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AV1 Direito eleitoral

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Anderson Carvalho da Silva
Prof. MSc. Bruno Horwatitsch Cunha
 Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU
Curso de Direito (DIR 76) – Direito Eleitoral
10/10/2020
1. INTRODUÇÃO
O ato de manifestar sua vontade na escolha de um representante, através do voto, é uma grande conquista para o povo brasileiro. O poder delegado a uma autoridade para que ela aja em nome dos eleitores é a espinha dorsal da democracia. Se fundamenta na ideia de que todo poder emana do povo, mas para que a garantia dos direitos políticos, bem como toda a atuação da Justiça Eleitoral, do Ministério Público, dos Partidos Políticos e candidatos sejam preservados, é necessário a devida observância de um conjunto de princípios que são responsáveis por fundamentar o direito eleitoral. 
O Direito Eleitoral é um ramo do direito público responsável pelo estudo dos sistemas eleitoras, ou seja, é a reunião de normas jurídicas responsáveis por determinar as formas de aos mandatos eletivos, também é regulado pelo direito eleitoral os registros de candidaturas, votação e apuração, alistamento, convenções partidárias, propagandas políticas entre outras atividades relacionadas as eleições. 
O presente estudo tem por finalidade expor os conceitos e princípios existente no Direito Eleitoral, bem como falar sobre o exercício da soberania popular em condições de elegibilidade, esclarecendo sobre duvidas sobre o voto obrigatório e facultativo e as disposições constitucionais.
2. DIREITO ELEITORAL – PRINCÍPIOS E CONCEITOS
Para entendermos o que são princípios, antes precisamos entender o conceito de princípio. Segundo Manoel Gonçalves Ferreira princípio é a norma que orienta a elaboração de outras de primeiro grau, extraída, por dedução, do sistema normativo, operando limitação das próprias normas e autointegração do sistema.
 Regis Fernandes de Oliveira diz que o princípio é uma generalização extraída do próprio corpo do ordenamento jurídico, evitando o problema das lacunas (operando autointegração do sistema) e limitando outras normas. Ou seja, os princípios indicam uma ordenação, que incide sobre as demais normas, servindo de base para a aplicação do direito.
Gomes alega que a palavra princípio não é unívoca, tendo acumulado diversos sentidos ao longo da história. Em geral, refere-se à causa primeira, a razão, à essência ou ao motivo substancial de um fenômeno significa, ainda, os axiomas, os cânones, as regras inspiradoras ou reitoras que presidem e alicerçam um dado conhecimento.
Os princípios tem duas significações uma moral e outra lógica, porém, princípios podem ser infringidos. Isso ocorre frequência. Mas, certamente tal infringência, é muito mais grave que a transgressão de uma regra positivada, pois a desatenção a um principio implica ofensa não apenas a especifico mandamento obrigatório, mas a todo sistema de comandos, aos fundamentos em que a norma ou o próprio ordenamento encontram-se assentados, Explica José Jairo Gomes. 
Exposta a importância dos princípios em geral analisaremos os princípios do Direito Eleitoral.
2.1 PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA
O princípio da democracia apontado por José Jairo Gomes, é considerado atualmente como um dos mais preciosos valores da humanidade. O fundamento normativo para tal afirmação é que o artigo XXI da Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1948, e o artigo 25 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, elevaram-na ao status de direitos humanos.
Ao entendimento de Gomes a Democracia só é possível com a participação do povo. O mesmo indica uma subdivisão da Democracia em três grupos, são eles: Democracia direta, Democracia indireta e Semidireta.
A Democracia Direta se configura como um modelo clássico, onde o povo, participa diretamente nas decisões governamentais, ou seja, são realizadas assembleias publicas na qual, todos os cidadãos devem participar e tomarem as decisões ali expostas.
Na democracia indireta ou representativa, como também é chamada, é uma transferência do exercício do poder a outro cidadão. Ao entendimento de Gomes, a democracia representativa os cidadãos escolhem aqueles que os representarão no governo. Os eleitos recebem um mandato. A participação das pessoas no processo politico se dá, pois, na escolha dos representantes ou mandatários. Estes ficam incumbidos de conduzir o governo, tomando as decisões político-administrativas que julgaram convenientes, de acordo com as necessidades que se apresentem.
Enfim, a democracia semidireta ou mista, esta que foi adotada pela Federação Republica do Brasil. Esta assemelha-se com o modelo da democracia representativa, escolhemos um representante para tomar as decisões político-administrativas e a gestão da coisa pública. Entretanto, existe a previsão de alguns mecanismos de intervenção direta dos cidadãos.
