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Código Civil e Cidadania - Resumo Crítico

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Resumo Crítico – livro CÓDIGO CIVIL E CIDADANIA, Keila Grinberg
Introdução: Um senhor de 25 anos
O ultimo código civil do Brasil demorou 25 anos para entrar em vigor, correndo risco de ficar desatualizado, normalmente o código de civil demora para entrar em vigor, mas no Brasil demorou de mais.
Sem o código Civil não tem como organizar e controlar as situações e conflitos jurídicos que podem acontecer aos cidadãos. Mas o Código Civil só funciona se atender a todos os habitantes capazes de constituir direitos e obrigações civis, por isso para a elaboração do Código Civil tem que saber quem são os cidadãos que vão usá-lo. O primeiro Código Civil Brasileiro demorou 94 para vigorar isso porque eles não conseguiam definir quem eram os cidadãos porque o pais queria se libertar da escravidão, mas “precisava dela”, o pais queria se modernizar mas se prendia em muitas coisas ainda, então eles tinhas dificuldades em definir e no novo código que entrou em vigor em 2000 não foi muito diferente, ainda não conseguem definir muito bem as coisas.
Projetos Centenários
Logo após a Independência do Brasil se via a necessidade da elaboração do Código Civil, enquanto isso ficaria se utilizando provisoriamente da legislação civil portuguesa. Mas a constituição de 1824 mandasse organizar o quanto antes o Código Civil e Criminal, o Criminal ficou pronto em 1831, mas o Civil só ficou na intenção. Só em 1854 o ministro da Justiça José Thomaz Nabuco de Araújo pediu o então advogado Augusto Teixeira de Freitas a elaborar um plano de redação do Código Civil. Teixeira sugeriu que fizessem uma Consolidação das leis civis, o que foi aprovado em 1855, então ele foi contratado tendo que concluir em 5 anos. Conseguindo concluir antes dos 5 anos, Teixeira foi contratado novamente agora em 1859 para escrever o Código Civil. Mas depois de ter escrito o Esboço do Código Civil, em 1867 ele desiste, isso porque ele discorda das opiniões do Governo, Teixeira acreditava que no Código civil deveria estar os direitos civis e comerciais, mas o governo queria manter o Código comercial, o Código Civil só para legislação civil, Teixeira acreditava que isso iria marcar o Código Civil como um mal de nascença, mas há rumores que ele teria outros motivos. Assim o código ficou parado ate 1872 quando Nabuco de Araújo dispõe a escrevê-lo, propondo terminá-lo em cinco anos, mas em 1878 ele morre deixando dezenas de volumes de notas vazias, há quem diz que morreu por isso. 
Desde então ouve varias tentativas de elaboração mas nenhuma com sucesso, só em 1899 que contrataram Cróvis Beviláqua para a elaboração do Código Civil, assim em 1900 ele terminou seus trabalhos passando a responsabilidade para a Câmera do Deputados que terminou seu parecer de Silvio Romero em 1902.
Chegando ao Senado se passa dez anos e nada ficou decidido, Rui Barbosa dizia que “forçosamente haveria de produzir uma obra tosca, indigesta, aleijada”. Assim Barbosa aponta muitas discordâncias gramaticais do projeto (vários dizem que por ciúmes, pois se considerava melhor para elaborar o código mas não o escolheram), assim o código foi interrompido para levado a debate em 1905, em 1016 é retomado quando a Câmara dos Deputados dá o projeto como aprovado enquanto o Senado não resolvesse. Ai o projeto volta a Câmara onde iniciaram os últimos debates, até a aprovação final em 1915. A sansão sai em 1916.
Os códigos são mesmo necessários?
Para se fazer um Código Civil teria que se prever todas as situações sociais que envolvesse contratos, transações e bens, com solução para cada questão, coisa que no fim do século XVIII os homens da lei consideravam possível. Com isso o Código Civil não era imprescindível como os juristas do século XIX diziam, não era preciso de um código para que a burguesia se desenvolvesse economicamente.
