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Direito Administrativo

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Administrativo
O Direito Administrativo é: um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial (CESPE),
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO: "É o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública." (CESPE)
O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime jurídico administrativo. (CESPE)
Estado, governo e administração pública (Aula 1 e 2 – 28/01/2020)
1. Estado – PJ de direitos que atua em face de particular, utilizando seu poder soberano.
1.1 Conceito: sociedade política e juridicamente organizada em determinado território.
2. Forma de Estado: Federação por desagregação – divisão do poder político do Estado, criando os entes da federação (União, Estados, DF e municípios). Cada ente terá sua autonomia.
2.1 Capacidade FAP – autonomia financeira, administrativa e política.
2.2 Capacidade financeira: dividido na constituição federal.
2.3 Capacidade política: capacidade de escolher os governantes e legislativa, a constituição faz a divisão.
2.4 Capacidade administrativa: capacidade de cada ente prestar serviços para a sociedade, a constituição vai separar qual ente fará cada um dos serviços.
2.4.1 Art. 21 CF -> União
2.4.2 Por exclusão, de interesse regional -> Estados (só um serviço é previsto expressamente: serviço de gás canalizado – art. 26 CF).
2.4.3 Por exclusão, serviços locais -> Municípios 
	
	OBS: Forma de estado diferente do Brasil: Estado unitário, poder concentrado em um só ente.
OBS: Território não é considerado ente da federação, a doutrina entende que tem natureza de autarquias territoriais. 
3. Poderes do Estado – independentes e harmônicos entre si
3.1 Judiciário – 
3.1.1 Função típica: jurisdição e assegura supremacia da CF
3.1.2 Função atípica: Legislativa (regimento interno), administrativa (concurso, contratação).
3.2 Legislativo
3.2.1 Função típica: Legislar e fiscalizar (CPI, art. 59 CF e financeira – arts. 70 a 75 CF – feita com auxílio do TCU),
3.2.2 Função atípica: julgar (ex. impeachment) e administrativa (concurso).
3.3 Executivo
3.3.1 Função típica: administrativa, política.
3.3.2 Função atípica: legislativa (medida provisória) e julgar (CARF - Conselho administrativo regional de fiscais).
	Lei de efeito concreto: é feita para atingir um grupo de pessoas determinadas por certo tempo (ex: lei criada para conceder pensão vitalícia a determinados jogadores). Tem natureza de ato administrativo.
4. Governo: núcleo decisório do Estado que vai definir as diretrizes, metas e as políticas públicas que o Estado terá que alcançar.
4.1 Forma de Governo: República – escolhe representante temporário. 
4.1.1 Diferente de Monarquia – passa de pai para filho
4.2 Sistema de Governo: 
4.2.1 Presidencialismo: independência maior entre o Executivo e o legislativo. O presidente é chefe do Estado.
4.2.2 Parlamentarismo: o presidente necessita do apoio do legislativo. O chefe de governo é uma pessoa oriunda ou indicada pelo parlamento (1º Ministro) e a chefia do Estado é exercida por outra pessoa. 
Administração Pública 
Conceito: conjunto de órgãos, agentes, entidades que executam as políticas públicas do Estado.
Obs.: no Brasil, o PR é o chefe de Estado, do Governo Federal e da Administração Pública Federal. 
Sentidos de ADM pública: 
1) Subjetivo/orgânico/formal: conjunto de órgãos, agentes e entidades públicas.
2) Objetivo/material/funcional: conjunto de atividades desenvolvidos, relacionados à função (fomento, poder de polícia, serviços públicos e intervenção econômica – art. 174 CF).
- Fonte Principal - CF – Art. 37 a 41 da CF
- Não é codificado: Não existe código de direito administrativo.
- Taxonomia do Direito Administrativo: Ramo do Direito Público. 
Escolas do Direito Administrativo:
a) Escola do serviço público: Formou-se na França. Inspirou-se na jurisprudência do conselho de Estado francês, a partir do caso Blanco, em 1873 (Pietro 2002). Para essa corrente, o direito administrativo é o ramo do direito que estuda a gestão dos serviços públicos. Teve como defensores Duguit, Jèze e Bonnard. Segundo essa teoria, qualquer atividade prestada pelo Estado é serviço público. No entanto, tal teoria perde força, em virtude de que nem todas as atividades estatais se resumem em serviço público, como, por exemplo, o poder de polícia. Ademais, é possível, com a ampliação das atividades estatais, o exercício de atividade econômica, que, para muitos, não se confunde com serviço público. As atividades comerciais, por exemplo, pertencem ao Direito Empresarial.
b) Critério do poder executivo: Para essa teoria, o direito administrativo se esgota nos atos praticados pelo Poder Executivo. Contudo, exclui os atos do Poder Legislativo e do Judiciário no exercício de atividade administrativa, restringindo, sobremaneira, o direito administrativo ao âmbito do Poder Executivo. Essa teoria não considera a função política exercida pelo Poder Executivo, que não se confunde com a função administrativa.
c) Critério negativista ou residual: Por exclusão, encontra-se o objeto do direito administrativo: aquilo que não for pertinente às funções legislativa e jurisdicional será objeto do direito administrativo.
d) Critério das atividades jurídicas: Administrativo é o conjunto dos princípios e sociais do Estado: Direito que regulam a atividade jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua atuação em geral. A contenciosa é atribuída ao Judiciário.
e) Critério da Administração Pública: Conjunto de princípios que envolvem a Administração Pública. Conceito apresentado por Hely Lopes Meirelles: “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo estado. ” Esse critério abrange o conceito subjetivo, abrange o conceito material da função administrativa
f) Escola da puissance publique ou potestade pública (distinção entre atividades de autoridade e atividades de gestão): Por essa escola há a distinção entre atividades de autoridade e atividades de gestão. No primeiro caso, o Estado atua com autoridade sobre os particulares, com poder de império, por um direito exorbitante do comum; por outro lado, nas atividades de gestão, o Estado atua em posição de igualdade com os cidadãos, regendo-se pelo direito privado. Leon Dugui, adepto da escola do serviço público, era um "opositor" da teoria da potestade pública, pois para a escola do serviço público não havia a distinção entre atos de império e atos de gestão. Atualmente, o Direito Administrativo não faz essa diferenciação, tanto que os atos de gestão são estudados pelo Direito Administrativo. (Caiu no TRF – 2017 – AJAJ).
g) Critério das Relações Jurídicas: o conjunto de normas que regem as relações entre a administração e os administrados
Sob o aspecto material, a administração representa o desempenho perene, sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.
Sob o aspecto operacional, a administração representa o desempenho perene, sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.
FONTES do DA
1) DIRETAS: devem ser respeitadas e possuem força cogente.
a) PRIMÁRIAS - Lei (principal fonte normativa) + Súmulas Vinculantes
b) SECUNDÁRIAS - Doutrina + Jurisprudência
2) INDIRETAS: costumes (não são escritos)
Função administrativa consiste no dever de o Estado, ou quem aja em seu nome, dar cumprimento, no caso concreto, aos comandos normativos de maneira geral ou individual, para a realização dos fins públicos, sob regime jurídico prevalente de direito públicoe mediante atos ou comportamentos passíveis de controle.”
Princípios administrativos
-Âmbito de aplicação: art. 37 – aplicáveis para toda a administração pública direta e indireta. Isto inclui os órgãos da administração direta (ministérios e secretarias), autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista. Todos os órgãos e entes devem seguir os princípios administrativos..
- São de observância OBRIGATÓRIA.
- NÃO são absolutos – são relativos.
- São de aplicação imediata, dispensando lei formal para sua aplicação. 
- Não há hierarquia entre os princípios.
	Para Celso Antônio Bandeira de Mello, não há hierarquia entre princípios, mas existem dois deles que são a “pedra de toque” do Direito Administrativo, a saber: supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. Por seu turno, Maria S. Zanella di Pietro defende que os dois princípios administrativos fundamentais seriam: a supremacia do interesse público e o princípio da legalidade.
PRINCÍPIOS EXPRESSOS OU BÁSICOS – ART. 37 CF
LIMPE 
1. Legalidade: A legalidade para o agente público (só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou determina) diverge da legalidade para o cidadão comum (pode fazer tudo o que a lei não proíbe). 
