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Clínica de Equinos-Digestivo

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Clínica de Equinos-2021/1 UFMG 
Ana Flávia Sousa Santos 
 
–
Cólica ela é diferente dos problemas 
gastrointestinais, podendo a cólica 
esta relacionada a afecções renais, 
pancreáticas, uterinas e hepáticas 
sendo sempre uma emergência 
independente da causa pois tem 
morbidade de 4,2% e mortalidade de 
11% sendo na grande parte das 
vezes de resolução cirúrgica. Sendo o 
exame físico a base para a tomada de 
decisões com uso do histórico, dos 
testes laboratoriais e 
complementares de imagem, pois 
apenas o diagnóstico clínico muitas 
vezes nos dirige a mais de um 
diagnóstico. 
Cavidade Oral 
Maloclusões, fraturas dentárias, 
doenças periodontais, cáries, 
cálculos e infecções apicais entre 
outras pode causar redução da 
mastigação com redução do 
aproveitamento do alimento e 
podendo causar problemas digestivos 
e emagrecimentos. 
 
Esôfago 
Podendo não ser tão comuns mas 
que podem ocorrer as esofagites, 
divertículos esofágicos e 
estreitamentos, sendo a maior 
casuística nesse segmento as 
obstruções que são consideradas 
emergenciais pois podem fazer com 
que o animal faça uma falsa via e 
leve a pneumonia aspirativa. 
Normalmente as obstruções tão 
ligadas a animais jovens e velhos 
pois fazem a ingestão de partículas 
maiores por redução da mastigação 
seja por desgaste dentário ou troca de 
dentes, possível diagnosticar pela 
palpação, sondagem ou endoscopia 
identificando o local de obstrução. 
 
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Ana Flávia Sousa Santos 
 
Fazemos para abordagem 
terapêutica o uso da acepromazina 
ou xilazina 1,1mg/kg para 
relaxamento do esôfago e seguida de 
lavagem desse esôfago, não devendo 
alimentar esse animal, não usar óleo 
mineral, não forçar a obstrução, não 
lavar com a cabeça alta e nem usar 
atropina que reduz a motilidade 
intestinal. 
Estômago e Duodeno 
Síndrome da úlcera gástrica 
equina. As úlceras gastroduodenais 
que são comuns nos equinos e tem 
característica multifatorial, com a 
ulceração focal e multifocal, podendo 
ter uma gastrite generalizada. A 
fisiopatogenia pode ser pela 
hipersecreção gástrica, uso dos 
AINE, estresse fisiológico ou não 
devido a treinamentos e desmame, 
sendo que o ácido clorídrico e a 
pepsina são secretados 
continuamente dependendo do tipo 
de alimentação. 
Lesões da região aglandular podem 
ser causadas por obstruções que 
impedem a passagem do ácido, mas 
caso não haja obstrução dietas com 
carboidratos altamente fermentáveis 
podem alterar o pH e causar lesões, 
assim como estresse e treinamentos 
com agitação excessiva. Lesões na 
região glandular podem ocorrer com 
uso do AINE que reduz a proteção 
gástrica, assim como o estresse e 
algumas bactérias como a 
Elicobactéria, podendo ocorrer em 
animais que fazem exercícios após a 
alimentação que levam o 
revolvimento do conteúdo estomacal 
fazendo que conteúdo da área 
glandular tenha contato com a área 
aglandular causando lesão em 
ambos por redução maior do pH. 
Potros podem apresentar sinais 
clínicos como bruxismo, decúbito 
dorsal, amamentação interrompida e 
outros, já nos adultos podem 
apresentar cólicas, condições físicas 
insatisfatórias, mudanças de 
atitudes e não termina de se 
alimentar ou demora a terminar a 
refeição. Sendo que meu diagnóstico 
se baseia na clínica e na resposta 
terapêutica se a endoscopia não for 
possível, sendo então verificados os 
graus e o local para ajudar na 
abordagem terapêutica. 
 
