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INTRODUÇÃO À ATUÁRIAINTRODUÇÃO À ATUÁRIA HISTÓRIA, CONCEITO EHISTÓRIA, CONCEITO E FINALIDADE DOSFINALIDADE DOS SEGUROSSEGUROS Autor: Esp. Juliano schuh Revisor : A lc ine ide S i lva I N I C I A R introduçãoIntrodução O seguro é o contrato em que as partes envolvidas acordam a cobrança de um prêmio a indenizar à outra parte quanto à existência de um sinistro e de possíveis danos. Essa formatação vem evoluindo ao longo dos anos, principalmente após a Revolução Industrial e o advento da globalização. É preciso avaliar seus fatos históricos mundiais e nacionais, sua regulamentação, seu conceito e sua �nalidade, analisando todas as suas particularidades e características, pois esses são alguns dos fatores que regem o mercado de seguros no Brasil. Compreender esses temas é crucial para um conhecimento mais aprofundado do “mercado de seguros”, o que leva a abrir portas para o crescimento e o desenvolvimento pro�ssional. A globalização potencializou muitos mercados no Brasil e no mundo, entre eles o de seguros, que vem crescendo e evoluindo ao longo do tempo de forma consistente, baseando-se na proteção de bens e serviços para pessoas, empresas e governo. Entender sua história e suas características é mapear o processo evolutivo desse mercado, abrindo os olhos para uma visão de futuro, conforme descreve Santos e Silveira (2001): A globalização e os processos que operam no mundo evidenciando e explanando desigualdades socioespaciais retomam dois conceitos da Geogra�a: o conceito de território e o conceito de lugar. O espaço geográ�co deve ser compreendido como uma mediação entre o mundo e a sociedade local, e assim assumido como um conceito indispensável para a compreensão do funcionamento do mundo atual (SANTOS; SILVEIRA, 2001, p. 21). Com o surgimento do termo “globalização” na década de 1980, o mercado de seguros foi se adaptando a essa nova estrutura, tendo a necessidade de apresentar e desenvolver os princípios básicos da Ciência Atuarial, A Globalização e osA Globalização e os SegurosSeguros demonstrando seu potencial segurador, seus conceitos e termos, apresentando os componentes e as relações presentes nesse universo secundário: o segurado, a seguradora, o corretor de seguros e os resseguros. Isso faz entender que um dos principais princípios provenientes dessa onda de globalização é conceituar a �nalidade do mercado de seguros e suas características, além de de�nir seus elementos. Os órgãos governamentais e as novas instituições regulatórias dos seguros estabelecem novas diretrizes para esse mercado, conforme descreve Keohane e Nye: [...] há um limite do seu poder frente à expansão das forças transfronteiriças que diminuem a capacidade dos governos de controlarem as relações entre as sociedades, e que estimulam esses vínculos transnacionais. [...] nessa concepção, os problemas políticos nem sempre podem ser resolvidos adequada e nem satisfatoriamente, sem a cooperação com outras nações e agentes não– estatais (KEOHANE; NYE, 1989, p. 45). Mesmo com a globalização em curso, de forma mais acentuada mundialmente, o ramo de seguros já atuava em outros países, já desenvolvia suas atividades em outras fronteiras e áreas. A possibilidade da globalização levou grandes seguradoras internacionais a expandirem seus mercados, bem como a entenderem as particularidades regionais, adaptando serviços à demanda de seus clientes. Há uma análise desse fenômeno a partir dos chamados aspectos materiais: �uxos de comércio, de capital e de pessoas facilitados por um contexto de avanço na comunicação eletrônica que parece suprimir as limitações da distância e do tempo na organização e na interação social (HELD; MCGREW, 2001, p. 157). Entender os acontecimentos dos negócios de seguros no Brasil e suas regulamentações, identi�cando os players do mercado segurador, compreendendo as funções das entidades supervisoras de empresas de seguros, bem como descrevendo suas regulamentações são passos importantes no desenvolvimento na obtenção de