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Imunologia Anticorpos Os anticorpos são proteínas envolvidas no funcionamento do sistema imune. Podem ser produzidos pelos linfócitos B e funcionarem como receptores celulares na superfície dessas células, ou podem ser secretados no meio extracelular. A sua função está relacionada com sua capacidade de ligação aos antígenos, sendo que eles não se ligam à todo o antígeno, mas sim em regiões chamadas ''determinantes antigênicos'' ou ''epitopos''. Os anticorpos estão envolvidos em funções do sistema imune relacionadas a fagocitose, opsonizando o antígeno. Além disso, também são capazes de neutralizar os antígenos no meio extracelular e impedi-los de se ligarem a receptores de células do organismo. Conceito Os anticorpos pertencem a um grupo de proteínas chamadas globulinas. E as globulina são solúveis em água nos líquidos corporais, inclusive no próprio sangue. Quando o conceito de anticorpos foi criado no final do sécullo XIX não se sabia a sua natureza molecular. Foi apenas nos anos 30 que o cientista Michael Highdeberg descobriu que os anticorpos eram proteínas, a partir do seu estudo sobre a neutralização de proteínas do soro com as bactérias envolvidas no aparecimento da pneumonia. A partir disso, foi descoberto que os anticorpos eram moléculas e ficou esclarecido alguns aspectos desses componentes do sistema imune, inclusive o fato de que eles estavam presentes nos líquidos corporais. A partir dos estudos do Michael foi também esclarecido o fato de que os anticorpos conseguem se ligar a determinados componentes de Bioquímica Do ponto de vista bioquímico, as Imunoglobulinas (também determinadas de anticorpos), podem ser caracterizadas através de uma técnica chamada de eletroforese. A eletroforese é uma técnica que permite separar as proteínas em função de sua carga: coloca-se uma solução de proteínas em um campo elétrico e aquelas proteínas que tiverem carga positiva vão migrar pro polo negativo. E aquelas que tiverem carga negativa vão migrar pro polo positivo. OBS.: As imunoglobulinas são proteínas do soro capazes de se ligar a antígenos. bactérias. Função Os anticorpos atuam na fase de reconhecimento do antígeno. Quando o antígeno entra nos órgãos linfoides secundários, ele encontra linfócitos B na região cortical. O linfócito B tem na sua superfície um receptor de antígeno, e esse receptor é uma imunoglobulina presa na sua superfície. Cada linfócito B, quando sai da medula óssea, sai com um tipo único de receptor. Isso acontece porque durante o processo de amadurecimento do linfócito B, ele sofre uma mutação no DNA para que apenas um tipo de receptor seja produzido. Se outro linfócito B for produzido na medula óssea, vai possuir um outro receptor com a capacidade de ligação em um outro antígeno. Desse modo, cada linfócito B terá apenas um tipo de receptor. Quando os linfócitos B encontram o determinado antígeno na região cortical, eles serão estimulados a proliferar. E aí serão geradas cópias desse linfócito B, e por consequência, cópias do receptor. Se a estimulação for adequada e tiver a participação de linfócitos T auxiliares, algumas das cópias irão gerar plasmócitos. E com isso, ocorrerá uma produção de anticorpos, que agora que não ficarão presos na membrana das células, mas vão passar a ser secretado pro meio extracelular. Em um primeiro momento, os anticorpos atuam como receptores da membrana do linfócito B. E na segunda etapa, quando os plasmócitos já estão produzindo e secretando anticorpos, eles fazem parte efetivamente da imunidade humoral, pois serão lançados no meio extracelular e as suas outras funções aparecerão a partir dessa secreção. Além disso, os anticorpos podem estar presentes como receptores na superfície dos linfócitos B junto com outras proteínas de membrana, formando os chamados receptores de células B (BCRS). Essa é a primeira parte do papel que o anticorpo exerce no sistema imune. Na segunda parte, chamada fase efetora, os anticorpos são secretados por plasmócitos. Nessa condição, eles são capazes de se ligar a antígenos no meio extracelular. Isso vai permitir que ele possa interagir com outros componentes do sistema imune, inclusive células em um processo chamado ''opsonizaçao'', visando facilitar a eliminação do antígeno de dentro do organismo. Um outro papel dos anticorpos é o papel de neutralização. Os anticorpos impedem que os antígenos se liguem a componentes do próprio organismo, como por exemplo, receptores celulares. Isso é importante para impedir a infecção viral. Geralmente os vírus interagem com proteínas nas superfícies das células hospedeiras para fazer a infecção celular, e alguns anticorpos podem impedir isso se ligando as proteínas aos antígenos virais e bloqueando essa ligação aos receptores das células. Os anticorpos são produzidos em duas situações: Na primeira ele é produzido como uma proteína de ligação da superfície de linfócitos B virgens e de memória. Quando essa célula é estimulada em um órgão linfoide secundário pelo contato com o antígeno e pelo linfócito T auxiliar, ela recebe um ambiente rico em citocinas que vão fazer com que ela prolifere, sofrendo um processo de mitose intenso. E também, a partir da ação de outras citocinas, esses clones irão se diferenciar, levando a formação do plasmócito. A diferença desse plasmócito e do linfócito B é que o linfócito B só produz anticorpos presos na membrana, e no outro caso, o plasmócito tem a capacidade de produzir e secretar anticorpos. Como esse plasmócito é uma célula secretora de proteína, ele terá o complexo de Golgi muito desenvolvido. Produção Receptores Os anticorpos também podem ser encontrados na superfície de outras células do sistema imune. Todas as células vistas anteriormente possuem um receptor FC, uma região do anticorpo diferente daquela onde o antígeno é ligado. Localização No caso do sangue com anticoagulante, a partir da extração do sangue e da colocação do sangue em um ambiente em repouso ou através da utilização de um processo conhecido como centrifugação, é possível separar as partes líquidas do sangue dos elementos figurados. Uma outra forma de se separar a parte líquida do sangue é através da extração do soro. Para isso é preciso que ocorra o fenômeno de coagulação. Coleta-se o sangue em um tubo com a tampa vermelha, e após a coleta deixa-se esse tubo em repouso sem adição de uma substância anticoagulante. Passado algum tempo será formado um coágulo e haverá a separação de uma parte líquida diferente da parte líquida do plasma. No plasma ficam contidas todas as proteínas do sangue, e no soro vão ter principalmente os anticorpos, a albumina, e não terá a proteína fibrinogênio. Uma outra localização dos anticorpos é no meio extracelular, e um dos locais onde é mais fácil encontrar anticorpo é o sangue. Porém, a observação direta no sangue se torna difícil em função dos vários componentes que são encontrados. Assim, uma forma de contornar esse problema é processar o sangue de tal forma que você consiga separar as partes líquidas das partes figuradas, e isso pode ser feito de duas formas: com o sangue com anticoagulante ou com o sangue sem anticoagulante. A parte líquida é chamada de plasma e ela possui todas as proteínas do sangue em suspensão, e a presença de anticorpos é identificada no plasma. Logo abaixo do plasma nós temos os leucócitos e abaixo dos leucócitos nós temos 45% do volume do sangue constituído pelas células, particularmente pelas células vermelhas.
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