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Ana Flávia Sousa Santos 
 
 
Tratamento vai depender da 
localização da ulcera com uso de 
antagonistas de h2 como a 
ranitidina que v ai inibir a secreção 
de acido clorídrico, ou atuar na 
inibição da bomba de prótons com o 
omeprazol. Juntamente com o uso de 
antiácidos aderentes a mucosa como 
o sucralfato em animais que tem 
lesões já instaladas, na mucosa 
glandular as vezes não tem 
respostas a esse tratamento 
convencional devendo então ser 
usado o misoprostol que deve ser 
usado em casos extremos . 
Dilatação e compactação gástrica é 
um problema que pode ocorrer com a 
sobrecarga de grãos e gases 
produzida por alimentos 
fermentáveis, que dificulta o 
esvaziamento gástrico e causa íleo 
adinâmico fazendo a retenção da 
ingesta no estômago. Diagnóstico 
feito pelos sinais clínicos, junto da 
anamnese e sondagem que libera o 
gás na dilatação e alivia a dor, na 
compactação na sondagem não 
muda a dor sendo necessária uma 
lavagem efetiva por muitas horas 
para retirada desse conteúdo 
compactado. 
 
Tratamento nos casos de dilatação e 
compactação é sondagem com a 
fluidoterapia associada a analgesia 
e óleo mineral/sufactante, não 
usando pró cinéticos que vai causar 
contração que pode levar a rupturas 
gástricas. 
As Rupturas podem ocorrer nas 
ulcerações, dilatações e 
compactações, podendo causar uma 
peritonite e complicação levando esse 
animal ao óbito quase sempre, deixa 
a mucosa quase sempre mais frágil 
e pode predispor a ruptura. 
 
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Afecções do Intestino Delgado 
Cólica espasmódica é a principal 
afecção em equinos, ocorrendo pela 
contração ou espasmos 
descontrolados da musculatura 
estimulando o receptor mural e 
causando dor nesse animal. A 
etiologia é desconhecida podendo 
estar ligada a migração 
verminótica, alimentos estragados, 
excesso de grão ou fibra insuficiente 
gerando gases e distensão, podendo 
ocorrer por excitabilidade natural do 
equino ou exercícios excessivos. 
Animais com ataques agudos de 
dor, sendo intermitentes com a 
ausculta no intestino delgado com 
borborigmos aumentados de 10 a 12 
por minuto. O diagnóstico feito pela 
sondagem ou abdominocentese e são 
tratados com analgésicos e drogas 
antiespasmódicas seguido da 
reposição eletrolítica e 
acompanhando o animal. 
Duodenite-Jujunite proximal (DJP) é 
um grande desafio, pois causa 
muitos impactos ao animal por ser 
uma condição inflamatória no 
intestino delgado que pode ocorrer 
em conjunto com as gastrites, 
ileites, tifilites e colites. O 
envolvimento do duodeno e região 
proximal perdendo a motilidade e 
faz a distensão gástrica pelo 
acumulo de hipersecreção que se 
depositam no estômago. Porém as 
etiologias normalmente não são bem 
definidas e pode ter relação da 
salmonela e clostridium com o 
refluxo gástrico. 
 
Repercussão sistêmica muito grande 
no organismo pela resposta 
inflamatória. Os sinais clínicos 
vãos ter uma distensão gástrica que 
na sondagem pode aliviar, causando 
letargia e prostração, pode na 
palpação o animal apresentar a 
distensão do ID que não é palpável 
normalmente, vai ter um refluxo 
marrom avermelhado com odor 
fétido e pH alcalino, animal pode 
apresentar febre, desidratação, pulso 
fraco, anormalidade em hemograma 
e hemogaso com eletrolítico alterado. 
 
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Tratamento é um desafio onde 
devemos fazer as correções 
hidroeletrlítica, seguida da 
descompressão gástrica 
permanecendo de sonda durante o 
tratamento. Uso de anti-
inflamatórios e analgesia com uso 
de flunixina e butorfanol, 
importante usar um antibiótico por 
não saber a etiologia, suporte 
nutricional é de suma importância, 
pois vai ta perdendo proteína e uso de 
procinéticos como a eritromicina, 
metoclopramida, betanecol e 
lidocaína. 
Como complicações podem ter 
tromboflebites, laminites, reduções 
de pesos e algumas aderências 
importantes, mas tem sobrevivência 
de 25 a 94% dependendo to tempo 
que recebe a asistência. 
Obstruções do intestino delgado 
podem ocorrer com ou sem 
estrangulamento vascular, podendo 
ser intramurais quando em 
segmentos diferentes, intraluminal 
ou extraluminal. 
 