conhecimento necessário para estruturar novas políticas, metodologias e �loso�as de trabalho ao mercado de seguros no Brasil. praticarVamos Praticar Leia o trecho a seguir. Sabendo que o seguro é a forma de garantia quanto à proteção de um bem, seja ele qual for, as seguradoras, por meio de contratos com seus segurados (clientes), estabelecem regras e detalhes do contrato, sendo este sempre embasado por leis e normas que os órgãos competentes regem e �scalizam tanto para os segurados quanto para as seguradoras. Com base no enunciado, qual a real �nalidade de um seguro? a) Acometer apólice de seguros. b) Gerenciamento individual. c) Acometer perdas e medos. d) Ocultar o alto risco. e) Proteção de bens sociais. Para ter um entendimento e um discernimento mais aprofundados da relação dos seguros quanto às pessoas, empresas e governos, faz-se necessário entender sua história, principais acontecimentos, sua importância ao longo do tempo e suas características tanto no mundo quanto no Brasil. Descobrir a história por trás desse contexto é evoluir na ciência dos seguros. História do Seguro no Mundo A história do Seguro tem seu start na Babilônia, antes de Cristo. Nessa época as caravanas de comerciantes que atravessavam o deserto se deparavam com a morte de alguns camelos, perdendo-os durante a viagem. Os cameleiros �rmaram um acordo entre si: substituir o camelo de quem o perdesse. Já quanto aos fenícios e hebreus, no ramo da navegação, havia o seguinte acordo: quem perdesse seu navio teria outro construído e pago pelos participantes da mesma viagem. A História doA História do SeguroSeguro Durante o século XX, diante das navegações, foram �rmados contratos por escrito, segundo o qual o comandante do navio recebia uma quantia em dinheiro correspondente ao preço do navio e da mercadoria a bordo No caso de algum sinistro (perda do navio ou mercadorias), o comandante tomaria posse do dinheiro, sem necessidade de devolvê-lo. Se a viagem ocorresse dentro da normalidade, o comandante devolveria o total do dinheiro recebido, acrescido de juros. O primeiro contrato de seguro conforme conhecemos hoje ocorreu na cidade de Gênova, na Itália, em 1347, quando foi emitida a primeira apólice de seguros, sendo esta de seguro marítimo. Desde então a atividade relacionada aos seguros, principalmente os marítimos, tornou-se frequente, e vinha ganhando espaço no mercado e na economia mundiais. Em 1678, em Londres, foi fundada por Edward Loyds a segunda Sociedade de Socorro Mútuo e a segunda “bolsa” de seguros do mundo (a primeira foi fundada na França, a Tontinas; porém, quebrou ao longo do tempo). Loyds era dono de um bar por onde passavam vários navegadores; eles, por sua vez, se interessavam pelo negócio de seguros. Por meio de contratos �rmados com esses navegadores, Loyds cresceu e expandiu seus negócios. Suas atividades existem até hoje. A história do seguro tem sido motivo de constantes pronunciamentos da doutrina. As investigações continuam sendo desenvolvidas. Há preocupações de de�ni-lo do modo mais amplo possível, com a �nalidade de ser identi�cada a trajetória desse negócio jurídico no âmbito da cultura dos povos antigos e contemporâneos (DELGADO, 2004, p. 16). Quanto às operações de seguros, cada país tem suas normas e legislação especí�ca, com particularidades de país para país, determinadas por suas características culturais, econômicas e sociais, variando o modelo de seguro, a apólice, a garantia e os valores. Em termos de globalização e buscando uma união das legislações de seguros no mundo, foi criada em 1960 a Aida – Association Internationale de Droit des Assurances. Por estar em mais de 70 países e ser composta por pro�ssionais do Direito, professores, juízes, ministros de Estado e universitários do curso de Direito, bem como devido à participação ativa das principais companhias de seguro do mundo, a Aida tem pontuado suas ações pela diversi�cação, incorporando atividades públicas referentes à previdência e à captação de recursos privados para a geraçãode fundos sociais e investimentos