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Direito Constitucional II ESTADO: Conjunto de pessoas (povo), fixadas em um determinado espaço geográfico (território), com poder de autodeterminação para produzir e fazer valer o seu direito (soberania), de modo a concretizar os seus objetivos (finalidades). FORMA DO ESTADO: forma como o Poder está geograficamente distribuído dentro de um território. No Brasil adota-se o FEDERALISMO. Gilmar Mendes define Estado Federal: Estado Federal expressa um modo de ser do Estado em que se divisa uma organização descentralizada, tanto administrativa quanto politicamente, exigida sobre uma repartição de competências entre o governo central e os locais, consagrada na Constituição Federal, em que os Estados Federados participam das deliberações da União, sem dispor do direito de secessão. •EUA/1787 Nos Estados Unidos após a independência das colônias da Inglaterra no Século XVIII, houve a formação de uma forma de estado que se chamava Confederação dos Estados Americanos. Em uma Confederação eu tenho a junção de diversos Estados dotados de Soberania, podendo se retirar a qualquer momento da Confederação. Logo, isso não era viável, pois havia instabilidade, por causa dos ataques contra a Inglaterra. Em 1787, os Estados cederam parte de sua soberania para um Ente central, ficando apenas com a autonomia, passando por um processo de agregação. EUA: Federalismo por agregação ou federalismo centrípelo. Primeiro temos uma confederação e depois uma federação. BRASIL - Decreto nº 1/1889. 1ª Constituição 1891 (Adotou o Federalismo e República como forma de Governo). O Brasil antes de 1891 era um Estado unitário (não existe divisão geográfica de poder, há apenas um Ente central), passando posteriormente a ser dividido em Entes Federativos (Estados e Municípios), passando por um processo de desagregação. BRASIL: Federalismo por desagregação ou centrífego. Primeiro havia um Estado unitário e depois uma federação. Características básicas do estado federal → Soberania e autonomia; → Existência de uma Constituição Federal; → Distribuição do poder político / descentralização dentro do território; → Distribuição de competência baseada no Princípio da predominância do interesse; → Participação dos Estados- membros na vontade federal; →Inexistência do direito de secessão (retirada) ou Princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. Técnicas de repartição de competências na CF/88 Quem distribui a competência para os Entes Federativos é a própria Constituição Federal. Essa distribuição de competências se baseia no PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE, em que se distribuirá de acordo com os interesses de cada Ente Federativo, ou seja, a competência da União será os de interesses predominantemente gerais; A competência dos Estados, os interesses predominantemente regionais; A competência dos Municípios, os interesses predominantemente locais; E a competência do Distrito Federal, será competência cumulativa, interesses predominantemente regionais e locais. Repartição horizontal: •Os Entes Federativos não interagem; •Repartição fechada, estanque de competências; •Federalismo clássico (1787/EUA); •Típica do Estado liberal de Direito; •Brasil adota desde 1891. Competências enumeradas da União • Art. 21, CF (exclusiva) • Art. 22, CF (Privativa) *Privativa: cabe delegação (art. 22, parágrafo único, CF/88). Delegação de quem para quem? União para os Estados e Distrito Federal. Qual ato normativo concede a delegação? Lei complementar. Competência residual ou remanescente dos Estados • Art. 25, CF Excepcionalmente, a Constituição Federal atribui competência para os Estados. Art. 25, §2º, CF- Gás canalizado. Art. 25, §3º, CF- Instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. Art. 18, §4º, CF- Criação de novos municípios. Competência dos municípios enumeradas • Art. 30, I, CF – legislativa. III a IX – Administrativa ou material. Competência enumeradas do Distrito Federal • Art. 32, §1º, CF. REPARTIÇÃO VERTICAL: • Interação entre os entes federativos para uma mesma competência; •Federalismo de cooperação Alemão (Constituição de Weimar/1919); •Típica do Estado social de Direito; •Brasil adota desde 1934. UNIÃO, ESTADOS, DF e MUNICÍPIOS Natureza administrativa/material. Competência comum. Artigo 23, CF/88. UNIÃO, ESTADOS e DISTRITO FEDERAL Natureza legislativa. Competência concorrente. Artigo 24, CF/88. Fique de Olho são descentralizações político- administrativas da União (como se fossem Autarquias da União). CARECEM DE AUTONOMIA. São Entes Federativos? NÃO. Existe território no Brasil? A CF/88 prevê, porém, não temos mais territórios no Brasil. Tínhamos Acre, Roraima, Amapá, Rondônia, Acre, Ponta Porã, Fernando de Noronha e Iguaçu. Os territórios podem ser subdivididos em Municípios? Podem! (Art. 33, §1º, CF/88). Municípios que integram esses territórios vão ser Entes Federativos? Sim. Quem intervém (caso excepcional) é a União. Distrito Federal é Ente Federativo? Sim. Distrito