1.2 Reserva legal: O princípio da reserva legal determina que alguns assuntos devam ser tratados por lei em sentido formal (feita pelo Poder Legislativo), vedando qualquer outro instrumento. Exemplificando, autarquias só podem ser criadas por lei. 
1.3 Juridicidade: O conceito de legalidade evoluiu para a juridicidade, que significa agir não só de acordo com a lei, mas com a Constituição e demais regras do ordenamento jurídico vigente (bloco de legalidade: lei, CF, princípios administrativos, tratados internacionais, etc).
	CABM entende que são exceções ao princípio da legalidade a edição de MPs, estado de sítio e estado de defesa.
2. IMPESSOALIDADE Veda conduta administrativa para obter benefício próprio ou a terceiros. Não pode o agente público, quando praticar qualquer ato, satisfazer interesse pessoal ou de terceiros. Deve atuar, sim, para satisfazer o interesse da coletividade. Em decorrência da impessoalidade, o §1º do art. 37, da CF/88, estabelece vedação à promoção pessoal com a publicidade governamental.
OBS: Se há promoção pessoal com a publicidade governamental, o princípio violado é o da impessoalidade.
3. MORALIDADE: A moralidade administrativa significa atuar de acordo com a ética administrativa, com a boa-fé e honestidade. É um princípio autônomo do Direito Administrativo.
Obs. 1: a moralidade é uma questão de validade do ato administrativo. 
Obs. 2: um ato pode ser legal e imoral, sendo assim, ilegítimo.
	Súmula Vinculante n. 13 – STF A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal (vedação ao nepotismo).
- O STF vem entendendo que a SV 13 não se aplica aos cargos ou funções políticas (ex: secretário de saúde).
- Conselheiro do tribunal de contas é cargo técnico.
- Vedação a nepotismo cruzado – reciprocidade nas nomeações.
	A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma, julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015).
Em hipóteses que atinjam ocupantes de cargos políticos, a configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a fim de se verificar eventual 'troca de favores' ou fraude a lei. 3. Decisão judicial que anula ato de nomeação para cargo político apenas com fundamento na relação de parentesco estabelecida entre o nomeado e o chefe do Poder Executivo, em todas as esferas da federação, diverge do entendimento da Suprema Corte consubstanciado na Súmula Vinculante n. 13." (Rcl 7590, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 30.9.2014, DJe de 14.11.2014) (...) Tanto assim que, nessa ocasião, alguns Ministros observaram que a caracterização do nepotismo não estaria afastada em todo e qualquer caso de nomeação para cargo político, cabendo examinar cada situação com a cautela necessária. Estou convencido de que, em linha de princípio, a restrição sumular não se aplica à nomeação para cargos políticos. Ressalvaria apenas as situações de inequívoca falta de razoabilidade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de inidoneidade moral." (Rcl 17627, Relator Ministro Roberto Barroso, decisão monocrática, julgamento em 8.5.2014, DJe de 15.5.2014) (grifos acrescentados)
4 PUBLICIDADE: Divulgação oficial dos atos para que produzam efeitos no mundo jurídico (publicação) e demais atos que demonstrem transparência na Administração Pública.
OBS: Diferencie publicidade de publicação. Esta última é a divulgação em meios oficiais. A União faz publicações por meio do Diário Oficial da União. A publicidade, por sua vez, é um conceito muito mais amplo.
- Art. 5º, XXXIII – exceto: sigilo imprescindível a segurança do Estado, Lei 12527 – LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO, 
	Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6º do art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um Estado republicano. SS 3902 AgR-segundo, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011 EMENT VOL-02599-01 PP-00055) (grifos acrescentados)
5 EFICIÊNCIA: Atender com presteza, perfeição e com a melhor relação custo benefício. Fazer “mais”, gastando a menor quantidade possível de recursos públicos.
Obs. 1: A EC 45/04 (reforma do Judiciário) acrescentou o princípio da eficiência dentro do processo adm. Art. 5º, LXXXVIII, da CF; 
Obs. 2: A EC 19/98 acrescentou o princípio da eficiência na CF (O princípio da eficiência não foi previsto na Constituição através do Poder Constituinte Originário)
PRINCÍPIOS IMPLICITOS NA CF
1. Motivação: é a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos (motivos) que autorizaram a prática do ato administrativo.
- Motivar: justificar, apontar as razões.
- Motivação é diferente de motivo.
1.1. Teoria dos motivos determinantes: Quando um ato administrativo é motivado, ele só será válido se os motivos apresentados forem verdadeiros. A motivação será pressuposto de validade do ato administrativo. Se a motivação for diversa, ou falsa, o ato será inválido. Toda motivação tem de revelar os reais motivos que levaram à prática do ato. 
Excetua-se da regra de exigência de motivação do ato administrativo a nomeação e exoneração para cargo comissionado. Para nomear ou exonerar agente público de cargo em comissão é dispensada a motivação. No entanto, se é apresentada motivação para o ato de exoneração, por exemplo, e tais motivos são falsos, o ato passará ao campo da ilegalidade, ainda de acordo com a teoria dos motivos determinantes. Provando-se a ilegalidade, anula-se o ato e o servidor volta ao cargo.
1.2. Momento: previa ou concomitante à prática do ato. Se a motivação for posterior o ato será ilegal.Exceção: INFORMATIVO 529 STJ Admitiu, de maneira excepcional, motivação posterior nas informações do Mandado de Segurança. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013.
1.3. Regra:(art. 50 da Lei 9.784/99) A motivação deve ser apresentada, em regra, em atos que neguem, limitem ou afetem direito ou interesse de particular, ou seja, em quase todos os atos, deve-se apresentar motivação.
	A motivação é regra, mas se a questão afirmar: “todo ato deve ser motivado” está incorreto. Há exceções em que a motivação não é obrigatória
1.4. Motivação aliunde (ou per relationem): O §1º do art. 50 da Lei 9.784/99 prevê a motivação por referência. Não constitui vício do ato administrativo. Acontece quando a autoridade pratica um ato, mas não motiva o próprio, apresentando outro ato como fonte de motivação. É admitido por lei.
2. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: Iremos tratar estes dois princípios como sinônimos. Embora haja autores que estabelecem diferenciação entre eles, a jurisprudência do STF caminha no sentido de considerá-los sinônimos. Para aqueles que diferenciam, a razoabilidade seria o bom senso das condutas administrativas, enquanto a proporcionalidade seria o equilíbrio entre meios e fins. Em um ato discricionário, há mais possibilidade de escolhas (mérito administrativo – juízo de conveniência e oportunidade – que não poderá ser analisado pelo Judiciário), o que justifica a aplicação dos princípios.
OBS: O Judiciário analisa somente a legalidade e não o mérito.
2.1. Para alcançar a proporcionalidade, uma conduta deve ser: 
a) adequada: o meio utilizado deve ser o correto, em vista do fim que se deseja alcançar. O meio deve ser apto a atingir o fim a que se destina; 
b) necessária/exigibilidade: a conduta deve ser a menos gravosa em relação aos bens envolvidos; 
c) proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens devem superar as desvantagens; deve haver compatibilidade e equilíbrio entre os danos e as vantagens. Proporcionalidade entre o grau de restrição a um direito e o grau de realização do direito contraposto
3. Supremacia do interesse público sobre o privado (base/pedra de toque do regime jurídico): quando houver conflito entre o interesse público e o interesse do particular, prevalece o primeiro. - Certa doutrina faz distinção entre interesse público primário (interesse da coletividade, interesse público propriamente dito, indisponível) e secundário (interesse do Estado como pessoa jurídica, disponível).
OBS: O interesse público secundário só terá validade se coincidir com o interesse público primário. Assim, se o Estado pratica conduta procurando satisfazer somente seus próprios interesses, a conduta é ilegal.
- SUBPRINCÍPIO – INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: O Estado nunca poderá “abrir mão” do interesse da coletividade, deixando, por exemplo, de fazer licitação, concurso público, entre outras situações.
4. Autotutela/sindicabilidade: a administração está sujeita a controle não só do judiciário, mas controle dos próprios atos. A ADM pode fazer controle de mérito e legalidade dos próprios atos. 
- Sum. 346 e 473 STF. 
- Poder de revogação: recairá, sempre, sobre um ato legal, mas inconveniente ou inoportuno.
-Poder de anulação: recairá sobre um ato ilegal, inválido.