Obstruções simples envolvem o 
lúmen sem acometer os vasos com 
maior aporte de fluido parao lúmen 
causando uma distensão que pode 
assim reduzir o fluxo sanguíneo 
mural, que leva a perda de líquido 
com desidratação podendo causar 
uma injúria da mucosa, com 
aumento da proteína na cavidade 
abdominal inibindo a motilidade. 
Obstrução por parascaris acomete 
animais por volta de 6 meses de 
idade, onde usou vermífugo e a 
morte dos parasitas fazem a 
obstrução, diagnóstico pelos sinais 
clínicos com administração de anti 
helmínticos. Tratamento deve ser 
feito com controle de dor, fluido e 
retirada cirúrgica sendo que o bom 
atendimento e rápido importante 
para o prognostico. 
A compactação de íleo pode causar 
essas obstruções, principalmente em 
animas que comem grama bermuda 
pela alto teor de fibras que são fina e 
pequenas gerando pouca mastigação 
com deglutição precoce e 
compactação. Sinais clínicos com 
dor, refluxo gástrico e intestino 
delgado palpável com tratamento 
que é clínico em 50% fazendo a 
descompressão gástrica, controle de 
 
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dor e reposição hidroeletrolitica e se 
não resolve faz cirurgia. 
Outraa causa de obstrução pode ser a 
hipertrofia da camada muscular do 
íleo, pela compactação que é 
recorrente e resolvida nas clínica 
podendo ser secundária a cirurgias 
por fibroses, aumento do tônus da 
válvula ileocecal ou até por migração 
de parasitas que causam uma 
disfunção neuronal parassimpática. 
Apresenta sinais clínicos como 
cólicas recorrentes, anorexias e 
perdas de peso, tendo como 
diagnostico e tratamento a 
laparotomia exploratória para se ver o 
que está acontecendo e resolver. 
 
 
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Afecções do intestino Grosso 
Importante definirmos alguns 
pontos da anatomia desse órgão, 
pois vai ser muito importante nos 
diagnósticos e tratamentos dessas 
afecções. O íleo no intestino delgado 
se desemboca no ceco onde está 
alojado ao lado esquerdo, com colón 
ventral saindo do ceco e a flexura 
esternal, e depois vem voltando na 
porção dorsal com a flexura pélvica e 
da origem ao colón transverso, colón 
menor e reto. 
 
O principal problema no intestino 
grosso seriam as compactações onde 
as flexuras são pontos críticos 
nesses animais, assim como pode ser 
causado pelas afecções dentarias que 
predispõe a essas compactações, 
assim como a qualidade de fibra e 
alimento, estresse e ingestão de 
água que também podem levar a 
essas complicações. 
Compactação de ceco é mais comum 
pela presença de sólidos, com a fibra 
ressecada ou de ruim qualidade 
onde se começa a desenvolver a 
compactação que tem distensão 
firme com dor leve a moderada, 
agora caso esteja com conteúdo 
fibroso e fluido (funcional) onde 
tem uma ausência de motilidade 
fazendo o alimento ficar parado, 
tem dor moderada a grave com ceco 
distendido com edema de parede. 
 
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O ceco tá do lado esquerdo na 
palpação vai sentir o ceco dilata e na 
ausculta os quadrantes esquerdos 
vão estar prejudicadas ou quase 
inaudíveis, levando assim ao 
diagnóstico. Para o tratamento 
vamos realizar a hidratação 
parenteral e enteral, com controle de 
dor, usando um óleo mineral para 
facilitar a descompactação e sulfato 
de magnésio (ajuda no aporte de 
fluido), sendo esse o tratamento 
clínico que taxa de 90% de 
sobrevivência caso tratadas de forma 
precoce ou animais não refratários 
sendo assim indicado a cirurgias. 
Um ponto muito importante de 
compactação é a flexura pélvica onde 
ocorre uma diminuição do lúmen e 
predispõe a formação de compactação 
nessas regiões, sendo muito comum 
nas baixas ingestões de água 
(inverno é ponto crítico), assim 
como o uso de amitraz, migração de 
larvas ou afecções dentárias. Como 
sinais clínicos vai ter dor leve a 
moderada de forma intermitente, 
animal com a perda de apetite, 
motilidade reduzida, com sinais de 
desidratação e abdômen abaulados, 
com diagnóstico por palpação retal e 
liquido peritoneal normal. Fezes 
desse animal vão ser pequena com 
muito muco me indicando grande 
tempo parado no segmento 
intestinal, sendo a base do 
tratamento a hidratação enteral com 
a sonda nasogástrica, controlando a 
dor desse animal, podendo ser 
utilizado o óleo mineral, docussato 
sódico e sulfactante iônico então 
caso não resolva recomenda a 
cirurgia. 
Outra compactação que pode ocorrer 
é a pela areia na flexura pélvica onde 
temos areia mesmo parada naquela 
região, alimento fornecido no chão 
ou regiões arenosas que acumula 
cronicamente no colón ventral ou 
dorsal alguns animais eliminam, 
se não elimina o animal vai parar de 
comer com poucas fezes no reto, 
areia nas fezes, sons de areia na 
auscultae uma dor leve a moderada. 
O diagnóstico é feito pelo RX, 
ausculta e areia na palpação, 
tratamento realizado com 
fluidoterapia com controle de dor e 
 
