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Doenças imunologicamente mediadas Anticorpos que agem contra estruturas específicas da pele e mucosas Inflamação crônica Dor e desconforto Podem afetar socialmente, fisicamente e psicologicamente os indivíduos Efeitos colaterais dos medicamentos utilizados a longo prazo CONHECIMENTO DAS DESORDENS IMUNOLÓGICAS PELO CIRURGIÃO- DENTISTA E DIAGNÓSTICO PRECOCE Pênfigo 1. Pênfigo vulgar 2. Pênfigo vegetante 3. Pênfigo eritematoso 4. Pênfigo foliáceo Somente as duas primeiras doenças afetam a mucosa bucal! Pênfigo Vulgar: 1 a 5 : 1.000.000 Se não tratadada: morte Lesões bucais: primeiro sinal da doença Difícil resolução “As primeiras a surgirem, e as últimas a desaparecerem” Autocanticorpos - glicoproteínas de superfície da célula epidérmica; desmogleína 3; - desmogleína 1 : Ataque dos componentes desmossomais responsáveis pela aderência célula-célula. As bolhas que caracterizam essa doença ocorrem devido a uma produção anormal, por razões desconhecidas, de autoanticorpos que são dirigidos contra glicoproteínas de superfície da célula epidérmica, desmogleína 3 e desmogleína 1. Essas desmogleínas são componentes do desmossomos (estruturas de adesão entre as células epiteliais) e os autoanticorpos atacam esses componentes desmossomais, inibindo a interação molecular que é responsável pela aderência. Como resultado desse ataque imunológico aos desmossomos, uma fenda se desenvolve dentro do epitélio, causando a formação de uma bolha intraepitelial. A desmogleína 3 é preferencialmente expressa na camada parabasal da epiderme e do epitélio bucal, enquanto que a desmogleína 1 é encontrada principalmente na camada superficial da epiderme, com expressão mínima no epitélio bucal. VER SLIDE. Bolhosa/ulcerativa Pele + mucosa: 90% dos casos 50 anos de idade - Predileção por gênero não observada Dor Erosões superficiais e irregulares Ulcerações Palato, mucosa labial, mucosa jugal, ventre de língua e gengiva Ruptura precoce do teto fino e friável das bolhas + 50%: lesões bucais antes de lesões cutâneas Pele: vesículas e bolhas flácidas que se rompem rapidamente Sem tratamento adequado: as lesões tendem a persistir e progressivamente envolvem áreas de maior superfície Uma das características do pênfigo vulgar é que a bolha que pode ser induzida em pele de aparência normal se uma pressão lateral firme for exercida. Isto é chamado de sinal Nikolsky positivo CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: Separação intraepitelial Acantólise: separação das células da camada espinhosa Células de Tzanck: flutuantes na fenda Infiltrado inflamatório leve a moderado crônico O diagnóstico do pênfigo vulgar deve ser confirmado pelo exame da imunofluorescência direta do tecido perilesional TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Fase inicial: controle da doença é alcançado com facilidade Corticosteroides sistêmicos + imunossupressores Remissões e exarcebações são comuns 5% 10% dos pacientes morrem: complicações do uso de corticosteroides sistêmicos em longo prazo Penfigoide das membranas mucosas Grupo de doenças bolhosas mucocutâneas crônicas Origem autoimune Autoanticorpos (IgA, IgG e C3) contra componentes da membrana basal Origem heterogênea: manifestações clínicas semelhantes 50 a 60 anos de idade - Mulheres 2:1 Mucosa conjuntival, nasal, esofágica, laríngea, vaginal e pele Acometimento oral: 85% dos casos Vesículas ou bolhas formadas em localização subepitelial Posteriormente as bolhas bucais se rompem, deixando uma área extensa de ulceração superficial e áreas desnudas de mucosa Ulcerações: dolorosas e persistentes Localização intraoral difusa: gengiva Gengiva descamativa Diagnóstico diferencial: líquen plano erosivo e pênfigo vulgar CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: Separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo: fenda subepitelial Leve infiltrado inflamatório crônico TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Encaminhamento para o oftalmologista, quer apresente queixa ou não Tratamento individualizado: distribuição das lesões, atividade da doença e da resposta terapêutica Corticóides orais tópicos Possivelmente as lesões reaparecem