	Súmula Vinculante n. 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União (qualquer tribunal de contas) asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
- A regra é ter contraditório/ampla defesa previamente. 
- Exceção: concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
- Prazo: Como regra, o TCU e demais tribunais de contas devem observar o prazo de 5 anos para analisar os atos. A exceção, mais uma vez, está na concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, quando o tribunal de contas não precisará observar o prazo de 5 anos por se tratar de ato completo.
OBS: Quando da edição da SV n. 3, o STF não havia considerado que o TCU, por vezes, demorava muito para fazer as homologações. O Supremo, então, trouxe nova jurisprudência, relativizando a própria súmula: se entre a concessão inicial e análise pelo TCU decorrer mais de 5 anos, haverá direito a contraditório/ampla defesa (exceção da exceção).
- No caso de revisão não há que observar referido prazo. 
	Necessidade de observar o contraditório e a ampla defesa após o prazo de cinco anos a contar da aposentadoria, reforma ou pensão: “4. Anoto, ademais, que o entendimento inicialmente firmado por esta Corte foi no sentido de que o TCU sequer se submetia aos princípios do contraditório e da ampla defesa na apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (Súmula Vinculante 3), já que a concessão de benefício constitui ato complexo, no qual não é assegurada a participação do interessado. 5. Somente a partir do julgamento dos Mss 25.116 e 25.403, o Supremo Tribunal Federal, em homenagem aos princípios da boa-fé e da segurança jurídica, mitigou esse entendimento, apenas para o fim de assegurar o contraditório e a ampla defesa quando ultrapassados mais de cinco anos entre a chegada do processo no TCU e a decisão da Corte de Contas. Este precedente foi publicado e, 10.02.2011, sendo, portanto, superveniente à decisão do TCU sobre o benefício do ora agravante. De todo modo, no caso não transcorreram 5 (cinco) anos entre a entrada do processo no TCU, em 14.11.2003 (fls. 88), e o seu julgamento, em 14.02.2006 (decisão publicada no DOU de 17.02.2006.” (MS 26069 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, julgamento em 24.2.2017, DJe de 13.3.2017).
Ausência de aderência estrita entre a Súmula Vinculante n. 3 e acórdão de natureza genérica do TCU: "4. Como deixa entrever a decisão agravada, a Súmula Vinculante n. 3, apontada como paradigma, aplica-se apenas aos processos envolvendo algum provimento que afete diretamente a esfera jurídica do interessado, individualmente considerado. A Súmula Vinculante n. 3 não abrange, portanto, acórdãos do Tribunal de Contas de natureza genérica, que afetem uma coletividade de indivíduos. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Supremo, conforme se observa, exemplificativamente, do precedente abaixo: (...) 5. Na situação aqui tratada, o acórdão n. 251/2004, proferido pelo TCU em sede de representação oriunda de inspeção realizada pela unidade técnica daquela Corte de Contas, dirigiu-se expressamente ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Determinou-se que o órgão em questão interrompesse o pagamento da vantagem estabelecida no art. 184, da Lei n. 1.711/1952, à generalidade dos servidores não aposentados (inclusive magistrados), bem como o recolhimento das parcelas indevidamente pagas a esse título (fls. 75/76). Portanto, o provimento da Corte de Contas atingiu indistintamente todos os servidores, sendo inaplicável, na espécie, a exigência de contraditório individualizado, sob pena de se inviabilizar o trabalho de fiscalização. 6. Vale frisar que, em casos como este, o contraditório deve ser exercido junto ao órgão de origem, ou seja, junto ao TRT da 3ª Região, consoante indicado no MS 27.571 AgR-segundo, Rel. Min. Rosa Weber. Sendo assim, não há aderência estrita entre o paradigma invocado e o acórdão do Tribunal de Contas atacado, inviabilizando a utilização da reclamação." (Rcl 7411 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, julgamento em 26.5.2017, DJe de 6.6.2017).
5. Segurança jurídica – proteção a confiança: Segurança jurídica quer dizer maior estabilidade das relações jurídicas já consolidadas pelo decurso do tempo. Em nível federal, há a Lei 9.784/99, que, em seu art. 54, estabeleceu prazo decadencial de 5 anos para a Administração proceder à anulação de seus atos ilegais que beneficiarem particulares
- Obs.: o STJ entende que o prazo de 5 anos é contado a partir da vigência da lei.
- “Princípio da proteçãoà confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros”
- Teoria do fato consumado: as situações jurídicas consolidadas pelo decurso do tempo, amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais (STJ. REsp 709.934/RJ).
OBS: Se o candidato ingressa em cargo por decisão precária (ex: liminar) e depois a liminar é ‘derrubada’ ele deve ser exonerado do cargo, NÃO SE APLICA para este caso a TEORIA DO FATO CONSUMADO. MAS…na APOSENTADORIA SE APLICA… STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).
	A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de servidor público destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do julgamento de mérito. Se a pessoa consegue uma decisão provisória garantindo a ela a remoção e, posteriormente, esta decisão é revogada, esta remoção terá que ser desfeita mesmo que já tenha se passado muitos anos. Não se aplica a "Teoria do Fato Consumado" em relação a atos praticados sob contestação das pessoas envolvidas, que o reputam irregular e manifestam a existência da irregularidade nas vias adequadas, ainda que, pela demora no transcurso do procedimento destinado à apuração da legalidade do ato, este gere efeitos no mundo concreto. Verificada ou confirmada a ilegalidade, o ato deve ser desfeito, preservando-se apenas aquilo que, pela consolidação fática irreversível, não puder ser restituído ao status quo ante. Se a Administração Pública, mesmo após a decisão liminar, continuou questionando no processo a legalidade da remoção do servidor/autor, não se pode aplicar a teoria do fato consumado, devendo o ato ser desfeito, salvo se tivesse havido uma consolidação fática irreversível (ou seja, se não fosse mais possível voltar ao "status quo ante"). STJ. Corte Especial. EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/12/2016 (Info 598).
6. Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV CF)
- Súmula vinculante n. 5, STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a CF”.
- Súmula 373 – STJ – não se exige depósito prévio para interposição de recurso. 
-SÚMULA VINCULANTE N. 21: É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARROLAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
Principio da concorrência:  a contratação deve favorecer e beneficiar o maior número possível de entes privados, evitando irregularidades formais e prejuízos em um determinado mercado.
O que é o princípio da intranscendência subjetiva das sanções?
Em detrimento do princípio da impessoalidade, fica definido que uma sanção não pode transcender a pessoa responsável pela infração. Assim, um ente da Administração Indireta que não cumpra suas obrigações não pode comprometer por conta disso o ente federal do qual participa. 
Mas e quando o infrator não for uma pessoa distinta, mas sim a mesma?
"A despeito do fato de o Ministério Público e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário não possuírem personalidade jurídica distinta da do ente federativo do qual fazem parte, a Constituição  os  dotou  de  autonomia  administrativa, financeira e orçamentária. Assim, não poderia o Poder Executivo intervir na esfera administrativa dos demais Poderes e do Ministério Público, compelindo-os a cumprir as disposições presentes na Lei de Responsabilidade Fiscal. Por conseguinte, se o Poder Executivo estadual não pode desfazer ato administrativo omissivo ou comissivo imputado a outro Poder ou órgão autônomo, é razoável entender que ele também não possa ser obrigado a suportar as consequências gravosas desse ato ou omissão. (...).” C-AgR-QO 1.033(DJ 16.6.2006)
	Organização administrativa do Estado (200/1967)
- Formas de prestação das atividades administrativas 
• atividades de interesse nacional dizem respeito à União; 21 CF
• atividades de interesse regional dizem respeito aos Estados; e 
• atividades de interesse local, a atribuição é dos Municípios.
Centralizada/ Direta
Administração direta. Pessoas políticas (a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios) desempenham funções por seus próprios órgãos (ACÚMULO DE COMPETÊNCIAS)
Descentralizada 
Pessoa política desempenha função por meio de pessoas diversas (física ou jurídica) (DISTRIBUI COMPETÊNCIAS – EXTERNA).
Desconcentração: distribuição interna de competências que irá resultar na criação de órgãos públicos. (Os órgãos não têm personalidade jurídica – não têm capacidade de responder pelos seus atos). Uma pessoa jurídica. 
Descentralização: distribuição de competências que resultará na criação de entidades administrativas. (As entidades têm personalidade jurídica própria). Pessoas Jurídicas.
