido em Estoques (RLCIE) ...... 44 
19 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE .................................................................... 44 
 
 
 
19.1 Rotação Dos Estoques ........................................................................ 45 
19.2 Prazo Médio de Rotação Dos Estoques (PMRE) ................................. 46 
19.3 Rotação de Duplicatas a Receber (RDR)............................................. 46 
19.4 Prazo Médio de Recebimento (PMR) ................................................... 47 
19.5 Rotação de Duplicatas a Pagar (RDP) ................................................. 47 
20 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI) ........................................... 48 
21 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RSPL) ............................ 48 
22 LUCRO POR AÇÃO ................................................................................... 49 
23 VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO ............................................................. 49 
24 RELAÇÃO PREÇO/LUCRO ....................................................................... 49 
25 DIVIDENDO POR AÇÃO ............................................................................ 50 
26 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) ...................................... 50 
27 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO) ................................. 50 
28 ESTRUTURA DE CAPITAL ........................................................................ 51 
28.1 Imobilização do Capital Próprio ............................................................ 51 
28.2 Imobilização Dos Recursos a Longo Prazo e do Patrimônio Líquido ... 51 
28.3 Participação de Capitais de Terceiros Sobre Recursos Próprios ......... 52 
29 ÍNDICES DE ANÁLISE BANCÁRIA ............................................................ 52 
29.1 Índice de Descontos de Duplicatas ...................................................... 52 
29.2 Reciprocidade Bancária ....................................................................... 52 
29.3 Participação Dos Recursos Bancários Sobre o Capital de Terceiros ... 52 
30 GRAU DE SOLVÊNCIA .............................................................................. 53 
31 FATOR DE INSOLVÊNCIA - ÍNDICE DE KANITZ ...................................... 53 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 56 
 
 
 
 
1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 
 
Fonte: cloudswave.com 
O objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras é oferecer um diagnóstico 
sobre a real situação econômico-financeira da organização, utilizando relatórios gerados 
pela Contabilidade e outras informações necessárias à análise, relacionando-se 
prioritariamente a utilização por parte de terceiros. 
O produto da análise é apresentado em forma de um relatório que inclui uma 
análise da estrutura, a composição do patrimônio e um conjunto de índices e indicadores 
que são cuidadosamente estudados e pelos quais é formada a conclusão do analista. 
As informações da análise estão voltadas para dentro e fora da empresa e não se 
limitam apenas a cálculo de meros indicadores de desempenho. 
Para que a análise possa espelhar a realidade de uma empresa, é necessário que 
o profissional de contabilidade tenha certeza dos números retratados nas Demonstrações 
Contábeis e quem efetivamente espelham a real situação líquida e patrimonial da 
entidade. 
No levantamento dos Balançose das demais Demonstrações Contábeis, que no 
Brasil são intituladas de Demonstrações Financeiras, são necessários vários 
procedimentos que estão detalhados nas NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade, na 
http://www.cloudswave.com/
 
 
 
Lei das Sociedades por Ações, no Regulamento do Imposto de Renda e em normas 
expedidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. 
Então, para que o analista chegue a uma conclusão mais precisa, ele necessita 
saber se foram observados todos os procedimentos recomendados pelas normas em 
vigentes, sendo um destes requisitos a realização de auditoria financeira, fiscal, tributária 
e operacional. 
A análise de balanço é uma das principais ferramentas para auxiliar a tomadas de 
decisões e pode ser dividida em: 
a) Análise Contábil – tem por objetivo a análise de relatórios e demonstrações com 
a finalidade de fornecer informações numéricas preferencialmente de dois ou mais 
períodos de modo a instrumentar os administradores e acionistas, entre outros, que 
estejam interessados em conhecer a situação da empresa para que possam tomar 
decisões - subdivide-se em: 
 Análise de estrutura; 
 Análise de evolução; 
 Análise por quocientes; 
 Análise por diferenças absolutas. 
b) Análise Financeira – é a tradicionalmente efetuada através de indicadores para 
análise global e a curto, médio e longo prazo da velocidade do giro dos recursos. 
c) Análise da Alavancagem Financeira - é utilizada para medir o grau de utilização 
do capital de terceiros e seus efeitos na formação da taxa de retorno do capital próprio. 
d) Análise Econômica – é utilizada para mensurar a lucratividade, a rentabilidade 
do capital próprio, o lucro líquido por ação e o retorno de investimentos operacionais. 
Portanto, a verdadeira análise das Demonstrações Contábeis deve abranger: 
 A avaliação de Ativos (Circulante, Realizável de Longo Prazo e 
Permanente) e Passivos (Circulante e Exigível a Longo Prazo) utilizando-
se os princípios e demais regras constantes das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, da Lei das S/A, do Regulamento do Imposto de Renda; 
 A análise das receitas e despesas, principalmente no que se refere à 
apuração de fraudes documentais com o intuito de manipulação de 
resultados; 
 
 
 
 A verificação e a apuração de ações administrativas ou judiciais tanto ativas 
como passivas de cunho trabalhista, previdenciário, fiscal e tributário; 
 A avaliação de riscos e de capital mínimo, no caso das instituições do SFN, 
segundo a Resolução CMN 2099 (Acordo da Basiléia), incluindo limites de 
endividamento, de risco e capital mínimo e de imobilização e de 
determinados tipos de operações. 
No universo de analistas de balanço também existem profissionais que têm 
competência técnica e legal e que querem fazer a coisa tecnicamente perfeita e de forma 
absolutamente séria. O grande problema é que os profissionais de contabilidade 
enfrentam enormes dificuldades para conseguir desempenhar essa função de analista 
de balanços, que os leigos não conseguem medir por absoluta falta de competência 
técnica e legal. 
Entre as dificuldades, estão principalmente: 
 A falta de clareza das demonstrações contábeis e a falta de informações 
mais precisas nas notas explicativas e em outras peças auxiliares dos 
balanços; 
 A falta de vontade dos representantes de algumas entidades de prestar as 
informações necessárias para que o profissional especializado possa 
efetuar a perfeita análise; 
 A falta de auditoria operacional, patrimonial, financeira, fiscal e tributária das 
demonstrações contábeis das entidades de capital fechado e 
 A falta de credibilidade nos pareceres emitidos por alguns auditores 
“independentes”. 
Antes de dar início a qualquer análise contábil, o analista deve atentar para alguns 
aspectos fundamentais, tais como: 
a) Se a empresa opera simultaneamente em vários ramos de atividade; 
b) A possibilidade da existência de manipulação das demonstrações contábeis; 
c) Se as notas explicativas relatam os fatos que não são esclarecidos pelas demais 
demonstrações; 
d) Cuidado com a correta interpretação de índices; 
e) Necessidade de reclassificação de contas do Balanço Patrimonial; 
 
 
 
f) Não considerar qualquer indicador isoladamente; 
g) Apreciar os indicadores em uma série de anos, pelo menos 3 (três); 
h) Comparar os índices encontrados com índices-padrão, ou seja, índices das 
empresas concorrentes. 
1.1 Objetivos da análise 
 
Fonte: cienciascontabeis.com.br 
 Através da análise das demonstrações contábeis é possível avaliar o 
desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial das empresas, quanto aos 
períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou diretrizes preestabelecidas. É 
possível ainda realizar comparações com as tendências regionais ou dos segmentos 
onde a empresa esteja inserida, determinando também as perspectivas futuras de 
rentabilidade ou continuidade dos negócios, possibilitando aos gestores tomarem 
decisões de financiamentos e investimentos, bem como implementarem mudanças de 
práticas, caso as tendências projetadas sinalizem um cenário não condizente com as 
políticas até então estabelecidas, ou até mesmo subsidiar o estabelecimento de novos 
rumos. Abaixo, temos um quadro resumo com os principais objetivos, de acordo com a 
necessidade dos usuários das informações contábeis: 
 
 
 
 
 
2 CONJUNTO COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO 
TÉCNICO CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis Correlação às 
Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 1 (IASB – BV 2011). 
10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: 
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b1) demonstração do resultado do período; 
 
 
 
(b2) demonstração do resultado abrangente do período; 
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas; 
(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos 
itens 38 e38A; (Incluída pela Revisão CPC 03) 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente 
ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, 
ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações 
contábeis; e 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente 
ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações 
contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações 
contábeis de acordo com os itens 40A a 40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03) 
(g) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo 
se apresentada voluntariamente. 
(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo 
se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03) 
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados 
neste Pronunciamento Técnico, desde que não contrarie a legislação societária brasileira 
vigente. 
No entanto, em outros pronunciamentos encontram-se definições como 
demonstrações individuais, demonstrações consolidadas, demonstrações separadas, 
demonstrações combinadas e demonstrações intermediárias. 
 
