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ENEM – FILOSOFIA TEORIA DO CONHECIMENTO – Verdade: Concepção Grega A Verdade na concepção grega dentro da Filosofia não é necessariamente algo semelhante à moralidade, mas sim ao que é real e percebido, o que se manifesta no mundo. No idioma grego, se usava o termo aletheia que consiste na adição do prefixo a ao verbo lethe (esquecimento), sendo portanto uma negação: Verdade é o que não pode ser esquecido pois é uma evidência dada. Diz a professora e filósofa Marilena Chauí que “a verdade é ‘o que é lembrado ou não esquecido’. Por extensão do sentido, aletheia também significa ‘o não escondido, não dissimulado’, aquilo que vemos numa contemplação [numa olhadela], o que se manifesta ou se mostra aos olhos do corpo e do espírito”. A Verdade aqui é o que está manifesto na qualidade das coisas, o que elas realmente são, o seu ser. Logo, o que é verdadeiro é o que está vinculado às próprias coisas, manifestando sua realidade própria. O verdadeiro se dá pela definição da Verdade sendo esta fiel ao que é real: verdadeiro porque é real. É o que está atrelado aos sentidos. Bastante diferente é se for adicionado aí a representação, a ideia, da coisa. A ideia se dá no intelecto e não tem as propriedades da coisa. Para ficar mais claro, vou usar de uma citação novamente da professora Marilena Chauí. Leia-se mais de uma vez se for preciso. Diz ela: “Ideia e coisa, conceito e ser, juízo e fato, não são da mesma natureza. A ideia de cão não late e a de açúcar não é doce. O que os filósofos afirmam é que a ideia corresponde à coisa conhecida porque é o conhecimento da estrutura da coisa [ou seja, sua automanifestação], das relações internas necessárias que constituem a essência da coisa e das relações e nexos necessários que ela mantém com outras. A ideia é uma ação realizada no intelecto, uma operação intelectual; o ideado [a coisa, o objeto que se percebe], uma realidade externa conhecida pelo intelecto.” Cabe aqui colocar o que é oposto à Verdade e ao verdadeiro: a mentira enquanto falso, errado e que não corresponde ao real. Não é um entendimento moral que veremos posteriormente entre Verdade e mentira, mas um entendimento prático entre verdadeiro e falso. O que é falso é chamado de pseudos, termo bastante usado nos dias de hoje na internet. É um defeito na percepção do que de fato é. O contrário da Verdade que só pode Ser é o que não é dentro das mesmas condições de percepção. Lembremos que Parmênides dizia que o não ser não pode ser pensado: Para Platão, o não ser é o que é diferente do Ser: o que é azul não pode ser vermelho ao mesmo tempo.
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