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Julie Oliveira – Turma IX CHOQUE Choque é o estado de hipoperfusão tecidual generalizada. Deve-se tirar de mente o conceito de que todo choque tem hipotensão. Apesar da maioria dos quadros de choque cursarem com hipotensão isso não é uma regra. Exemplo: paciente que normalmente tem pressão 200x100 pode estar em choque com PA 120X80. QUADRO CLÍNICO • Rebaixamento sensório por hipoperfusão cerebral. • Parestesia. • Tempo de enchimento capilar lentificado. • Oligúria/anúria: o primeiro órgão a sofrer com o choque é o rim. Sempre avaliar volume urinário nos pacientes hipotensos para pensar se é só uma hipotensão ou se é um choque. • Curva de oximetria alterada: não chega sangue corretamente na ponta dos dedos. • Sensação de vazio, sensação “esquisita”. • Alteração de cor da pele. • Diaforese (suor frio, acompanha a hipotensão). • Hipotensão. • Taquicardia (exceto no choque neurogênico que ocorre principalmente no trauma medular). Quando a pessoa está mal perfundida o organismo centraliza o fluxo sanguíneo no cérebro, suprarrenais (produção de cortisol para fazer vasoconstrição recuperando a pressão dos vasos. O organismo só responde a noradrenalina se tiver cortisol) e coronárias. As extremidades ficam mal perfundidas primeiro que o restante do corpo e, por isso, podem estar frias. Se o intestino estiver mal perfundido o alimento pode voltar na sonda nasoentérica. Os pacientes chocados não absorvem dieta, deve-se usar soro glicosado até sair do choque. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO CHOQUE O choque é a má perfusão tecidual. Se as células ficam mal perfundidas começam a fazer respiração anaeróbica e produzem vários ácidos, como o lactato (forma ionizada do ácido lático). Os pacientes em CTI com infecção grave têm lactato medido de 12 em 12 horas de maneira preventiva porque ele sobe antes mesmo da alteração clínica do choque. Ele é um marcador de choque na microcirculação. Na gasometria então ocorre acidose metabólica (queda de bicarbonato pela produção de novos ácidos). FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE CAUSA DO CHOQUE QUE GERA: HIPOPERFUSÃO TECIDUAL VASODILATAÇÃO DE ÓRGÃOS NOBRES Coronárias, cerebrais e suprarrenais. VASOCONSTRICÇÃO DOS DEMAIS ÓRGÃOS RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA PRODUÇÃO DE ÁCIDOS ACIDOSE METABÓLICA ATIVAÇÃO DO SIMPÁTICO ATIVA SRAA TAQUICARDIA Julie Oliveira – Turma IX • Vasoconstricção renal: oligúria/anúria. • Vasoconstricção intestinal: estase. • Vasoconstricção da pele: alteração da cor... O tratamento do choque se dá de acordo com sua causa. Por isso, é importante conhecer as causas de choque. Podemos dividir em: TIPO DE CHOQUE CARACTERÍSTICAS VEIA CAVA ECOCARDIOGRAMA DISTRIBUTIVO - Séptico - Anafilático - Neurogênico Vasodilatação periférica. Por isso se faz muito volume neste choque. Paciente faz vasodilatação generalizada, veia cava com redução do calibre. A fração de ejeção vai estar normal ou aumentada porque o coração vai tentar compensar essa vasodilatação. CARDIOGÊNICO Insuficiência cardíaca sistólica. Para fazer choque cardiogênico tem que ter uma IC grave, baixo débito, falta de contratilidade da musculatura. O coração não faz o débito adequado, acumula sangue em tudo, cava aumentada. F.E reduzida. Muitas vezes nem precisa calcular a fração, você vai ver que o coração está batendo mal. OBSTRUTIVOS - TEP - Tamponamento - Pneumotórax Turgência jugular em consequência da obstrução do fluxo sanguíneo. Aumento do calibre por obstrução. Se muito intenso: baixa pré-carga gerando baixa pós-carga. Isso pode variar. No tamponamento vai estar baixa, coração não consegue fazer diástole. FE = diferença entre sístole e diástole. HIPOVOLÊMICO (perda de no mínimo 1 litro e meio de sangue). - Sinais de sangramento - Queda da hemoglobina - Paciente hipocorado (mais que os outros). Cava com calibre reduzido por falta de volume. Fração de ejeção aumentada. Coração tenta compensar. • FE abaixo de 50 = IC sistólica • O choque hipovolêmico não deixa muita duvida porque o sangue acaba aparecendo. Além disso, o paciente vai estar muito hipocorado. A principal causa de choque hipovolêmico não relacionado ao trauma é a gravidez tubária rota. CUIDADO: nem sempre tem atraso menstrual! • Nos obstrutivos: o pneumotórax está mais associado a trauma e temos abafamento de bulha, turgência jugular e hipotensão. Essa tríade é chamada tríade de Beck. • A abordagem ultrassonográfica da cava te ajuda rapidamente no diagnóstico de choque na porta de entrada na emergência. TRATAMENTO O tratamento do choque vai depender da causa. O ultrassom ajuda muito no diagnóstico de choque. O treinamento de US e Eco é muito bom pra quem dá plantão. DISTRIBUTIVO: Reposição volêmica (2L de soro) + noradrenalina. Se séptico antibiótico. Anafilático adrenalina subcutânea (dura 3 minutos só), hidrocortisona também é dada. CARDIOGÊNICO: Dobutamina que aumenta a FE de 20 até 80% porém faz vasodilatação periférica. Por isso, ligo junto a noradrenalina que é vasoconstritora. OBSTRUTIVO: Tratar causa. Tamponamento = janela pericárdica. TEP = trombólise até 14 dias. Pneumotórax = drenagem. HIPOVOLÊMICO: Reposição volêmica + transfusão de sangue. FC > 120 ou ALTERAÇÃO DE NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ou HIPOTENSÃO = TRNSFUSÃO independente do valor da hemoglobina. Se não resolver iniciar nora.
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