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Prática Pedagógica - Ficha de Leitura sobre AEE e Educação Inclusiva

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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
	
	Prática Pedagógica III – PP3M7
	
	Aline Neves de Melo
	FICHA DE LEITURA – MÓDULO 4
01. Indicar nesta ficha as seguintes informações contidas no artigo:
· Título: O Ensino da Matemática e o Atendimento Educacional Especializado: Um estudo de caso
· Autoras: Maria Fernanda Villena Castro e Katia Hardt Siewert
· Ano de publicação: 2015
· Link para acessar o artigo: https://drive.google.com/file/d/18hArf0IWn3G6fPx5dPKIHrkQ6-SwQFMH/view?usp=sharing
· Objetivo do artigo: Relatar uma experiência com um aluno com Síndrome de Klinefelter no ensino de Matemática, especificamente no ensino de conceitos numéricos. A partir dessa situação, busca-se compartilhar a importância de redimensionar questões fundamentais sobre a aquisição do conceito de quantidade e suas múltiplas aplicações na vida deste estudante, bem como ressaltar o quanto é relevante a ação integrada do Atendimento Educacional Especializado – AEE e as demais áreas do conhecimento.
· Ideias principais defendidas pelas autoras: 
No contexto da educação inclusiva, a construção de práticas pedagógicas, que promovam acesso aos serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade, podem ajudar a superar a discriminação e a segregação nas instituições de ensino. Nesse contexto, a matemática como uma área de conhecimento específico precisa colaborar, assumindo uma postura interdisciplinar com outras áreas do conhecimento.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) se caracteriza pela maneira particular de vivenciar o saber, sendo esse um passo inicial para trabalhar o processo do outro. Além disso, o AEE precisa adotar uma abordagem contextualizada e significativa, a qual tenha como pressuposto gerar um ambiente que desperte o interesse do estudante, motivando-o a explorar, pesquisar, descrever, refletir e organizar suas ideias. A função do professor, nessas circunstâncias, deve ser a de possibilitar essa maneira de construir o conhecimento, ressignificando sua função e transformando-se em mediador.
Ainda em relação ao AEE, o trabalho colaborativo entre o professor da turma e o professor do AEE é essencial, pois muitas vezes o professor da turma não possui uma formação que possibilite desenvolver um trabalho que atenda às necessidades do aluno. Nesse sentido, a troca de conhecimentos entre os dois profissionais possibilita desenvolver um ensino inclusivo, aproximando de fato os conteúdos do aluno.
Em relação ao ensino de conceitos numéricos, estes devem ser ministrados a partir das relações estabelecidas entre o conhecimento físico, o lógico-matemático e o social. Há, dessa forma, certas coisas que um professor pode fazer para encorajar o aluno a pensar ativamente – colocar coisas em relações –, estimulando o desenvolvimento da estrutura lógico-matemática.
Por fim, ainda no artigo fala-se sobre a Síndrome de Klinefelter, que é um distúrbio genético cromossômico, ou seja, está relacionada com alterações numéricas no conjunto de cromossomos de um indivíduo. Nesse caso, o indivíduo portador apresenta no seu cariótipo (conjunto cromossômico) um cromossomo X a mais. Este cromossomo sexual extra (X) causa uma mudança nos aspectos genotípicos e nos aspectos fenotípicos característica nos meninos. No caso do estudante citado no artigo, ele tinha uma discalculia acentuada.
02. A seguir, discuta criticamente essas ideias apresentadas no artigo, destacando a sua relevância para pensarmos o ensino de matemática no ensino médio, no que tange à educação especial.
As instituições de ensino são locais heterogêneos, sendo uma das funções da Educação Inclusiva tornar essa diversidade em uma fonte de enriquecimento e de aprendizagem mútua. Para isso, é necessário mudar o fazer pedagógico, centrando-o em uma aprendizagem contextualizada que potencialize o trabalho e as produções dos estudantes. Porém, no caso da Matemática ainda é muito comum que seu ensino se dê de forma descontextualizada e baseada em decoração de fórmulas, o que resulta em testes padronizados e listas de exercícios que não levam em consideração nem o desenvolvimento histórico da ciência nem a realidade social do aluno, tornando sua aprendizagem inútil e desinteressante na perspectiva de muitos alunos. Essa situação pode causar, além de desmotivação e desinteresse pela disciplina, incompreensão de conceitos matemáticos de suma importância como conceitos numéricos, que pode impactar diretamente no manuseio do dinheiro no dia a dia, por exemplo. Considerando o que foi defendido por Kamii (1993), que a natureza do número compreende três tipos de conhecimento: conhecimento físico (refere-se aos objetos da realidade externa), conhecimento lógico-matemático (consiste na coordenação de relações) e conhecimento social (que é estabelecido pelo contexto e pela cultura na qual o aluno está inserido), e sua aprendizagem se dá a partir do estabelecimento de relações entre os três tipos de conhecimentos, se faz necessário que a Matemática se articule com as demais áreas do conhecimento para que seja ensinada de forma contextualizada e significativa para as diferentes realidades dos alunos. Nesse sentido, principalmente para alunos que apresentam NEE que, em geral, não foram incentivados a desenvolver um pensamento ativo e autônomo, é essencial que os professores proporcionem oportunidades para a construção do conhecimento, assumindo o papel de mediador, de modo a gerar um ambiente que desperte o interesse do aluno, motivando-o a explorar, pesquisar, descrever, refletir e organizar suas ideias. 
