Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A primeira preocupação na realização de um tratamento odontológico em uma paciente grávida é a prevenção de lesões ao feto. As duas áreas do tratamento cirúrgico oral com potencial para criar danos fetais são: a radiografia odontológica e a administração de fármacos. A primeira opção é adiar qualquer cirurgia odontológica eletiva para depois do parto, evitando assim qualquer risco para o feto. No entanto, se a cirurgia for inadiável, alguns cuidados devem ser tomados para diminuir a exposição fetal a fatores teratogênicos, como a proteção adequada durante os exames de imagem e atentar à lista de medicações contraindicadas Se possível, evitar abordagens no primeiro e terceiro trimestre de gravidez, ou seja, sempre dar preferência ao segundo trimestre. Caso opte-se pela realização de algum procedimento, os sinais vitais da paciente devem ser monitorados, com particular atenção para qualquer elevação da pressão arterial (um possível sinal de pré-eclâmpsia). A paciente pode necessitar de um posicionamento especial na cadeira odontológica, pois se for colocada em uma posição próxima da supina, o conteúdo uterino pode causar compressão, comprometendo o retorno venoso para o coração. Interrupções frequentes para permitir que a paciente esvazie a bexiga urinária são comumente necessárias devido à pressão fetal exercida sobre a bexiga urinária. Quando o assunto é anestesia local, temos maior segurança quando utilizamos lidocaína associada à epinefrina. Prilocaína e articaína não devem ser usadas, pois poderão estimular a metahemoglobinemia. Com relação aos vasoconstritores, noradrenalina e felipressina estão contraindicadas, a primeira possui um risco de diminuição da irrigação placentária e a segunda apresenta ações ocitócicas (aumento das contrações uterinas). Fonte: Curso de Cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial – UFRGS. Neste período pós-parto, a maior preocupação no atendimento odontológico se dá quanto à medicação utilizada e a possibilidade de transmissão ao bebê. Na tabela abaixo, é possível observar os principais medicamentos utilizados para o pós-operatório de procedimentos cirúrgicos odontológicos e sua relação com o período de gestação e lactação. CLASSIFICAÇÃO FDA: A - Estudos em mulheres não demonstraram risco para o feto durante a gravidez. B - Estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas não existem estudos em humanos. C - Não há estudos controlados em mulheres e animais. Relatos em animais revelaram efeitos adversos no feto. Os fármacos devem ser ministrados somente se o benefício justificar o potencial teratogênico. D - Há evidência positiva de risco fetal e humano, porém os benefícios do uso em gestantes podem ser aceitáveis. X - Estudos em animais ou seres humanos revelaram efeitos deletérios sobre o feto que ultrapassam os benefícios. Fonte: Adaptado de Wannmacher (2007c) e Anvisa (2010).
Compartilhar