produtivos. Fique por dentro da evolução do seguro na Idade Moderna por meio do infográ�co a seguir: Segunda Guerra Mundial Energia nuclear Urbanização Responsabilidade civil Informática Mudanças climáticas Como podemos ver, os seguros são uma linha em ascensão e desenvolvimento no que se refere às necessidades das atividades humanas, sejam pessoais ou pro�ssionais. As seguradoras desenvolvem cada vez mais estudos aprofundados a respeito dessas necessidades e tendências de seguros, estando preparadas para atender à demanda do mercado. A globalização evidente a partir dos anos de 1980 caracterizou a abertura de mercado para a área dos seguros, conforme evidencia Ribeiro (1999, p. 115): [...] impulsionando as atividades econômicas capitalistas por todo o globo, tendo sua origem nas empresas multinacionais, indicando hoje uma nova etapa na economia mundial, sendo uma forma de gestão conectada e em escala internacional de grandes empresas transnacionais. Provocando uma expectativa no desenvolvimento da produção [...]. A globalização é um fator relevante para as grandes empresas multinacionais de seguros que detêm sede de suas corporações em países desenvolvidos, distribuindo diversas �liais ao redor do mundo. Existe ainda uma rede de pequenas outras empresas, normalmente contratadas para prestação e representação dessas empresas multinacionais, fazendo da área dos seguros uma indústria globalizada, conforme cita Ribeiro(1999, p. 123): [...] A globalização representa a interdependência crescente entre países e mercados, afetando tanto aqueles que se propõem a conhecê-la e estudá-la quanto aqueles que jamais ouviram falar dela. Não é um fenômeno apenas, talvez nem principalmente, econômico. É também cultural, destacando-se o papel da informação globalizada, o que se percebe pelo uso indiscriminado do inglês – idioma da globalização, pelas TVs a cabo, videoconferência, pela internet, en�m, pela temática. Envolve também outros conceitos, que passam a fazer parte do nosso cotidiano, tais como cibernética, biotecnologia, robótica, clonagem, e assim por diante, numa verdadeira avalanche de mudanças que temos di�culdade de assimilar. [...] A globalização traz a abertura de novos mercados e também novas possibilidades à indústria de seguros, incorporando e tomando uma estrutura essencial ao atendimento das necessidades e demandas de pessoas, empresas e países. A globalização traz ao mundo dos seguros a importância de adaptação a diversas culturas, conceitos e metodologias, buscando sempre atender às necessidades regionais através da técnica e dos conceitos mais modernos e atuais da “ciência dos seguros”. História dos Seguros no Brasil O desenvolvimento dos seguros chega ao Brasil algumas décadas após o Descobrimento. Essa atividade econômica é regulamentada e está entre uma das mais antigas do Brasil, tendo seu início e desenvolvimento com os Jesuítas, principalmente o Padre José de Anchieta. A regulamentação dos seguros no Brasil data de 1791, ano em que foram estruturadas as “Regulações da Casa de Seguros de Lisboa”, mantidas até a data da proclamação da independência, em 1822. Em 1808, alguns anos antes da Proclamação da República, foi fundada na Bahia a primeira seguradora do Brasil, a Companhia de Seguros Boa Fé, que tinha em seu rol de serviços a atividade de atuar em seguros marítimos, ramo crescente após a abertura dos portos brasileiros. Com base em leis portuguesas, a �scalização da atividade teve seu início em 1831 por meio da Procuradoria de Seguros das Províncias Imperiais. Embora esse Código de Normatização abordasse apenas atividades de seguros marítimos, por volta do século XIX outras seguradoras aprovaram seus estatutos para atender a outros segmentos da linha de seguros. Já em 1895 as seguradoras estrangeiras começam a ser supervisionadas na legislação nacional vigente. Com o Decreto 4.270 de 1901, vinculado ao Ministério da Fazenda, é idealizada a Superintendência Geral de Seguros, cuja �nalidade era �scalizar todas as seguradoras do país. Até o ano de 1994 