 
 
 
 
 
 
3 DEMONTRAÇÕES CONTÁBEIS 
3.1 Demonstrações Contábeis Individuais 
As demonstrações contábeis individuais são a representação estruturada da 
posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.O objetivo das 
demonstrações contábeis individuais é o de proporcionar informação acerca da posição 
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil 
a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. 
Estes demonstrativos também objetivam apresentar os resultados da atuação da 
administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto 
aos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações 
contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: 
a) Ativos; 
b) Passivos; 
c) Patrimônio líquido; 
d) Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
e) Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e 
distribuições a eles; 
f) Fluxos de caixa. 
 
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas 
explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros 
fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. 
O CPC 26 ainda traz um outro conceito intitulado “Demonstrações Contábeis de 
Propósito Geral” e explica como sendo aquelas cujo propósito reside no atendimento das 
necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições 
de requerer relatórios especificamente planejados para atender às suas necessidades 
peculiares. 
 
 
 
 
 
3.2 Demonstrações Contábeis Consolidadas 
Segundo o CPC 36, as demonstrações consolidadas são as demonstrações 
contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se 
fossem as de uma única entidade econômica. 
A controladora deve apresentar as demonstrações contábeis consolidadas nas 
quais os investimentos em controladas estão consolidados de acordo com o requerido 
nos pronunciamentos do CPC e nas normas contábeis vigentes. 
3.3 Demonstrações Contábeis Separadas 
As demonstrações separadas são aquelas apresentadas por uma controladora, 
um investidor em coligada ou um empreendedor em uma entidade controlada em 
conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse 
direto no patrimônio (direct equity interest), em vez de nos resultados divulgados e nos 
valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as 
demonstrações contábeis individuais. 
As demonstrações contábeis separadas são apresentadas adicionalmente às 
demonstrações contábeis consolidadas e às demonstrações contábeis individuais nas 
quais os investimentos em controladas, coligadas e em empreendimentos controlados 
em conjunto são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial. 
As demonstrações contábeis separadas podem ou não ser apresentadas 
juntamente com as demonstrações consolidadas. 
3.4 Demonstrações Contábeis Combinadas 
O CPC 15 define estes demonstrativos como os que serão feitos sempre que 
houver combinação de negócios e exige que os ativos adquiridos e os passivos 
assumidos constituam um negócio. Se os ativos adquiridos não constituem um negócio, 
a entidade deve contabilizar a operação ou evento como aquisição de ativos. 
 
 
 
3.5 Demonstrações Contábeis Intermediárias 
Estas podem ser descritas como a demonstração contábil que contém um conjunto 
completo de demonstrações contábeis ou um conjunto de demonstrações contábeis 
condensadas de um período intermediário. 
É importante salientar que, a entidade cujas demonstrações contábeis estão em 
conformidade com os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC, deve 
declarar de forma explícita e sem reservas essa conformidade nas notas explicativas. A 
entidade não deve descrever suas demonstrações contábeis como estando de acordo 
com estas normas a menos que cumpra todos os seus requisitos. 
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todos os 
demonstrativos contábeis que façam parte do conjunto completo de informes contábeis. 
4 A NOVA LEI CONTÁBIL 
Após sete longos anos de tramitação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva 
sancionou a Lei nº 11.638/2007, publicada na Edição Extra do Diário Oficial da União de 
28.12.2007, que passa a vigorar a partir de 01.01.2008. 
O trecho que alterava o Art. 181 da Lei 6.404/76 que define o que pode ser 
classificado como resultados de exercícios futuros; teve o veto presidencial já que a nova 
lei contábil ampliava o alcance desse artigo, incluindo operações feitas entre empresas 
de um mesmo grupo (controladoras e controladas). Na visão da Receita Federal, que 
sugeriu o veto presidencial, a nova redação poderia causar problemas para o controle 
fiscal das empresas, já que poderia "gerar inobservância do regime de competência" no 
Balanço das empresas, especialmente se a controlada ou controladora for domiciliada no 
exterior. 
A nova legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais, 
o que facilita o investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de 
capital fechado a divulgarem seus balanços. Com as novas regras, diversas alterações 
significativas ocorreram, dentre as quais destacamos: 
a) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR foi extinta; 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei11638_2007.htm
 
 
 
b) Torna-se obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos 
de Caixa - DFC e da Demonstração do Valor Adicionado – DVA; 
c) A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido inferior a 
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); 
d) A DVA é exigida para todas as companhias abertas; 
e) O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”, além 
dos já existentes “Investimentos”, “Imobilizado” e “Diferido”; 
f) Fora extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajustes de 
Avaliação Patrimonial” que possui características diferentes; 
g) Ainda no Patrimônio líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em 
Tesouraria”; 
h) Foram extintas as reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de 
Debêntures” e “Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta última, 
controlada na conta “Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser excluída da base de 
cálculo dos dividendos obrigatórios; 
i) A conta "Lucros e Prejuízos Acumulados", deixa de existir, dando lugar a conta 
"Prejuízos Acumulados", assim o resultado positivo deve ser controlado nas contas de 
reservas de lucros ou destinado de acordo com a determinação social. 
j) Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da 
Equivalência Patrimonial que agora, não mais precisam ser relevantes. 
Além das alterações relacionadas, foram adequados os critérios de avaliação dos 
ativos e passivos, a fim de contemplar os novos grupos de contas. A Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM, deverá elaborar normas de acordo com os padrões internacionais que 
se tornarão obrigatórias para as sociedades abertas e grandes empresas e poderão ser 
observadas pelas demais sociedades. 
 