Logo após 1814, Savigny negava a capacidade de a lei encerrar em si todas as fontes de direito e dizia que toda lei devia ser interpretada de acordo com a concepção vigente na época de sua produção.
Assim vê-se que mesmo que falassem que para a independência do Brasil e modernização a codificação seria de fundamental importância, percebe-se que o Código Civil não iria resolver todos o problemas do direito.
O Código dos sonhos
Para os juristas da época a codificação era fundamental para o futuro do país, era o começo da civilização, acreditaram que com a elaboração das leis a sociedade iria alcançar um estágio superior e que evoluiria positivamente. Quanto mais avançada a lei, mais avançada a sociedade, mesmo o código não resolvendo todos os problemas, sem ele achavam que a sociedade ficaria atrasada.
Eles queriam um código que tratasse de um problema que eles não aceitavam, mas mesmo que eles quisessem o direito brasileiro era profundamente marcado pelos costumes escravistas, patriarcais e católicos, a sociedade brasileira era formada assim.
A igreja e a codificação da união civil
Até 1891 a igreja controlava os registros de nascimentos, casamentos e morte. A igreja organizava as etapas da vida das pessoas e o Estado legislava sobre as propriedades e heranças delas advindas. Só que isso causou muito problemas porque nem todos eram católicos e com o passar dos anos mais pessoas de outras crenças apareciam e ficavam sem registro por conta das regras da igreja, assim uma das primeiras coisas a serem discutidas foi o casamento, mas ainda assim demorou a ser solucionado. 
Com isso Nabuco de Araújo defendia a independência entre Estado e Igreja, o Estado deve proteção a Igreja, deve manter a liberdade e independência dela, mas a Igreja deve saber que o Estado tem leis para ela, assim como para os outros cidadãos.
A família no Código Civil
Antes que fosse Proclamada a Republica nenhuma das questão entre Igreja e Estado foram resolvidas. Mas com o fim do padroado com dificuldades e demora o sistema de nascimentos, casamentos e óbitos foram sendo implementados, ainda assim varias pessoas continua com os costumes de antes.
No desenvolver do Código Civil Beviláqua tenta colocar a igualdade entre homens e mulheres, para ele a diferença deles era o papel que desempenhavam na sociedade, portanto deveriam tem direitos e obrigações distintas. Mas sua proposta é recusada pelo comissão, o marido deveria ser o cabeça do casal não só na pratica. O código assim diferencia homens e mulheres entre capazes e incapazes, filho entre legítimos e ilegítimos.
Código Civil e escravidão
O grande problema era conciliar um código liberal que garantisse cidadania a todas as pessoas, sendo que umas eram consideradas pessoas livres e outras coisas (escravos). Como o código deve legislar sobre relações privadas constituídas pelos habitantes de um determinado país, de que adianta tem um código onde boa parte da população nem é considerado pessoa. Escravo era Escravo, propriedade de alguém ele só figuraria no código civil na parte referente aos bens, às coisas, não as pessoas.
Teixeira considerava que deveria se fazer um Código Negro , pois para ele a escravidão era um regime transitório, e o Código Civil seria um texto eterno. O escravo era uma coisa, privado de direitos, políticos ou civis e incapaz de manter qualquer obrigação, mas quando se tratava de lei penal ele respondia por seus atos,podendo ser julgado e condenado e sofrer sanções diretas. O que ficava mais difícil ainda como legislar sobre um ser que as vezes é pessoas e as vezes é coisa. Assim era complicado porque o escravo era coisa que podia virar pessoa, era pessoa que podia voltar a ser coisa caso não cumprisse suas obrigações de liberto.
Assim o Código Civil no Brasil não conseguiu ser escrito enquanto existiu pessoas livres que foram escravas, ou pessoas escravizadas que trabalhavam em troca de remuneração com a autorização de seu senhor.