Porém, muitos professores ainda não são capacitados para desenvolver atividades que atendam às necessidades de alunos com NEE, e além da promover a capacitação desses profissionais, é de suma importância a existência e o trabalho em conjunto com o Atendimento Educacional Especializado (AEE), pois esse é um espaço que se caracteriza pela maneira particular de vivenciar o saber, sendo esse um passo inicial para trabalhar o processo do outro. Nesse sentido, um acompanhamento do desenvolvimento do aluno em conjunto com a Psicopedagogia, área que busca pelo processo de aprendizagem significativa, e acima de tudo pelo sujeito desse processo que é aprendente, é primordial para buscar-se a Educação Inclusiva como prática complementar e interligada à escolaridade comum e a todos os desafios que a inclusão impõe aos alunos com NEE, e não apenas em uma prática substitutiva. Além desses desafios, a inclusão de alunos que apresentam NEE nas instituições de ensino regulares ainda precisa superar o desafio da integração desses alunos com os demais alunos como também ao sistema tradicional de avaliação de ensino. Com isso, deve-se considerar reuniões com os demais alunos para sinalizar as diferenças e as adaptações necessárias, assim como deve-se pensar na adoção de outros indicadores para reconhecer o mérito de cada aluno diante da aprendizagem dos conteúdos programáticos das disciplinas de todas as áreas do conhecimento.
03. Por fim, faça uma reflexão abordando a importância e os possíveis desafios inerentes à essa relação de colaboração entre o (a) professor do AEE e o (a) professor (a) da sala de aula regular no desenvolvimento de sua prática pedagógica no ensino médio, considerando as suas experiências na área ou experiências conhecidas, bem como a leitura da legislação proposta nesse módulo, além de outras leituras que já tenha realizado sobre o tema.
De acordo com a Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009 que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial:
Art. 1º [...] os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
Art. 2º O AEE tem como funçãocomplementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
Percebemos então um movimento nacional de instaurar reflexões e providenciar uma educação de qualidade e inclusiva a todos, e nesse contexto o AEE torna-se fundamental para concretizar as reivindicações da educação inclusiva. O NAPNE pressupõe o Atendimento Educacional Especializado que se efetiva por meio de ações promotoras de acesso, da permanência e da participação dos estudantes e acadêmicos no processo de ensino e de aprendizagem, conforme disposto na Resolução nº 04, de 02 de outubro de 2009, em seu artigo 3º, quando afirma que a Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional.
A implantação e consolidação do AEE em instituições públicas educacionais ainda é escassa, contudo as escolas que o possuem demonstram a percepção de uma Instituição que observa o futuro educacional nacional, tendo em vista que já estão sinalizadas as metas e estratégias para a Educação no PNE 2014-2024, dentre as quais se destacam a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional, observando as peculiaridades das pessoas com deficiência, além de expandir essa oferta as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Ainda assim, acabamos ouvindo de muitos professores que não foram preparados durante sua graduação ou não se sentem preparados e que é muito difícil ensinar alunos com necessidades educacionais especiais. De acordo com Duek e Naujorks (2006, p. 36):
a “recusa” do professor em trabalhar com este aluno que “não aprende”, justificada pela sua “incapacidade”, devido a falta de (in)formação, pode trazer “colado” em sua fala, dificuldades e sentimentos seus, provenientes de sua história de vida e ligados à sua personalidade. Considerando que o professor está em permanente processo de construção, também seu autoconceito passa por uma redefinição constante a partir das relações que estabelece com o meio, exercendo influência decisiva na forma como percebe os acontecimentos, os objetos e as outras pessoas. Tem-se, neste sentido, o professor como um profissional que necessita refletir sobre seu autoconceito, buscando o autoconhecimento, pois na relação professor-aluno, além do caráter acadêmico, estão presentes as características psíquicas de ambas as partes, sendo que tanto o professor quanto o aluno, ficam submetidos a interações psicológicas que, muitas vezes, modificam-nos profundamente.
Dessa forma, em concordância com as autoras Castro e Siewert (2015) “esquecer a frustação de uma atividade não muito bem-sucedida, aceitar e buscar outras formas de explanação fazem parte do professor”. Também acreditamos que aprender e ensinar em uma escola que seja para todos é um grande desafio para os educadores contemporâneos e que mudanças legais e culturais estão fazendo com que os alunos provenientes de diferentes contextos, com necessidades e deficiências variadas, cheguem ao ensino médio, o que lhes é de direito, e isso requer dos professores capacitação e uso de estratégias adequadas para incluir e acolher o coletivo.

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