os seguros não vinham se expandindo em nível comparativo com outros países do mundo; somente com a implantação da moeda “Real”, com os controles da in�ação e o início de uma estabilidade econômica mais acentuada é que o mercado de seguros no Brasil começou a evoluir a passos mais largos. Com a abertura de mercado, houve um crescimento econômico do Brasil e, consequentemente, o setor de seguros acompanhou essa onda de desenvolvimento, crescendo ano após ano, demonstrando maturidade e pro�ssionalismo para atender à demanda crescente, diversi�cada e cada vez mais exigente de seus clientes (pessoas, empresas e governos). O relatório estatístico elaborado pela CNSEG (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais) destaca a importância e o papel dos seguros na economia nacional. Vale também destacar que o mercado segurador promove o crescimento econômico ao reduzir a necessidade de capital das empresas; promove o investimento e a inovação criando um ambiente de maior segurança. As seguradoras são parceiros sólidos para o desenvolvimento de um sistema complementar de proteção social e, como investidores institucionais, as seguradoras contribuem para modernização dos mercados �nanceiros e facilitam o acesso das empresas ao capital (CNSEG, 2006, p. 4). Os seguros têm sua popularidade estabelecida quando os indivíduos percebem que é �nanceiramente viável ter um seguro em oposição a poupar de forma individual, acumulando uma quantia �nanceira para suprir qualquer dano ou imprevisto causado ao possível bem a ser segurado. Dessa forma, o seguro se torna uma vantagem devido à sua mutualidade; são de�nidas antecipadamente as regras a serem acordadas na apólice de seguro. O mutualismo (ou mutualidade) diante de seus segurados tem em seu signi�cado a solidariedade �nanceira de um mesmo grupo, ou seja, é uma cooperação �nanceira de muitos do mesmo grupo: alguns podem fazer uso dos recursos, conforme contrato, diante da necessidade previamente estabelecida. Em países com sistemas �nanceiros bem-estruturados e maduros, a sociedade desfruta do crescimento dos seguros de forma mais constante e estável no longo prazo, levando a um impacto importante e signi�cativo nessas estruturas de mutualismo e proteção. praticarVamos Praticar “A globalização propiciou uma mudança cognitiva, na qual a população cada vez mais compreende que os acontecimentos distantes podem também in�uenciar os destinos locais, e que o inverso também é verdadeiro”. HELD, D.; MCGREW, A. Prós e contras da globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 124. Com base no enunciado descrito por Held (2001), em que ano se dá a abertura do mercado de seguros no Brasil? a) 1960. b) 2000. c) 1937. d) 1994. e) 1966. Como em todo mercado, existem regras e normas a serem seguidas no ramo de seguros, estabelecendo o funcionamento de um mercado. Portanto, a indústria dos seguros é estabelecida por regulamentação, por órgãos estatais e entidades jurídicas, que atuam nesse mercado para desenvolvê-lo. O SNSP (Sistema Nacional de Seguros Privados) é o órgão regulamentador dos players desse mercado. Players do Mercado de Seguros As seguradoras têm um importante papel no desenvolvimento da economia dos países, pois, conforme Silva e Chan (2015), protegem o patrimônio, reduzem incertezas de grandes avarias, diminuindo o medo de tomadas de decisões. Dessa forma, encorajam investimentos à inovação, estimulando a concorrência de livre mercado, fomentando o crescimento econômico em diversos setores da economia. SNSP – SistemaSNSP – Sistema Nacional deNacional de Seguros PrivadosSeguros Privados O seguro tem por objetivo a transferência ou minimização do risco decorrente de eventos aleatórios causadores de danos, sendo baseado no conceito de mutualismo. Ou seja, são estruturas �nanceiras que visam indenizar os segurados e seus bene�ciários no caso de ocorrência de eventos imprevisíveis que possam impactar negativamente.Assim, para reduzir os impactos, é formalizado um contrato junto às seguradoras, no qual são �xados os limites