 
 
 
 
5 BALANÇO PATRIMONIAL 
O Balanço Patrimonial está regulamentado nos Artigos 178 a 184 da Lei nº 
6.404/1976, com as alterações implementadas pela Lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009. 
No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez 
dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: Ativo Circulante; Ativo Não- 
Circulante, composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e 
Intangível. 
No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: Passivo 
Circulante; Passivo Não-Circulante; e Patrimônio Líquido, dividido em Capital Social, 
Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em 
Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa 
e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da 
Entidade. 
No balanço patrimonial,as contas deverão ser classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da empresa. 
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada 
exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das 
demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação. 
O Balanço Patrimonial é constituído pelo: 
 - Ativo: Compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos 
controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados 
de eventos ocorridos. 
Todas as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo do 
Balanço Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez dos 
elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a rapidez com que 
podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as dívidas, de pagar os 
compromissos). 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/lei6404_1976.htm
 
 
 
Os itens de maior liquidez aparecem no começo do Ativo, já os de menor liquidez 
aparecem em último lugar. Ex.: a conta Caixa é a de maior liquidez, encontrando-se no 
topo. Já a conta Máquinas e Equipamentos tem uma liquidez menor, encontrando-se 
classificada mais abaixo, pois não possui o mesmo potencial que a conta Caixa para ser 
convertida em dinheiro. 
 - Passivo: Compreende as origens de recursos representados pelas obrigações 
para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua 
liquidação. 
Todas as contas do Passivo encontram-se discriminadas no lado direito do 
Balanço Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade. 
As contas são originadas de recursos de terceiros e são classificadas de acordo com o 
seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto 
prazo) aparecem no topo da coluna do Passivo, e as que serão pagas em um prazo maior 
(longo prazo) aparecem mais para o final. 
 - Patrimônio Líquido: Compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor 
é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Já no Patrimônio Líquido 
(PL) (que faz parte do Passivo), também do lado direito do Balanço Patrimonial, as contas 
são originadas de recursos próprios, como investimentos feitos pelos proprietários 
(dinheiro aplicado) para abertura da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou lucros 
acumulados, etc. Quando o saldo do PL aumenta, significa que a empresa ficou mais 
rica. Quando o saldo do PL diminui, significa que ela ficou mais pobre. 
Os elementos da mesma natureza e os saldos se reduzido valor quando 
agrupados, e desde que seja indicada a sua natureza e nunca devem ultrapassar, no 
total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de 
títulos genéricos como "diversas contas" ou "contas correntes". 
 
 
 
 
 
 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/pl.htm
 
 
 
Importante! 
 
É importante saber que os Lucros Acumulados só podem existir em empresas 
de pequeno porte. 
Nas Sociedades por Ações (SAs, Companhias, empresas de grande porte), deve 
haver distribuição de lucros, sendo a conta Lucros Acumulados uma conta 
transitória usada para a transferência do lucro apurado do exercício. De acordo com a 
Lei 11.638/07, torna-se obrigatória a destinação total dos Lucros nas SAs e empresas de 
grande porte. 
Sociedades de Grande Porte são empresas que apresentaram faturamento 
superior a 300 milhões de reais no exercício imediatamente anterior ao que estamos 
encerrando. Adicionalmente, são também consideradas de grande porte empresas com 
ativos iguais ou superiores a 240 milhões de reais. 
5.1 Procedimentos para elaboração do Balanço 
Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao 
levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das 
contas do razão e conferir sua exatidão. 
No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer 
patrimoniais quer de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos. 
As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, 
nem sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem 
as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham 
a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve. 
Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de 
valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem como muitas das receitas e 
despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos 
ingressos e ao custo do período. 
 
 
 
Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de 
resultado, na data do levantamento do balanço, para que elas representem, em realidade, 
os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício. 
5.2 Conciliações dos Saldos Contábeis 
A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com 
uma informação externa à contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à 
exatidão do saldo em análise. 
As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são 
os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de 
cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa, etc. 
5.3 Ajustes e Reclassificações patrimoniais 
Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações 
nas contas patrimoniais, como estoques, empréstimos, etc. 
Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido, de acordo com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a 
respectiva contabilização. 
5.4 Lançamentos de encerramento do exercício 
Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento, 
debitando-se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de 
“apuração do resultado do exercício”. 
O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta 
“Apuração do Resultado do Exercício” e creditando-se as contas de custos ou despesas. 
O saldo da conta “Apuração do Resultado do Exercício” será então transferida para 
a conta de “Resultados a Destinar”, sendo distribuída para outras contas patrimoniais, 
conforme proposta da administração. 
http://www.portaltributario.com.br/tributos/irpj.html
http://www.portaltributario.com.br/tributos/csl.html
http://www.portaltributario.com.br/tributos/csl.html
 
 
 
Após os ajustes pertinentes e lançamentos de encerramento das contas de 
resultado, as contas remanescentes são apenas as contas patrimoniais, que devem ser 
separadas e classificadas em grupos para elaboração do balanço patrimonial, sendo que 
o saldo do ativo deve ser igual ao do passivo. 
De acordo com a Lei nº 11.638/07, MP nº 449/08 e Resolução CFC nº 1.121/08, a 
nova estrutura do Balanço Patrimonial passa a ser a seguinte: 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Ativo Não Circulante Passivo não Circulante 
Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido 
Investimento Capital Social 
Imobilizado (-) Gastos com Emissão de Ações 
Intangível Reservas de Capital 
 Opções Outorgadas Reconhecidas 
 Reservas de Lucros 
 (-) Ações em Tesouraria 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Ajustes Acumulados de Conversão 
 Prejuízos Acumulados 
 
6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um documento contábil 
elaborado em conjunto com o balanço patrimonial. Trata-se de uma ferramenta utilizada 
também para analisar se o negócio em questão está sendo lucrativo ou está trazendo 
prejuízo. 
Ela foi instituída pelas leis: Lei 6.404 Art. 187 e lei n° 11.638/07. A Demonstraçãodo Resultado do Exercício deve ser elaborada obedecendo sempre ao princípio do 
Regime de Competência, de modo que as receitas e as despesas sejam lançadas no 
período que aconteceram, e não somente quando recebidas ou pagas. Seu objetivo é 
 
 
 
detalhar a composição do Resultado Líquido de uma empresa no período de seu 
exercício financeiro, normalmente de janeiro a dezembro. 
6.1 A Estrutura de uma DRE 
O mais importante que se entenda em uma DRE é a sua estrutura específica, que 
dependerá do porte da empresa. 
A Lei 6.404 art.187 determina que a demonstração do resultado do exercício deva 
descriminar: 
I. A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos 
e os impostos; 
II. A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
III. As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, 
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
IV. O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
V. O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o 
imposto; 
VI. As participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; 
VII. O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
Na determinação do resultado do exercício serão computados: 
 
1) Sua realização em moeda; 
 
2) Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
 
Basicamente primeiro apresenta-se a Receita Bruta de Vendas. Dela deduz-se: 
devoluções de vendas, abatimentos, descontos comerciais e impostos. O resultado será 
a Receita Líquida; 
 Da Receita Líquida, deduzem-se os custos das vendas. O resultado será o Lucro 
Bruto; 
 
 
 
 Do Lucro Bruto, deduzem-se todas as despesas da operação (financeiras, 
operacionais, administrativas, etc). Inversamente, acrescentam-se as receitas 
operacionais e o resultado será o Lucro (ou prejuízo) operacional líquido. 
 A partir desse resultado, serão acrescentados (ou dele deduzidos) os resultados 
não operacionais, tais como as participações de debenturistas, empregados, 
administradores, partes beneficiárias, etc. Chega-se então ao Lucro Líquido do 
Exercício (LLE), objetivo final de toda DRE. 
 