- Órgão: não é pessoa jurídica, por isso não responderá por seus atos. O órgão exerce a atividade, mas não tem capacidade para responder pelos seus atos. Quem responde pelos atos do órgão é a pessoa jurídica a qual fez a desconcentração. O CNPJ servirá somente para fins de fiscalização tributária. 
- Entidades da administração indireta: possuem personalidade jurídica e são dotadas de autonomia e responsabilidade para responder pelos seus atos.
Desconcentração há relação de hierarquia. Um órgão é subordinado a outro até o órgão principal - autotutela. 
Descentralização não há relação de hierarquia, mas uma relação de meramente vinculação. Há um controle finalístico, de tutela. É possível ter órgãos dentro das entidades da Administração indireta. Há vínculo de tutela administrativo (controle finalístico ou supervisão ministerial). Na lei que cria a entidade estará explícito a qual ministério ela está vinculada.
	O controle de autotutela é um controle mais amplo, porque pode controlar seus próprios atos, entrando na profundidade do ato. O controle de tutela é mais restrito, pois é só para evitar que a entidade fiscalizada atue fora da sua área de atuação, as entidades são autônomas e não podem sofrer ingerência.
Obs.: art. 2º, Lei n. 9.784/1999 – os órgãos estão na estrutura das Administrações direta e indireta.
Quando há extinção de órgãos e as atividades dos órgãos são atribuídas a outro órgão e a administração fica menor, tem-se uma concentração, pois as atividades estão concentradas em menos órgãos. Quando autarquias, empresas públicas, fundações etc. são extintas, mediante lei, tem-se a centralização.
Descentralizar a atividade não é só criar entidade da Administração direta, é pegar a atividade central e transferir para a pessoa diversa, criando uma entidade da Administração indireta ou repassando a atividade para particular mediante concessão, permissão ou autorização. As empresas concessionárias (de energia elétrica, de telefonia, de linhas aéreas etc.) são empresas concessionárias de um serviço que pertence à União.
3º setor ou paraestatais são entidades de direito privado sem fins lucrativos, criadas para colaborar com o estado. Nenhuma das entidades do 3º setor faz parte da Administração Pública, nem da Administração direta nem da indireta. Estão paralelas ao Estado, colaboram com o Estado, sem fazer parte da estrutura do Estado.
3º Setor/Paraestatais 
Sistema S -> Serviços sociais autônomos (SESC, SENAI, SEBRAI etc.). 
OSs -> Organizações sociais. OSCIPs -> Organizações sociais civis de interesse público. 
Fundações de Apoio -> Prestam apoio a outras fundações do Estado
1º setor -> Estado, governo, Administração direta e indireta; 
2º setor -> Mercado, agentes econômicos, concessionários; 
3º setor -> Entidades que não fazem parte da estrutura do Estado não tem finalidade lucrativa e querem colaborar com o Estado em atividades de interesse social. Chamados, hoje em dia, de paraestatais, pois caminhamparalelas ao Estado, auxiliando no serviço público que é prestado.
Formas de descentralização
Por outorga/serviços/técnica/funcional – mediante lei – entidade da adm. indireta – o ente transfere a titularidade mais a execução.
Por delegação/colaboração – mediante ato/contrato de concessão ou permissão de serviço a um particular. – Só transfere a execução.
Territorial ou geográfica – criação de territórios (que são considerados autarquias territoriais)
Interposição de recurso:
• Recurso hierárquico próprio – recurso interposto em uma relação hierarquizada. Sempre que há uma relação de desconcentração, sempre haverá a possibilidade de recorrer. O órgão mais elevado sempre vai poder fazer a revisão dos atos dos órgãos subordinados. 
• Recurso hierárquico impróprio – recurso em uma relação que não é hierarquizada. A regra geral é a de que não cabe o recurso hierárquico impróprio porque não tem hierarquia. Só vai caber recurso hierárquico impróprio quando a lei expressamente autorizar.
OBS: existe um parecer da AGU que admitiu o ministério supervisor fazer controle de atos das agências reguladoras (autarquias), quando as agências reguladoras começarem a atuar fora das políticas públicas tratadas e definidas pelo ente central.
Organização administrativa – Estudo dos Órgãos
Teorias do Órgão
Teoria do mandato: decorre do direito civil, determina que o agente é mandatário do Estado, essa teoria não prevaleceu.
Teoria da representação: o agente é representante do estado, também nos termos do direito civil, não prevaleceu, pois, o Estado não é incapaz.
Teoria do órgão ou da imputação: Essa teoria definia o Estado como pessoa jurídica, composto por órgãos, e estes compostos por agentes. Ao se praticar uma atividade, essa atividade é imputada ao órgão, que por sua vez a imputará ao Estado. Trazida pelo teórico alemão Otto Gehre, essa teoria, de maneira deveras sintética, foi capaz de explicar essa relação. Por meio dessa teoria, foi possível comprovar que, mesmo que o agente esteja agindo fora das atribuições legais, mas invoque a sua função de agente, o Estado será responsável.
Criação e extinção
-Por meio de Lei
-De maneira excepcional o decreto pode tratar de organização interna do órgão desde que não provoque aumento de despesas ou criação/extinção de órgãos 
Tudo que Lei Ordinária faz a Medida Provisória também pode. 
Um exemplo de decreto autônomo ou independente pode ser visto no art. 84 da Constituição Federal.
3.3. Características 
Não possuem: 
a) Personalidade Jurídica. 
b) Patrimônio Próprio: quem possui patrimônio, na verdade, é a pessoa jurídica da qual o órgão faz parte. 
c) Capacidade Processual (Personalidade Judiciária): a exemplo disso, não se deve entrar com ação penal diretamente contra um órgão, mas contra a pessoa jurídica à qual ele pertence.
Obs.: órgãos independentes e autônomos podem ter capacidade processual para defender suas atribuições institucionais. Por exemplo, já houve situações em que a própria Defensoria Pública da União, como órgão independente, entrou contra a própria União a fim de haver melhores condições nos presídios federais.
Súmula n. 525: “A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. ” STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015.
3.4. Classificação dos Órgãos 
a) Quanto à posição estatal
Obs.: existem órgãos que, apesar de serem mencionados na Constituição Federal, não são classificados como órgãos independentes. Ex.: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal etc. 
Quanto à extrutura:
-Simples: são constituidos por um só centro de competencia. Inexiste orgao na sua estrutura para realizar, desconcentradamente, sua função principal ou para auxiliar no seu desempenho.
-Compostos: Reúnem, na sua estrutura, outros órgãos menores, com função principal idêntica (atividade-fim realizada de maneira desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas (atividade-meio atribuídas a vários órgãos menores).
c) Quanto à atuação funcional 
Singulares ou Unipessoais: Atuam e decidem mediante um único agente, que é seu chefe e representante: ex: Presidência da República, Governadorias dos Estados, Prefeituras. 
Colegiados ou Pluripessoais: Atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade dos membros. Após a votação, os votos vencedores da maioria fundem-se, unitariamente, num ato simples. EX: Conselho Nacional de Segurança Pública – CONASP, Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP, Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN. 
	Teoria da encampação: Quando uma pessoa interpõe um mandado de segurança mediante a autoridade errada, com autoria indevida, o superior não só nega a autoria do MS, mas se torna autoridade coautora ao defender o ato impugnado. 
Exemplo: Um delegado da Receita Federal publica uma portaria, mas um terceiro decide entrar com um mandado de segurança contra o secretário da Receita Federal. Contudo, apesar de o secretário ser superior, ele não só retifica o MS, afirmando não ser a autoridade a ser responsabilidade, mas também toma a postura de defender a portaria do delegado, passando a ser autoridade coautora legitimada. Caso o mandado houvesse sido enviado para o Ministro da Economia, apesar de ele poder defender o ato do delegado, o mandado será julgado pelo órgão responsável, no caso o STJ. Portanto, não será incumbido a ele o caráter de autoridade coautora, não sendo viável a teoria de encampação. 
Súmula n. 628: A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal. Primeira Seção, julgado em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
 
Administração Pública Indireta
ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) [...] XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998).
Instituídas = Criadas
A CF exige uma lei para criar ou autorizar a criação, tem de haver uma lei para extinguir a entidade ou para autorizar a extinção.
