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Indumentária – A2 Século XIX – 1811 até 1820 Grupo 5 Julia dos Santos Rubem 20201104717 Maria Clara Barth 20201101574 Giovanna Babo 20201103117 Nicolle dos Santos 20191109779 Julia Sena França 20191100651 Luana Duarte 20201107203 Rio de Janeiro – RJ 2020 Contexto histórico A moda no início da década, assim como na década anterior, apresentava grande influência do neoclassicismo, chamada também de “época vertical” pelo historiador de moda C.W. Cunnington. Além do neoclassicismo, outro fato histórico presente no início da década foram as guerras napoleônicas, que desencadearam no bloqueio continental. Como resultado da revolução industrial, ocorreu a criação de um mercado nacional e a inclusão de máquinas no processo de fabricação, com isso, a produção de roupas e de aviamentos cresceu bruscamente. O que proporcionou também, uma melhora na comunicação, revistas e jornais começaram a transmitir as novas ideias de moda e os Estados Unidos começou a receber informações sobre o estilo em alta na Europa. As guerras napoleônicas proporcionaram a entrada de estilos de diversos países, como Rússia e Polônia, no continente europeu. As guerras tiveram grande influência nas tendências de moda na Europa, por exemplo, os uniformes militares, que tomaram conta do estilo masculino da época. Com o bloqueio continental, França e Grã-Bretanha foram isoladas uma da outra, com isso, o estilo de vestimenta entre os países divergiu. Em 1814, com o acordo de paz da França, a moda feminina da Grã-Bretanha voltou a seguir a tendência francesa, além da Grã-Bretanha, a moda francesa, devido a sua importância na época, teve influência na vestimenta em outros países. O estilo do império, conhecido até hoje, se espalhou pela continente europeu e pelos Estados Unidos com facilidade. Já na moda masculina a Inglaterra possuía a maior relevância, mesmo nos períodos de guerra. Em meados da década o neoclassicismo foi perdendo sua importância e impacto na moda, o declínio do neoclassicismo ocorreu principalmente na França, por conta da extinção dos tecidos usados nas vestimentas neoclássicas, tal decisão foi tomada pelo imperador Napoleão Bonaparte. Com o declínio do neoclassicismo o romantismo começou a ter uma maior influência, a moda império continuou sendo tendência até, aproximadamente, 1815 e a partir daí começa o período chamado de regência ou de restauração, que dura até meados da década seguinte e é um período de transição da moda para o estilo romântico. Do meio para o final da década, a moda apresenta uma maior influência do historicismo. Indumentária A indumentária entre 1811 e 1820 foi marcada por dois estilos distintos, a moda império e o período de regência. No geral, a indumentária feminina do período apresenta uma cintura alta, logo abaixo do busto, mangas bufantes e vestido com decote quadrado, na indumentaria masculina é possível perceber que durante a década o estilo dândi é predominante, assim como, a influência inglesa nos trajes. Moda Império: Inspirada na Grécia antiga, a moda império se caracterizava pelo uso de tecidos leves, vestido decotados e predominância da cor branca. Entretanto, no auge do império, novas cores e estampas começaram a aparecer e tecidos mais luxuosos, como o veludo, passaram a ser usados. Nesse período a França dominava a moda e influenciava diversos países, a imperatriz Josephine, esposa de Napoleão, ditava moda na época. Feminino: A vestimenta feminina teve uma mudança brusca em relação ao período anterior, as mulheres passaram a usar pouca roupa (para a época), algo que até então não era comum. Os vestidos iam até a altura do tornozelo, tinham decote quadrado ou em “V” e possuíam saia em evasê, em contraposição à cintura marcada e saia bem volumosa vista no período anterior. Imagem 1 – vestido império Imagem 2 – Josephine Bonaparte Fonte: metmuseum.org Fonte: commons.wikimedia.org Os vestidos eram divididos por ocasiões, existiam vestidos para uso diurno, vestido para