Exemplo: 
Receita Bruta de Vendas 
(-) Deduções e Abatimentos 
(=) Receita Líquida de Vendas 
(-) CPV/CMV/CSP 
(=) Resultado Bruto 
(-) Despesas com Vendas 
(-) Despesas Administrativas 
(-) Outras Despesas 
(+) Outras Receitas 
(-) Despesas Financeiras 
(+) Receitas Financeiras 
(=) Resultado Antes do IR/CSLL 
(-) IR/CSLL 
(=) Resultado Líquido do Exercício 
 
 
 
 
 
Fonte:capitalsocial.cnt.br 
7 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) 
Demonstração dos Fluxos de Caixa Correlação às Normas Internacionais de 
Contabilidade – IAS 7 (IASB – BV2010) 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa deverá demonstrar as alterações ocorridas, 
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos (Lei nº 11.638/2007): 
a) das operações; 
b) dos financiamentos; e 
c) dos investimentos. 
A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a 
R$2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da 
demonstração dos fluxos de caixa (Art. 1º da Lei nº 11.638/2007). 
A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais 
demonstrações contábeis, proporciona informações que permitem que os usuários 
avaliem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira (inclusive 
sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época de 
 
 
 
ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e 
oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a 
capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e possibilitam aos usuários 
desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros 
de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também concorre para o 
incremento da comparabilidade na apresentação do desempenho operacional por 
diferentes entidades, visto que reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes critérios 
contábeis para as mesmas transações e eventos. Informações históricas dos fluxos de 
caixa são frequentemente utilizadas como indicador do montante, época de ocorrência e 
grau de certeza dos fluxos de caixa futuros. Também são úteis para averiguar a exatidão 
das estimativas passadas dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a 
relação entre lucratividade e fluxos de caixa líquidos e o impacto das mudanças de 
preços. 
A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período 
classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A entidade 
deve apresentar seus fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada aos seus negócios. 
A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar 
o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu 
caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem ser usadas também para avaliar 
a relação entre essas atividades. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa 
classificados em mais de uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso de caixa 
para pagamento de empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros 
pode ser classificada como atividade operacional, mas a parte do principal deve ser 
classificada como atividade de financiamento. 
Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente 
derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles 
geralmente resultam de transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro 
líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades 
operacionais são: 
 
 
 
 (a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de 
serviços; 
(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras 
receitas; 
(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; 
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; 
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, 
anuidades e outros benefícios da apólice; 
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que 
possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de 
investimento; e 
 (g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação 
imediata ou disponíveis para venda futura. Algumas transações, como a venda de item 
do imobilizado, podem resultar em ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro 
líquido ou prejuízo. 
Os fluxos de caixa relativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de 
atividades de investimento. Entretanto, pagamentos em caixa para a produção ou a 
aquisição de ativos mantidos para aluguel a terceiros que, em sequência, são vendidos, 
conforme descrito no item 68A do Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado, 
são fluxos de caixa advindos das atividades operacionais. Os recebimentos de aluguéis 
e das vendas subsequentes de tais ativos são também fluxos de caixa das atividades 
operacionais. 
8 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
Na demonstração do valor adicionado deverá ser demonstrado o valor da riqueza 
gerada pela companhia,a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a 
geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e 
outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
 
 
 
A DVA CPC 09 está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando 
apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de 
contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). 
Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos 
adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período. 
Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo 
do valor adicionado. A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, 
enquanto a contabilidade utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, 
baseia-se no regime contábil de competência. Como os momentos de realização da 
produção e das vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB 
por meio dos conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente 
diferentes em cada período. Essas diferenças serão tanto menores quanto menores 
forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em 
outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores 
encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão. 
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o 
conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade 
de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está 
inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria 
Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema 
utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultados por si só 
não é capaz de oferecer. 
 A DVA elaborada por segmento (tipo de clientes, atividades, produtos, área 
geográfica e outros) pode representar informações ainda mais valiosas no auxílio da 
formulação de predições e, enquanto não houver um pronunciamento específico do CPC 
sobre segmentos, sua divulgação é incentivada. 
 
 
 
9 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é uma demonstração 
facultativa e, de acordo com o parágrafo 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/1976, poderá 
incorporar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
Entretanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através da Instrução CVM 
nº 59/1986, tornou de caráter obrigatório a elaboração e publicação desta demonstração, 
para as companhias abertas, em substituição à demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados. 
 
Fonte: portaldecontabilidade.com.br 
As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros 
motivos, tais como: 
 
1 - Itens que afetam o patrimônio total: 
a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício; 
b) redução por dividendos; 
 
 
 
c) acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor); 
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos; 
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital; 
f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações 
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; 
g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição; 
h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; 
i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; 
j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. 
 
2 - Itens que não afetam o total do patrimônio: 
a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas; 
b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados 
para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva 
para Contingência e outras; 
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos 
acumulados; 
d) compensação de Prejuízos com Reservas. 
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é 
relativamente simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a 
movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, 
isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, 
Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
Utiliza-se uma coluna para cada uma das contas do patrimônio da empresa, 
incluindo uma conta total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as 
contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das fichas de razão dessas 
contas. 
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de 
forma coordenada. 
 
 
 
Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na linha 
correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital pelo 
valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros 
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes. 
10 NOTAS EXPLICATIVAS 
Conforme o § 4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976, as demonstrações financeiras 
das sociedades por ações deverão ser complementadas por notas explicativas e outros 
quadros analíticos ou demonstrações contábeis, necessários para esclarecimento da 
situação patrimonial e dos resultados do exercício. Ainda no § 5º do art. 176 da Lei nº 
6.404/1976, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, está determinado que as notas 
deverão indicar: 
a) apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios 
e eventos significativos; 
b) divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil 
que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; 
c) fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e 
d) indicar: 
d.1) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de 
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na 
realização de elementos do ativo; 
d.2) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (Art. 247, 
parágrafo único, da Lei nº 6.404/1976); 
d.3) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações 
(Art.182, § 3º, da Lei nº 6.404/1976); 
d.4) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
 
 
 
d.5) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
d.6) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
d.7) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
d.8) os ajustes de exercícios anteriores (Art. 186, § 1º, da Lei nº 6.404/1976); e 
d.9) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, 
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros 
da companhia. 
11 TRANSCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO LIVRO DIÁRIO 
O item 13 da Norma NBC ITG 2000, aprovada pela Resolução CFC nº 1.330/2011, 
determina que o Balanço e as demais Demonstrações Contábeis de encerramento do 
exercício devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do 
contabilista e do titular da empresa. Igual procedimento será adotado quanto às 
demonstrações contábeis elaboradas por força de disposições legais, contratuais ou 
estatutárias. 
Também o § 2º do Art 1.184 da Lei nº 10.406 determina que serão lançados nLivro Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser 
assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou 
sociedade empresária. 
12 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 
As demonstrações financeiras consolidadas compreendem o Balanço Patrimonial 
Consolidado, a Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e a Demonstração 
Consolidada das Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado, 
complementados por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial. 
 
 
 
Estão obrigadas à elaboração e publicação de demonstrações financeiras 
consolidadas (além das suas próprias demonstrações financeiras), de acordo com os 
arts. 249 e 250 da Lei nº 6.404/1976 e a Resolução CFC nº 1.426/2013: 
a) A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu 
Patrimônio Líquido representado por investimentos em sociedades controladas; e 
b) A sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia 
aberta. 
13 TÉCNICAS DE ANÁLISE 
A Ciência Contábil faz uso de várias técnicas para conseguir o seu objetivo maior 
(informação). Dentre elas podemos destacar o fluxo: 
 
Assim, quando dizemos que estudamos uma determinada técnica de análise, na 
verdade estamos nos aprofundando em uma técnica contábil denominada análise das 
demonstrações contábeis. 
13.1 A Importância dos Índices nas Demonstrações financeiras 
O índice é uma relação entre as contas do mesmo grupo ou entre as contas de 
grupos diferentes que compõem as Demonstrações Financeiras. Através da utilização 
dos índices, o analista tem uma visão mais detalhada da situação econômica ou 
financeira da empresa. 
No entanto, é bom lembrar que não é só através da análise de alguns índices que 
se tem um resultado final sobre o desempenho da empresa. Para que se possa fornecer 
um laudo final, o profissional precisa utilizar-se de vários componentes de análise 
específicos sobre a estrutura financeira e econômica da empresa, bem como estabelecer 
 
