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Aula 2 - Vias de administração de medicamentos

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Vias de administração de
medicamentos
Medicamento é toda substância introduzida no organismo
que atende uma finalidade terapêutica (preventiva, paliativa,
curativa ou repositiva/substitutiva). É o produto
farmacêutico, uma forma farmacêutica que contém o
fármaco, geralmente em associação com adjuvantes
Fármaco é uma substância química conhecida com
estrutura química definida dotada de propriedade
farmacológica, que atua no organismo. Agem no local de
aplicação ou de forma sistêmica (circula na corrente
sanguínea e seus efeitos atingem determinados órgãos e
sistemas, ou todo o organismo).
Fase biofarmacêutica
Ocorre antes da
farmacocinética (caminho
do fármaco no
organismo), pela liberação
do fármaco da cápsula, do
envelope, entre outros
fatores que protegem o
princípio ativo do pH
gástrico.
Absorção
É a transferência de um fármaco desde o seu local de
administração até a circulação sangüínea. Principalmente
via oral, sendo que a velocidade e eficiência de absorção
depende de vários fatores. Passa por efeito suco gástrico
eaguarda o esvaziamento do estômago até o duodeno,
passa pela circulação porta, pela hepática, onde pode sofrer
modificações, sendo direcionado, em seguida, para a
circulação sistêmica. Pode ser absorvido por: mucosa bucal,
gástrica, duodenal, retal, conjuntival, nasal, traqueal,
brônquica, uretral e vaginal, além de ter absorção pelos
alvéolos pulmonares, pele, região intramuscular, etc.
Após o sangue, ele pode estar ligado à uma proteína
plasmática (reservatório) ou livre, sendo que apenas a forma
livre tem ação.Quanto mais próximo o pKa (50% ionizado e
50% não-ionizado) for do pKa ionizável, mais fácil ela terá
sua ação. Por exemplo, anestésico não tem seu efeito em
locais inflamados, já que o lactato deixa a região ácida, de
modo que o anestésico está em maior parte ionizado, não
penetrando na membrana biológica e não tendo seu efeito.
Um órgão mais perfundido tem efeito de absorção e ação
mais rápido.
Fatores que afetam a biodisponibilidade: pH gástrico,
capacidade de esvaziamento estomacal, dieta, doenças,
tamanho das partículas, forma farmacêutica, entre outras.Na
grávida, o esvaziamento demora mais tempo, de modo que
a droga irá ter seu efeito num tempo maior.
Efeito de primeira passagem
As substâncias absorvidas pelo TGI caem na circulação
porta hepática, sendo metabolizadas pelo fígado antes de
sua distribuição, alterando sua biodisponibilidade (porção da
droga ingerida que atinge a circulação sistêmica). Depois,
podem ser secretadas pela bile, sendo excretadas ou
reabsorvidas pelo ciclo entero-hepático. Ao passar pelo
fígado, parte da droga pode ser:
♦ Inalterada
♦ Ativada
♦ Inativada
Distribuição
É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para
os tecidos, indo até seu local de ação (biofase). A
distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas
propriedades físico-químicas da substância, como
lipossolubilidade, hidrossolubilidade, ligação a proteínas
plasmáticas, entre outros.
Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem
baixa capacidade de permear membranas biológicas,
sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as
substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em
regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do
fármaco no organismo. Além disso, a ligação às proteínas
plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois
esse processo pode limitar o acesso aos locais de ação
intracelular. Citam-se fatores que podem alterar a
distribuição:
♦ Carga elétrica: fármacos ionizados têm dificuldade em
atravessar o endotélio vascular e assim atingir outras
regiões do organismo.
♦ Estabilidade química: formas instáveis quimicamente
podem ser biotransformadas em produtos de baixa
permeabilidade capilar.
♦ pH e pKa: fatores que afetam diferentemente o grau de
ionização dos fármacos, como pro exemplo, substância
ácida em meio alcalino, tende a se ionizar e
consequentemente sua passagem pela membrana fica
mais dificultada.
♦ Afinidade a proteínas plasmáticas: a taxa de ligação
a proteínas determina quanto de fármaco vai
permanecer livre e apto a se distribuir para outros
compartimentos, e quanto de fármaco vai permanecer
ligado, como fração de reserva nas proteínas.
