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Distúrbios do potássio Equilíbrio do Potássio Plasmático · Absorção intestinal. · Excreção e reabsorção renal (tubular) – túbulos distais. · Translocação entre o intra e o extracelular · Na-K ATPase – transportador – esse mecanismo, presente em todas as células, pode fazer duas funções distintas: · Pode pegar o potássio do plasma e jogar para dentro da célula. · Situações de hiperinsulinismo, uso de B2-agonistas ou alcalose, funcionam com o mecanismo de introduzir K nas células, podendo contribuir com hipocalemia. · Pode pegar o potássio de dentro da célula e jogar no plasma. · Situações de hiperglicemia, uso de Bbloqueadores e acidose, ativam o mecanismo de extravasar K para o plasma, podendo contribuir com hipercalemia. Hipocalemia · Potássio sérico < 3,5 mlg/L. Mecanismos: · Perdas renais – concentração de K urinária > 15 mEq/L · Uso de diuréticos de alça e tiazídicos – furosemida (potente expoliador de K). · ATB – aminoglicosídeos, anfotericina – alteração tubular. · Excesso de aldosterona. · Age em túbulo distal e coletor, eliminando potássio em via tubular, em troca de Na e água. · Hiperaldosteronismo faz com que muito K seja trocado por Na e H2O, sendo excretado muito K na urina. · Hiperaldosteronismo – causa de HAS secundária – por nódulo produtor de aldosterona na suprarrenal ou por hiperplasia. · Achado clássico de hipertensão com hipocalemia. · Hipomagnesemia – alteração tubular. · Nefropatias perdedoras de sal. Perdas gastrointestinais K < 15mEq/L. · Diarreias. · Vômitos. · Sonda nasogástrica aberta com alto débito. · Sudorese excessiva. Mecanismos de ação de redistribuição do potássio do plasma para o intracelular – jogar K para dentro da célula, levando a hipocalemia. · Insulina. · B2-agonista. · Alcalose sanguínea. Quadro clínico – alteração no potencial de repouso celular, principalmente em células nervosas, vasculares, cardíacas, intestinais, musculares de renais. · Gravidade da apresentação clínica tem relação com velocidade de instalação e intensidade da hipocalemia < 3,0 mEq/L. · Cardiopatia e uso de digitálicos pioram apresentação clínica nas hipocalemias. · Complicações cardiológicas. Alterações eletrocardiográficas na hipocalemia. · Ondas U – concavidade para baixo ao final da onda T. · Achatamento da onda T. · Depressão no segmento ST. · Arritmias – principalmente em cardiopatas em uso de digitálicos. · Atividade elétrica sem pulso ou assistolia. Onda U Correção do distúrbio: · Identificar a causa de base, estabilizar o paciente e manejar o distúrbio. · Suspender medicações que expoliam K. · Reposição. · VO é prioridade, é mais segura. · Principalmente se o K é maior que 3mEq/L. · KCl 6% 10 a 20 mL, 3 a 4 vezes ao dia, até normalização da concentração de K sérica (15ml – em torno de 12 mEq). · Aumento do No de vezes, de acordo com necessidade. · Via enteral também é opção. · Via endovenosa apresenta risco elevado de arritmias quando a reposição é rápida ou maior risco de flebite ou manifestações locais no acesso. · hipoK severa K sérico <3mEq. · Veia central, cuja concentração máxima segura está em torno de 100mEqs/L · Velocidade ideal – 25 mEq/h · 1 ampola de KCl tem 25mEq. Hipercalemia · K sérico > 5,5 mEq/L. Mecanismos. · Consumo excessivo de K. · Alimentos ricos em potássio, principalmente em paciente com doença renal crônica em estágio avançado (3b, 4 e 5). · Redução da eliminação renal. · DRC em estágio avançado. · Medicações poupadoras de potássio – iECA, BRA, espironolactona. · Hipoaltosteronismo. · Injuria celular maciça – maior parte do K é intracelular – rompimento de células causa aumento K sérico. · Rabdomiólise. · Isquemia. · Hemólise maciça. · Lise tumoral. · Redistribuição de K de dentro da célula para o plasma – acidose, uso de Bbloq e hiperglicemia. Principais drogas associadas a hipercalemia – especialmente DRC em estágios avançados. · Digitálicos. · Espironolactona – poupador de K. · Betabloqueadores – ativa Na K Atpase no sentido de tirar K da célula para o plasma. · iECAs. · BRAs. · Ciclosporina. Quadro clínico · A gravidade se relaciona com a velocidade de instalação da hipercalemia (>6,0 mEq/L). · Assintomáticos. · Sintomas neuromusculares intensos. · Alterações no sistema de condução cardíaco – risco de arritmias fatais. Eletrocardiograma na hipercalemia. · Onda T apiculada e simétrica. – onda T em tenda. Tratamento da hipercalemia. · Sempre realizar ECG. · Gluconato de cálcio – é um estabilizador de membrana, não altera número de mEq – efeito de cardioproteção. · Medidas de shift celular – K extra para o intracelular. · Espoliação. >> Gluconato de cálcio 10% · 1 ampola em 10 minutos, dose pode ser repetida até reversão do ECG (apiculação onda T). · É um estabilizador de membrana. · Não altera concentração de K sérico. · Atua na cardioproteção. – altera o limiar do potencial de ação das fibras de condução cardíaca. · Início de ação de 1 a 3 minutos. · Tempo de duração de 30.a 60 minutos. >> Glicoinsulinaterapia (glicose 50% + insulina). · Glicoinsulina – se o paciente não for diabético // se for diabético, testar HGT, se hiperglicêmico, usar só insulina. · Transloca o K do meio extra para o intra. · 10 UI de insulina regular para 50mL de G50%. · Início de ação de 15 a 30 minutos. · Duração de 4 a 6 horas. · Risco de hipoglicemia. · Evitar em crises hiperglicêmicas agudas – só insulina. >> Nebulização (B2-agonista inalatório – fenoterol). · Transloca o K do meio extra para o intra. · 5 a 10mg (10 a 20 gotas) via nebulização. · Início de ação de 15 a 30 minutos. · Duração de 2 a 4 horas. · Atenção ao risco de taquicardia, principalmente em cardiopatas. · FA, com 160 de FC – não usar. >> Bicarbonato de sódio 8,4% (1mL = 1mEq) · Transloca o K do meio extra para o intra. · 1mEq/kg – 50 a 100mEq EV!!! · Início de ação de 15 a 30 minutos. · Duração de 1 a 2 horas. · Risco de hipervolemia, especialmente em pacientes com DRC oligúricos e não respondedores a diuréticos. · Solução hiperosmolar. · Pode induzir edema agudo de pulmão em pacientes que já estão hipervolêmicos. · Associado também na presença de acidose. >> Diuréticos de alça (furosemida). · Medida de expoliação de K via tubular. · 20 a 40mg EV a cada 6 horas. · Duração de 1 a 2 horas. · Indicado para pacientes hipervolêmicos. · Evitar em pacientes com depleção hídrica – desidratados. · Evitar em DRC estágio 5 anúricos, já em diálise. >> Poliestirenossulfonato de cálcio (sorcal). · Medida de expoliação de K via intestinal, eliminando uma molécula de K em troca pela absorção de Ca. · Dose de 30 a 60mg VO, enteral · Início em 1 a 2 horas. · Duração de 4 a 6 horas. · Medida não urgente. >> Hemodiálise · Medida mais efetiva de expoliação de K. · Início de ação em 15 a 30 minutos. · Remove 200 a 300mEq por sessão. · Urgência em pct DRC dialítico ou não. · Pacientes anúricos. · Usado quando houver refratariedade das outras medidas. 1 Caroline Zanella ATM 2022/a
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