Federal pode ser subdividido em Municípios? Não (Art. 32, CF/88). Existe Prefeito? Não. Existe Vereador? Não. Quem institui o IPTU e o IPVA do Distrito Federal? O próprio Distrito Federal. PODER LEGISLATIVO Função típica de legislar + controlar e fiscalizar os atos dos demais poderes. Na tarefa legislativa o Poder deve elaborar as normas jurídicas, inovando no ordenamento, sempre em observância estrita das regras constitucionais atinentes ao processo legislativo. Na atribuição fiscalizatória, realizará o controle externo das atividades contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, e também investigará, por meio de Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs), fatos determinados de relevância pública. Função atípica de “administrar” e “julgar” ADMINISTRAR: Definir a organização interna, criando cargos e definindo planos de carreira de seus servidores. JULGAR: Será exercida quando, por exemplo, o Senado Federal julgar o Presidente da República pela prática de crimes de responsabilidade (art. 85, CF/88 c/c art. 52, I e parágrafo único, CF/88). composição e atribuições das casas legislativas CÂMARA DOS DEPUTADOS COMPOSIÇÃO • A Casa representa o povo; • Os 513 Deputados Federais são eleitos pelo sistema proporcional; • A representação para os Estados e DF é proporcional ao número de habitantes (variando de 8 a 70); • Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), independentemente do seu número de habitantes ele terá 04 representantes na Câmara dos Deputados (art. 45, § 2º, CF/88); • Deputados Federais devem ser brasileiros, natos ou naturalizados; • O Presidente da CD deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3º, II, CF/88); • O mandato dos Deputados é de 04 anos (1 legislatura), não há restrição quanto à reeleição; • A renovação na CD, a cada eleição, é total (o que significa que podemos alterar os 513 Deputados da legislatura anterior); • A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 21 anos (art. 14, § 3º, VI, “c”, CF/88). SENADO FEDERAL COMPOSIÇÃO • A Casa representa os Estados- membros e o Distrito Federal; • Os 81 Senadores da República são eleitos pelo sistema majoritário simples; • A representação para os Estados e DF é paritária (são 3 para cada entidade); • Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), ele não terá representantes no SF, já que não será uma entidade federada;• Senadores da República devem ser brasileiros, natos ou naturalizados; • O Presidente do SF deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3º, II, CF/88); • O mandato dos Senadores é de 08 anos (2 legislaturas), não há restrição quanto à reeleição, havendo renovação parcial de 1/3 ou 2/3 da representação de cada Estado e DF; • A renovação no SF, a cada eleição, é Parcial (o que significa que não podemos alterar os 81 Senadores de uma única vez); • A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 35 anos (art. 14, § 3º, VI, “c”, CF/88). CONGRESSO NACIONAL O Congresso Nacional irá se reunir em sessão conjunta, conforme art. 57, §3º, CF/88. I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. PROCESSO LEGISLATIVO Processo legislativo: é o conjunto de atos predestinados à criação de normas de Direito. Procedimento legislativo: modo pelo qual os atos do processo legislativo se realizam. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Processo Legislativo Ordinário: Primeira fase do processo legislativo ordinário é a iniciativa, a segunda é a fase constitutiva, e por último, a complementar. 1ª ETAPA: INICIATIVA a) GERAL: REGRA: ART. 61 (Comum) • Várias pessoas • Rol exemplificativo b) CONCORRENTE: +1 pessoa simultaneamente *Quem apresenta -> pode desistir. Pode ser apresentado um projeto de lei de forma concorrente, tendo dessa forma, mas de uma pessoa simultaneamente apresentar um projeto de lei. Podendo dessa forma, quem apresentou pode desistir. Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. b) POPULAR Lei Ordinária + Lei complementar Democracia Direta Requisitos: obs: Não é possível emenda Constitucional Democracia direta por meio de iniciativa popular. No âmbito federal os requisitos são os seguintes: 1% do eleitorado Nacional e que essa porcentagem esteja distribuída em pelo menos cinco estados brasileiros e 0,3% em cada um desses estados. “A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.” No âmbito estadual cada constituição estadual regulamentará, apresentando dessa forma, os seus requisitos que não estão inseridos na CF. No cenário municipal, art.29 da CF é de 5% do eleitorado do município. c) PRIVATIVA/EXCLUSIVA • Vício iniciativa • Presidente (Art. 22 e ART. 61, § 1º) ART. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: • I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; • II - disponham sobre: • a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; • b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; • c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; • d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; • e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; • f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. São privativos também: STF/Tribunal Superiores/TJ Art. 93/ Art. 96 TCU Leis -> Cargos/Serviços/Funções MP -> TCU Art. 73 c/c 96 2ª ETAPA: CONSTITUTIVA Casa iniciadora: câmara dos deputados. Casa revisora: senado federal. DISCUSSÃO CCJ – Controle Preventivo Político de Constitucionalidade. Caso o CCJ indentifique incompatibilidades constitucionais haverá o ARQUIVAMENTO. EMENDAS Sem emendas: Aprovado exatamente como foi 3enviado a Casa. Com emendas: Há alteração no texto originário. Um projeto de lei ordinário será discutido e votado nas duas casas do Congresso Nacional em turno único, e depende para sua aprovação da decisão de maioria simples ou relativa (maioria dos presentes). Se o projeto for rejeitado, ele não pode ser reapreciado na mesma sessão legislativa, salvo se houver recurso de maioria absoluta da casa respectiva. Se na mesma casa revisora o projeto for alterado (emendado), o projeto retorna a casa iniciadora para que aprecie apenas as emendas. 2ª ETAPA: CONSTITUTIVA SANÇÃO é a concordância do Presidente da República com o projeto de lei aprovado no Congresso Nacional. Quantos dias para sancionar? 15 dias. EXPRESSA: com assinatura. TÁCITA: não fez nada, passando- se os 15 dias. Desta forma será sancionado. Veto político: tem relação direta com os interesses políticos e públicos, ou seja, analisar o jogo de interesse. Veto Jurídico: O presidente analisará os valores Constitucionais, ou seja, estará em questão a compatibilidade constitucional. Veto total: aquele que abrange todo projeto de lei. Veto parcial: Abrange partes do projeto, devendo ser texto integral de artigo, inciso, alínea ou parágrafo, não podendo ser palavras. Os vetos terão que ser devidamente fundamentados. DERRUBADA DO VETO Prazo para derrubada do veto: 30 dias. Como será esse julgamento? Sessão conjunta. Voto não é secreto. Maioria absoluta na Câmara e no Senado. Postos os motivos do veto, o Presidente do Senado convocará o Congresso Nacional para que seu prazo de 30 dias possa derrubar o veto do projeto de lei em sessão conjunta, escrutínio aberto e por maioria absoluta. Obs.: Se houver derrubada do veto, o projeto passa a ser lei. 2ª ETAPA: Complementar Fase: Promulgação e Publicação Promulgação: é o atestado legal, ou seja, um ato formal interno na própria estrutura do estado, que atestará a existência de uma lei, alegando dessa forma que ela seguiu todas as etapas do processo legislativo. Publicação: é a publicação de uma lei e a forma pela qual a população poderá ter conhecimento daquela lei, passando dessa forma, a não esquivar dos efeitos dela. Efeitos: seguirá as normas estipuladas na LINDB. Vacatio legis de 45 dias, 3 meses no exterior ou o prazo que vir previamente estabelecido na lei. A vacatio legis age como se fosse um período de “esfriamento”, ou seja, o tempo que a população terá para tomar conhecimento a respeito da lei publicada. Processo legislativo sumário URGÊNCIA CONSTITUCIONAL Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência paraapreciação de projetos de sua iniciativa. § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar- se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código. Processos legislativos especiais Espécies legislativas com regras diferentes do processo legislativo das leis ordinárias. A lei complementar segue as mesmas fases e atos de um processo legislativo ordinário, com apenas uma diferença: a lei ordinária depende do quórum de maioria relativa ou simples para sua aprovação (art. 47), enquanto a lei complementar depende do quórum de maioria absoluta (art. 69). Diferença entre lei complementar e lei ordinária: Lei complementar: Aborda matérias já previstas na CF/88. Ex.: Art. 18, § 2º, CF. Art. 93, caput, CF. Lei ordinária: matérias que não foram abordadas na CF/88. Ex.: Estatuto do Idoso Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei delegada a) CONCEITO: É uma espécie normativa elaborada pelo Presidente da República que solicita ao Congresso Nacional a competente delegação (art. 68). B) forma de delegação A delegação se dará por meio de uma RESOLUÇÃO que estabelecerá os limites da delegação. Obs.: Se o Presidente da República exorbitar os limites da delegação, cabe ao Congresso Nacional por meio de decreto legislativo, sustar os atos da lei. C) lei delegada típica Neste caso o Congresso Nacional autoriza a delegação e não estabelece um controle prévio para a publicação da lei delegada. Neste caso, se o presidente exorbitar os limites da delegação cabe ao Congresso Nacional por meio de um decreto legislativo, sustar os atos que exorbitem a delegação. D) lei delegada atípica Aqui, o Congresso Nacional autoriza a delegação, mas determina que o projeto deve ser por ele apreciado antes da publicação da lei delegada, que fará em votação única, sendo vedados quaisquer emendas. E) limites materiais (Art. 68, § 1º, CF) • Lei complementar • Leis Orçamentárias • Organização dos demais poderes • Competência exclusiva do Congresso • Direitos individuais, eleitoral, políticos, nacionalidade. Medida provisória (ART. 62, CF) CONCEITO É uma espécie normativa com força de lei, editada pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência, devendo submetê-la ao Congresso Nacional imediatamente. No Congresso Nacional cabe a uma comissão mista receber a Medida Provisória e emitir parecer sobre seus requisitos, dentre eles relevância e urgência. Congresso Nacional decide se essa medida provisória será ou não mantida. Exceção De acordo com o STF é possível que o poder judiciário aprecie os requisitos de relevância e urgência de forma excepcional. PRAZO A medida provisória deve ser convertida em lei dentro do prazo de 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias. TRANCAMENTO DE PAUTA Se a medida provisória não for apreciada dentro do prazo de 45 dias, tranca-se a pauta, suspendendo as demais deliberações até que se finalize a votação. PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE (ART. 62, § 10, CF) Medida provisória rejeitada ou que tenha perdido a eficácia pelo decurso do prazo, não pode ser reeditada na mesma sessão legislativa. LIMITES MATERIAIS (ART. 62, § 1º, CF) Consiste em assuntos que não podem ser veiculados em medida provisória: • Lei complementar • Competência do Congresso • Direitos individuais • Leis orçamentárias No Congresso Nacional, as medidas provisórias serão apreciadas por uma comissão mista (Senadores e Deputados), que apresentará um parecer favorável ou desfavorável à sua conversão em lei. O parecer da comissão é opinativo, servirá de subsídio para que o Plenário das duas casas do Congresso Nacional aprecie a medida provisória. • A votação será iniciada pela Câmara dos Deputados, obrigatoriamente. • Na hipótese de ser integralmente convertida em lei, o Presidente do Senado Federal a promulgará, remetendo-a para publicação. • Se for integralmente rejeitada, a medida provisória será arquivada, o Congresso baixará ato declarando-a insubsistente e disciplinará por meio de decreto legislativo, no prazo de 60 dias as relações jurídicas dela decorrentes. • Caso seja introduzidas modificações no texto adotado pelo Presidente da República (conversão parcial), a medida provisória será transformada em “projeto de lei de conversão”, e o texto aprovado no legislativo será encaminhado ao Presidente para que sancione ou vete. Decretos legislativos São atos do Congresso Nacional destinados a tratamento de matérias da sua competência exclusiva, para as quais a Constituição dispensa a sanção presidencial. O campo do decreto legislativo é o das matérias mencionadas no art. 49. Resoluções A resolução é espécie normativa utilizada para regular a matéria de competência do Congresso Nacional e de competência privativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 51 e 52). Emendas constitucionais (ART. 60, CF) A Emenda Constitucional é produzida pelo Poder Constituinte Derivado Reformador, e este possui alguns limites na elaboração das Emendas Constitucionais: a) LIMITE TEMPORAL A CF/88 não impôs limite de ordem temporal ao Poder Constituinte Derivado Reformador. b) LIMITE CIRCUNTANCIAL É vedada a edição de Emenda Constitucional durante os seguintes estados de legitimidade extraordinária. • Estado de Defesa • Estado de Sítio • Intervenção Federal c) LIMITE MATERIAL C.1) Cláusulas Pétreas implícitas Art 60, CF Fundamentos da República art 1º, CF Titularidade do poder constituinte C.2) Cláusulas pétreas expressas – art. 60, § 4º, CF. É vedada a edição de Emenda Constitucional tendente a abolir. II-1 Forma Federativa de estado; II-2 Voto – direto, secreto, universal e periódico; II-3 Separação dos poderes; II-4 Direitos e garantias individuais. LIMITE FORMAL/PROCEDIMENTAL INICIATIVA: Apresentação de uma proposta Legitimados (art. 60, I a III) DISCUSSÃO E VOTAÇÃO em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiverem ambos, três quintos dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60, §2º). III. Sendo aprovada, será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, §3º). IV. Caso a proposta seja rejeitada ou havida por prejudicada, será arquivada, não podendo ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, §5º). Poder executivo O Brasil adota o Presidencialismo, que tem como característica principal a forte concentração das funções executivas na figura do Presidente da República. Isso ocorre porque no sistema presidencialista, a chefia do Poder Executivo é monocrática ou unipessoal, ou seja, incumbe unicamente ao Presidente da República, que exerce simultaneamente, a Chefia de Governo, de Estado e de Administração. Os Ministros de Estado são meros auxiliares do presidente da República, por ele livremente escolhidos e exoneráveis, sem necessidade de nenhuma motivação. CHEFE DE ESTADO: Representa o Estado brasileiro nas suas relações internacionais, e da unidade interna da Federação. CHEFE DE GOVERNO: São as atividades