 
 
comparações com os índices apurados em anos anteriores e com os índices apurados 
em outras empresas que exploram a mesma atividade econômica da empresa analisada. 
13.2 Preparação e Reclassificação das Contas 
O primeiro passo para análise é averiguar se estamos de posse de todas as 
demonstrações financeiras, inclusive notas explicativas, de pelo menos dois períodos. 
Em seguida, deveremos averiguar a autenticidade das demonstrações financeiras. 
O Parecer de Auditoria nas demonstrações financeiras dá uma satisfatória margem de 
confiabilidade para o analista. Todavia, não havendo Parecer da Auditoria, deverão ser 
tomados alguns cuidados, recomendando-se ao analista uma dose maior de 
conservadorismo. 
O segundo passo é preparar as demonstrações financeiras de forma conveniente 
para a análise. A esta etapa denominamos reclassificação de itens nas demonstrações 
financeiras. Significa uma nova classificação, um novo reagrupamento de algumas 
contas nas demonstrações financeiras, sobretudo no balanço patrimonial e 
demonstração do resultado do exercício, para melhorar a eficiência da análise, como é o 
caso, por exemplo, das contas: duplicatas descontadas, despesas do exercício seguinte, 
despesas e receitas diferidas, receitas/despesa financeira, etc. 
14 GRUPOS DE ÍNDICES 
Para análise das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar os seguintes grupos 
de índices: 
a) índices de liquidez - são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da 
empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade 
financeira para saldar seus compromissos; 
b) índices de estrutura - indicam a segurança oferecida pela empresa aos seus 
credores que representam o capital alheio, bem como revelam a sua política de obtenção 
de outros recursos e suas respectivas alocações; 
 
 
 
c) índices de rentabilidade - interpretam o desempenho global da empresa, 
medindo a capacidade da geração de lucros. 
15 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
O Capital Circulante Líquido representa a capacidade financeira da empresa a 
curto prazo. 
Quando este índice é positivo, indica que a empresa tem capacidade de pagar 
suas dívidas a curto prazo, e ainda financiar suas atividades com recursos próprios. 
O Capital Circulante Líquido é encontrado através da seguinte fórmula: 
 
CCL = AC - PC 
 
Onde: 
CCL = Capital Circulante Líquido 
AC = Ativo Circulante 
PC = Passivo Circulante 
 
Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital 
Circulante Líquido próprio. 
AC>PC = CCL PRÓPRIO 
 
Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante se tem um Capital 
Circulante Líquido negativo ou de terceiros. 
AC 
Quando o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, tem-se um Capital Circulante 
Líquido Nulo. 
AC = PC = CCL NULO 
 
 
 
16 ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
Os índices de liquidez indicam a estrutura da situação econômica da empresa. 
São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem 
uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. 
A empresa que apresenta bons índices de liquidez demonstra possuir capacidade 
de pagar os seus credores. 
Os principais índices de liquidez são: 
a) Liquidez corrente; 
b) Liquidez imediata; 
c) Liquidez seca; 
d) Liquidez geral 
16.1 Liquidez Corrente 
Através deste índice pode-se verificar a capacidade da empresa em pagar seus 
compromissos a curto prazo, ou seja, liquidar as dívidas com vencimentos ao longo do 
exercício seguinte. 
O índice de liquidez corrente é encontrado através da seguinte fórmula: 
LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE 
 PASSIVO CIRCULANTE 
 
 Ou LC = AC 
PC 
O índice de liquidez corrente indica quanto à empresa tem no Ativo Circulante para 
cada Real (R$ 1,00) de Passivo Circulante. Sempre que o índice for superior a 1 (um), 
existe um capital circulante positivo, ou seja, quanto maior este índice melhor a situação 
da empresa. 
 
 
 
16.2 Liquidez Imediata 
Também conhecida como liquidez instantânea, este índice avalia o poder da 
empresa em pagar de uma só vez todas as suas obrigações com vencimentos ao longo 
do exercício seguinte (curto prazo). 
A liquidez imediata ou instantânea será calculada através da seguinte fórmula: 
 
LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONIBILIDADES 
 PASSIVO CIRCULANTE 
 
Este índice compreende a relação das disponibilidades imediatas com que a 
empresa conta para liquidar suas obrigações vencidas e não pagas, bem como as que 
vencerão dentro do exercício seguinte. 
A liquidez imediata apresenta sempre um índice inferior a 1 (um), pois não é 
considerado normal a empresa manter um saldo de caixa, ou um saldo de bancos em 
nível elevado, para garantir os pagamentos que vencerão ao longo do exercício seguinte. 
16.3 Liquidez Seca 
O índice de liquidez seca mede a capacidade da empresa em pagar seus 
compromissos a curto prazo, utilizando o seu Ativo Circulante deduzido do valor dos 
estoques. 
O índice de liquidez seca será encontrado mediante utilização da seguinte fórmula: 
 
LIQUIDEZ SECA = ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES 
 PASSIVO CIRCULANTE 
 
Indica quantos reais a empresa dispõe no Ativo Circulante, sem considerar os 
estoques para pagar suas dívidas a curto prazo. Quanto maior for este índice melhor para 
a empresa. 
 
 
 
Deve-se levar em conta que um excessivo estoque pode comprometer a liquidez 
da empresa, na hipótese de uma lenta rotação dos mesmos. 
16.4 Liquidez Geral 
O índice de liquidez geral mede a capacidade da empresa em pagar seus 
compromissos a curto e longo prazos, utilizando, para tanto, seu Ativo Circulante e Ativo 
Não Circulante grupo Realizável a Longo Prazo.O índice de liquidez geral é calculado usando-se a seguinte fórmula: 
 
LIQUIDEZ GERAL = AC + ANC RLP 
 PC + PNC ELP 
 
 
 
Onde: 
AC - Ativo Circulante 
ANC RLP – Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo 
PC - Passivo Circulante 
PNC ELP – Passivo Não Circulante Exigível a Longo Prazo 
Se o índice for superior a 1 (um), a situação da empresa é favorável, e revela a 
existência de capital de giro próprio. Caso o índice seja inferior à unidade, considerasse 
como uma situação desfavorável, pois evidencia que a empresa vem recorrendo demais 
a capitais de terceiros. 
Ressalte-se que esse índice, mesmo mostrando uma situação favorável para a 
empresa, deverá ser comparado com índices de outras empresas do mesmo ramo de 
atividade, pois só assim pode-se tirar conclusões satisfatórias sobre os mesmos. 
 
 
 
17 ÍNDICES DE ESTRUTURA 
Os índices que compõem esse grupo (estrutura dos capitais: capital próprio e 
capital de terceiros) procuram mostrar a política de decisões financeiras da empresa, em 
termos de obtenção e aplicação de recursos. 
Os índices de estrutura são: 
a) Endividamento geral; 
b) Composição do endividamento; 
c) Imobilização do capital próprio; 
d) Imobilização de recursos permanentes (não-correntes). 
17.1 Índices de Endividamento 
Sabemos que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros 
(Passivo Circulante + Passivo Não Circulante grupo Exigível a Longo Prazo) e por 
capitais próprios (patrimônio líquido). Portanto, capitais de terceiros e capitais próprios 
são fontes (origens) de recursos. 
São os indicadores de endividamento que nos informam se a empresa se utiliza 
mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. 
Na análise do endividamento, há necessidade de detectar as características do 
seguinte indicador: 
a) empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos capitais próprios 
para realizar aplicações produtivas no seu ativo (ampliação, expansão, modernização, 
etc.). Este endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações 
produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido; 
b) empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão 
vencendo. Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem 
a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma 
séria candidata à insolvência; consequentemente, à falência. 
A análise da composição do endividamento também é bastante significativa: 
 
