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ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO CONCEITO DE TRAUMA: Todo tipo de lesão causada por agente externo a um indivíduo. ESTATÍSTICAS: Principal causa de morte entre 1 e 44 anos de idade. Mata 9 pessoas por minuto. 5,8mi de mortes/ano. MORTALIDADE POR CAUSA: Colisões automobilísticas, sozinhas, causam mais de 1mi de mortes por ano e estima-se que causem 20 a 50milhões de lesões significativas. DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL 1º PICO – Primeiros segundos a minutos – prevenção. 2º PICO – De minutos até várias horas. 3º PICO – Vários dias a semanas. CONSIDERAÇÕES – Não se atende uma vítima, se atende uma cena/situação. O ambiente pode e deve alterar seu atendimento. O atendimento da vítima começa após todas as prevenções. AVALIAÇÃO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO Dividido didaticamente em 2 fases: atendimento pré- hospitalar e atendimento intra-hospitalar. PRINCÍPIOS NO APH Garantir a segurança dos socorristas e do paciente: cena, segurança e situação. Iniciar gerenciamento dos riscos e controle da cena. Sinalização do local. Isolamento da cena. Estabilização dos veículos. Controle de tráfego. Desligamento de motores automotivos. Desativação de cabos elétricos energizados. Remoção de vítimas em situação de risco iminente. Avaliar a cena – necessidade de outros recursos? ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Como preparar uma transferência “suave” entre o ambiente pré-hospitalar e hospitalar? Resgate é o grupo de providências técnicas para a retirada de vítimas de locais de onde não conseguem sair por si e sem risco. APH é o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte da vítima. O objetivo é a manutenção da vida e em situação mais próxima possível da normalidade, até a sua chegada ao hospital com a minimização das sequelas. POLITRAUMATIZADO – “Para o oxigênio chegar aos tecidos é necessário uma via aérea pérvia, para levar o oxigênio à circulação são necessários pulmões funcionantes e para a realização das trocas gasosas, e necessário sangue circulante para levar o oxigênio aos tecidos de todo o corpo, principalmente ao cérebro, coração e rins”. A B C D E TEMPOS NO APH O tempo é o fator crucial. Hipóxia – lesão cerebral definitiva. Hemorragia – choque circulatório - tríade letal. Tempo de notificação, tempo de resposta, tempo na cena, tempo de transporte, da conclusão dos relatórios até o retorno à base. REGULAÇÃO MÉDICA 1 – Avaliação da gravidade. 2 – Liberação do veículo adequado. 3 – Disponibilidade de leitos hospitalares. PARTICULARIDADES NO APH Ambiente de risco, hostil. Condições adversas. Não se torna a próxima vítima!!! ATENDIMENTO INTRA-HOSPITALAR Setor de atendimento – salas de estabilização e observação. Setor de apoio diagnóstico – radiologia, laboratórios, outros exames (eco, ECG, EEG, doppler transcraniano_. Setor cirúrgico – central de materiais, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica. ATENDIMENTO INICIAL FASE HOSPITALAR: Planejamento antecipado à chegada do doente traumatizado é essencial. Avaliar a área de reanimação que vai receber os doentes. Equipamentos para abordagem da via aérea. Soluções cristaloides prontamente disponíveis. Convocação de mais médicos se necessário. Proteção da equipe de atendimento (máscara, óculos, avental impermeável, perneiras e luvas). PRECAUÇÕES-PADRÃO: Gorro, avental, luvas, máscaras, propés, óculos. AS QUATRO FASES DO ATENDIMENTO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO Exame primário e ressuscitação (feitos simultaneamente). Exame secundário. Reavaliação. Tratamento definitivo. Obs: a avaliação primária deve ser repetida frequentemente, para identificar qualquer piora na situação do doente, que indique a necessidade de alguma outra intervenção. OBJETIVOS 1 – Identificar a sequência correta de prioridades na avaliação do traumatizado com lesões múltiplas. 2 – Aplicar os princípios da avaliação primária e secundária na avaliação do traumatizado com lesões múltiplas. 3 – Explicar como a história médica do doente e o mecanismo de trauma contribuem para identificação das lesões. 4 – Identificar as armadilhas associadas com a avaliação e atendimento inicial do traumatizado e descrever os passos para minimizar o seu impacto. 