Se uma autarquia é criada, ela não precisa de registro em nenhum local, diferentemente das outras entidades que deverão, para ter a sua criação, o registro nos órgãos competentes.
A fundação, a empresa pública e a sociedade de economia mista necessitam desse registro. A lei só autoriza, não cria diretamente. A Lei da Petrobrás dispõe que “fica a União autorizada a criar a Petrobras, sociedade de economia mista [...]”. A seguir, o Executivo se reuniu, elaborou os estatutos, escolheu os diretores e o presidente foi à Junta Comercial com toda essa documentação e registrou.
Quando a Junta Comercial faz o registro, a empresa pública e a sociedade de economia mista nascem. A Fundação é no Cartório de Pessoas Jurídicas, e não na Junta Comercial. A CF utilizou uma expressão técnica, as autarquias são criadas por lei e as demais são autorizadas. “Instituídas”, para efeito de prova, significa “criadas”, e nem todas são criadas mediante lei.
- Autarquias – Decreto Lei n. 200/1967
Pratica atividade TÍPICA: de Estado, não pode praticar atividade econômica porque atividade econômica não é típica, não é própria do Estado. Segundo a CF, atividade econômica é própria do particular. O Estado só desempenhaatividade comercial em situações muito excepcionais e nunca será por meio de autarquias ou de fundações.
Desde 1967 não está mais autorizada a criação de autarquias que desempenhem atividades comerciais. O Banco do Brasil nasceu no passado como uma autarquia, transformado depois em empresa pública e, hoje, sociedade de economia mista. Essa transformação decorre de uma disposição legal.
Se o Estado pretender exercer essas fiscalizações de forma descentralizada, criará uma autarquia (Detran, Procon, Inmetro, Agências Reguladoras, Conselhos de Fiscalização Profissional). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma ressalva porque há uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADI 3026) do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu que a OAB não é uma autarquia, ela seria uma entidade sui generis, uma entidade sem definição legal.
Embora a OAB não seja uma autarquia, como considerou o STF, suas ações vão tramitar na Justiça Federal – não deveria ser assim, mas o STF decidiu manter na Justiça Federal.
Personalidade de direito público: Em todas as prerrogativas, prazos dilatados na via processual, prescrição em cinco anos e obrigações das pessoas públicas, a Autarquia é abrangida porque ela nasce com natureza de pessoa de direito público, como a União, estados, municípios e Distrito Federal, e tem o mesmo regime jurídico aplicável.
Pessoal: regime estatutário, que significa o regime da lei. O regime estatutário é tanto para o presidente da entidade que ocupa um cargo em comissão (livre nomeação e livre exoneração), Cargo de Natureza Especial (CNE), quanto para os demais servidores que possuem cargos efetivos e ingressam mediante concurso público. O cargo em comissão não segue o regime da Lei n. 8.112, segue o regime do INSS, o Regime Geral da Previdência Social. Muitos acham que o cargo em comissão é celetista, mas é estatutário, somente a parte da seguridade social é igual à dos celetistas, todo o restante de direitos e obrigações é pelo regime da lei. Os conselhos de fiscalização das profissões realizam concurso para o regime da CLT porque, na lei que regulamenta os conselhos que fiscalizam as profissões, há um artigo que permite que sejam contratados pelo regime da CLT, e esse artigo não foi objeto de decisão do STF (fazem concurso, mas o regime adotado é da CLT)
Antes da CF/88 – concurso só para as carreiras típicas - CLT
Após CF/88 – concursos para todos os poderes e adm. direta e indireta – institui regime jurídico único na união– estabilização extraordinária art. 19 ADCT – lei 8112 da Efetividade
EC 19/98 – revoga art. 39 e afasta o regime jurídico único – lei 9986/2000 admite contratação pela CLT
ADI 2135/07 – torna a ec. inconstitucional e volta ao regime jurídico único – com efeito ex nunc – manteve a contração.
Hoje – obrigatoriedade de regime jurídico único - 
- Se a autarquia é uma pessoa de direito público, seu patrimônio é público. Se o patrimônio é público, os bens seguem as regras dos bens públicos: 
• Impenhoráveis – Os bens não podem ser penhorados para pagamento de dívidas. As autarquias pagam a suas dívidas por meio de precatórios (art. 100 da CF). 
• Imprescritíveis (art. 186 da CF) – Não podem ser adquiridos mediante usucapião. 
• Não onerabilidade – Não podem servir de direito real de garantia. 
A.6) Responsabilidade objetiva do Estado na forma do art. 37, § 6º, da CF É um tipo de responsabilidade que não demanda análise nem de dolo nem da culpa. Provando conduta, dano e nexo causal (sem causa de exclusão da responsabilidade), a responsabilidade está configurada.
PRERROGATIVAS AUTÁRQUICAS 
a) Imunidade tributária: o art. 150, § 2º, da CF veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou que delas decorram. As autarquias pagam taxas. 
 b) Impenhorabilidade de seus bens e suas rendas: os pagamentos devem ser feitos por precatórios judiciais (art. 100, CF) e a execução obedece a regras próprias da lei processual. 
c) Imprescritibilidade de seus bens: não estão sujeitos à usucapião. 
d) Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em cinco anos. Decreto n. 20.910/1932. 
Quando for a cobrança de particular para pessoa de direito público, o prazo específico é de cinco anos, prazo que se estendeu para todas as pessoas de direito público. Em 2002, o novo Código Civil alterou o prazo de vinte para três anos. 
A jurisprudência dos tribunais, inclusive o Superior Tribunal de Justiça (STJ), vem mantendo que, na prescrição contra pessoas de direito público, continua a ser aplicado o decreto fixando o prazo de cinco anos. 
PRERROGATIVAS PROCESSUAIS: O Código de Processo Civil (CPC) de 2015 traz prazos diferenciados para contestar, para recorrer, para fazer manifestações no processo, traz a regra do reexame necessário ou duplo grau de jurisdição.
Fundações Públicas – criadas pelo Estado 
- Doutrinadores, com o surgimento da nova entidade administrativa, discutiram sobre a natureza jurídica das fundações. Celso Antônio Bandeira de Mello defendia que a natureza jurídica era de direito público. Hely Lopes Meirelles advogava a tese de que tinham natureza de direito privado. O STF manifestou-se no sentido de que a decisão sobre a natureza jurídica caberia ao Estado (RE 101.126).
- NATUREZA DAS FUNDAÇÕES: defende a existência de dois tipos de fundações públicas: as fundações de direito público e as de direito privado, aquelas sustentando personalidade jurídica de direito público e estas, de direito privado.
-CARACTERÍSTICAS 
1) Pratica atividade de caráter SOCIAL (saúde, educação [UNB], cultura, pesquisa, previdência etc.). – Atividades sociais, atípicas ou não exclusivas do Estado.
ATENÇÃO Fundação não pode exercer atividade econômica. Sempre que o Estado quiser exercer atividade econômica, deverá criar empresa pública ou sociedade de economia mista, nunca por meio de autarquias ou fundações.
-Algumas provas utilizam a expressão “atividades atípicas”, que passa a ideia de que as fundações desempenham funções que não são próprias de Estado. Na verdade, a expressão significa atividade não exclusiva do Estado (particulares podem atuar também).
2) Natureza/Personalidade jurídica: 
- Fundações públicas de direito público (UnB) ou de direito privado (Funpresp). Sendo de direito público, será autarquia fundacional ou fundação autárquica (expressões sinônimas), pois estarão sujeitas a todo o regime público das autarquias (concurso, bens, regime estatutário). 
- Fundações públicas de direito privado seguirão algumas normas de direito público, mas prevalece em relação a elas o regime de direito privado.
ATENÇÃO: Quanto à FP de direito público, a lei cria diretamente a entidade; em relação à FP de direito privado, a lei autoriza sua criação.
3) Possuem autonomia administrativa e financeira: Todas as entidades da Administração indireta possuem autonomia financeira. 
4) Incidem as normas de contratação e licitação da Lei n. 8.666/1993: Mesmo as FPs de direito privado não escapam ao dever de licitar. 
5) As duas modalidades de fundações instituídas pelo Poder Público fazem jus à imunidade tributária do art. 150, § 2º, da CF, b: Imunidade relaciona-se aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços. 
6) Regime de pessoal: Sendo FP de direito público, o regime será estatutário. Quando FP de direito privado, seguirá o regime da CLT. 
7) Controle financeiro exercido pelo Tribunal de Contas.
