Lista de exercícios - introdução a economia

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LISTA DE EXERCÍCIOS
NOMES: Camila de Paris, Emily Tomasi, Luciana C. de Oliveira.
QUESTÃO 01
A década de 1990 é considerada relevante para a economia brasileira, dentre
outros motivos, por apresentar novos marcos institucionais que romperam com
as principais características das décadas entre 1930 e 1980, quando as
políticas econômicas, com intervencionismo estatal, associavam
desenvolvimento econômico com industrialização. Disserte sobre as principais
medidas de política econômica da década de 1990 e avalie em que medida as
mesmas teriam representado rompimento com as décadas mencionadas.
RESPOSTA:
As principais características do desenvolvimento econômico nas décadas de
1930 e 1980 se dá pela política de substituições de importações, tendo o
governo incentivado a indústria e o setor da infraestrutura, bem como atuado
na área econômica através de empréstimos a baixo custo em bancos públicos
e de desenvolvimento. Junto com o processo de desenvolvimento econômico,
houve forte regulamentação de tarifas para proteção da economia. Já nos anos
1990, houve significativa abertura comercial e financeira, mudando
drasticamente o foco da política industrial para uma política que visava mais
estabilidade econômica. Assim, a partir do governo Collor, foram gradualmente
implementados processos de abertura e privatizações, tendo seu pico no
governo FHC, permitindo assim uma renovação de máquinas e equipamentos
que alavancaram a produtividade.
Enquanto nos anos 30 e 80, a principal motivação era fechar as importações a
fim de fortalecer a economia e a indústria do país, os anos 90 visavam o forte
investimento externo e o crescimento econômico através de parcerias externas.
QUESTÃO 02
Sobre a política econômica realizada na primeira década do século XXI,
indique se as alternativas são falsas (F) ou verdadeiras (V), justificando as
falsas:
(a) Com o dólar e a inflação em queda, a situação externa do país nos anos
iniciais da década sinalizava que o risco de insolvência dos anos anteriores
estava afastado.
(b) A elevação da meta de superávit primário em 2003 foi uma das medidas
tomadas para reverter a desconfiança dos mercados financeiros, captada, por
exemplo, pelo indicador de risco-país.
(c) O Plano Plurianual 2004-2007 propôs que parcerias com o setor privado e
com organizações não governamentais deveriam substituir o Estado como
indutor do crescimento, sendo este modelo de Estado considerado superado
como herança histórica do processo de substituição de importações.
(d) O anúncio das metas de inflação para 2003 e 2004, por parte do novo
Governo, afirmava a manutenção do regime de metas de inflação adotado no
Governo anterior, embora aumentasse as taxas com relação às observadas em
2002, o que sinalizava para o afrouxamento da política anti-inflacionária
(e) O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), de 2007, incorporou
propostas para alavancar os investimentos, objetivando reverter uma
conjuntura que sinalizava para o ingresso em uma fase de recessão.
RESPOSTA:
A alternativa verdadeira é a B. As alternativas A, C, D e E são falsas.
JUSTIFICATIVA:
A - Com o dólar e a inflação em queda, a situação externa do país nos anos
iniciais da década sinalizava que o risco de insolvência dos anos anteriores
estava afastado. Pelo contrário, o governo de FHC terminou com intensa
instabilidade econômica e o início do ano de 2000 foi marcado pelaspressões
da taxa de câmbio e aceleração inflacionária, ficando marcado pela
desconfiança quanto a economia brasileira.
C - O Plano Plurianual 2004-2007 propôs que parcerias com o setor privado e
com organizações não governamentais deveriam substituir o Estado como
indutor do crescimento, sendo este modelo de Estado considerado superado
como herança histórica do processo de substituição de importações.O governo
do Presidente Lula ficou marcado pela retomada do papel do Estado enquanto
executor de políticas sociais e indutor de crescimento.
D - O anúncio das metas de inflação para 2003 e 2004, por parte do novo
Governo, afirmava a manutenção do regime de metas de inflação adotado no
Governo anterior, embora aumentasse as taxas com relação às observadas em
2002, o que sinalizava para o afrouxamento da política anti-inflacionária.Como
aponta Gremaud (2012), no governo Lula firmou-se o compromisso com a
estabilidade e o ajustamento fiscal com elevaçãodas metas de superávit
primário anunciadas para 2003 de 3,75%, mantendo-se nos 4 anos de governo
e as metas de inflação de 2003 8,5% e 5,5 para 2004, resultando em um
considerável declínio ao se comparar ao governo anterior, sinalizando uma
política anti-inflacionário e não seu afrouxamento.
E - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), de 2007, incorporou
propostas para alavancar os investimentos, objetivando reverter uma
conjuntura que sinalizava para o ingresso em uma fase de recessão. O
programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi criado em 2007, com o
intuito de retomar o planejamento e efetivação de obras de infraestrutura
urbana, social, energética e logística, contribuindo para demanda de empregos
e geração de renda, o que foi fundamental durante a crise financeira mundial,
que ocorreu após o lançamento do PAC 1, que levaria para uma fase de
regressão, pois garantiu que a economia se mantivesse ativa e suavizou os
efeitos da crise.
QUESTÃO 03
Sobre os debates a respeito da evolução da indústria brasileira a partir dos
anos 1990 indique se as alternativas são falsas (F) ou verdadeiras (V),
justificando as falsas:
(a) A apreciação cambial que ocorre em 1994 não parece ter afetado o
coeficiente de penetração (importações/produção) na média da indústria de
transformação, pois se verificou significativo aumento anterior deste coeficiente
como decorrência da abertura comercial prévia à apreciação cambial de 1994.
