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PROFESS OR DATA 30- 04 2021 DISCIPLIN A CONSTITUIÇÃO AVANÇADA VALOR NOTA ALUNO WATILA CASTRIANO DE MORAIS Em sessão plenária, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente ação na qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionava o modelo de ensino religioso nas escolas da rede pública de ensino do país. Por maioria dos votos (6 x 5), os ministros entenderam que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, vinculado às diversas religiões. Na ação, a Procuradoria Geral da República (PGR) pedia a interpretação conforme a Constituição Federal ao dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (caput e parágrafos 1º e 2º, do artigo 33, da Lei 9.394/1996) e ao artigo 11, parágrafo 1º do acordo firmado entre o Brasil e a Santa Sé (promulgado por meio do Decreto 7.107/2010) para assentar que o ensino religioso nas escolas públicas não pode ser vinculado a religião específica e que fosse proibida a admissão de professores na qualidade de representantes das confissões religiosas. Entretanto, a corte entendeu pela improcedência da ação, estabelecendo a interpretação conforme a Constituição de que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras possa ter natureza confessional. “A laicidade do Estado brasileiro não impediu o reconhecimento de que a liberdade religiosa impôs deveres ao Estado, um dos quais a oferta de ensino religioso com a facultatividade de opção por ele”, ressaltou uma ministra. De acordo com ela, todos estão de acordo com a condição do Estado laico do Brasil, a tolerância religiosa, bem como a importância fundamental às liberdades de crença, expressão e manifestação de ideias. 1- Qual é a ação constitucional de controle concentrado apresentada no caso concreto? Explique. RESPOSTA; Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439 DEFINIÇÃODEADI (ADIn)PELO STF: Ação de competência originária do STF que tempor objetivo a declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal ou estadual. Nesse tipo de ação, é feita a análise em abstrato da norma impugnada, sem avaliar sua aplicação a um caso concreto . A legitimidade ativa para propor a ação está prevista no art.103daCF . No Supremo Tribunal Federal ,essa ação é representada pela sigla ADI. Observe, com atenção, que a ADI visa retirar norma inconstitucional do mundo jurídico em nome do princípio da supremacia da Constituição. -São fundamentos legais da ADI: Artigo102, I,"a",da CF/1988, Artigo2º a 12 da Lei 9868/1999 e Artigos 101 e 169 a 178 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal( RISTF). 2- O requerente tem legitimidade para propor tal ação? Explique. RESPOSTA ; SIM; Art. 2o Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Portanto, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro é legítimo, devido a regulação pela constituição vigente bem como pela legislação infraconstitucional, que o Procurador-Geral da República proponha ação constitucional. 3- Qual tipo de incompatibilidade com as normas constitucionais foi alegada no julgamento? Explique. RESPOSTA “A laicidade do Estado brasileiro não impediu o reconhecimento de que a liberdade religiosa impôs deveres ao Estado, um dos quais a oferta de ensino religioso com a facultatividade de opção por ele” OU SEJA Incompatibilidade por Omissão – decorre por inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada . 4- O que é a “interpretação conforme a Constituição” declarada na decisão pelo Supremo? Além disso, apresente, em regras gerais, os efeitos no tempo e a extensão da eficácia desta decisão? Explique. RESPOSTA; A interpretação conforme a Constituição é um método hermenêutico e de controle de constitucionalidade, que tem como fim garantir a compatibilidade da norma ao ordenamento constitucional, devendo ser utilizada, sempre para dar a lei o sentido adequado da Constituição Federal . Interpretação conforme a Constituição de que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras possa ter natureza confessional. “A laicidade do Estado brasileiro não impediu o reconhecimento de que a liberdade religiosa impôs deveres ao Estado, um dos quais a oferta de ensino religioso com a facultatividade de opção por ele”, ressaltou uma ministra. De acordo com ela, todos estão de acordo com a condição do Estado laico do Brasil, a tolerância religiosa, bem como a importância fundamental às liberdades de crença, expressão e manifestação de ideias. País é laico significa que as suas regras, leis e instituições públicas não podem ser estabelecidas - e nem que o Estado ou país pode ser governando - com base em determinada religião ou credo. EFEITOS TEMPORAIS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Neste aspecto, agora, passamos a analisar “quando” os efeitos da decisão no controle de constitucionalidade são efetivametne produzidos, isto é, a partir de que período temporal a decisão terá sua eficácia. Ou seja, a lei é inconstitucional em que momento? A partir da decisão (ex nunc), a partir de quando ela foi criada (ex tunc), ou a partir de um momento futuro (pro futuro). Enfim, qual o efeito temporal desta decisão? Para tanto, primeiro é necessário entender a natureza do ato inconstitucional. Nesse ponto, existem três correntes principais em relação a uma lei ou um ato inconstitucional: (i) 1ª Corrente: a lei inconstitucional é um ato inexistente; (ii) 2ª Corrente: a lei inconstitucional seria um ato nulo; (iii) 3ª Corrente: a lei inconstitucional seria um ato anulável. No Brasil, a doutrina e jurisprudência adotam a segunda corrente, isto é, a lei inconstitucional é nula e a decisão judicial que assim a reconhece apenas declara essa nulidade. Isso, obviamente, não difere em relação aos controles concreto e abstrato. Estamos falando de inconstitucionalidade e não de espécie de controle. A teoria da inconstitucionalidade se aplica tanto para o controle concreto como para o controle abstrato. Portanto, adota-se no Brasil, seja para controle concreto, seja para controle abstrato, o entendimento de que a lei inconstitucional é existente, porém nula, e a decisão que a reconhece tem natureza declaratória. A partir daí, então, podemos agora perceber quando a decisão em controle de constitucionalidade inicia seus efeitos. Ora, se o vício existe desde o nascimento da lei e a decisão judicial possui caráter declaratório, daí decorre que a declaração de inconstitucionalidade deve produzir, em regra, efeitos retroativos (ex tunc), isto é, a decisão declara a nulidade não dali em diante, mas desde o seu nascedouro, como se a lei nunca tivesse existido. EFEITOS TEMPORAIS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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