 
 
a) endividamento a curto prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo 
circulante; 
b) endividamento a longo prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo não 
Circulante (Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado, Intangível). A 
proporção favorável seria de maior participação de dívidas a longo prazo, propiciando à 
empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos. Expansão e 
modernização devem ser financiadas com recursos a longo prazo, e não pelo passivo 
circulante, pois os recursos a serem gerados pela expansão e modernização virão a longo 
prazo. 
Se a composição do endividamento apresentar uma significativa concentração no 
Passivo Circulante (curto prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento 
de reversão de mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas 
no longo prazo). Na crise, ela terá poucas alternativas: vender seus estoques na base de 
uma liquidação forçada a qualquer preço; assumir novas dívidas a curto prazo, que 
certamente terão juros altos, o que aumentará as despesas financeiras. 
17.2 Endividamento Geral 
O endividamento geral pode ser dividido em: 
a) Garantia de capitais de terceiros. Esse índice procura mostrar a relação entre o 
capital de terceiros (Passivo Circulante e Passivo Não Circulante Grupo Exigível a Longo 
Prazo) com o capital próprio (Patrimônio Líquido). 
O objetivo é levantar a proporção entre o capital próprio e o capital de terceiros, 
que visa aquilatar a política de obtenção e aplicação de recursos adotada pela empresa. 
Quanto maior este índice melhor para a empresa, pois demonstra que o capital 
próprio supera o capital de terceiros. 
Obtém-se a garantia de capital de terceiros (GCT) através da seguinte fórmula: 
 CT = PC + PNC ELP 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Onde: 
PC = Passivo Circulante 
 
 
 
PNC ELP = Passivo Não Circulante Exigível a Longo Prazo 
 
b) Grau de endividamento - endividamento geral. Este índice indica a dependência 
de recursos de terceiros (passivo exigível) no financiamento do ativo. 
O grau de endividamento ou endividamento geral é encontrado através da 
seguinte fórmula: 
ENDIVIDAMENTO GERAL = __PC + PNC 
 TOTAL DO ATIVO 
Onde: 
PC - Passivo Circulante 
PNC – Passivo não Circulante 
 
17.3 Composição do Endividamento 
Esse índice mostra a participação de dívidas a curto prazo em relação à 
exigibilidade total. 
As dívidas a curto prazo são aquelas cujos vencimentos ocorrem dentro do 
exercício seguinte; já as dívidas a longo prazo (exigível a longo prazo) têm vencimentos 
após o término do exercício seguinte, dando uma maior folga para a empresa. 
A composição do endividamento é representada pela fórmula: 
 
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO = PASSIVO CIRCULANTE 
 PC + PNC ELP 
17.4 Imobilização do Patrimônio Líquido 
Estes índices são também conhecidos como índices de Imobilização do Capital 
Próprio, e mostram quanto do Patrimônio Líquido foi investido no grupo do Ativo Não 
Circulante e nos subgrupos Imobilizado, Intangível e Investimentos. 
 
 
 
Os índices de Imobilização do Capital Próprio são encontrados através das 
seguintes fórmulas: 
IMOBILIZAÇÃO = INVESTIMENTOS, IMOBILIZADO E INTANGÍVEL 
 P. LÍQUIDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
IMOBILIZAÇÃO = ATIVO NÃO CIRCULANTE - INTANGÍVEL 
 TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
MOBILIZAÇÃO TÉCNICA = IMOBILIZADO 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
IMOBILIZAÇÃO FINANCEIRA = INVESTIMENTOS 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Deve-se observar que um alto grau de imobilização pode comprometer a liquidez 
da empresa, portanto, é interessante que a mesma mantenha um Patrimônio Líquido 
suficiente para cobrir o Ativo Não Circulante (Investimentos, Imobilizado e Intangível) e 
que haja sobra para financiar o seu Ativo Circulante, ou seja, quanto menor este índice 
melhor para a empresa. 
17.5 Imobilização de Recursos Permanentes 
Esse índice demonstra qual o percentual de recursos não-correntes (Passivo Não 
Circulante Exigível a Longo Prazo + Patrimônio Líquido) que foram destinados à 
aplicação no Ativo Não Circulante (Investimentos, Imobilizado e Intangível). 
A Imobilização de Recursos Permanentes também é conhecida como imobilização 
de recursos não-correntes e encontra-se por meio da fórmula: 
IMOBILIZAÇÃO RECURSOS = ANC III 
 PNC ELP + PL 
Onde: 
ANC III - Ativo Não Circulante – Investimentos, Imobilizado e Intangível 
 
 
 
PNC ELP – Passivo Não Circulante Exigível a Longo Prazo 
PL - Patrimônio Líquido 
18 ÍNDICES DE RENTABILIDADE 
A rentabilidade mostra quanto o capital investido rendeu, indicando assim qual a 
situação econômica da empresa. 
São índices de rentabilidade: 
a) Giro Do Ativo; 
b) Margem Líquida; 
c) Margem Bruta; 
d) Margem Operacional; 
e) Rentabilidade Do Ativo; 
f) Rentabilidade Do Patrimônio Líquido. 
Os índices de rentabilidade são de interesse dos sócios que, através deles, 
verificam a remuneração do capital aplicado. Também os bancos e fornecedores têm 
interesse na rentabilidade da empresa, uma vez que medem a capacidade de 
pagamentosde dívidas assumidas. 
Quando comparamos lucro com ativo, ou lucro com patrimônio líquido, devemos 
considerar 2 (dois) aspectos: 
I - Muitos conceitos de lucro poderão ser utilizados: lucro líquido, lucro operacional, 
lucro bruto, etc. É imprescindível que o numerador seja coerente com o denominador. Se 
utilizarmos o lucro líquido no numerador, utilizaremos o ativo total no denominador. 
Utilizando o lucro operacional no numerador, utilizaremos ativo operacional no 
denominador; 
II - Tanto o ativo como o patrimônio líquido, utilizados no denominador para cálculo 
da taxa de retorno, deverão ser o médio: 
ATIVO MÉDIO = ATIVO INICIAL + ATIVO FINAL 
 2 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO = PL INICIAL + PL FINAL 
 2 
 
 
 
A razão é que nem o ativo final nem o ativo inicial geraram o resultado, mas a 
média do ativo utilizado no ano. Idem para o patrimônio líquido. 
18.1 Giro do Ativo 
Este quociente mede o volume de vendas em relação ao investimento total. 
Quanto maior for o giro do ativo pelas vendas, maior deverá ser a taxa de lucro. Por isso 
é aconselhável manter o ativo a um mínimo necessário. Ativos ociosos, grandes 
investimentos em estoques, elevados valores de duplicatas a receber prejudicam o giro 
do ativo e, consequentemente, a rentabilidade. 
 
É encontrado utilizando-se a fórmula: 
 
GIRO DO ATIVO = VENDAS LÍQUIDAS 
 ATIVO TOTAL MÉDIO 
 
Obs.: O valor das vendas líquidas é encontrado da seguinte forma: 
Vendas totais (à vista e a prazo) 
(-) Impostos sobre as vendas 
(-) Descontos/abatimentos 
(-) Devoluções/cancelamentos 
(-) PIS sobre o faturamento 
(-) COFINS 
= Vendas líquidas 
 
A obtenção de uma lucratividade satisfatória depende do volume de vendas 
efetuadas, que servirão para cobrir os custos e despesas e, ainda, proporcionar uma boa 
margem de lucro. Portanto, quanto maior for o giro do ativo melhor para a empresa. 
 
