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Secreção pancreática

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José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
SECREÇÃO PANCREÁTICA 
O pâncreas, localizado sob o estômago, é uma grande glândula composta, com a maior parte de sua estrutura 
semelhante à das glândulas salivares. 
 
→As ENZIMAS DIGESTIVAS PANCREÁTICAS são secretadas pelos ÁCINOS PANCREÁTICOS, e grandes volumes de 
solução de bicarbonato de sódio são secretados pelos ductos pequenos e maiores que começam nos ácinos. 
 
O produto combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui, então, pelo longo DUCTO PANCREÁTICO, que 
normalmente drena para o DUCTO HEPÁTICO, imediatamente, antes de se esvaziar no duodeno pela papila de Vater, 
envolta pelo esfíncter de Oddi. 
 
→O suco pancreático é secretado de modo mais abundante, em resposta à presença de quimo nas porções superiores 
do intestino delgado e as características do suco pancreático são determinadas, até certo ponto, pelos tipos de 
alimento no quimo. 
 
(O pâncreas secreta ainda insulina, mas essa não é secretada pelo mesmo tecido pancreático que secreta o suco 
pancreático. Em vez disso, o hormônio é secretado para o sangue — não para o intestino — pelas ilhotas de 
Langerhans, dispersas por todo o pâncreas.) 
 
ENZIMAS DIGESTIVAS PANCREÁTICAS 
A secreção pancreática contém múltiplas enzimas para digerir todos os três principais grupos de alimentos: proteínas, 
carboidratos e gorduras. 
 
Contém ainda grande quantidade de íons bicarbonato que contribuem de modo muito importante para a 
neutralização da acidez do quimo transportado do estômago para o duodeno. 
 
AS MAIS IMPORTANTES DAS ENZIMAS PANCREÁTICAS NA DIGESTÃO DE PROTEÍNAS SÃO: 
 
→TRIPSINA, QUIMOTRIPSINA e CARBOXIPOLIPEPTIDASE. A mais abundante é a TRIPSINA. 
 
→A TRIPSINA e a QUIMOTRIPSINA hidrolisam proteínas a peptídeos de tamanhos variados, sem levar à liberação de 
aminoácidos individuais. Entretanto, a CARBOXIPOLIPEPTIDASE cliva alguns peptídeos, até aminoácidos individuais, 
completando assim a digestão de algumas proteínas até aminoácidos. 
 
OBS: Quando sintetizadas nas células pancreáticas, as enzimas digestivas proteolíticas estão em formas enzimáticas 
inativas TRIPSINOGÊNIO, QUIMOTRIPSINOGÊNIO e PROCARBOXIPOLIPEPTIDASE. 
 
Elas são ativadas somente após serem secretadas no trato intestinal. 
 
O TRIPSINOGÊNIO é ativado pela enzima denominada ENTEROCINASE, secretada pela mucosa intestinal, quando o 
quimo entra em contato com a mucosa. Além disso, o tripsinogênio pode ser ativado, autocataliticamente, pela 
própria tripsina já formada. 
 
O QUIMOTRIPSINOGÊNIO é ativado pela TRIPSINA para formar QUIMOTRIPSINA, e a PROCARBOXIPOLIPETIDASE é 
ativada de maneira semelhante. 
 
 
A ENZIMA PANCREÁTICA PARA A DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS É: 
 
→AMILASE PANCREÁTICA, que hidrolisa amidos, glicogênio e outros carboidratos (exceto celulose), para formar 
principalmente dissacarídeos e alguns trissacarídeos. 
 
 
 
 
José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
AS PRINCIPAIS ENZIMAS PARA DIGESTÃO DAS GORDURAS SÃO: 
 
→(1) a LIPASE PANCREÁTICA, capaz de hidrolisar gorduras neutras a ácidos graxos e monoglicerídeos; 
 
→(2) a COLESTEROL ESTERASE, que hidrolisa ésteres de colesterol; e 
 
→ (3) a FOSFOLIPASE, que cliva os ácidos graxos dos fosfolipídios. 
 
A SECREÇÃO DO INIBIDOR DA TRIPSINA PREVINE A DIGESTÃO DO PÂNCREAS 
É importante que as enzimas proteolíticas do suco pancreático não fiquem ativadas até depois de chegarem ao 
intestino, pois a tripsina e as outras enzimas poderiam digerir o próprio pâncreas. Felizmente, as mesmas células que 
secretam enzimas proteolíticas no ácino do pâncreas secretam simultaneamente outra substância, denominada 
INIBIDOR DE TRIPSINA. 
 
Essa substância é formada no citoplasma das células glandulares e inativa a tripsina, ainda nas células secretoras, nos 
ácinos e nos ductos do pâncreas. Além disso, já que é a tripsina que ativa as outras enzimas proteolíticas pancreáticas, 
o inibidor da tripsina evita também sua ativação. 
 
Quando o pâncreas é lesado gravemente ou quando ocorre bloqueio do ducto, grande quantidade de secreção 
pancreática, às vezes, se acumula nas áreas comprometidas do pâncreas. 
 