voltadas paraa efetivação das políticas nacionais internas, representando a União, sendo a figura central da Federação. FUNÇÕES DO PODER EXECUTIVO FUNÇÃO TÍPICA: é administrar a coisa pública. FUNÇÃO ATÍPICA: a legislativa e a de julgamento. Assim, além de gerir, política e administrativamente a coisa pública, o Poder Executivo também legisla (expedição de medidas provisórias) e julga (contencioso administrativo/PAD). INVESTIDURA Presidente e Vice-Presidente são eleitos pelo sistema majoritário de dois turnos, sendo eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, sendo que, se esta não for alcançada no primeiro turno, há de se realizar em segundo turno. ARTIGO 77, CF/88 Eleição 1º domingo de outubro (1º turno) Último domingo de outubro (2º turno) 04 anos – permitido a reeleição para um mandato subsequente. Requisitos para a candidatura aos cargos de presidente e vice-presidente da república: a) Ser brasileiro nato; b) Estar em pleno gozo dos direitos políticos; c) Possuir alistamento eleitoral; d) Possuir filiação partidária; e) Possuir idade mínima de 35 anos f) Não ser inelegível. IMPEDIMENTOS E VACÂNCIA Os impedimentos são os afastamentos temporários do Presidente, como a hipótese de ausência do País, situações em que caberá ao Vice- Presidente substituí-lo no exercício pleno da Presidência (Art. 79). O Presidente e o Vice-Presidente não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo (art. 83). O STF, por força do princípio da Simetria, diz que essa regra deve ser de observância obrigatória aos Estados- membros e Municípios. Vacância é o afastamento definitivo do Presidente, por morte, renúncia ou perda do cargo em razão de pena imposta pela prática de crime comum ou de responsabilidade, situações em que caberá ao Vice- Presidente sucedê-lo. Caso haja impedimento do Presidente e do Vice, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Somente o Vice-Presidente ocupa o cargo definitivo, os demais sucessores a ocupação é provisória, até que ocorra nova eleição. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. ATRIBUIÇÕES As competências privativas do Presidente da República estão enumeradas no art. 84 da CF/88, referente ao exercício das chefias de Estado, de Governo e de Administração. RESPONSABILIDADES A Constituição Federal prevê a possiblidade de responsabilização do Presidente da República, tanto por infrações político-administrativas, quanto por infrações penais comuns. Crimes de responsabilidade Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, definidas em lei especial federal, que poderão ser cometidas no desempenho da função pública e que poderão resultar no impedimento para o exercício da função pública (impeachment). Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. A Lei especial federal que regula os crimes de responsabilidade do Presidente e de outras autoridades é a Lei nº 1.079/1950. Súmula 722, STF: Competência da União definir os crimes de responsabilidade. A competência para processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade é do Senado Federal (art. 52, I), após autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros (art. 51, I). Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação contra o Presidente à Câmara dos Deputados. No momento em que é instaurado o processo de julgamento pelo Senado Federal, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções, somente retornando ao exercício da Presidência se for absolvido ou se, decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído, hipótese em que retornará ao exercício das suas funções, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. (art. 86) A condenação do presidente da República pela prática de crime de responsabilidade, que somente será proferida pelos votos de 2/3 dos membros do Senado Federal, em votação nominal aberta, acarretará a perda do cargo, com a inabilitação, por 8 anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (art. 52, p.u) A decisão do SF é absolutamente definitiva e não sujeita a controle por nenhum órgão do Poder Judiciário no que diz respeito ao mérito. Crimes comuns Autorização prévia da Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros (art. 86). Para que o Presidente da República seja recolhido à prisão, é indispensável a existência de uma sentença condenatória, proferida pelo STF. O Presidente não responderá pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais. Será julgado pelo STF após autorização da Câmara dos Deputados. Se o crime praticado não guardar conexão com o exercício das funções presidenciais, o Presidente só poderá ser por ele responsabilizado após o término do seu mandato, perante a justiça comum. a) Hipótese Preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçados por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza (art.136, CF/88). b) Decretação I. Competência Presidente da República II. Requisitos • Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional • Decreta • Submeter o decreto ao Congresso Nacional