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uso o psilium que forma um gel com 
água e facilita a remoção dessa areia 
e cirurgia se a dor aumentar ou 
então se deslocar ou alterar o fluido 
peritoneal com viabilidade alças 
comprometida. 
Compactação de colón menor 
normalmente ocorre por corpo 
estranho, enterólitos ou fecalomas, 
sendo que o animal vai ter dor leve a 
moderada contínua, sinais de 
desidratação com distensão 
abdominal e hipomotilidade. O 
diagnóstico vai ser feito por palpação 
retal e coleta do líquido peritoneal, 
começa a acumular muito gás em 
outros segmentos, tratamento vai 
ser feito com fluidoterapia, controle 
da dor, laxantes e óleo mineral. 
Timpanismo 
Timpanismos também pode ocorrer 
pelo acúmulo gasoso nas alças 
intestinais, podendo ser gerado por 
uma fermentação de carboidratos da 
dieta no caso de ser um primário e 
secundário por causa de uma 
compactação que vai gerar um 
acumulo intenso de gás. Animais 
vão apresentar uma dor abdominal 
aguda com um aumento da FC e FR 
e na percussão vamos ter um som 
mais timpânico do lado onde tem o 
timpanismo. 
O tratamento tem que fazer a 
descompressão, mas no colón menor 
ao fazer a descompressão devemos 
ter um cuidado pois ele pode ter um 
deslocamento, segurança no cecco do 
lado direito pois ele é fixo. 
Utilizamos um cateter para retirada 
de gás e resolução parcial e faço 
hidratação e controle da dor 
juntamente, não faz nesse caso a 
fluidoterapia enteral, pois pode piorar 
pela hipertensão abdominal gerando 
mais dor e descompensarão. 
Deslocamentos 
Deslocamentos também podem 
ocorrer com o colón ventral e dorsal 
que atravessa a flexura pélvica e faz 
um deslocamento para a direita. 
Pode deslocar por formação de gás 
pode causar um encarceramento 
nefro-esplênico, ou pode fazer uma 
retroflexação de cólon. O único que 
tem tratamento clínico é o 
encarceramento nefro esplênico ou 
deslocamento esquerdo dorsal, onde 
o animal vai ter uma dor leve a 
moderada de forma intermitente 
com uma distensão abdominal, 
poucas fezes e motilidade reduzida e 
 
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conseguimos diagnosticar por 
palpação ou ultrassom, fazemos 
então fármacos que faz contração 
esplênica (fenilefrina)que faz uma 
vaso constrição e reduz o tamanho 
do baço, mas me causa muitos 
efeitos cardiovasculares, então 
cuidado, colando o animal pra correr 
e resolve 50% dos casos, pode fazer 
as técnicas de rolamento também 
com animal sedado, mas compensa 
mais se tiver tudo isso levar para 
cirurgia. 
 
Íleo adinâmico 
Ocorre muito pós manipulações 
cirúrgicas do intestino, mas tem 
diversas etiologias como distenção 
intestinal, compactações e qualquer 
alterações funcionais nesse 
intestinos. Pois quando ta parado 
tem bactéria e daí tem uma cascata 
de deslocamento das bactérias, 
absorção de toxinas e sepsee 
compromete a vida do animal na 
maioria das vezes. 
Descrito melhor no esquema abaixo 
as milhares de causas e 
consequências do íleo adinâmico. 
 
 
 