Nessas condições, o efeito do inibidor de tripsina é insuficiente, situação em que as secreções pancreáticas ficam ativas 
e podem digerir todo o pâncreas, em questão de poucas horas, levando à condição denominada PANCREATITE AGUDA. 
 
Esse distúrbio, por vezes, é letal em razão do consequente choque circulatório; se não for letal, em geral, leva à 
insuficiência pancreática crônica subsequente. 
 
SECREÇÃO DE ÍONS BICARBONATO 
 
Embora as enzimas do suco pancreático sejam secretadas em sua totalidade pelos ácinos das glândulas pancreáticas, 
OS OUTROS DOIS COMPONENTES IMPORTANTES DO SUCO PANCREÁTICO, ÍONS BICARBONATO E ÁGUA, são 
secretados basicamente pelas células epiteliais dos ductos que se originam nos ácinos. 
 
OBS: Quando o pâncreas é estimulado a secretar quantidade abundante de suco pancreático, a concentração dos íons 
bicarbonato pode atingir 145 mEq/L, valor cinco vezes maior que a concentração do íon no plasma. Com essa 
concentração elevada, provê grande quantidade de álcali no suco pancreático, que serve para neutralizar o ácido 
clorídrico no duodeno, vindo do estômago. 
 
 
 
 
ETAPAS DA SECREÇÃO DA SOLUÇÃO DE ÍONS BICARBONATO NOS DUCTOS PANCREÁTICOS: 
 
1) O CO2 se difunde para as células a partir do sangue e, sob a influência da ANIDRASE CARBÔNICA, combina-se com a 
ÁGUA para formar ácido carbônico (H2CO3). 
 
O ácido carbônico, por sua vez, dissocia-se em íons bicarbonato (HCO3− ) e íons hidrogênio (H+). Os íons bicarbonato 
adicionais entram na célula através da MEMBRANA BASOLATERAL mediante cotransporte com íons sódio (Na+). 
 
 Os íons bicarbonato são trocados posteriormente por íons cloreto (Cl−) por meio de transporte ativo secundário 
(contratransporte), através da MEMBRANA LUMINAL da célula para o lúmen do ducto. 
 
O cloreto que penetra na célula é reciclado no lúmen, mediante canais de cloreto especiais. 
 
 
 
José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
2) Os íons HIDROGÊNIO formados por dissociação do ácido carbônico na célula são TROCADOS POR ÍONS SÓDIO NA 
MEMBRANA BASOLATERAL DA CÉLULA. 
 
Os íons sódio entram também na célula mediante cotransporte com bicarbonato através da membrana basolateral. 
 
Os íons sódio são então transportados através da membrana luminal para dentro do lúmen do ducto pancreático. 
 
 A voltagem negativa do lúmen também impulsiona os íons sódio com carga positiva através das uniões estreitas entre 
as células. 
 
 
3) O movimento global de íons SÓDIO e BICARBONATO do sangue para o lúmen do ducto cria gradiente de pressão 
osmótica que causa fluxo de água também para o ducto pancreático, formando, assim, solução de bicarbonato quase 
isosmótica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA 
ESTÍMULOS BÁSICOS QUE CAUSAM SECREÇÃO PANCREÁTICA 
Três estímulos básicos são importantes na secreção pancreática: 
 
1. ACETILCOLINA, liberada pelas terminações do nervo vago parassimpático e por outros nervos colinérgicos para o 
sistema nervoso entérico. 
 
2. COLECISTOCININA (CCK), secretada pela mucosa duodenal e do jejuno superior, quando o alimento entra no 
intestino delgado. 
 
3. SECRETINA, também secretada pelas mucosas duodenal e jejunal, quando alimentos muito ácidos entram no 
intestino delgado. 
 
Os dois primeiros desses estímulos, ACETILCOLINA e COLECISTOCININA, estimulam as CÉLULAS ACINARES do pâncreas, 
levando à produção de grande quantidade de enzimas digestivas pancreáticas, mas quantidades relativamente 
pequenas de água e eletrólitos vão com as enzimas. Sem a água, a maior parte das enzimas se mantém 
temporariamente armazenada nos ácinos e nos ductos até que uma secreção mais fluida apareça para lavá-las dentro 
do duodeno. 
 
A SECRETINA, em contrapartida, estimula a secreção de grandes volumes de soluçãoaquosa de bicarbonato de sódio 
pelo epitélio do ducto pancreático. 
 
EFEITOS MULTIPLICATIVOS DE DIFERENTES ESTÍMULOS: Quando todos os diferentes estímulos da secreção 
pancreática agem ao mesmo tempo, a secreção total é bem maior do que a soma das secreções ocasionadas por cada 
um deles, separadamente. Por isso, considera-se que os diversos estímulos “multiplicam” ou “potencializam” uns aos 
outros. Desse modo, a secreção pancreática normalmente resulta de efeitos combinados de múltiplos estímulos 
básicos, e não apenas de um só. 
 
FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA 
FASES CEFÁLICA E GÁSTRICA: Durante a fase cefálica da secreção pancreática, os mesmos sinais nervosos do cérebro 
que causam a secreção do estômago também provocam liberação de ACETILCOLINA pelos terminais do NERVO VAGO 
no pâncreas. 
 
Essa sinalização faz com que quantidade moderada de enzimas seja secretada nos ÁCINOS PANCREÁTICOS, 
respondendo por cerca de 20% da secreção total de enzimas pancreáticas, após refeição. Entretanto, pouco da 
secreção flui imediatamente pelos ductos pancreáticos para o intestino, porque somente quantidade pequena de água 
e eletrólitos é secretada com as enzimas. 
 
Durante a fase gástrica, a estimulação nervosa da secreção enzimática prossegue, representando outros 5% a 10% das 
enzimas pancreáticas secretadas após refeição. No entanto, mais uma vez, somente pequena quantidade chega ao 
duodeno devido à falta continuada de secreção significativa de líquido. 
 
FASE INTESTINAL: Depois que o quimo deixa o estômago e entra no intestino delgado, a secreção pancreática fica 
abundante, basicamente, em resposta ao hormônio SECRETINA. 
 
A Secretina Estimula a Secreção Abundante de Íons Bicarbonato, que neutralizam o Quimo Gástrico Ácido: 
 
Está presente em forma inativa, pró-secretina, nas chamadas células S, na mucosa do duodeno e do jejuno. 
 
Quando o quimo ácido com pH menor que 4,5 a 5,0 entra no duodeno vindo do estômago, causa ativação e liberação 
de secretina pela mucosa duodenal para o sangue. O único constituinte, verdadeiramente potente do quimo, que 
ocasiona essa liberação de secretina é o ácido clorídrico. 
 
A secretina, por sua vez, faz com que o pâncreas secrete grandes quantidades de líquido contendo concentração 
ELEVADA DE ÍONS BICARBONATO, mas concentração reduzida de íons CLORETO. 
José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
 
O mecanismo da secretina é importante por duas razões: primeiro, a secretina começa a ser liberada pela mucosa do 
intestino delgado, quando o pH do conteúdo duodenal cai abaixo de 4,5 a 5,0, e sua liberação aumenta bastante 
quando o pH diminui para 3,0. Esse mecanismo prontamente à secreção abundante de suco pancreático contém 
grande quantidade de bicarbonato de sódio. 
 
O ácido carbônico se dissocia imediatamente em dióxido de carbono e água. O dióxido de carbono é transferido para 
o sangue e expirado pelos pulmões, deixando, assim, solução neutra de cloreto de sódio no duodeno. 
 
Dessa forma, o conteúdo ácido vindo do estômago para o duodeno é neutralizado, de maneira que a atividade 
digestiva peptídica, adicional pelos sucos gástricos no duodeno, é imediatamente bloqueada. 
 
Como a mucosa do intestino delgado não tem proteção contra a ação do suco gástrico ácido, o mecanismo de 
neutralização do ácido é essencial para evitar o desenvolvimento de úlceras duodenais. 
 
A secreção de íons bicarbonato pelo pâncreas estabelece o pH apropriado para a ação das enzimas digestivas 
pancreáticas, que operam em meio ligeiramente alcalino ou neutro no pH de 7,0 a 8,0. O pH da secreção de 
bicarbonato de sódio é, em média, de 8,0. 
 
Colecistocinina Contribui para o Controle da Secreção de Enzimas Digestivas pelo Pâncreas: A presença de alimento 
no intestino delgado superior também faz com que um segundo hormônio, a COLECISTOCININA (CCK) seja liberado 
por outro grupo de células, as células I, da mucosa do duodeno e do jejuno superior. 
 
Essa liberação de CCK é estimulada pela presença de proteoses e peptonas (produtos da digestão parcial de proteínas) 
e ácidos graxos de cadeia longa, no quimo que vem do estômago. 
 
A CCK, assim como a secretina, chega ao pâncreas pela circulação sanguínea, mas, em vez de estimular a secreção de 
bicarbonato de sódio, provoca principalmente a secreção de ainda mais enzimas digestivas pancreáticas pelas células 
acinares. É efeito semelhante ao causado pela estimulação vagal, PORÉM MAIS PRONUNCIADO, respondendo por 70% 
a 80% da secreção total das enzimas digestivas pancreáticas após refeição. 
 
DIFERENÇAS ENTRE OS EFEITOS ESTIMULADORES PANCREÁTICOS DA SECRETINA E DA CCK: são apresentadas na 
Figura 65-9, que demonstra (1) a intensa secreção de bicarbonato de sódio, em resposta ao ácido no duodeno 
estimulada pela secretina; (2) o duplo efeito em resposta à gordura; e (3) a secreção intensa de enzimas digestivas 
(quando peptonas entram no duodeno), estimulada pela CCK. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Eduardo Palacio Soares – Bloco Abdome Agudo – GT4 
A Figura 65-10 resume os fatores mais importantes da regulação da secreção pancreática. A quantidade total 
secretada por dia fica em torno de 1 litro.

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