ATENÇÃO: Não se aplica às FP criadas pelo Estado (de direito público ou privado) o disposto no art. 66 do Código Civil, que exige fiscalização do Ministério Público. A exigência prevista na Lei Civil é útil para que o MP fiscalize se a fundação está atendendo à destinação estipulada pelo instituidor.
Obs.: Se a prova referir-se a “serviço público personalizado” ou “personificado”, fala sobre autarquias. Quando as provas colocam “patrimônio público personalizado/personificado”, referem-se às fundações.
Empresa Pública e sociedade de economia mista
1) Traços Comuns:1.1) Personalidade jurídica: Direito PRIVADO (regime misto ou HÍBRIDO). 
A empresa estatal é assim chamada porque foi criada pelo Estado, mas segue as regras do direito privado (Estado faz as vezes de empresário, saindo do papel de poder público, com todas as suas prerrogativas). Ex.: CEF, BB, PETROBRAS. 
O art. 173, da CF/88, traz a fundamentação para criação de empresas estatais (se o Estado quiser ser empresário, deverá seguir as regras do CCTT (Direito Civil, Comercial, Trabalhista e Tributário). Ainda dispõe o mesmo dispositivo que é vedado dar privilégio fiscal que não seja extensivo às demais empresas do setor. 
A personalidade jurídica das SEM e EP é de direito privado, com incidência de algumas regras de direito público (regime misto ou híbrido). Ex.: deverá seguir o regramento das licitações, prestação de contas ao tribunal de contas, concurso público.
-ATENÇÃO Caso a prova fale que as empresas estatais são PJs de direito privado, está certo; caso diga que seguem as normas de direito público como regra geral, estará incorreto.
1.2) Finalidade: - serviço público OU atividade econômica. 
• o Estado não é livre para criar empresa estatal para desempenhar atividade econômica. O art. 173 prevê que somente poderão ser criadas por motivo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo. Para o Estado é exceção, e não regra geral. A criação da PETROBRAS, por exemplo, foi motivada por segurança nacional e interesse público.
Obs.: quando o Estado criar uma empresa estatal para exploração de atividade econômica (segundo o STF, em sentido estrito, é exemplo o BB), não haverá imunidade tributária. Ao contrário, se for criada para prestação de serviço público, poderá ter imunidade tributária (a exemplo dos Correios).
ATENÇÃO O STF precisou enfrentar a questão do exercício pelos Correios de atividade não abrangida no conceito de serviço público (a entrega de encomendas, por exemplo, não é serviço público). Aquele tribunal decidiu que, quando a empresa estatal for prestadora de serviço público e explorar atividade econômica, revertendo o lucro desta atividade para o serviço público, terá imunidade tributária nas duas atividades. Também possuem a prerrogativa da impenhorabilidade de seus bens – faz pagamento de condenações judiciais utilizando-se da regra dos precatórios. 
1.3) Regime de Pessoal: 
• O regime jurídico adotado diverge quando estamos falando de presidente/diretores (têm regime especial, sem definição por lei própria), ou dos empregados em geral (fazem concurso para ingresso, mas são regidos pela CLT). 
• Demissão sem justa causa: o STF entendeu que os empregados de estatais não são alcançados pela estabilidade do art. 41 da CF/88. No entanto, toda demissão deve ser motivada, justificada
-Inicialmente a tese sobre dever de motivação de dispensa de empregado de empresa estatal foi abrangente, criando a obrigação para todas as estatais independentemente da atividade prestada. Posteriormente, o STF retificou a tese fixada no RE n. 589.998 para restringir o alcance da decisão para as prestadoras de serviços públicos, com a fixação do seguinte enunciado: A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados. STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).
– Teto Remuneratório: se a estatal recebe recursos para pagamento de pessoal ou para custeio em geral, haverá teto remuneratório; diferentemente, se a estatal é independente, não está sujeita ao teto remuneratório constitucional. – A ideia da CF é que não tenham teto.
1.4) Sujeição ao controle do Tribunal de Contas: MS 25092 e o MS 25.181, STF. Todas as estatais, seja prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica, devem prestar contas ao Tribunal de Contas.
1.5) Falência: Empresas estatais não podem falir. A Lei de Falências (11.101/05) expressamente determina que as regras do processo falimentar não se aplicam às estatais.
1.6) Licitação: As estatais têm de fazer licitação, mas conforme a Lei das Estatais (13.303/16). Não fará licitação quando se tratar de atividade-fim; e fará, quando for atividade-meio (seguindo as disposições da 13.303/16). 
	Até 1998, todas as estatais tinham obrigação de seguir a 8.666/93; no entanto, verificou-se que a submissão à 8.666/93 inviabilizaria a atividade comercial destas estatais. 
Em 98, com a alteração na CF/88, determinou-se que, quando a estatal for exploradora de atividade econômica, ela terá regramento próprio de licitações. 
Exemplificando, temos o caso do BB, cuja atividade-fim é atividade bancária. Portanto, todos os contratos bancários (abertura de conta corrente, poupança, financiamento, seguros, etc.) não estão sujeitos a licitação. Na atividade-meio, no entanto (compra de computador, ar-condicionado e outros), deverá fazer licitação. A partir de 2016, com o Estatuto Jurídico da Empresa Pública e da SEM (Lei 13.303), as licitações passaram a seguir as previsões específicas do referido estatuto.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – EP E SEM – DIFERENÇAS
C.2) TRAÇOS DISTINTIVOS
Empresa pública: qualquer forma jurídica, inclusive a união pode criar uma forma nova (particular sozinho não pode participar, admite-se que pessoa da administração, a qual pode ser EM pode participar).
Sociedade de Economia mista: sempre será Sociedade Anônima (dividida por ações) – o particular pode participar.
Obs.: não vão para a Justiça Federal ação trabalhista, acidente do trabalho, falência e casos referentes à Justiça Eleitoral. Ações trabalhistas serão julgadas pela Justiça do Trabalho, acidentes do trabalho e falência são julgados pela Justiça Estadual, assim como casos referentes à Justiça Eleitoral.
Exemplos de Empresa Pública: BNDES, Terracap-DF, CAESB – DF, EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados, CEF – Caixa Econômica Federal, INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, CASA DA MOEDA DO BRASIL, RADIOBRAS, EMBRAPA, DATAPREV, TRENSURB – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias, CONAB, NOVACAP, EMATER DF, Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (METRÔ DF), BRASÍLIATUR – Empresa Pública denominada Empresa Brasiliense de Turismo – responsável pela gestão pública do turismo no DF, Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – HEMOBRAS, vinculada ao Ministério da Saúde.
• Exemplos de Sociedades de Economia Mista: BB – Banco do Brasil, BASA – Banco da Amazônia S/A, Petrobras, Companhia Energética de Brasília – CEB e Banco Regional de Brasília – BRB.
• Mediante autorização por lei, uma entidade pode mudar de forma, deixando de ser, por exemplo, uma economia mista para se tornar uma empresa pública OU o inverso.
Obs.: o STF entendeu que a extinção de subsidiárias não requer lei prévia. Por exemplo, se o Banco do Brasil quisesse extinguir alguma de suas entidades, poderia fazê-lo sem promulgação prévia de lei.
	JULGADOS IMPORTANTES
	O STF entendeu pela possibilidade de se condicionar a investidura de Presidente de Autarquia à autorização legislativa, inclusive em todos os níveis da Federação em razão do princípio da simetria. (ADI 2225 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2000) e (ADI 1281, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2004).
Supremo Tribunal Federal entende que exigência de aprovação legislativa prévia para a exoneração de ocupantes de cargos do Poder Executivo, ou previsão de exoneração direta de tais servidores pelo próprio Poder Legislativo são inconstitucionais, por ofensa ao princípio da separação entre os poderes (ADIMC 1.949/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 18/11/1999).
STF fixou orientação de que é inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da Administração Indireta forneçam à Assembleia Legislativa a declaração atualizada de seus bens e participações acionárias em empresas privadas, inclusivenos dois anos seguintes à exoneração da função, pois outorgaria ao Parlamento competências para fiscalizar, de modo rotineiro e indiscriminado, a evolução patrimonial dos ocupantes de cargos de direção da Administração Indireta e de seus ex-ocupantes, bem como as atividades por eles desenvolvidas nos dois anos seguintes à exoneração. STF. Plenário. ADI 2225/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/08/2014 (Info 755).