de cobertura, o prazo de vigência, bem como o prêmio a ser pago à seguradora pela assunção dos riscos cobertos (SILVA; CHAN, 2015, p. 23). Nas últimas décadas, o Brasil tem vivenciado um signi�cativo crescimento no mercado de seguros. As atividades desempenhadas por esse mercado, tanto como intermediador �nanceiro quanto como provedor de transferências e gerenciador de riscos, possibilitaram a expansão signi�cativa das seguradoras e de todo o seu mercado. Compreendemos também que o mercado segurador, com o crescimento dos últimos anos, forti�cou ainda mais a promoção do mercado de seguros, tendo in�uência econômica direta no ramo empresarial, liberando as empresas �nanceiramente de resguardar grandes volumes de capital para proteger o patrimônio. Os seguros, embora tenham seus custos �nanceiros, �guram um valor a ser pago por uma apólice muito menor do que o montante que uma empresa deveria guardar para assegurar possíveis contratempos. Dessa maneira, contratando um seguro, sobram valores para as empresas investirem e movimentarem suas economias regionais, nacionais e internacionais, gerando desenvolvimento para elas e para o país. Regulamentação do Mercado Segurador saibamaisSaiba mais Como todo mercado, o Brasil tem seus players, que são as seguradoras que atuam no mercado nacional e, dentro do seu contexto pro�ssional, oferecem os melhores serviços para pessoas, empresas e governo. Como atuantes no mercado nacional, podemos destacar as principais seguradoras, que você vê no link a seguir, bem como sua participação de mercado. Com o intuito de levantar dados das principais empresas seguradoras do Brasil, o link indicado traz muitos dados peculiares sobre o mercado de seguros, como, por exemplo, no que se refere aos riscos �nanceiros, aos ramos de seguros diversos e aos critérios de avaliação. É um artigo muito útil para uma compreensão maior da dimensão das seguradoras no Brasil. ACESSAR https://www.sincor.org.br/wp-content/uploads/2019/05/ranking_das_seguradoras_2018.pdf A regulamentação da indústria de seguros é regida por leis, regras e normas, para que sua atividade seja transparente, correta e siga padrões e normas estipulados nacional e internacionalmente. No Brasil existem alguns órgãos e entidades responsáveis pela estrutura organizacional dos seguros, como, por exemplo, o CNSP, a Susep, empresas de seguros, previdência privada e capitalização, empresas de resseguro e corretores de seguros. O CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) tem poderes para regular e estruturar as políticas de seguros e resseguros, o funcionamento, a inspeção e a organização das seguradoras e corretoras e também de corretores independentes, e está ligado diretamente ao Ministério da Economia. saibamaisSaiba mais A Susep (Superintendência de Seguros Privados) é uma autarquia federal que regula a implantação de políticas desenvolvidas pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados); ela �scaliza a indústria de seguros e todas as suas particularidades, como transferências de titularidade, autorização de operações e �scalização das fusões e incorporações, criando e estabelecendo regulamentos da área dos seguros. A Susep foi criada pelo Decreto n° 73, de 21 de novembro de 1966. “[...] o Decreto n° 73, de 21 de novembro de 1966, que criou a Susep, dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências”. Para saber mais, acesse o material disponível no link a seguir. Fonte: Brasil (1966). ACESSAR http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0073.htm Conheça a composição e as atribuições do CNSP: COMPOSIÇÃO ATUAL DO CNSP MINISTRO DA ECONOMIA – Presidente SUPERINTENDENTE DA Susep– Presidente Substituto Representante do Ministério da Justiça Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social Representante do Banco Central do Brasil Representante da Comissão de Valores Mobiliários ATRIBUIÇÕES DO CNSP 1. Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; 2. Regular a constituição, organização, funcionamento e �scalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; 3. Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; 4. Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; 5. Conhecer dos recursos de decisão da Susep e do IRB; 6. Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com �xação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; 7. Disciplinar a corretagem do mercado e a pro�ssão de corretor (SUSEP, on-line). Para entender melhor a hierarquia institucional dos seguros no Brasil, con�ra a �gura a seguir: Figura 1.1 - Hierarquia dos seguros Fonte: Elaborada pelo autor. Os órgãos operadores formam a base que constitui o mercado de seguros privados. São eles: Seguradora: empresa que assume os riscos a que o segurado possa estar exposto. Também tem a obrigação de indenizar esse segurado caso ele venha a ter algum tipo de prejuízo, desde que coberto em apólice de seguros. Alguns exemplos de empresas são a Mapfre, Porto Seguro e Sul América. Resseguradoras: empresas que fazem o seguro das outras seguradoras. São empresas especializadas nesta atividade. A maior empresa deste ramo no Brasil é o Instituto de Resseguros do Brasil; Sociedades de Capitalização: administram recursos aplicados em títulos de capitalização por intermédio dos quais o contribuinte participa de sorteios. Essa capitalização se caracteriza como uma poupança de longo prazo conjugada com sorteios, como forma de estímulo. Hoje em dia as sociedades de títulos de capitalização também fazem parte dos bancos múltiplos, mas os maiores exemplos são a Tele Sena e o título de capitalização para garantia de locação de imóvel; Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): entidades que têm como objetivo de constituir e operar planos de previdência privada. Essas seguradoras operam o produto chamado de “seguro de sobrevivência” onde o segurado recebe uma renda ou benefício de pagamento único por sobreviver por determinado período; Corretoras de seguros: Estes são os responsáveis pela intermediação entre as seguradoras e os segurados. O corretor e a corretora de seguros atuam na parte comercial dos seguros e cumprem a função de consultores de negócios representando diversas corretoras. A corretora trabalha criar um elo mais próximo entre o segurado e a seguradora (SUSEP, on-line). A lei e os códigos que regulam as práticas dos seguros no Brasil são atualizados e vão ao encontro das normas e regras internacionais, dando um signi�cado ainda maior de transparência na relação entre seguradoras e seus clientes, baseando-se no novo Código Civil. A regulamentação do setor de seguros e suas características podem ser encontradas no livro abordado na próxima atividade. praticarVamos Praticar Para regular o mercado de seguros, surgiram ao longo do tempo algumas entidades com base governamental, instituídas por decreto-lei que, além de �scalizar, normatizam as atividades do seguro no Brasil. Segundo Contador e Ferraz (1998, p. 23), essas entidades têm a função de “[...] regular e �scalizar os mercados de seguro, previdência complementar aberta, capitalização, resseguros e os corretores de seguros e resseguros habilitados [...]. É ainda dotada de autoridade para averiguar e punir práticas que ferem seguradoras, o mercado em si e, como novidade no setor, os consumidores”. CONTADOR, C. R.; FERRAZ, C. B. Macroeconomia e seguros: a montagem de cenários estratégicos. Rio de janeiro: Silcon Estudos Econômicos, 1998. p. 23. Com base no conteúdo apresentado no enunciado, qual é o órgão responsável por tal ação? a) Susep. b) CNSP e Susep. c) CNSP. d) Ministério da Economia.e) Ministério da Economia e CNSP. Neste capítulo será abordada a �nalidade de um seguro, que é a de proteger o patrimônio e dar garantias �nanceiras a um possível sinistro de um bem ou patrimônio, seja ele físico ou de propriedade intelectual, pertencente à pessoa física, jurídica ou governamental. Diante disso, os contratos entre as partes expressam livremente as condições antecipadamente estabelecidas, vigorando então um contrato de adesão. O pagamento de indenização será