caminhar, vestido de noite etc. Os trajes diurnos costumavam ter gola, manga e não possuíam enfeites, enquanto os trajes noturnos tinham enfeites em renda, decotes mais cavados e saia com um leve volume na parte de trás. Os vestidos eram feitos principalmente de algodão, seda e linho. Imagem 3 – vestido diurno Imagem 4 – Vestido noturno Fonte: metmuseum.org Fonte: metmuseum.org Os acessórios mais comuns do período eram os chales, as luvas, a reticula, sombrinhas e os leques. O corset começou a ser utilizado novamente em algumas ocasiões e a gola rufo reapareceu em tamanhos mais discretos. Como sobreposição era comum o uso de uma jaqueta, que batia logo abaixo do busto, chamada de spencer. Na cabeça, o bonnet era de uso cotidiano para mulheres casadas e elegantes, os chapéus eram adornados com penas e fitas. O cabelo era usado preso, repartido ao meio e com cachos, nos pés era comum o uso de sapatos sem salto. Imagem 5 – Spencer Imagem 6 – Chale Fonte: metmuseum.org Fonte: modahistorica.blogspot.com Imagem 7– Bonnet Fonte: modahistorica.blogspot.com Masculino: A vestimenta masculina da época continuou sendo fortemente influenciada pela Inglaterra. Característico por sua elegância e simplicidade, o dandismo começou a ter forte influência no estilo masculino, esse estilo utilizava de cores primárias e de tecidos lisos em suas peças, um tecido bem comum era a casimira. Um dos principais percussores do estilos dândi foi George Bryan Brummel. Imagem 8 – George Bryan Brummel. Fonte: modahistorica.blogspot.com Os três elementos do traje masculino eram a casaca, o colete e a calça ou calção, para cada elemento era utilizado uma cor diferente. O colete era curto e de corte quadrado, os botões eram usados abertos para mostrar os babados da camisa. Além disso, era muito comum o uso de uniformes, por conta das guerras napoleônicas. Imagem 9 – Uniformes Fonte: commons.wikimedia.org A camisa possuía o colarinho virado para cima, com as pontas projetadas no rosto, o colarinho era firmado por um lenço conhecido como plastrom. O lenço era extremamente duro e podia ser feito de gaze, seda ou musselina, era dobrado em tira e enrolado em volta do pescoço. Imagem 10 – Plastrom Fonte: modahistorica.blogspot.com Era comum o uso de botas, inspiradas nas de montaria, as botas eram normalmente utilizadas de dia e colocadas por cima dos calções, durante a tarde era mais comum o uso de scarpin com meias de seda. Na cabeça eram utilizados cartolas de feltro e o bicorne. Imagem 11 – Traje vespertino Fonte: libmma.contentdm.oclc.org Cores mais vistas: Feminino Masculino Regência: O estilo regência foi um período de transição da moda neoclássica para a romântica, esse estilo é característico por um maior uso de estampas, vestidos com babados na barra, o branco continua predominante, porém, o uso de vestidos de outras cores se tornou mais comum. Muitos elementos de estilo desse período foram inspirados no século XXVI e XXVII. Feminino: A moda feminina da época continua utilizando o vestido império, com cintura na altura do busto, porém, existem algumas diferenças. Os vestidos começaram a abrir mais na barra, as bainhas passam a ser mais elaboradas e as saias apresentam mais volume. As roupas começam a ter um ar romântico, principalmente na Inglaterra, onde as mangas começaram a ter enchimento nos ombros. Imagem 12 – Vestido vespertino Imagem 13 – Vestidos do estilo regência Fonte: cincinnatiartmuseum.org Fonte: libmma.contentdm.oclc.org Os corsets em formato pontudo voltaram a ser utilizados, os xales feitos de caxemira importada da Índia, viraram objeto de desejo entre as mulheres E a gola rufo volta a ser usada com frequência. A manga longa, maior do que o braço, começou a ser tendência,além da moderna manga “marie”. Imagem 14 – Manga extra longa Imagem 15 – Manga “marie” Fonte: metmuseum.org Fonte: collections.vam.ac.uk Diversas anáguas voltaram a ser usadas, com a finalidade de sustentar o volume das saias. Como sobreposição era comum o uso de sobretudos e