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.
STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2017 (Info 858). Compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual Com base nessa orientação, o Plenário deu provimento a recurso extraordinário interposto em face de acórdão que assentara a competência da Justiça Estadual para processar execuções ajuizadas pela OAB contra inscritos inadimplentes quanto ao pagamento das anuidades. Afirmou que a OAB, sob o ângulo do conselho federal ou das seccionais, não seria associação, pessoa jurídica de direito privado, em relação à qual é vedada a interferência estatal no funcionamento (CF, art. 5º, XVIII). Consubstanciaria órgão de classe, com disciplina legal – Lei n. 8.906/1994 –, cabendo-lhe impor contribuição anual e exercer atividade fiscalizadora e censória. A OAB seria, portanto, autarquia corporativista, o que atrairia, a teor do art. 109, I, da CF, a competência da Justiça Federal para o exame de ações — de qualquer natureza — nas quais ela integrasse a relação processual. Assim, seria impróprio estabelecer distinção em relação aos demais conselhos existentes. RE 595332/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 31/08/2016. (RE-595332).
O STF vem conferindo a empresas estatais (empresa pública ou sociedade de economia mista) privilégios de fazenda pública, conforme o caso concreto, tendo como pressuposto dois requisitos: (I) prestar serviço público em caráter de exclusividade; (II) não dividir eventuais lucros com os acionistas. RE 599628, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-199 DIVULG 14/10/2011.
- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS
a) Agências Executivas 
É apenas o resultado de uma qualificação dada a uma autarquia ou fundação que celebrarem o chamado contrato de gestão com poder público. Portanto, não se trata de uma nova figura ou entidade, mas apenas um novo status atribuído a essa entidade. 
A fim de obterem uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, essas entidades precisariam entrar em um processo de reestruturação e fazer um contrato de gestão com o Ministério supervisor, que definirá as metas a serem alcançadas, verificadas anualmente. Assim a entidade tem a sua qualificação como agência executiva. 
No Brasil, poucos foram os casos bem-sucedidos de formação de agências executivas, podendo ser citado, quase excepcionalmente, o Inmetro. Isso se dá por decorrência de muitas críticas doutrinárias referentes à atribuição de ainda mais autonomia para entidades já autônomas. 
Autarquia/Fundação → Plano de reestruturação interna → Contrato de gestão G0F Art. 37, § 8º, CF (Metas/ano) → Decreto e qualificação → Ag. executiva 
• Ao não cumprir as metas, a agência executiva, após todos esses trâmites, voltaria ao status de autarquia, perdendo a sua qualificação.
• Nesse caso, uma das vantagens ainda prevista em lei é uma maior liberdade para fazer contratação direta em razão do valor. Na Lei de Licitações (Lei n. 8.666/1993), são previstas certas formas de contratação direta em razão do valor, que a lei, por considerar um valor pequeno, permite que seja alegada a dispensa de licitação. Quando uma autarquia é qualificada como agência executiva, esses valores são aumentados. 
• O art. 51 da Lei n. 9.649/1998 estabelece que serão chamadas de agência executiva apenas autarquia e fundação. Todavia, no art. 37, determina-se que órgãos e entidades da Administração indireta também podem fazer o contrato de gestão.
b)Agências Reguladoras 
Tudo que diz respeito a autarquias se aplica às agências reguladoras: a sua criação é feita mediante lei, só pode prestar atividade típica de Estado, goza de todas as prerrogativas e obrigações de serem pessoas públicas etc. 
Agências reguladoras = autarquias em regime especial
- Atividades 
• Típico poder de polícia: Anvisa, ANS 
• Regulação de atividades que foram objeto de privatização, sendo a atividade repassada ao particular por meio de: – concessão, – permissão e – autorização 
O Estado, anteriormente, era detentor de suas empresas de linha telefônica, mas as extinguiu e delegou a atividade a particulares, como a Tim, a Vivo e a Oi, que são empresas concessionárias de um serviço que pertencia à União. Nesse caso, o Estado delega a execução, mas continua sendo o titular, devendo fiscalizar essas atividades, por meio do modelo de agências reguladoras. Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANTAC, ANAC, ANP, ANTT, entre outras.
Quais são as duas agências que têm previsão na Constituição? ANP e ANATEL. Apesar de não terem sido mencionadas expressamente, a Constituição prevê a existência dessas agências reguladoras ao permitir que as atividades relativas ao petróleo e às telecomunicações sejam incumbidas a particulares, por concessão, permissão ou autorização.
Casos específico • Agências reguladoras de fomento = Ancine
Pontos importantes 
• A indicação é feita pelo Poder Executivo. 
• A investidura dos dirigentes depende de aprovação do Poder Legislativo. 
• Os dirigentes não ocupam cargo em comissão, mas mandatos, com prazo determinado para as funções de 5 anos. 
• Regime de administração colegiada.
Lei n. 13.848/2019, art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. 
Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado. 
§ 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria absoluta dos votos de seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento interno. 
§ 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas.
ALTERAÇÕES NA LEI N. 9.986/2000
Lei n. 9.986/2000, art. 4º As agências terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada, que será composto de até 4 (quatro) Conselheiros ou Diretores e 1 (um) Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral.
§ 1º Os mandatos dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada serão não coincidentes, de modo que, sempre que possível, a cada ano, ocorra o término de um mandato e uma consequente nova indicação
Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no campo de sua especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I E, cumulativamente, o inciso II:
I – ter experiência profissional de, no mínimo: (UM DOS REQUISITOS)
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em área a ela conexa, em função de direção superior; ou
b) 4 (quatro) anosocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da agência reguladora, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; 
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; 
3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; ou
c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; e 
II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. § 7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput e exercido pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for igual ou inferior a 2 (dois) anos.
Mais Importante! 
Lei n. 9.986/2000, art. 6º O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências reguladoras será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do § 7º do art. 5º
“Quarentena” (6 Meses) 
Lei n. 9.986/2000, art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória.
Vedações de Indicação 
Art. 8º-A e B
Perda do Mandato 
Lei n. 9.986/2000, art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada somente perderá o mandato: I – em caso de renúncia; II – em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo administrativo disciplinar; III – por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B desta Lei.
– CONSÓRCIOS PÚBLICOS 	
Consórcios Públicos: é o resultado da criação de uma pessoa jurídica para prestar serviços públicos de forma associada pelos entes da federação. Criados a partir do art. 241 da Constituição Federal, que dispõe que os entes da federação podem se juntar por convênio ou consórcio para prestar serviços públicos de forma associada. Também, dispõe sobre a criação dos consórcios públicos a Lei n. 11.107/2005, que regulamento o art. 241 da Constituição Federal. 
• Consórcio é a reunião de entes da federação para a prestação de serviços de forma associada. Ou seja, só podem participar a União, Estados, Distrito Federal ou municípios. Não podem participar particulares, nem entidades da Administração indireta. Exemplo: vários municípios (e o estado) que se unem para construir e administrar um hospital. 
Exemplo de Consórcio: Autoridade Pública Olímpica, consórcio da União, o estado do Rio de Janeiro e o Município do Rio de Janeiro que foi criado para fazer a administração e a gestão das obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Havia interesse e recurso dos três entes que se juntaram para a criação do consórcio, ou seja, a pessoa jurídica para fazer, em conjunto, a prestação do serviço para a sociedade. 
A natureza Jurídica do consórcio pode ser de direito público ou de direito privado, uma vez que a lei dos consórcios dispõe que é preciso criar uma entidade para fazer a administração. Essa entidade pode ser feita a partir de uma associação pública (natureza de autarquia) ou associação de direito privado. 
A doutrina critica o fato de ter uma associação de direito privado que não se submete as regras do direito público e administra o consórcio que é somente de entes da federação. 
No processo de formação de um consórcio há um trâmite complexo: Primeiro, cada ente que quer participar necessita aprovar, internamente, uma lei autorizando a participar do consórcio. Então, há um contrato comprometendo-se a participar do consórcio. Depois, é feito um contrato de programa, dividindo qual será a competência administrativa de cada ente que participa, e um contrato de rateio, ou seja, divisão de dinheiro, estabelecendo quais as obrigações financeiras de cada ente que participa do consórcio.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – TERCEIRO SETOR – PARAESTATAIS
Paraestatais: estão paralelas ao Estado e vão colaborar com ele em atividades que são de interesse da coletividade.
