NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 O EXAME MOTOR: - O exame motor tem alguns componentes principais, inclusive inspeção, palpação, tônus, força e desvio, e outros testes para identificar déficit motor lateralizado sutil - A inspeção é um elemento essencial do exame neurológico, sobretudo quando o paciente está sendo examinado pela primeira vez - A inspeção permite a identificação de padrões globais ou focais de atrofia, fasciculação ou erupções cutâneas que podem ser sinais de distúrbios musculares - A palpação dos músculos é indicada quando o paciente apresenta fraqueza ou dor crônica, à procura de pontos-gatilho, embora também possa ser útil em outras condições como lombalgia crônica na diferenciação entre dor musculoesquelética da dor neurogênica - Tremores também podem ser identificados à inspeção casual ou durante o exame formal da força, do tônus muscular e da coordenação - Os tremores devem ser descritos em cada membro seguindo essas características: sua frequência relativa (rápidos ou lentos), contexto no qual aparecem (com ações [descrever as ações específicas, se isso for relevante], em repouso, com a postura ou múltiplos contextos), a consistência do aparecimento durante o exame (quão frequentemente ocorre), a intensidade dos movimentos (variando de leve a incapacitante) e a natureza dos próprios movimentos (variando de sinusoidais e monótonos a irregulares e caóticos ou mioclônicos) - De todos os componentes do exame neurológico, a avaliação do tônus muscular é o que demanda atenção especial às nuances e é aprendido principalmente por meio de prática com um examinador habilidoso TÔNUS MUSCULAR: - O tônus muscular é definido como a tensão no músculo relaxado ou a resistência ao movimento passivo quando não há contração voluntária - - O tônus muscular é fácil de ser examinado e difícil de ser avaliado, porque se trata de matéria de julgamento, quando o avaliamos a experiência contribui para o exame e para a interpretação do estado emocional e de relaxamento do paciente, visto que um paciente tenso ou apreensivo pode apresentar resistência voluntária ou involuntária ao movimento passivo, o que pode simular aumento do tônus - Examina-se o tônus muscular como paciente preferencialmente em decúbido dorsal e o mais tranquilo possível e algumas manobras podem ser realizadas com o paciente na posição ortostática - A pesquisa do tônus muscular envolve 3 itens básicos: 1. Inspeção 2. Palpação muscula 3. Mobilização passiva INSPEÇÃO: - Na inspeção, com o paciente na posição de pé, se observa inicialmente a sua postura NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 A observação das características dos movimentos espontâneos das extremidades e as anormalidades da postura ou da posição dos membros podem indicar alteração no tono muscular Um dos sinais mais evidentes de diminuição do tônus muscular nos membros inferiores é representado pela curvatura para trás da articulação dos joelhos - Com o paciente sentado, e colocando os antebraços apoiados sobre uma mesa, com as mãos pendentes, observa-se que a mão com o tono diminuído cai (sinal da mão em gota), este sinal também pode ser visto nos pés (sinal dos pés em gotas) quando eles ficam suspensos - O aumento do tono, ou hipertonia muscular, pode se expressar pelo relevo proeminente das massas musculares, com sua definição superficial bem delimitada. Porém o diagnóstico visual, realizado pela simples inspeção, pode ser difícil já que no indivíduo eutônico ou atlético, observa–se também boa definição da massa muscular superficial, sem que isso signifique doença PALPAÇÃO: - Realizada com o paciente deitado e o mais relaxado possível - Tenta-se caracterizar: Consistência da massa muscular Elasticidade passiva Turgor dos grupos musculares apendiculares - Nos pacientes hipotônicos, os músculos se apresentam flácidos e amolecidos - Nos pacientes hipertônicos, a consistência é aumentada - Nos pacientes eutônicos, os músculos têm consistência elástica - A palpação dos músculos deve ser feita em posições diferentes, pois cada postura irá ocasionar uma distribuição especial do tono muscular MOBILIZAÇÃO PASSIVA: - Fase mais importante da avaliação do tono muscular, porque afere resistência dos músculos à movimentação passiva quando eles estão relaxados e sem o controle voluntário - Realiza-se movimentos alternados de flexão e extensão nos diversos segmentos articulados - De modo geral, examina-se a mobilidade passiva das articulações do pescoço, ombros, cotovelos, punhos, quadril, joelhos e tornozelos, imprimindo diferentes velocidades, em diferentes direções e em posições distintas. A princípio, o membro é movimentado devagar e por toda a amplitude de movimento e, depois, em velocidades variadas - O examinador pode balançar o antebraço para a frente e para trás e observar a excursão da mão, segurar um membro e soltá-lo subitamente ou observar a amplitude de movimento de uma parte em resposta à percussão leve - O exame bilateral ajuda a comparar as diferenças de tônus nos dois lados do corpo - Deve-se avaliar o tônus por movimentos lentos e rápidos e na amplitude de movimento parcial e total, e registrar a distribuição, o tipo e a intensidade de qualquer anormalidade - Normalmente, nenhuma resistência deve ser encontrada - Quando os movimentos produzirem dor, deve- se dar uma atenção especial, pois esta dor pode originar forte resistência, parte voluntária e parte reflexa, contra os movimentos passivos TESTE DO TÔNUS DE BABINSKI - Os braços são abduzidos nos ombros e os antebraços, flexionados passivamente nos cotovelos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - Na hipotonia, há aumento da flexibilidade e mobilidade, e a flexão dos cotovelos pode alcançar um ângulo mais agudo do que o normal - Na hipertonia, há diminuição da flexibilidade e não é possível faze a flexão passiva além de um ângulo obtuso TESTE DA QUEDA DA CABEÇA - O paciente é colocado em decúbito dorsal, sem travesseiro, totalmente relaxado, com os olhos fechados e a atenção desviada - O examinador põe uma das mãos sob a região occipital do paciente e, com a outra mão, levanta subitamente a cabeça e a deixa cair - O normal é que a cabeça caia rapidamente sobre a mão protetora do examinador, mas em pacientes com rigidez extrapiramidal a queda da cabeça é tardia, lenta e suave em virtude da rigidez dos músculos flexores do pescoço - Quando há meningismo, ocorrem resistência e dor à flexão do pescoço MOVIMENNTO DE PÊNDULO DAS PERNAS - O paciente se senta na borda de uma mesa, relaxado e com as pernas pendentes - O examinador estende as 2 penas até a mesma altura horizontal e solta ou empurra as duas pernas para trás de maneira brusca e com mesmo impulso - Se o paciente estiver totalmente relaxado e for cooperativo, o normal é que haja oscilação das pernas, com diminuição gradual da amplitude até cessar, depois de seis ou sete oscilações - Na rigidez extrapiramidal o tempo de oscilação diminui, mas geralmente não há alteração qualitativa da resposta - Na espasticidade, o tempo de oscilação pode diminuir pouco ou não diminuir, mas os movimentos são espasmódicos e irregulares, o movimento anterior pode ser maior e mais brusco do que o posterior e pode haver um padrão em zigue-zague - Na hipotonia, a resposta tem amplitude aumentada e prolonga-se além do normal TESTE DE BALANÇO DOS OMBROS - O examinador põe as mãos sobre os ombros do paciente e os balança para a frente e para trás, observando o movimento recíproco dos braços - Na doença extrapiramidal, há diminuição da amplitude de oscilação do braço no lado afetado - Na hipotonia, sobretudo quando associada a