 
 
18.2 Margem Líquida 
A margem líquida indica a lucratividade obtida pela empresa em função do seu 
faturamento líquido. 
Quanto maior for este quociente maior será a lucratividade da empresa, pois ele 
indica quanto a empresa ganhou em cada real de vendas líquidas realizadas. 
A margem líquida é encontrada usando-se a fórmula: 
 
MARGEM LÍQUIDA = LUCRO LÍQUIDO 
 VENDAS LÍQUIDAS 
18.3 Margem Bruta 
Este quociente revela o percentual remanescente da receita líquida, após a 
dedução do custo das mercadorias vendidas; assim sendo, quanto maior se apresentar 
este índice, melhor para a empresa. 
A margem bruta é determinada pela fórmula: 
 
MARGEM BRUTA = LUCRO BRUTO 
 VENDAS LÍQUIDAS 
 
Obs.: O lucro bruto é determinado da seguinte forma: 
Vendas totais (à vista e a prazo) 
 
(-) deduções sobre vendas 
(=) vendas líquidas 
(-) custo das mercadorias vendidas 
(=) Lucro bruto 
ou: RCM = vendas líquidas – CMV 
 
 
 
18.4 Margem Operacional 
Este coeficiente identifica o desempenho operacional da empresa, medido 
exclusivamente em função das operações normais da mesma. 
Vale salientar que tal coeficiente corresponde ao ganho puro, não sendo 
computadas despesas e receitas financeiras. 
A margem operacional é determinada através do uso da fórmula: 
 
MARGEM OPERACIONAL = LUCRO OPERACIONAL 
 VENDAS LÍQUIDAS 
 
 
Obs.: O lucro operacional corresponde ao seguinte valor: 
Lucro bruto 
(-) despesas com vendas 
(-) despesas administrativas 
(-) despesas financeiras 
= Lucro operacional 
18.5 Rentabilidade do Ativo 
Este índice procura mostrar quanto a empresa obtém de lucro líquido em relação 
ao ativo. 
Superior a 1 (um), indica que a lucratividade superou as aplicações do ativo. 
Sendo inferior a 1 (um), indica que a lucratividade não foi à altura para cobrir o 
valor investido na empresa. A rentabilidade do ativo é encontrada através da fórmula: 
 
RENTABILIDADE DO ATIVO = LUCRO LÍQUIDO 
 ATIVO TOTAL MÉDIO 
 
 
 
18.6 Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) 
Este índice mostra qual a taxa de rendimento do capital próprio. O resultado pode 
ser comparado com outros rendimentos do mercado financeiro como: poupança, ações, 
etc. A rentabilidade do patrimônio líquido é encontrada através da fórmula: 
 
RPL = LUCRO LÍQUIDO 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO 
 
Nota: 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO = PL INICIAL + PL FINAL 
 2 
18.7 Rentabilidade Líquida do Capital Investido em Estoques (RLCIE) 
Este índice é importante para se determinar o rendimento do capital aplicado em 
estoques. 
Esta rentabilidade é encontrada pela fórmula: 
 
RLCIE = LUCRO LÍQUIDO DE VENDAS 
 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 
19 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE 
Este grupo de índices apresenta quantos dias a empresa demora, em média, para 
receber suas vendas, para pagar suas compras e renovar o seu estoque. 
Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimentos de vendas e 
de renovação de estoque melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das 
compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor. 
São índices de rotatividade: 
a) Rotação dos estoques; 
 
 
 
b) Prazo médio de recebimentos; 
c) Prazo médio de pagamentos. 
Alguns aspectos para cálculo dos índices de rotatividade: 
I - Quando falamos em prazo médio de recebimentos de vendas (PMRV) não estamos 
considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas; 
II - O total de vendas a ser utilizado para o cálculo do PMRV é a receita bruta 
(Incluindo IPI, ICMS, Pis, Cofins), por um lado, e o total de duplicatas a receber, por 
Outro (sem excluir a provisão para devedores duvidosos e duplicatas descontadas); 
III - Um problema que sempre surge para o cálculo do prazo médio de pagamento de 
Compras (PMPC) é o valor de compras, já que a demonstração do resultado do exercício 
não a destaca, mas apenas os custos das vendas; 
IV - Estes índices não refletem a realidade se aplicados em empresas que não têm 
compras e vendas uniformes durante o ano. Em outras palavras, não é adequado para 
empresas com vendas sazonais ou compras esporádicas; 
V - Se, por um lado, vamos utilizar vendas, compras e custo das vendas (contas da 
DRE), por outro, para cálculo dos prazos médios, utilizaremos duplicatas a receber, 
fornecedores e estoques, respectivamente (contas do BP). 
19.1 Rotação Dos Estoques 
A rotação dos estoques pode ser calculada sobre o estoque de mercadorias, 
matéria-prima, produtos em elaboração e indica quantas vezes o estoque é totalmente 
vendido, e novamente adquirido. 
Para o cálculo da rotação dos estoques é necessário que os mesmos sejam 
avaliados pelo custo de aquisição ou produção, e que seja determinada uma média para 
os estoques durante o período. 
A rotação dos estoques é determinada através da fórmula: 
ROTAÇÃO = CUSTO DAS VENDAS 
 ESTOQUES MÉDIO DAS MERCADORIAS 
 
 
 
 
 
ou 
ESTOQUE MÉDIO = ESTOQUE INICIAL + ESTOQUE FINAL 
2 
O resultado encontrado, quando se usa a fórmula da rotação dos estoques, indica 
quantas vezes o estoque foi renovado. 
Para avaliar o desempenho da empresa, é necessário fazer comparações entre 
empresas do mesmo ramo de atividade. 
19.2 Prazo Médio de Rotação Dos Estoques (PMRE) 
O prazo médio da rotação dos estoques poderá ser informado em dias, meses, 
semanas, etc. Indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender o seu estoque. 
Tal dado poderá ser encontrado utilizando-se a fórmula: 
PMRE = 360 X ESTOQUES MÉDIOS 
 CUSTO DAS VENDAS 
19.3 Rotação de Duplicatas a Receber (RDR) 
Este quociente demonstra quantas vezes o saldo médio de duplicatas a receber 
ou clientes foi renovado no período. 
Quanto maior o quociente,mais rápido ocorre a renovação das duplicatas a 
receber. 
Isto significa que os clientes estão liquidando suas dívidas mais rapidamente. 
Uma diminuição deste quociente não é interessante para a empresa, significando 
que os clientes estão demorando para pagar suas duplicatas. 
Para o cálculo da rotação das duplicatas a receber, usa-se a seguinte fórmula: 
 
RDR = VENDAS BRUTAS A PRAZO 
 SALDO MÉDIO DE DUPLICATAS A RECEBER 
 
 
 
 
 
Nota: 
 
SMDR = SIDR + SFDR 
2 
Onde: 
SMDR - Saldo Médio de Duplicatas a Receber 
SIDR - Saldo Inicial de Duplicatas a Receber 
SFDR - Saldo Final de Duplicatas a Receber 
O resultado encontrado indica quantas vezes houve a renovação de duplicatas a 
receber. 
19.4 Prazo Médio de Recebimento (PMR) 
O prazo médio de recebimento das duplicatas indica em quantos dias em média 
ocorre o recebimento das duplicatas de emissão da empresa e pode ser calculado 
usando-se a fórmula: 
 