TERCEIRO SETOR Conceito
Administração Pública – 3º setor (constante evolução, pois ainda está em consolidação de sua definição). São do terceiro setor: o sistema “S”, as Organizações Sociais, Organizações Sociais Civis de Interesse Público, Fundações de Apoio e as Organizações de Sociedade Civil.
Serviços Sociais Autônomos – Entidades Do Sistema “S” A ideia inicial do Sistema “S” era prestar apoio a categorias profissionais. Porém, hoje, vai muito mais além da ideia inicial, prestando, inclusive, atividade típica da Administração Pública de serviços públicos diretamente à sociedade. Quem faz a criação de sistema “S” é a União. As entidades do terceiro setor são pessoas de direito privado, sendo o sistema “S” autorizado por uma lei, mas seguindo as regras do direito privado. Estados e municípios também podem fazer a criação.
A) LICITAÇÃO: não precisa fazer licitação, mas observar os princípios licitatórios. Vão sobreviver com recursos públicos. As empresas pagam um tributo que vai para a entidade. As entidades devem ter um regulamento interno, estabelecendo um processo de competição antes de fazer seus contratos. 
B) COMPETÊNCIA: Súmula 516 do STF: “O Serviço Social da Indústria – SESI – está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual.” Apesar da Súmula antiga, falar do SESI, serve para todas as entidades do sistema “S”.
C) CONCURSO: O STF entendeu que, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, não estão sujeitos à observância da regra de concurso público (CF, art. 37, II) para contratação de seu pessoal. Informativo n. 759 STF. Repercussão geral. RE 789874/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 17/09/2014. Exige um processo seletivo objetivo de caráter impessoal. Contatados pelo regime da CLT.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS’S) – LEI N. 9.637/1998
• Área de Atuação: ensino à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. 
• Conselho de Administração composto por representantes do Poder Público – art. 3º: administra e precisa ser misto, pessoas que representam a sociedade e representantes do governo. 
• Lei n. 9.637/1998 e ADI n. 1923.
I) O procedimento de qualificação das entidades como organizações sociais deveria ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o disposto no art. 20 da Lei n. 9.637/1998; 
II) II) A entidade qualificada como OS não precisa fazer licitação quando for contratar com terceiros. Porém, o processo de contratação deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF
III) III) São válidas as outorgas de permissão de uso de bem público para as entidades qualificadas como OS. Porém, o procedimento deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF; 
IV) IV) As entidades qualificadas como OS não precisam fazer concurso. Porém, a seleção de pessoal pelas organizações sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; 
V) V) As entidades qualificadas como OS estão sujeitas à fiscalização do MP e do TCU. Para o STF qualquer interpretação que restringisse o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas deveria ser afastada.
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) – LEI N. 9.790/1999
• Área de atuação: muito mais amplo que as OS.
Art. 3º A qualificaçãoinstituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: 
I – promoção da assistência social; 
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; 
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; 
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
VII – promoção do voluntariado; 
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
 XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo
• Não podem se qualificar como OSCIP o que tem finalidade lucrativa.
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei: 
I – as sociedades comerciais;
 II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; 
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
 IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; 
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; 
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; 
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; 
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; 
IX – as organizações sociais; 
X – as cooperativas; 
XI – as fundações públicas; 
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; 
XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
As OS vieram substituir órgãos e entidades públicas que foram extintas e as OSCIP tem caráter de auxiliar nas atividades do Estado a prestar serviços públicos para a sociedade. 
Para OS, a entidade participa do processo seletivo e o órgão vai fazer a análise se pode ou não ser qualificada. Já para a OSCIP, a entidade só precisa preencher as condições. 
As OS e as OSCIP têm contratos parecidos, porém, um contrato que antecede a qualificação, no primeiro caso, é um contrato de gestão e o termo de parceria é o que antecede a qualificação das OSCIP. 
Existem as entidades ou fundações de apoio, que quase não aparecem em provas e que tem como objetivo apoiar uma outra fundação ou entidade que já faz parte do Estado. Exemplos: FUB x FINATEC. 
As OSC (organização da sociedade civil) são todas as entidades que estão ao lado do Estado, colaboram com ele, mas não têm a qualificação como OS ou OSCIP, regulado pela Lei n. 13.019/2014.
PODERES ADMINISTRATIVOS – INTRODUÇÃO
Poderes: São instrumentos (caráter instrumental) para que o administrator atenda os interesses da coletividade. (Poder-dever).
ABUSO DE PODER (EXCESSO OU DESVIO DE PODER)
 É o uso incorreto do poder e pode acontecer pelo excesso de poder ou pelo desvio de poder. 
-O excesso de poder ocorre quando a autoridade vai além das suas atribuições. Nasce violado, nesse ato, o elemento competência. 
-Já o desvio de poder acontece quando a autoridade pratica ato sem observar o seu fim diverso do previsto em lei ou pratica ato visando finalidade pessoal. Nesse caso, nasce violado o elemento finalidade. 
· Como exemplo do abuso de poder, pode-se citar a demissão de um servidor feito por um secretário da Receita Federal, onde nasce violado o elemento competência do ato administrativo, já que opor lei apenas o Presidente da República poderia fazer a demissão. Já o desvio de poder, pode-se exemplificar a partir do caso da remoção da Lei n. 8.112 como forma de punição, já que a remoção não tem caráter de punição segundo a referida lei. A remoção também não pode atender fim pessoal do administrador, ela somente deve acontecer para atender interesse da coletividade ou do próprio servidor
A omissão também pode configurar o abuso de poder, tanto pelo excesso como pelo desvio. No entanto, a omissão é mais vista em casos de desvio, uma vez que, é preciso praticar uma conduta para poder incorrer no abuso de poder pelo excesso. Um exemplo de abuso de poder por omissão é ignorar pedidos para atender a vontade pessoal do administrador.
Deveres do agente público - PEPA
Probidade
Eficiência
Prestar contas
Agir
PODERES ADMINISTRATIVOS – PODER DISCIPLINAR
-Poder Disciplinar: é o poder de punir os servidores públicos por suas infrações funcionais e também punir aos particulares, desde que tenham vínculo especial com a Administração Pública. Quando há uma infração do servidor, abre-se um processo administrativo e aplica-se a sanção, que exercida pela autoridade é categorizada como a aplicação do poder disciplinar.
Em relação aos particulares, é preciso que tenham algum vínculo especial. Particular sem vínculo especial decorre punição do poder de polícia. (Um aluno universitário sofrendo sanção da universidade em que estuda é poder disciplinar, já que existe uma relação especial com a entidade da Administração Pública.)
O poder disciplinar tem como característica ser discricionário, ou seja, é marcado pela discricionariedade. Não há discricionariedade para decidir se vai punir ou não quem comprovadamente praticou uma infração, a liberdade está na escolha da sanção a ser aplicada. Também há liberdade em razão do princípio da atipicidade que existe nas infrações administrativas.
Para o STJ, o poder disciplinar é vinculado. Existem julgados do STJ que aparece a frase anterior na ementa, resumo da decisão. Em alguns casos, o órgão julgou a punição como vinculada, ou seja, tem que acontecer uma determinada sanção em determinados contextos.
Para a infração disciplinar é 5 anos o prazo de prescrição do conhecimento do fato. 
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Súmula 343 STJ e SV 5 do STF: Não precisa de defesa técnica por advogado no PAD. O servidor não pode alegar nulidade por falta de defesa de um advogado. A súmula 343 do STJ está sem aplicação.
Lei n. 8.112/1990, art. 126 = independência das instâncias civil, penal e administrativa. A lei prevê que, se na esfera penal acontecer absolvição por negativa do fato ou negativa de autoria, essa absolvição penal vai repercutir, anulando o PAD e arquivar o processo civil. Essa é a única possibilidade de vinculação, pois é a prova que não ocorreu o fato ou que o servidor não é o autor. Absolvição por falta de provas na esfera penal não vincula a via administrativa.
 PODER HIERÁRQUICO 
Trata-se do poder de estabelecer hierarquia entre os órgãos públicos e os servidores públicos. Consequências da hierarquia: 
– Poder de comando, dar ordens: o superior dá ordens para o subordinado. 
– Poder de fiscalização: revogação ou anulação de atos dos subordinados. 
– Poder de

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