devido no caso de ocorrer um sinistro diante do bem e do patrimônio segurado. Elementos e Características dos Seguros Nas relações entre seguradora e segurado, são estruturados alguns pontos e princípios relevantes dessa parceria de negócios. O segurador, mediante pagamento do prêmio por seu segurado, assume o risco do patrimônio enquanto durar o contrato da apólice de seguro. Já para o segurado é Finalidade doFinalidade do SeguroSeguro calculado o valor do prêmio e o pagamento deste com base no bem ou patrimônio a ser segurado pela seguradora. Esse valor é acordado em contrato sob forma de apólice de seguro; é o documento o�cial que comprova, em caso de sinistro, a restituição do bem ou dos valores correspondentes pela seguradora. Com garantia de tranquilidade e segurança aos seus clientes, a seguradora tem papel importante na economia, pois, levando em conta as diversas modalidades de seguros e sua quantidade crescente nos últimos anos, conforme descrito anteriormente, essa movimentação �nanceira e seus impactos positivos na economia contribuem para que a seguradora, caso exista um sinistro, garanta o pagamento das indenizações aos seus segurados, mediante fundo �nanceiro por ela antes estruturado. Para entender melhor as características de um contrato de seguro, Delgado (2004, p. 43) sintetiza os seguintes tópicos: ● Bilateral – Pois estabelece responsabilidade, direitos e obrigações para as partes contratantes, segurado e segurador. ● Sintagmático – Há dependência recíproca das obrigações, onde as partes devem cumprir suas obrigações decorrentes da mesma relação jurídica contratual. ● Consensual – Surge através de acordo de vontades. ● Oneroso – Onde segurado e segurador têm custos na ocorrência de sinistro descrito em contrato, no pagamento do prêmio e nas despesas de indenização ou reparação. ● Aleatório – Condição imposta ou aceita em um contrato, em que seu cumprimento depende do acontecimento de evento futuro e incerto, sendo um contrato de risco. ● Solene ou Formal – A forma do contrato de seguro é constituída de formalidades e formas oriundas de leis que conferem características de importância e estabilidade. ● De Boa-Fé – Pois obriga as partes a agirem com a máxima integridade e honestidade na interpretação dos termos do contrato e no cumprimento dos compromissos assumidos. ● De Execução Sucessiva ou Continuada – Negócio a que se destina certa duração (DELGADO, 2004, p. 43). Algumas características ainda podem ser de�nidas e estruturadas nas particularidades de um seguro: Entre os elementos principais que geram a formalização no momento da contratação de um seguro, temos a proposta, a apólice do seguro, o endosso, os averbamentos complementares do contrato e, por �m, o bilhete. Em muitos casos, dependendo das particularidades e dos valores envolvidos, uma seguradora faz um resseguro, que consiste em repassar totalmente ou parcialmente para outra seguradora o contrato estruturado com o seu cliente assegurado. O resseguro tem a �nalidade de minimizar o impacto �nanceiro da seguradora, caso exista algum sinistro com o patrimônio de seu assegurado, pulverizando a diversi�cação dos riscos. O resseguro proporcional tem como característica o fato de que os prêmios relacionados a um possível sinistro serão calculados proporcionalmente, tudo isso estabelecido previamente com a seguradora. O resseguro não proporcional refere-se a quando não existe uma divisão proporcional sobre a indenização na ocorrência de um sinistro. Para essa modalidade, a seguradora determina um valor máximo de prêmio indenizatório; havendo um sinistro, o ressegurado terá que cumprir o pagamento da diferença da indenização, conforme acordado na apólice de seguro. A indústria dos seguros tem �nalidade social e econômica em um país, pois busca minimizar os riscos dos setores produtivos de uma sociedade, além do risco à vida e ao patrimônio de pessoas, empresas e governo. A atividade de seguros também envolve planos previdenciários, títulos de capitalização, e é geradora de impostos, empregando