Sistema tricompartimental: o organismo é dividido em três
compartimentos principais:
♦ Central: órgãos mais difundidos do corpo, como
cérebro, coração, rins, suprarrenal, corrente sanguínea,
entre outros.
♦ Periférico rápido: músculos.
♦ Periférico lento: gordura, pele, ossos, entre outros.
Após a droga se distribuir para o compartimento central, ela
passa a ser redistribuída até entrar em equilíbrio com os
outros compartimentos, primeiro com o periférico rápido,
depois com o periférico lento. Quanto mais perfundido o
tecido, mais rápido recebe a modificação e mais rápido
entra em equilíbrio.
Biotransformação ou metabolismo
É a transformação do fármaco em outras substâncias, por
meio de alterações químicas, geralmente sob a ação de
enzimas inespecíficas. Ocorre principalmente no fígado, nos
rins, nos pulmões e no tecido nervoso. Entre os fatores que
podem alterar o metabolismo do fármaco estão a idade, a
raça, alguns fatores genéticos, além da indução e da
inibição enzimática.
Indução enzimática: elevação dos níveis de enzimas
(como do complexo p450) ou da velocidade dos processos
enzimáticos, resultantes de um metabolismo acelerado do
fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a
produção de enzimas ou a velocidade de reação das
enzimas. O alcoolismo agudo, que ocupa todas as ‘poucas’
enzimas p450 torna o efeito de outros fármacos, como
benzodiazepínicos, muito mais rápido, por delongar sua
metabolização. Já o alcoolismo crônico faz indução
enzimática, em que aumenta a produção de enzima p450,
sendo resistente à droga.
Inibição enzimática: drogas atuam inibindo enzimas,
fazendo com que aumente o tempo de ação de drogas que
seriam metabolizadas por essa via. Caracteriza-se por uma
queda na velocidade de biotransformação, resultando em
efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de
efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é
competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais
drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima.
Metabólito: produto da reação de biotransformação de um
fármaco, possuindo propriedades diferentes das drogas
originais, geralmente com propriedades farmacológicas
reduzidas, sendo mais hidrossolúveis e mais facilmente
excretados.
Citocromo P450: é o principal mecanismo para
metabolização de produtos endógenos e xenobióticos e
importante fonte de variabilidade individual no metabolismo
de drogas. Envolvido no mecanismo de interação entre as
drogas e relacionado a efeitos tóxicos de determinados
fármacos.
1º fase: oxidação, hidrólise e redução, gerando metabólitos
ativos, que vão para o sangue e inativos, que vão para a
próxima fase.
2º fase: associação a moléculas que auxilia na excreção
desses metabólitos inativos.
Excreção
Retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada
ou na de metabólitos ativos e ou inativo. Ocorre por
diferentes vias e ocorre conforme as propriedades
físico-químicas do fármaco
Vias de administração
1) Administração oral ou uso interno
♦ Pouca absorção até que o fármaco chegue ao intestino
delgado.
♦ Determinada por fatores: área disponível à absorção,
fluxo sanguíneo na superfície absortiva, estado físico
(solução, suspensão ou preparação sólida) e
hidrossolubilidade do fármaco, e sua concentração no
local de absorção.
♦ Absorção é facilitada quando o fármaco estiver em sua
forma não ionizada mais lipofílica.
♦ É menos dispendiosa e de fácil administração.
♦ Contraindicado em casos de náuseas, vômitos, diarreia
e dificuldade para engolir.
2) Administração sublingual
♦ Absorção ocorre pela mucosa oral. Tem importância
especial para alguns fármacos, embora a superfície
disponível para absorção seja pequena.
♦ Drenagem venosa daboca para a veia cava superior
com o desvio da circulação porta protege o fármaco do
metabolismo rápido causado pela 1ª passagem pelos
intestinos e pelo fígado.
♦ O assoalho oral muito vascularizado promove o
transporte transmucoso rápido.
♦ Requer alta lipofilicidade e dissolução.
♦ Usados em emergência, como nitratos para angina.
3) Administração retal
♦ 50% do fármaco absorvido pelo reto passará pelo
fígado, sofrendo menos efeito de 1ª passagem.
