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Associação de múltiplas comorbidades, controle da glicemia e uso de medicações hipoglicemiantes nas hospitalizações ou atendimentos na emergência em pacientes diabéticos. Rozalina G. McCoy, MD, MS; Kasia J. Lipska, MD, MHS; Holly K. Van Houten, BA; Nilay D. Shah, PhD JAMA Network Open Janeiro 2020 Introdução A hipoglicemia é uma complicação importante da diabetes, sendo que múltiplos fatores podem aumentar o risco de sua ocorrência. Alguns guidelines recomendam um controle da glicemia mais permissivo para pacientes mais idosos, com certas comorbidades ou com alguma vulnerabilidade social. American Diabetes Association (ADA), American Geriatrics Society (AGS), e US Department of Veterans Affairs/Department of Defense (VA/DoD) definiu 16 doenças crônicas, nas quais podemos ser mais permissivos no controle da glicemia e ter mais cuidado para escolher a medicação correta. Porém os estudos até então não definiam claramente a relação dessas comorbidades com o risco de hopoglicemia. Introdução Neste estudos, foi avaliado a taxa de atendimento em emergência ou hospitalização em adultos com diabetes nos Estados Unidos com as características demográficas (idade e etnia), tipo de diabetes, múltiplas comorbidades, primeiro episodio de hipoglicemia grave, medicamento de escolha para o tratamento e o nível de controle da glicemia. Objetivo Avaliar as associações dos principais fatores relacionados ao paciente, à doença e ao tratamento com hipoglicemiantes às internações ou atendimentos em emergência, focando nas comorbidades relacionadas nos guidelines; Examinar se a contagem de comorbidades sozinha, independentemente das condições específicas que a compõem, é associado ao risco de internações ou atendimentos em emergência relacionado a hipoglicemia. Método – Desenho do estudo Estudo de coorte retrospectivo que usou os dados do OptumLabs Data Warehouse (OLDW), no período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2014. Os dados foram analisados entre Dezembro de 2017 e Setembro de 2018. A data para entrada no estudo foi a última avaliação da hemoglobina glicada em 2015. As variáveis foram analisados nos dados de 12 meses antes desta data e as internações ou atendimentos de emergência nos 12 meses após. Método - população Adultos (>18 anos), diabéticos, que dosaram a hemoglobina glicada entre Janeiro 2015 e Dezembro de 2015. Os participantes também deveriam ter dados sobre as medicações de uso de 12 meses antes desta data e acompanhamento nos próximos 12 meses. O paciente era classificado como diabetes tipo 1 se na maioria das consultas foi classificado com este CID e teve pelo menos uma requisição de insulina. Total de 201.705 pacientes, média de idade 65,8 anos Desfecho primário Número de atendimentos de emergência ou hospitalização por hipoglicemia durante os 12 meses após a data da avaliação da hemoglobina glicada. Variáveis independentes Demência; Doença renal terminal; Doença renal crônica estágio 3 ou 4; IAM; Insuficiência cardíaca; Doença cerebrovascular; DPOC; Câncer (exceto de pele não melanoma); Cirrose; Retinopatia proliferativa; Neuropatia periférica; Hipertensão Arterial Sistêmica; Arritmia; Incontinência urinária; Depressão; Queda; Características demográficas: idade, sexo e etnia; Renda anual; Nível de hemoglobina glicada; Medicação utilizada: sulfonilureia, insulina ou outros medicamentos. Análise estatística Grupo de referência: idade entre 18 e 44 anos, sexo masculino, branco, com renda anual menor que $40.000, com nenhuma a uma comorbidade, com nenhum episódio de hipoglicemia em um ano, hemoglobina glicada entre 6,5% e 6,9%, utilizando medicação sem ser insulina ou sulfonilureia. Resultados Taxa geral: 9.06/1000 (95%IC; 8,64 – 9,47) Pacientes com maiores taxas: Idade >75 anos; Renda anual <$40.000 Maior número de comorbidades; Hemoglobina Glicada >8.0; Negros; Diabéticos tipo 1; Doença renal terminal; Doença renal crônica grau 3 e 4; IAM; Queda. Discussão Multicomorbidades cumulativas, independente de uma comorbidade específica, aumentam o risco de hipoglicemia (adultos jovens); Idade >75 anos (principalmente em diabetes tipo 2); Negros (diabetes tipo 2); Diabetes tipo 1; Primeiro episódio de hipoglicemia; Medicação utilizada: Insulina basal + bolus (diabetes tipo 2). Limitações Muitos episódios de hipoglicemias não chegam ao atendimento de emergência ou hospitalizações; Uso de medicações não relatadas; Não foi considerado o modo de aplicação da insulina e o tipo de insulina; Algumas comorbidades não foram relatadas; Não foi avaliado a glicemia. Conclusão Multicomorbidades cumulativas é um fator de risco importante para hipoglicemia, principalmente em adultos jovens; O principal fator de risco independente é a escolha da medicação, sendo que os que usam insulina basal e bolus de insulina tem maior risco de hipoglicemia; Deve-se preferir medicações não insulina ou sulfonilureia se possível. Em pacientes diabéticos tipo 1 e com doença renal que obrigatoriamente usam insulina, deve-se ter uma melhor monitorização, controle das doses e conscientização da população. Obrigada.
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