PMR = 360 dias X DUPLICATAS A RECEBER MÉDIAS 
VENDAS 
19.5 Rotação de Duplicatas a Pagar (RDP) 
Este quociente demonstra quantas vezes o saldo médio de duplicatas ou 
fornecedores a pagar foi renovado no período. 
Quanto maior for o quociente da rotação, mais rápido a empresa está pagando 
seus fornecedores, o que pode representar um ponto desfavorável para a empresa. Uma 
redução na rotação indica que a empresa está atrasando seus pagamentos ou tendo um 
prazo maior para pagamento junto a seus fornecedores. 
O cálculo da rotação de duplicatas a pagar será feito através da seguinte fórmula: 
RDP = 360 DIAS x SMDP MÉDIO 
 COMPRAS 
 
 
 
* SMDP = SIDP + SFDP2 
Onde: 
SMDP - Saldo Médio de Duplicata a Pagar; SIDP - Saldo Inicial de Duplicatas a 
Pagar; SFDP - Saldo Final de Duplicatas a Pagar. 
20 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI) 
Este índice determina a capacidade da empresa em obter lucros com seus ativos. 
Quanto maior este índice melhor para a empresa. 
Pode ser calculado usando a seguinte fórmula: 
 
ROI = LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA 
 ATIVO TOTAL MÉDIO 
ou ainda: 
 
ROI = MARGEM LÍQUIDA X GIRO DO ATIVO 
21 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RSPL) 
Este índice determina a remuneração do capital próprio aplicado na empresa. É 
importante para que os acionistas/investidores tenham uma noção de qual o rendimento 
oferecido pela empresa. 
Pode ser calculado usando a seguinte fórmula: 
 
RSPL = LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO 
 
 
 
22 LUCRO POR AÇÃO 
Este índice mede o ganho potencial das ações, dado que o lucro líquido do 
exercício não é todo distribuído. Através dele os acionistas/investidores avaliam os 
resultados apresentados pela empresa em relação às ações em seu poder. 
O lucro por ação é determinado através da fórmula: 
 
 LUCRO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO 
Nº DE AÇÕES DO CAPITAL 
23 VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO 
Este índice indica a parcela do capital próprio da empresa que compete às ações 
emitidas. Constitui a expressão de quanto caberia a cada fração do total do Capital Social, 
na hipótese de serem realizados todos os valores componentes do Ativo, bem como 
liquidadas todas as obrigações de acordo com os saldos informados no Balanço 
Patrimonial. O valor patrimonial da ação poderá ser encontrada através da fórmula: 
 
VALOR PATRIMONIAL = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 DA AÇÃO Nº DE AÇÕES DO CAPITAL 
24 RELAÇÃO PREÇO/LUCRO 
Este índice expressa o número de anos que seria necessário para o investidor 
obter o retorno do capital aplicado na aquisição de ações. Ele permite avaliar a cotação 
da ação em relação ao lucro por ação. 
A relação preço/lucro é obtida através da fórmula: 
 
PREÇO/LUCRO = VALOR DE MERCADO DA AÇÃO 
 LUCRO POR AÇÃO 
 
 
 
25 DIVIDENDO POR AÇÃO 
Este índice indica quanto do lucro distribuído deverá caber a cada ação. É 
encontrado através da fórmula: 
 
DIVIDENDO POR AÇÃO = DIVIDENDOS PAGOS 
 Nº DE AÇÕES 
26 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) 
A alavancagem financeira representa a capacidade da empresa em aumentar o 
seu lucro líquido usando a estrutura de financiamento. 
Este índice poderá ser encontrado através da seguinte fórmula: 
 
GAF = RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
RETORNO SOBRE O ATIVO 
 
27 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO) 
O grau de alavancagem operacional representa a variação percentual nos lucros 
operacionais, relacionada com uma determinada variação percentual no volume de 
vendas. 
Isto é possível levando-se em conta a possibilidade de haver um aumento no nível 
de atividade sem, no entanto, expandir seus ativos fixos, mantendo-se a estabilidade dos 
custos fixos. 
O Grau de Alavancagem Operacional é encontrado através da fórmula: 
 
GAO = (PV - CV) Q (PV - CV) – CF 
 
 
 
 
Onde: 
Q = Quantidade 
PV = Preço de Venda por Unidade 
CV = Custo Variável por Unidade 
CF = Custo Fixo 
 
28 ESTRUTURA DE CAPITAL 
28.1 Imobilização do Capital Próprio 
Indica quantos reais a empresa imobilizou para cada R$ 1,00 de patrimônio líquido 
 
IPL = ANC IMOBILIZADO 
PL 
Onde: 
IPL = Imobilização do Patrimônio Líquido 
PL – Patrimônio Líquido 
ANC IMOBILIZADO = Ativo Não Circulante Imobilizado 
 
28.2 Imobilização Dos Recursos a Longo Prazo e do Patrimônio Líquido 
Indica quantos reais a empresa aplicou no Imobilizado para cada R$ 1,00 de 
exigível a longo prazo e de patrimônio líquido 
 
IPL/ELP = IMOBILIZADO 
 ELP + PL 
 
 
 
28.3 Participação de Capitais de Terceiros Sobre Recursos Próprios 
Indica quantos reais a empresa possui de capital de terceiros para cada R$ 1,00 
de capital próprio. 
PCT = CAPITAIS DE TERCEIROS 
CAPITAIS PRÓPRIOS 
29 ÍNDICES DE ANÁLISE BANCÁRIA 
29.1 Índice de Descontos de Duplicatas 
Indica quantos reais a empresa descontou para cada R$ 1,00 de duplicatas a 
receber. 
IDD = DUPLICATAS DESCONTADAS 
DUPLICATAS A RECEBER 
29.2 Reciprocidade Bancária 
Indica quantos reais a empresa mantém no Banco (saldo médio) para cada R$ 1,00 
emprestado dos bancos. 
RB = BANCOS CONTA MOVIMENTO 
DUPLICATAS DESCONTADAS + EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS 
29.3 Participação Dos Recursos Bancários Sobre o Capital de Terceiros 
Indica quantos reais a empresa assumiu nas instituições financeiras para cada R$ 
1,00 de capitais de terceiros. 
 
PRB = DUPLICATAS DESCONTADAS + EMPRÉSTIMOS BANC +FINANCIAMENTOS 
CAPITAIS DE TERCEIROS 
 
 
 
30 GRAU DE SOLVÊNCIA 
O grau de solvência demonstra a capacidade da empresa em liquidar suas 
obrigações no caso de falência. 
Para determinação da solvência geral, usa-se a fórmula: 
SOLVÊNCIA GERAL = ATIVO TOTAL 
 PASSIVO EXIGÍVEL 
Se o índice for maior do que 1 (um), pode-se dizer que a empresa é solvente. 
Se o índice for menor do que 1 (um), pode-se dizer que a empresa é insolvente. 
31 FATOR DE INSOLVÊNCIA - ÍNDICE DE KANITZ 
No Brasil, o Prof. Stephen C. Kanitz desenvolveu um modelo de como prever 
falências, por meio de tratamento estatístico de índices financeiros de algumas empresas 
que realmente faliram. 
O modelo consiste, em primeiro lugar, em encontrar o fator de insolvência da 
empresa em análise com base na seguinte fórmula: 
 
X1 = LUCRO LÍQUIDO X 0,05 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
X2 = LIQUIDEZ GERAL X 1,65 
 
X3 = LIQUIDEZ SECA X 3,55 
 
X4 = LIQUIDEZ CORRENTE X 1,06 
 
X5 = EXIGÍVEL TOTAL X 0,33 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
FATOR DE INSOLVÊNCIA = X1 + X2 + X3 - X4 - X5 
 
 
 
 
Em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o fator de insolvência no 
termômetro de insolvência, de acordo com o gráfico abaixo: 
 
 
7 
_ 
_ 
_ 
 Intervalo de Solvência 
(Reduzidas Possibilidades de falência) 
_ 
_ 
_ 
0 
_ Penumbra (Situação

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