♦ Pode ser irregular e incompleta e alguns fármacos
podem causar irritação da mucosa retal.
♦ Evita irritação gástrica e vômito; uso em coma e
inconsciência; pediatria, geriatria e psiquiatria.
♦ Depende da dissolução e da motilidade.
4) Administração parenteral
♦ Administração de medicamentos “ao lado do tubo
digestivo” ou sem utilizar o trato gastrointestinal.
Tipos de injeção
Via intradérmica: restrita, injeta-se doses muito baixas
(0,1-0,5 ml). Utilizada para formas de PPD,
dessensibilização, auto vacinas, vacina BCG, entre outros.
Via subcutânea: medicação introduzida na tela subcutânea,
tendo absorção lenta, através dos capilares, de forma lenta
e segura. Deve ser realizada apenas com fármacos que não
causam irritação dos tecidos, caso contrário, pode provocar
dor intensa, necrose e descamação dos tecidos. Volume
não deve exceder 3 ml.
Via intramuscular: via muito utilizada, devido absorção
rápida. O músculo escolhido deve ser bem desenvolvido, ter
facilidade de acesso, não ter vaso de grande calibre nem
nervos no seu trajeto. O volume injetado varia na região
deltóide (2 a 3 ml), na glútea (4 a 5 ml) e no músculo da
coxa (3 a 4 ml). Em fármacos injetados em solução oleosa
ou suspensos em vários outros veículos de depósito (depot)
a absorção resultante depois da injeção intramuscular será
lenta e constante. Algumas substâncias muito irritantes para
serem administradas por via subcutânea podem ser
algumas vezes aplicadas por via intramuscular.
Via intra-óssea: obtenção de uma via venosa em estado
crítico, após três tentativas. De fácil acesso, sendo feita em
ossos longos, de modo que sinusóides da medula óssea
drenam para canais venosos que levam o sangue ao
sistema venoso. A vantagem anatômica da medula óssea é
seu funcionamento como uma veia rígida que não colaba
em estado de hipovolemia e no choque circulatório
periférico. Assim, a via IO tem sido usada com eficácia
como via de emergência na parada cardiorrespiratória, nos
casos de choque hipovolêmico e séptico, queimaduras
graves, estados epiléticos prolongados e desidratação
intensa, principalmente em crianças.
Via subaracnóidea e peridural: a barreira hematencefálica
e líquido cerebrospinal (LCS) geralmente impedem ou
retardam a entrada dos fármacos no SNC, por isso, quando
há necessidade de produzir efeitos locais rápidos dos
fármacos nas meninges ou no eixo cerebrospinal, alguns
fármacos são injetados diretamente no espaço
subaracnóideo medular.
Injeção intra-arterial: fármaco é injetado diretamente em
uma artéria para localizar seus efeitos em um tecido ou
órgão específico. Não ocorre atenuamento (damping),
efeitos de 1ª passagem e eliminação pulmonar.
Via endovenosa: introdução do fármaco direto na veia. A
biodisponibilidade é completa e rápida, sendo que a
liberação do fármaco é controlada e assegurada com
precisão e rapidez. NÃO DEVEM ser administrados
fármacos dissolvidos em veículos oleosos, compostos que
se precipitam no sangue ou que provoquem hemólise de
eritrócitos, e combinações de fármacos que formam
precipitados. Mais indicada em membros superiores,
evitando articulações, sendo que o melhor local é a face
anterior do antebraço “esquerdo”. Usa-se essa via
geralmente quando se tem necessidade de ação imediata
do medicamento, de injetar grandes volumes (hidratação) ou
na introdução de substâncias irritantes de tecidos.
Tipos de infusão
Em bolos: administração endovenosa para aumentar a
concentração da substância no sangue de forma rápida, em
menos de 1 minuto.
Infusão lenta: 1ml da substância pura por minuto.
Geralmente entre 30 e 60 minutos.
Infusão rápida: infusão com duração de 1 a 30 minutos
Infusão contínua: qualquer medicação infundida com mais
de 60 minutos. Geralmente usa-se uma bomba de infusão.
Administração intermitente: não contínua, por exemplo,
de 6 em 6 horas.

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