dentro de 24 horas, que apreciará em 10 dias contados do seu recebimento. III. Prazo Até 30 dias prorrogado por igual período. IV. Recesso do Congresso Nacional Se estiver em recesso, será convocado extraordinariamente, no prazo de 05 dias, devendo apreciar o decreto no prazo de 10 dias. V. Controle (político/Jurisdicional) • Controle Político: Congresso Nacional aprecia no prazo de 10 dias o Decreto que institui o estado de defesa para aprová-lo ou rejeitá-lo. Congresso Nacional designará uma comissão composta de 5 de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa. Presidente após a cessação do Estado de defesa elaborará um relatório para informar ao Congresso Nacional quais foram as medidas adotadas no estado de defesa. • Controle Jurisdicional: É exercido pelo Poder Judiciário, tanto durante a execução do Estado de defesa, quanto “a posteriori”, após a cessação dos efeitos da medida. VI. Medidas Coercitivas (ART. 136, I E II, CF/88) • Restrição dos direitos: • Reunião, ainda que exercida no seio de associações; • Sigilo de correspondência; • Sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; • Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidades pública, respondendo a união pelos danos e custos decorrentes. – ART. 137a 139 a) Hipótese ESTADO DE SÍTIO REPRESSIVO Comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. ESTADO DE SÍTIO DEFENSIVO Declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. b) Decretação I. Competência Presidente da República II. Requisitos • Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional • Pedir autorização do Congresso Nacional • Pede o Decreto III. Prazo III.1. Estado de Sítio Repressivo 30+30+30+30+30.... • III.2. Estado de Sítio Defensivo Período que durar a guerra ou resposta a agressão estrangeira. IV. Recesso do Congresso Nacional Convocação imediata – período para manifestar: 05 dias. V. Controle (político jurisdicional) É prévio, pois a CF/88 exige a autorização prévia do Congresso Nacional para decretar medida, os demais são iguais do estado de defesa. VI. MEDIDAS COERCITIVAS Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. – ART. 34 a 36 Federalismo = AUTONOMIA Em algumas situações e hipóteses taxativas previstas na CF/88, para manter o pacto federativo/equilíbrio da federação, a CF/88 permite a retirada temporária de autonomia dos entes federativos, através da INTERVENÇÃO FEDERAL. • Medida excepcional • Rol taxativo: art. 34 (intervenção federal) art. 35 (intervenção estadual) COMPETÊNCIA FEDERAL: Presidente ESTADUAL: Governador Conselho da República (Art. 90) Conselho de Defesa Nacional (art. 91) Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Poder judiciário O Poder Judiciário é independente e autônomo. Como posso ingressar na carreira de juiz? Art. 93. (...) I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; GARANTIAS DE UM JUIZ • VITALICIDADE: Só vai perder em virtude de uma sentença transitada em julgado (só é adquirida ao juiz substituto após 2 anos de efetivo exercício no cargo). • INAMOVIBILIDADE: o juiz titular só poderá ser removido por vontade própria. • IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS: o juiz não pode ter o salário reduzido. ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO a) O Poder Judiciário exerce suas atribuições jurisdicionais através do órgãos estruturados no quadro, com exceção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que se limita a cumprir tarefas de caráter administrativos, não possuindo qualquer resquício de função jurisdicional; b) Os Tribunais de Contas e o Ministério Público não são órgãos do Poder Judiciário; c) O Supremo Tribunal Federal é o Tribunal Supremo, instância principal de tutela e proteção máxima à Constituição Federal; d) O Distrito Federal e os Territórios também não receberam do poder constituinte originário autonomia para organizar o próprio Poder Judiciário. Destarte, a justiça do Distrito Federal e Territórios é criada e mantida pela União, conforme art. 21, XIII e art. 22, XVII, ambos da CF/88. NÚMERO DE MEMBROS DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO MINISTROS DO STF “ Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Ordem Social Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Nos termos do art. 195, CF/88, a seguridade social compreende um conjunto integrado deações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, todos direitos integrantes da segunda dimensão dos direitos fundamentais que se prestam a promover a satisfação das necessidades humanas básicas. Ordem econômica e financeira PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA Princípio da soberania nacional O Brasil é independente economicamente. Caracteriza-se como o poder do Estado, em interferir e dirigir a ordem econômica, nos aspectos em que for de seu interesse ou da coletividade. PRINCÍPIO DA PROPRIEDADE PRIVADA É assegurada a iniciativa privada nos meios de produção, ou seja, a liberdade para o desenvolvimento das atividades econômicas mercantis. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Esse princípio permite a intervenção do Estado sobre a propriedade que deixa de cumprir sua função social. A propriedade deve exercer sua função econômica, isto é, deve ser utilizada para geração de riqueza, garantia de trabalho, recolhimento de tributos ao Estado, e principalmente, a promoção do desenvolvimento econômico. PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA Os que atuam na atividade econômica têm o direito de livre concorrência, ou seja, a competição entre si, visando alcançar um lugar no mercado, sem que haja intervenção do Estado sem justo motivo. Súmula vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência, lei municipal que impede a instalação, de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. PRINCÍPIO DA DEFESA DO CONSUMIDOR Nas relações de consumo, a atividade econômica deve proteger a parte mais frágil, ou seja, o consumidor, da voracidade do mercado financeiro, devendo o Estado protegê-lo e ampará- lo. Art. 5º, XXXII – “O Estado promoverá, na forma da Lei, a defesa do consumidor”. PRINCÍPIO DA DEFESA DO MEIO AMBIENTE Não se pode conceber o crescimento econômico sem a utilização do meio ambiente, no entanto, a utilização do meio ambiente deve ser realizado de acordo com estudos de utilização sustentável, sem agressão ou destruição. *Artigo 225, CF/88 PRINCÍPIO DA REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS SOCIAIS O Art. 3º, inciso III da CF/88, estabelece como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”. Desta forma, os atores econômicos têm o dever, conforme as atividades por eles desenvolvidos, buscar combater as desigualdades, especialmente quando o Estado designou e orientou tal ação. PRINCÍPIO DA BUSCA DO PLENO EMPREGO A busca pelo pleno emprego é uma forma de garantir a função social da propriedade (empresa) e especialmente, para direcionar o estabelecimento de políticas públicas do Estado, não apenas de oferta de emprego e criação de postos de trabalho, mas parte de um planejamento econômico que contribua com o desenvolvimento do País e com os preceitos de justiça social e existência digna dos indivíduos. PRINCÍPIO DO TRATAMENTO FAVORECIDO PARA AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE As empresas de pequeno porte representam na atualidade um dos maiores sustentáculos da economia brasileira, principalmente no que diz respeito a geração de empregos e renda do País. O tratamento favorecido a estas empresas não virá de seus concorrentes ou do setor financeiro privado. Deverá vir do Estado e do Poder Público. O monopólio consiste no controle exclusivo de um negócio ou de um mercado em decorrência de um privilégio ou de uma autorização estatal específica. O monopólio privado é absolutamente vedado pela Constituição Federal, uma vez que espelham na dominação de mercado e visam a eliminação da concorrência. Fatores que representam um abuso de poder econômico. O monopólio exercido pela União tem natureza de uma atuação interventiva na economia. Sendo essa atuação exclusiva da União, afastando os particulares de explorarem o mesmo ramo econômico. A intervenção pode ser direta ou indireta uma vez que o Estado pode explorar diretamente a atividade ou permitir que seus delegados a explorem. O monopólio é público, não pode ser privado. Os Estados, Distrito Federal e Municípios não podem ter monopólio. USUCAPIÃO É o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por tempo determinado, contínuo e incontestadamente. Em caso de imóvel, qualquer bem, que não seja público pode ser adquirido através da usucapião. (Art. 183, § 3º, CF/88 e Art. 191, “u”, CF/88). USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL • Posse por 5 anos • “Animus domini” -> intenção ou obter o domínio da coisa • Zona Rural • Área não superior a 50 hectares • Área produtiva pelo trabalho próprio ou da família, tendo nela sua morada • O possuidor não pode ter outro imóvel USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO • Posse por 5 anos • “Animus domini” -> intenção ou obter o domínio da coisa • Zona Urbana • Área não superior a 250m² • Moradia • O possuidor não pode ter outro imóvel Controle de Constitucionalidade AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE A ADI é a ação típica do controle abstrato brasileiro, tendo por escopo a defesa da ordem jurídica, mediante a apreciação, na esfera federal, da constitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, em face das regras e princípios constantes explicita ou implicitamente na CF/88. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – ADC Instrumento de controle abstrato de constitucionalidade, consubstanciado por uma ação cujo objetivo é obter a declaração do Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo federal. A ADPF (ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL) Ação de controle concentrado de constitucionalidade trazida pela Constituição Federal de 1988. A ação tem como finalidade o combate a atos desrespeitosos aos chamados preceitos fundamentais da Constituição. Remédios constitucionais (Art. 5º, LXXI,CF – Lei 13.300/16) É um instrumento processual constitucional hábil a proporcionar o exercício de prerrogativas, direitos e liberdades, de cunho constitucional, que se mostra inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora. • LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Legitimidade: as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas, devido a falta de regulamentação de preceito da Constituição. STF - Mandado de injunção coletivo Pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano. • João Sem Terra, na Inglaterra, por meio da Magna Carta de 1215. • Habeas Corpus Act, em 1679. • No Brasil, primeira manifestação foi em 1821, através de um alvará emitido por Dom Pedro I, assegurava a liberdade de locomoção • A terminologia “habeas corpus” só apareceria em 1830 no Código de Processo Criminal. • A partir de 1891, permaneceu nas Constituições subsequentes, inclusive na Constituição de 1988. • 1891 que perdurou até 1926 com o advento da Reforma Constitucional de 1926, impondo o exercício da garantia somente para os casos de lesão ou ameaça de lesão à liberdadede ir e vir, • Legitimidade Ativa no habeas corpus é universal, sendo qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, independente da capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com habeas corpus, em benefício próprio ou alheio. • As pessoas jurídicas poderão impetrar, desde que em benefício de terceiro. • Ministério Público também é legitimado. • É GRATUITO! Não precisa de advogado. Legitimidade passiva será aquele que pratica a coação ou ilegalidade do direito de locomoção do paciente. • Normalmente será uma autoridade, como magistrados, delegados, membros do Tribunal etc. • Poderá ser impetrado contra atos de particulares. Exemplo: médico-hospitalar. • Paciente é a pessoa física beneficiada pela ordem. Não caberá HC em favor de pessoa jurídica. Não cabe HC: • Pena de multa; • Em favor de pessoa jurídica; • Liberação de animais e veículos; • Nos termos do artigo 142, parágrafo segundo da CF/88. ART. 5º, LXXII,CF Art. 5º, LXXII, que será concedido habeas data: • a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; • b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Lei de habeas data: complementação de dados. • Ação gratuita, Art. 5º, LXXVII, CF. Mas precisa de representação por ADVOGADO!!! Finalidade: garantir acesso, retificação e complementação de informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; É NECESSÁRIA A NEGATIVA ADMINISTRATIVA! Legitimação Ativa: pessoa física, brasileira ou estrangeira e pessoa jurídica – caráter personalíssimo. Legitimidade passiva: Banco de dados públicos (CADIN) ou privados de natureza pública (SERASA, SPC). • Dados Sigilosos: CF inc. XXXIII do art. 5º - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Lei nº 12.016/09) • CF 88, artigo 5°, inciso LXIX “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas corpus" ou "habeas- data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. • •Lei nº 12.016/2009, artigo 1° “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”. Legitimação ativa: a parte representa por advogado em seu próprio benefício. • Legitimidade passiva: Ato coator praticado por agente público ou por privado investido em função pública. • NÃO É GRATUITO!! • REQUISITOS: • • não caber habeas corpus ou habeas data; • • ato lesivo de autoridade (poder de decisão) pública ou privada no exercício de atribuições do Poder Público; • • ilegalidade ou abuso de poder; • •lesão ou ameaça de lesão; • •direito líquido e certo. ESPÉCIES • Preventivo: visa afastar uma ameaça de lesão ao direito líquido e certo do impetrante ou ameaça concreta - não há decadência. • Repressivo: reparar ilegalidade (ato vinculado) ou abuso de poder (ato discricionário) IMPETRANTE: PF ou PJ frente a ameaça ou lesão a direito liquido e certo por ilegalidade ou abuso do poder. • Mandado de Segurança Coletivo O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político COM representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. • O art. 5º, LXXIII da CF, prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural. • Para Hely Lopes Meirelles ação popular “é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – ilegais e lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos”. LEGITIMADOS: - cidadão, brasileiro nato ou naturalizado, inclusive entre 16 e 18 anos, e o português equiparado, no gozo de seus direitos políticos. - O cidadão pode ajuizar a ação em comarca a qual não resida, onde não possua domicílio eleitoral, independente de pertencer ou não na comunidade a que diga respeito ao litígio. - O MP não possui legitimação para ingressar com a Ação Popular, no entanto, é incumbido de zelar pela regularidade do processo e de promover a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelo ato ilegal.
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