após finalização das aplicações Corticóides sistêmicos e imunossupressores Estomatite ulcerativa crônica Autoanticorpos contra a proteína nuclear Semelhança clínica com o líquen plano erosivo: tratamento: A diferenciação do líquen plano deve ser realizada, já que a estomatite ulcerativa crônica normalmente não responde de forma eficaz com o uso de corticosteroides, Mulheres - 6ª década de vida Gengivite descamativa -Quadros de melhora e piora Ulcerações ou erosões da língua ou mucosa jugal Úlceras circundadas por áreas de eritema entremeada a finas bandas de ceratose CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: Epitélio atrófico Intenso infiltrado inflamatório crônico: plasmócitos e linfócitos TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Corticosteroides tópicos ou sistêmicos Antimaláricos: hidroxicloroquina - constante avaliação oftalmológica e hematológica Líquen plano Doença mucocutânea Etiologia desconhecida Linfócitos T: ceraticócitos da camada basal do epitélio Associada à algumas condições: carcinoma de células escamosas, reação liquenoide, hepapite C, estresse e ansiedade Mulheres - 30 a 60 anos de idade - 0,2% da população Existem duas formas de lesões bucais: a reticular e a erosiva. Reticular: Mais comum. Assintomático. Estrias entrelaçadas: Estrias de Wickham de coloração esbranquiçada, assintomática e que normalmente acomete a mucosa jugal Lábios, gengiva e língua Erosivo: Lesões sintomáticas: dor e ardor Lesão central ulcerada ou atrófica circundada por finas estrias esbranquiçadas Gengiva: gengivite descamativa ou atrófica 10% a 15%: envolvimento cutâneo: múltiplas pápulas nas extremidades flexoras Unhas: finas estrias brancas Diagnóstico diferencial: reações liquenoides a medicamentos e amálgama, candidose, leucoplasia CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: Hiperceratose Acantose Cristas epiteliais como "dentes de serra“ Degeneração da camada basal Faixa de infiltrado inflamatório abaixo do epitélio Espongiose, exocitose Destacamento da interface epitélio/conjuntivo Corpo de Civatte: ceratinócito degenerado VER SLIDE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: LP reticular: Se candidose associada: antifúngicos e posterior análise microscópica LP erosivo: Biópsia incisional - Atipias celulares? Corcicosteroides tópicos e sistêmicos Ciclosporina e tracolimus Lúpus eritematoso Aumento da atividade de linfócitos B e função anormal dos linfócitos T Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Manifestações cutâneas e bucais - Causa desconhecida: - Fatores genéticos, imunológicos, hormonais e ambientais Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC): Pele e mucosa bucal PLACAS ERITEMATOSAS NAS REGIÕES MALARES Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Mulheres - Média de diagnóstico: 31 anos de idade Febre, perda de peso, artrite, fadiga e mal- estar generalizado Exantema em padrão borboleta sobre a região malar e nasal 40% lesões bucais Palato, mucosa jugal e gengiva Áreas liquenoides ou granulomatosas Queilite por lúpus- o vermelhão do lábio inferior Ulceração, dor, eritema e hiperqueratose podem estar presentes Xerostomia, ardência bucal, candidíase, doença periodontal e disgeusia Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC): clinicamente idênticas às lesões do líquen plano erosivo Raramente ocorrem na ausência de lesões cutâneas Área central eritematosa ulcerada ou atrófica, circundada por estrias brancas finas e irradiadas Dor e desconforto CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: Hiperqueratose Degeneração das célulasda camada basal Infiltrado linfocitário subepitelial Diferenças com o líquen plano: Depósito em placas de material positivo para o ácido periódico Schiff (PAS), localizado na zona de membrana basal, de edema subepitelial (algumas vezes formando vesículas) Infiltrado inflamatório mais difuso e profundo: perivascular Tratamento: Os pacientes com LES devem evitar a exposição excessiva à luz solar, pois as radiações ultravioletas podem precipitar a atividade da doença Caso as lesões bucais estejam presentes, em geral elas repondem ao tratamento sistêmico.
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