5 – Reconhecer os doentes que vão precisar de transferência para tratamento definitivo. AVALIAÇÃO RÁPIDA Como avaliar um doente em 10s, de forma rápida e simples? – Perguntar o nome do doente. – Perguntar o que aconteceu. UMA RESPOSTA PROPRIADA CONFIRMA: A – Via aérea pérvia. B – Reserva de ar suficiente para falar. C – Perfusão suficiente. D – Sensório normal. A – Airway – via aérea com proteção da coluna cervical. B – Breathing – Respiração e ventilação. C – Circulation – Circulação com controle de hemorragia. D – Disability – Disfunção: estado neurológico. E – Exposure – Exposição / controle do ambiente. A – VIA AÉREA Via aérea pérvia e controle da coluna cervical. Armadilha: lesão oculta da via aérea, perda progressiva da via aérea, falha do equipamento, não conseguir intubar. B – RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO Avaliar e manter oxigenação e ventilação adequadas. Frequência respiratória, movimentação torácica, ausculta respiratória, entrada de ar, saturação. Armadilhas: problema de via aérea x ventilação? Pneumotórax iatrogênico ou hipertensivo? C – CIRCULAÇÃO E CONTROLE Avaliar a perfusão orgânica. Nível de consciência, temperatura e cor da pele, frequência e características do pulso. Tratamento da circulação. Controle da hemorragia. Restauração da volemia. Reavaliação. Armadilhas: idosos, crianças, atletas e medicamentos. D – DISFUNÇÃO Estado neurológico. Avaliação neurológica basal, escala de coma de Glasgow. Reação e padrão pupilar Cuidado: ficar atento a possível piora neurológica. E – EXPOSIÇÃO/AMBIENTE Tirar toda a roupa do paciente. Cuidado: prevenir a hipotermia. Armadilhas: lesões não percebidas. REANIMAÇÃO Proteger e manter a via aérea. Ventilar e oxigenar. Parar o sangramento. Reanimação com cristaloide/sangue. Proteger da hipotermia. MEDIDAS AUXILIARES Considerar precocemente a necessidade de transferência – usar o tempo até à transferência para continuar a reanimação. Não retardar a transferência por causa de exames. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA História e exame física completos. Quando iniciar? APÓS ter completado a avaliação primária, ter reavaliado os ABCDEs, as funções vitais estarem voltando ao normal. Componentes da avaliação secundária: história, exame físico da cabeça aos pés, exame neurológico completo, exames especiais, reavaliação. História AMPLA: A – Alergia. M – Medicamentos. P – Passado médico. L – Líquidos e alimentos ingeridos. A – Ambiente/eventos/mecanismos de trauma. CABEÇA – Exame externo, palpação do couro cabeludo, exame completo de olhos e ouvidos, avaliação da acuidade visual. Armadilhas: inconsciência, edema periorbitário e oclusão do canal auditivo. MAXILOFACIAL – Crepitação óssea, deformidade, má oclusão. Armadilhas: potencial de obstrução da via aérea, lesões não percebidas. Pescoço: partes moles. Mecanismo – fechado ou perfurante. Sintomas – obstrução da via aérea, rouquidão. Achados – crepitação, hematoma, estridor, sopro. TÓRAX – Inspeção, palpação, percussão, ausculta, RX. ABDOME – Inspeção/ausculta. Palpação/percussão. Reavaliação. Exames especiais. PERÍNEO – Contusões, hematomas, lacerações, uretrorragia. RETO – Tônus do esfíncter, próstata, fratura da bacia, integridade da parede retal, sangue. VAGINA – Sangue, lacerações. PELVE – Dor à palpação, assimetria no tamanho das pernas, instabilidade, radiografias indicadas. EXTREMIDADES – Confusão, deformidades, dor, perfusão, situação neurovascular periférica. SISTEMA MÚSCULOESQUELÉTICO – Armadilhas: Potencial da perda de sangue, fraturas não diagnosticadas, lesão das partes moles ou de ligamentos, síndromecompartimental. NEUROLÓGICO: CÉREBRO – Glasgow, tamanho e reação das pupilas, sinais de lateralização, reavaliação frequente, prevenir a lesão cerebral secundária. COLUNA – Coluna inteira, dor e edema, exame motor e sensitivos completos, reflexos e exames de imagem. Armadilhas: alteração da sensibilidade, incapacidade de cooperar com o exame clínico. EXAMES ESPECIAIS, conforme indicação – armadilhas: piora do doente, demora para transferir, piora durante a transferência, comunicação falha. COMO MINIMIZAR A OCORRÊNCIA DE LESÕES NÃO PERCEBIDAS? Alto índice de suspeita, reavaliação e monitorização frequentes. TRATAMENTO DA DOR – Alívio da dor/ansiedade, conforme a situação. Via intravenosa. Monitorização cuidadosa.
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