capotes, que tinham golas de veludo ou de pele. Os chapéus ficaram mais elaborados, o uso do bonnet ainda era presente, porém, com abas maiores e mais adornos. Imagem 16 – Sobretudo ou “Pelisse” Imagem 17 – Bonnet Fonte: metmuseum.org Fonte: metmuseum.org Masculino: O estilo dândi cresceu na moda masculina, ficando ainda mais extravagante. As calças começaram a ser mais utilizadas e ao contrário do calção, elas eram menos justas. Em 1817 a barra da calça desce, ficando logo acima dos sapatos. A silhueta masculina passa a se inspirar em heróis medievais, fazendo uso de corset ou vestes para afinar a cintura. O plastrom ficou mais apertado e alto, com as abas do colarinho chegando quase até o olho. As cartolas aumentaram e uso de bengalas ficou mais frequente. Imagem 18 – Traje Dândi Imagem 19 – Cartola e bengala Fonte: modahistorica.blogspot.com Fonte: collections.vam.ac.uk Cores mais vistas: Feminino Masculino Referências atuais Coleção outono/inverno - Valentino – 2019 A coleção da Valentino trouxe como inspiração o romantismo do século XXI, presente principalmente no final da década, durante o período do estilo regência. A coleção, além de fazer uso de poesias românticas, apresenta também inspirações técnicas do período. Nas peças é possível observar uma grande inspiração no bonnet, chapéu da época com abas grandes e arredondadas, que cobriam parte do rosto. Além disso, o uso de rendas e babados era muito comum em meados e final da década, a renda por exemplo, era comumente usada como enfeite para as bainhas, nos punhos e nas mangas dos vestidos, a renda era usada também como adorno em chapéus. Outro aspecto similar foi o uso de volume e babados na gola, que faz referência à gola rufo, que voltou com tudo na moda da década. O volume aplicado nas mangas, mesmo que feito de forma diferente, lembra as mangas bufantes usadas no período. Coleção 1 - Valentino Fonte: maxima.pt Coleção outono/inverno – Alexander McQueen – 2015/2016 A coleção do Alexander McQueen foi inspirada no período de regência britânico, o foco da coleção foi nos uniformes, principalmente militares, da época. Palavras como, “honra”, “valor” e “verdade” são estampadas em algumas das peças. Nas peças é possível observar alguns detalhes, como, as calças até o meio da canela, deixando a meia amostra, como era comum na época, outro ponto é a abertura na cava dos casacos, que tem semelhança a abertura das casacas masculinas. Além disso, no casaco listrado é possível perceber uma referência na distribuição dos botões, que também é muito similar aos botões das casacas da moda dândi. Coleção 2 – Alexander McQueen Fonte: alexandretaleb.com.br Coleção feita por alunas de moda – Verão 2018 A coleção feita pelas alunas de design de moda, Gabriela Siqueira, Giulia Brito, Júlia Magnani e Fernanda Lemos, teve como inspiração peças marcantes do século XIX em união com tendência do verão 2018 “Eccentirc Blends”, que tem peças com inspiração japonesa. Na primeira imagem, é possível perceber a inspiração na gola rufo, presente no período de regência e também visto na época do império. Na segunda e na terceira imagem, a peça faz referência ao estilo dândi, que era extremamente comum na moda masculina da época. O colarinho da camisa com uma espécie de lenço dando volume a gola, é muito similar ao plastron. Além disso, o uso de calças que deixam à mostra parte de perna, lembra o uso de meias ou botas por cima dos calções, que aparentavam ser mais curtos. Na terceira imagem, o corte realizado no vestido traz semelhanças ao corte das casacas masculinas. A última imagem é inspirada no vestido império, o vestido da coleção apresenta cintura abaixo do busto, transparência, leveza e leve movimento na barra. Características muito comuns no vestido império. Coleção 3 – Alunas de moda Fonte: armazemdesignfumec.wordpress.com Lista de imagem Imagem 1: DRESS. Metmuseum.org. [s.d.]. 1 fotografia, 82 × 118 pixels (redimensionado para 55 × 79 pixels). 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