pro�ssionais das mais diferentes áreas para atuar no ramo de seguros, como advogados, vendedores, economistas, administradores, contadores, entre outros. praticarVamos Praticar Leia o trecho a seguir, que fala da mutualidade. “As seguradoras têm limites máximos de aceitação de riscos. A razão é simples: a seguradora não aceita um único risco. Ela trabalha a totalidade de suas carteiras, oferecendo garantia para cada um de seus segurados, nos termos de suas apólices. Assim, uma seguradora não tem um segurado, mas centenas ou milhares deles, cada um com um tamanho, um risco, um tipo de garantia e um prêmio especí�co”. Com base no enunciado, o que garante o pagamento de um sinistro pela seguradora para um segurado? a) A necessidade de a seguradora, em análise de proposta de seus clientes, apenas calcular muito bem os riscos. Isso a deixaria com folga para gerenciar financeiramente qualquer sinistro futuro relacionado a essa apólice. b) O cálculo dos riscos e o fato de que o grupo de clientes (segurados) é a fonte principal de receita para a garantia de um sinistro, tendo em vista que nem todos os segurados farão uso do seguro ao mesmo tempo. c) A garantia vem da certeza de que poucos sinistros vão acontecer e de que, se for necessário, a seguradora poderá utilizar o dinheiro de outros serviços, como os Títulos de Capitalização, para suprir esses rombos financeiros. d) A seguradora trabalha com uma margem muito alta de lucratividade, e isso garante qualquer tipo de sinistro, fazendo com que ela tome apenas alguns cuidados de riscos no momento de realizar um contrato de seguro com algum cliente. e) A seguradora recorre sempre a outras seguradoras, ou seja, sempre que alguém faz um seguro, ela faz o resseguro com outra seguradora, não havendo para esta seguradora qualquer tipo de prejuízo no momento de pagar um sinistro. indicações Material Complementar LIVRO Seguros e resseguros: aspectos técnicos, jurídicos e econômicos Editora: Saraiva Autora: Angélica Carline ISBN: 9788502107021 Comentário: Sugere-se a leitura desse livro para complementar os estudos e esclarecer os aspectos e as características que envolvem o mercado de seguros e resseguros, abordando também aspectos econômicos, jurídicos e técnicos. WEB Como criamos o seguro Ano: 2017 Comentário: O vídeo relata a história do seguro no Brasil e no mundo, abordando fatos e datas que construíram a história da Ciência Atuarial. A C E S S A R https://www.youtube.com/watch?v=uYqZkMigAiw conclusão Conclusão No que tange ao conceito e ao desenvolvimento dos seguros no mundo, a tradução mais humana e �losó�ca dessa atividade poderá descrever que essa ação busca proteger a vida e o patrimônio da sociedade. Visa dar tranquilidade para as pessoas sonharem, ousarem e realizarem, tendo a certeza de que os riscos para viver suas vidas estarão amparados por uma indústria de seguros. No Brasil ainda existe muito o que evoluir, e as seguradoras estão se forti�cando e estabilizando no mercado brasileiro, progredindo em seus processos e serviços, caracterizando ainda mais o seu papel principal, que é o da função social e econômica. referências Referências Bibliográ�cas BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Diário O�cial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0073.htm. Acesso em: 18 abr. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0073.htm CARLINI, A.; SCHALCH, D. Seguros eresseguros: aspectos técnicos, jurídicos e econômicos. São Paulo: Saraiva: Vigília, 2010. [Disponível na biblioteca virtual] CNSEG. Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização. Relatórios Estatísticos. 2006. DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora LTr, 2004. HELD, D.; MCGREW, A. Prós e contras da globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. KEOHANE, R. O.; NYE, J. S. Poder e interdependência. Boston: Scott, Foresman and Company, 1989. MENDONÇA, A. P. Resseguro, a globalização dos riscos. Estadão. Caderno de Economia. São Paulo, 2017. p. 46. 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