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Diarreias 
Pode ocorrer por causas tanto 
infecciosas quanto não infecciosas, 
com um aumento do volume e 
quantidade de defecação, podendo 
relacionar-se com mecanismos de 
hipersecreção, aumento da 
permeabilidade, alterações de 
motilidade e má absorção. A 
etiologia pode ser por uma colite 
dorsal direita, doenças 
inflamatórias, parasitárias, 
salmonelose, clostridioses, erliquiose 
e enterite proliferativa. 
Colite esta muito associada ao uso 
da fenilbutazona que inibe a Cox 
reduzindo a perfusão e as 
prostaglandinas deixando o colón 
mais expostos a essas lesões, 
aderindo neutrófilos no endotélio 
que causa lesão na mucosa. 
Animais com fezes aquosas e 
profusas com sinais de endotoxemia 
sendo uma emergência. Samonela 
muito comum com enterocolite e 
diarreia causando perda de proteínas 
e diarreias que geram anorexia e 
febre. 
Já as clostridioses por C.difficile é 
comum em animais internadoos e 
tratados com antibioticoterapia, 
enquanto que com C. perfringens é 
caracterizada por uma colite aguda, 
podendo ter diarreia profusa e 
hemorrágica. Parasitárias são 
comuns por grandes e pequenos 
etrongilus levando a inflamação 
crônica e edema, a diarreia ocorre 
junto com dano na barreira mucosa 
com a liberação de larvas mais 
intensas na administração dos 
anti-helmínticos. 
Erliquiose monocítica equina age 
na parede intestinal nas células 
epiteliais intestinais, mastócitos e 
macrófagos onde permanecem 
intracitoplasmáticas, causando 
mudança de absorção e secreção. 
Sendo que todas essas o diagnóstico 
vai ser com base na clínica, exames 
patologia clínica, abdominocentese 
nada específico, fazer os exames 
 
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específicos nas fezes de acordo com a 
suspeita, fazer a US nos casos de 
espessamento de parede, se não chego 
a um diagnóstico pode ser recorrido 
à cirurgia exploratória. 
Tratamento a ser realizado é com o 
uso da reposição hidroeletrolítica, 
suporte com coloide e uso da 
antibioticoterapia, prevenindo e 
tratando a SIRS e SEPSE se 
houver, e administração de 
probióticos para melhora da saúde 
intestinal. 
Afecções Inflamatórias do trato 
gastrointestinal 
Muito associadas a animais com 
intensa perda de peso, sendo 
interessante uma anamnese bem 
feita para eu chegar a conclusão se 
temos ou não a absorção de 
nutrientes. Pois as doenças 
inflamatórias eu vou ter a má 
absorção e má digestão, 
normalmente no ID podendo 
progredir para o IG, com infiltração 
anormal de células na mucosa e 
submucosa com dificuldade de se 
definir o que causou essa 
inflamação. 
 
 
Dentre as doenças inflamatórias 
temos a Enterite eosinofilica e 
doença epiteliotrófica eosinofilica 
multissitêmica, enterite 
granulomatosa, enterite 
linfocitica/plasmocitária ou 
linfosarcoma. 
A enterite eosinofilica eu tenho um 
infiltrado NE eosinófilos e linfócitos 
na mucosa do ID, podendo acometer 
outros órgãos dando origem a 
doença epiteliotrófica eosinofilica 
multissitêmica, causando cólicas 
recorrentes e levando a fibrose 
mural. 
 
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Enterite granulomatosa é aquela 
que tenho infiltrado de linfócitos e 
macrófagos na lâmina própria, 
podendo se estender ao trato 
respiratório, pele, fígado e baço. 
Causa uma atrofia das vilosidades, 
com hiperplasia de cristas, edema, 
erosão de mucosas e linfangiectasia. 
Linfosarcomas é menos comum mas 
causam também inflamações 
intestinais, sendo uma deficiência 
seletiva de IgM que pode ocorrer 
primariamente no mediastino, mas 
pode também ser metástase de 
algum outro órgão, gerando cólicas 
recorrentes perdas de peso, 
infiltrados difusos, anemias e 
trombocitopenias. 
Diagnósticos dessas doenças são 
baseados no histórico e sinais 
clínicos, dietas oferecidas, perda de 
peso, cólicas recorrente, edema, 
motilidade reduzida e palpação 
sentem alguns nódulos. Exames 
laboratoriais vão ter uma anemia, 
com hipoproteinimia e 
hipoalbuminemia, aumento do 
fibrinogênio diferenciando sempre 
de salmonelose e clostridioses. A US 
vai ajudar confirmar o edema de 
parede, me mostra as 
linfadenopatias e efusões cavitárias, 
podendo ser esse animal levado para 
biopsias retal e duodenal (cuidado 
pq tem muito intestino e pode dar 
falso negativo), exploração cirúrgica 
para coleta de material e por fim 
podemos fazer os testes de absorção 
onde fornecemos glicose e vejo como 
q tá a absorção pela curva glicêmica. 
Tratamento é inespecífico com a 
mudança na dieta, uso de anti-
helmínticos, uso dos corticoides por 
longos períodos e também em 
situações uso de antibióticos e anti-
inflamatórios. 
 
 
 
 
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