Assim fica claro que a Democracia é um princípio inextinguível na sociedade, afinal, não se pode falar em estado democrático de direito sem mecanismos garantidores do exercício da democracia, seja ela, direta, indireta ou mista.
2.2 PRINCIPIO DA DEMOCRACIA PARTIDÁRIA 
A Constituição Federal descreve em seu Art. 1º: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”. Tal preceito constitucional, informa que se está diante de uma democracia representativa. Bem como, a atuação do povo na condução do Estado é necessária.
José Gomes diz que a Democracia autêntica requer o estabelecimento de debate público permanente acerca dos problemas relevantes para a vida social. Apesar disso, é impossível que os cidadãos exerçam diretamente a democracia, imagine um Estado com milhões de habitantes como o Brasil, reunindo-se para a produção legislativa. Por isso, se faz necessária a representação por meio de partidos políticos.
Desse modo, a associação partidária é assegurada pelo Art. 14, §3º, V da CF/88, que fundamentou a filiação partidária como condição de elegibilidade, assim sendo, os partidos políticos detêm o monopólio das candidaturas, ou seja, para ser votado, o cidadão deve filiar-se a um partido.
Seguindo este pensamento, convém expor o conceito de partido político, que no texto do Art. 1º da Lei 9.096/96, “Partido Politico é a pessoa jurídica de direito privado. Destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”.
Diante do exposto, fica evidente a importância que os partidos políticos tem para a efetivação da democracia em nosso país.
2.3 PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO
Podemos comparar o princípio in dubio pro reo do Direito Penal quando se fala sobre o princípio do aproveitamento do voto, que vigora dentro do Direito Eleitoral. Neste sentido, pode ser classificado como in dubio pro voto.
O art. 219 do Código Eleitoral, diz que: “Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que ela se dirige abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.”. Também, o art. 149 do Código Eleitoral, estabelece que: “Não será admitido recurso contra votação, se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulidades arguidas.”.
Portanto, podemos perceber que, além de se relacionar com o princípio da lisura das eleições, o princípio do aproveitamento do voto visa evitar a nulidade dos votos, quando for possível separar os votos nulos daqueles que não foram fraudados
2.4 PRINCÍPIO DA CELERIDADE
O princípio da celeridade ordena que as decisões eleitorais devem ocorrer de maneira ágil. O texto do artigo 257, do Código Eleitoral serve como base para a interpretação desse princípio. O texto do artigo, diz o seguinte: “A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do Presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão.”.
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2.5 PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E PERDA DO MANDATO ELETIVO
O período que a lei estipula para que ocorrajulgamento é de um ano, desde a propositura da ação até o resultado final. Esse prazo foi estabelecido após se constatar situações em que o eleito exercia todo o seu mandato sem que a ação proposta contra ele tivesse sido julgada.
O texto legal que se relaciona com esse princípio está elencado no art. 97 do Código Eleitoral: “Art. 97-A. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5° da Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda do mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. §1° A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral.”.
2.6 PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS
O Código Eleitoral estabelece que os recursos eleitorais possuem efeito devolutivo não-suspensivo.
O artigo 216 do CE, diz: “Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer mandato em toda a sua plenitude.” O art. 15 da LC 64/90, também dispõe: “O registro de candidatura inelegível só será cancelado após o trânsito em julgado da decisão, ou seja, enquanto pender recurso do candidato, este poderá participar do pleito e até ser diplomado, se eleito.”
2.7 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE
Este princípio constitucional previsto no art. 16 da Cf/88: “A lei que estabelecer o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.”.
Sendo assim, a lei que alterar o processo eleitoral, seja o alistamento, votação, apuração ou até mesmo a diplomação, conforme o texto constitucional lido acima, deverá obedecer o período de um ano, anterior à data prevista para a eleição.
3. EXERCICIO DA SOBERANIA POPULAR
É o direito ao voto e de ser votado, todo cidadão brasileiro com idades entre 16 e 70 anos, sento facultativo para os com idade entre 16 e 18 anos e para os maiores de 70; é universal todo homem e mulher podem votar, sem distinção de raça ou religião e não exclui analfabetos. O voto é direto, secreto, periódico, igual, livre e personalíssimo.
4. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
A enumeração dos objetivos disposto, no artigo 3º da constituição federal de 1988, aponta para a adoção de princípios morais, relacionados à liberdade, à justiça, à solidariedade, à igualdade e à dignidade. De igual forma o fazem o preâmbulo, o artigo 1º, o artigo 5º e seus incisos e outras disposições constitucionais que justificam o reconhecimento da Constituição como norma jurídica máxima. Há compartilhamento de uma moralidade, mas de uma moralidade objetiva, relacionada aos valores públicos, sem que isso derive da imposição estatal de um conteúdo específico.

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