Código Civil e Trabalho livre
A grande dificuldade no Brasil era as relações de trabalho, pelo menos desde meados do século XIX, envolviam, a um só tempo, acordes entre livres e entre livres e escravos, ou seja, vários escravos estavam desempenhando funções acessíveis, somente aos homens livres. Oproblema em formalizar a locação de serviços eram os escravos de ganho, que para poupar dinheiro para compra sua liberdade ou a de seus familiares, faziam atividades que pressupõe um contrato entre duas partes, onde uma delas presta serviços por tempo determinado e a outra mediante remuneração.
Em 1871, formaliza-se a lei Ventre Livre com o acesso dos escravos ao pecúlio, permitindo com o consentimento de seus senhores, contratassem prestação de serviços com terceiros por ate sete anos. Mas nessa lei não dispunha sobre relações de trabalho que se tivesse acumulo de dinheiro e bens pelos escravos.
Depois de anos e anos de discussões, para Beviláqua a parte do código que falava da locação de serviços ficou “incompleta, anacrônica, e tecnicamente, defeituosa”.
Beviláqua tinha a preocupação de assegurar direitos mínimos ao trabalhador, o que já estava sendo discutido em outros países. Mas no Código Civil prevaleceu a locação de serviços em caráter geral sem nenhuma das disposições propostas por Beviláqua, com o argumento de que seria impossível incluir leis sobre aspectos da vida social que mudavam rapidamente àquela época, como era o caso da regulamentação as relações do trabalho. Assim por mais que a escravidão tivesse acabado ainda tinha muito a definir sobre o trabalho livre, sobre relação entre empregador e empregado, sobre direitos, deveres e obrigações. 
Todas as pessoas são cidadãs?
Com vimos a demora da elaboração do Código Civil não se deve a um único fator. Como em qualquer codificação do direito civil, a unificação das leis, a resistência da Igreja e a condição jurídica das mulheres foram questões as serem enfrentadas. Mas ao mesmo tempo, o Brasil viveu em seu processo de codificação situações como a permanência do regime de trabalho escravo e das necessárias adaptações na legislação do trabalho livre, como das características especificas da escravidão brasileira. Pode-se dizer que os principais nós da codificação do direito civil brasileiro se deu na regulamentação das relações de trabalho.
No Brasil o Código Civil desempenhou um papel muito importante, principalmente no reconhecimento jurídico, como direitos de cidadania, em uma sociedade que era definida como cidadã desde 1824, mas que não tinha pratica nesse direito. O Código sepultou as diferenciações jurídicas que legitimaram a escravidão no país, deixando outras em aberto, inclusive ate hoje.
Em todo projeto de código haverá novas disposições, a qual será impossível de legislar, assim vemos que o código civil sempre nascerá desatualizado, pois a sociedade não pára de mudar, nem nunca vai parar. Mas é preciso saber que enquanto existir Códigos Civis, eles serão fundamentais para os direitos a cidadania é assim desde 1855 quando se tratou no Brasil pela primeira vez sobre essa questão. Assim do mesmo jeito que as mulheres e outros não foram considerados cidadãos no inicio do século XX, já não dispunham de todos os direitos previstos na legislação brasileira, hoje, na porta do século XXI, continuam existindo brasileiros que cumprem com as obrigações de todo cidadão, mas não têm direitos.
Conclusão
Conclui-se que para elaborar um código civil tem que se analisar toda a sociedade, pois ele é para todos, por isso se demora tanto para elaborá-lo, pois existem muitas etapas e tem que englobar muita coisa, e ainda assim ele nasce desatualizado, isso porque a sociedade vive em constante movimento, por mais que ele seja elaborado hoje, amanhã aparecerá algo novo, mas ainda assim ele é muito importante para a sociedade pois ele reconhece os direitos dos cidadãos.

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