(b) A modernização de segmentos específicos da indústria brasileira foi muito
favorecida pelo processo de privatização de alguns setores, como o elétrico,
que graças a tal processo foi capaz de gerar uma capacidade adequada de
oferta à expansão do investimento privado industrial.
(c) Apesar do caráter liberalizante dos governos FHC, ocorreu em 1995 uma
elevação da tarifa média de importação em razão da apreensão causada pela
deterioração da conta externa pós-crise do México.
(d) O efeito da apreciação cambial a partir de 1994 se fez sentir mais
fortemente nos setores intensivos em mão de obra, comparados aos intensivos
em tecnologia, como podem atestar as variações dos coeficientes de abertura
e penetração destes setores.
(e) A abertura econômica teve um impacto desigual sobre o setor intensivo em
tecnologia, com uma elevação da participação no valor da transformação
industrial (VTI) do segmento de material de transporte e um declínio do
segmento de material elétrico e de comunicações.
RESPOSTA:
As alternativas verdadeiras são a C e a E. As alternativas A, B e D são falsas.
JUSTIFICATIVA:
(a) A apreciação cambial afetou sim o coeficiente de penetração, pois no inicio
do plano real, as importações tiveram um aumento de mais de 30%, sendo
superior ao crescimento da indústria de transformação que era de 7,8% no
mesmo ano, e se a trajetória de apreciação não tivesse iniciado em julho de 94,
esse resultado poderia ser ainda mais significativo.
(b) A modernização de segmentos específicos da indústria brasileira pode ter
sido favorecida pelo processo de privatização de alguns setores, porém não é o
caso da privatização do setor elétrico, que é bastante criticado devido
inadequações no marco regulatório e pela falta de planejamento do setor,
pontos que teriam levado a crise energética em 2001, período de forte
escassez de chuvas.
(d) A mobilidade de mão de obra costuma ser inferior a de bens e de capital,
assim os efeitos da apreciação cambial tendem a ocorrer mais no setor de
comercializáveis do que no setor de não comercializáveis.
QUESTÃO 04
Sobre a economia brasileira nas últimas duas décadas,indique se as
alternativas são falsas (F) ou verdadeiras (V), justificando as falsas:
(a) A indústria de transformação perdeu participação no PIB ao longo da
década de 1990 e, a partir dos primeiros anos do século XXI, manteve-se
praticamente constante.
(b) O crescimento expressivo do agronegócio (agricultura empresarial) no
Brasil contou com incentivos governamentais voltados a apoiar o setor, como o
PRONAF.
(c) A decisão governamental de intervir no mercado de derivativos em 2011
contribuiu para alterar a política de apreciação cambial que vinha sendo
praticada nos anos anteriores.
(d) A apreciação do real, a partir de 2005, associada à maior volatilidade dos
juros, contribuiu para que os títulos indexados ao câmbio ganhassem
preferência do mercado, tendo como contrapartida a queda dos títulos
prefixados.
(e) Na primeira década do século XXI, o aumento do emprego deveu-se
principalmente ao crescimento do emprego informal, já que para o emprego
formal a taxa de crescimento manteve-se relativamente estagnada.
RESPOSTA:
A alternativa verdadeira é a letra C. As alternativas A, B, D e E são falsas.
JUSTIFICATIVA:
(a) Conforme os dados do IBGE e FIESP, no ano de 1985 o PIB subiu para
21,8%, mas a partir de 1986 houve grande perda de participação da indústria
na produção agregada do Brasil, ocorrendo um processo de
desindustrialização, onde a participação da indústria de transformação no PIB
declinou, chegando a 11,8% no ano de 2017.
(b) O agronegócio empresarial não se beneficia de incentivos governamentais
como o Pronaf, que é um projeto que visa beneficiar a agricultura familiar e
assentados da reforma agrária, gerando renda para projetos individuais ou
coletivos que estejam voltados para o fortalecimento da agricultura familiar.
(d) A apreciação do real, a partir de 2005, associada à maior volatilidade dos
juros, pelo contrário, houve o aumento da participação da dívida prefixada entre
2005 e 2013, subindo de 26,6% para 51,7% em dezembro de 2013.
(e) Nos primeiros anos do século XXI houve um considerável aumento da
formalização do trabalho, apenas entre os anos de 2002 e 2012 foram criados
quase 15 milhões de empregos de carteira assinada.
Fonte: GREMAUND, Amaury P., VASCONSELLOS, M. A. S., TONETO,
Rudinei. Economia brasileira contemporânea. São Paulo, 7. Ed., Atlas, 2012.
Banco Central do Brasil. Relatório Anual. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/pec/boletim/banual2005/rel2005p.pdf. Acesso em: 22 de
junho de 2019.
Banco Central do Brasil. FAQ - Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar – Pronaf. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.g
ov.br%2Fpre%2Fbc_atende%2Fport%2FPRONAF.asp#1. Acesso em: 22 de
junho de 2019.
https://www.bcb.gov.br/pec/boletim/banual2005/rel2005p.pdf
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fbc_atende%2Fport%2FPRONAF.asp#1
https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fbc_atende%2Fport%2FPRONAF.asp#1
IBGE – Estatísticas do Século XX. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em 22 e 23 de
junho de 2019.
OREIRO, J. L., FEIJÓ, C. A. Desindustrialização: conceituação, causas,
efeitos e os caso brasileiro. Rev. Econ. Polit. vol.30 no.2 São Paulo Apr./June
2010.
https://www.ibge.gov.br/