Buscar

Trauma Pediátrico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

• Epífise: região distal/articular do osso; 
• Metáfise: para saber o início e final da metáfise, 
pega-se a largura da articulação e a transforma 
em altura, esse espaço corresponderá a 
metáfise; 
• Diáfise: meio do osso; 
• Placa de crescimento (epífise de crescimento): 
região radiotransparente. 
Os ossos nas crianças estão em crescimento, que é 
determinado pela fise (placa de crescimento ou cartilagem 
de crescimento), que está localizada entre a metáfise e a 
epífise nos ossos longos. As crianças apresentam 
reparação dos tecidos mais rápida, portanto, consolidação 
mais precoce das fraturas. A remodelação óssea é uma 
característica importante nas crianças e é tanto maior 
quanto menor a idade do indivíduo. 
As lesões fisárias ocorrem nas crianças em parte devido à 
maior resistência dos ligamentos e da cápsula articular 
em comparação à placa de crescimento. Nessa 
população, tais estruturas são de duas a cinco vezes mais 
resistentes do que a fise. 
O risco de ocorrência de lesão fisária pode estar 
aumentado no trauma de alta energia, na fratura exposta 
e quando várias tentativas de redução da fratura são 
realizadas. Quando a fise está comprometida em toda a 
sua extensão, há fusão entre a metáfise e a epífise com 
consequente parada do crescimento. Quando a lesão 
fisária é parcial, é possível observar deformidades 
angulares. A deformidade angular e o encurtamento 
ocasionado pelas lesões da fise parcial ou completa 
podem variar na dependência da localização da fise, 
duração e extensão da lesão fisária. Quanto menor for a 
idade da criança na ocasião da lesão, maior é a sequela 
ao final do crescimento. 
• Não ocorrem no adulto. Ocorrem somente em 
esqueletos imaturos; 
• Tipos de placas de crescimento: 
✓ Cartilagens epifisárias da extremidade de 
ossos longos estão sujeitas a forças de 
pressão pela contração muscular e peso 
corporal (epífises de pressão). Podem ser 
intra ou extra-articulares; 
✓ Epífises de tração (apófises) são situadas 
nas proeminências ósseas e sujeitas a 
trações causadas pelas contrações 
musculares. 
 
 
Placa de crescimento extra-articular. Fise da tíbia 
proximal e do fêmur distal. 
Obs.: Uma fise intra-articular pode ser afetada por 
patologias intra-articulares, como a artrite séptica, 
por exemplo. Uma artrite séptica de quadril pode 
destruir a placa de crescimento do quadril na região 
do fêmur proximal, já uma artrite de joelho tende a 
não afetar a parte do crescimento da tíbia e do fêmur 
no início, somente com o agravamento da patologia, 
ou seja, de forma tardia. 
Anatomia: Existem duas cartilagens de crescimento nos 
ossos longos imaturos. Uma horizontal, que é responsável 
pelo crescimento longitudinal do osso, e outra esférica, 
que responde pelo crescimento da epífise. A placa 
horizontal, de fácil visualização nas radiografias dos ossos 
em crescimento, separa a metáfise da epífise nas 
crianças. 
A fise é um sistema organizado, localizado nas 
extremidades dos ossos longos, responsável pela 
ossificação endocondral. Nela os condrócitos estão 
dispostos em camadas ou “zonas”, com diferentes 
estágios de maturação. Pode-se identificar as seguintes 
zonas: de reserva ou repouso, de proliferação e zona 
hipertrófica. A zona hipertrófica é dividida em camadas: de 
maturação, de degeneração e de calcificação, estando 
adjacente à metáfise. 
Na periferia da fise, existe o anel pericondral de Lacroix, 
que é um dos meios de estabilização da placa de 
crescimento. Em algumas doenças, como na epifisiólise 
proximal do fêmur, esse anel apresenta-se enfraquecido, 
sendo um dos fatores que permitem a epifisiolistese. 
O estudo histológico da placa epifisária demonstra 4 
zonas características: 
• Zona germinativa (camada de repouso): está 
adjacente à epífise e recebe nutrição dos vasos 
(epifisários) que entram no centro de ossificação 
da epífise, porém não entram na placa epifisária; 
presença de células indiferenciadas 
(totipotentes), situadas de forma irregular em 
uma matriz cartilaginosa abundante; a lesão 
destas células determina parada COMPLETA da 
placa de crescimento, pois essa zona é a 
responsável pelo crescimento longitudinal do 
osso; 
Obs.: A matriz cartilaginosa é responsável por 
promover nutrição e certa estabilidade da camada de 
crescimento. 
• Zona proliferativa: crescimento/ multiplicação de 
células cartilaginosas; têm disposição colunar e 
cada coluna é separada da outra por abundante 
matriz cartilaginosa e por fibras colágenas; 
quanto maior o número de células maior a 
atividade de crescimento; 
• Zona hipertrófica: aumento do tamanho dos 
condrócitos e da vascularização; é onde inicia-se 
o processo de morte celular; não existe 
crescimento ativo nessa zona; enquanto os 
condrócitos se hipertrofiam, a matriz intracelular 
diminui; 
Obs.: Essa zona é a mais deficiente em matriz 
cartilaginosa, e, por isso, é mais susceptível a lesões. 
Essa camada apresenta menor resistência devido às 
características das células com volume aumentado. 
• Zona de calcificação: caracterizada pela morte 
dos condrócitos; a matriz cartilaginosa torna-se 
calcificada e as células mortas são reabsorvidas 
pela invasão do mesênquima. 
 
A primeira camada da epífise de crescimento é a 
camada germinativa ou de reserva, que é 
caracterizada pela presença de poucos osteócitos e 
há muita matriz extracelular. Na camada proliferativa 
há aumento da quantidade de células, que começam 
a ter uma disposição colunar, até porque o osso 
cresce de forma longitudinal. Na camada 
hipertrófica, essas células aumentam em tamanho. 
Já na camada de calcificação, essas células 
começam a morrer, restando apenas a matriz 
extracelular. 
Em qualquer trauma esquelético, a energia do 
trauma irá incidir sobre o esqueleto e irá romper na 
região mais frágil. A fise, por si só, é mais frágil, por 
isso é tão comum essa lesão na criança. Dentre as 
camadas, a camada mais frágil é a hipertrófica, pois 
é a camada onde ocorre o crescimento mais rápido. 
Assim, geralmente a fratura ocorre na camada 
hipertrófica. 
As placas de crescimento fecham em tempos 
distintos, isso é importante pois a depender da idade 
em que ocorra a lesão da placa epifisária, será 
possível ter uma ideia do quadro de sequelas que o 
indivíduo irá apresentar. 
• 15% das lesões do esqueleto da criança afetam 
a fise e destas, 10% vão cursar com alterações 
do crescimento em variados graus; 
• Predominância das lesões na epífise distal do 
rádio; 
• As epífises distais costumam ser mais lesadas 
que as proximais; 
• Meninos > meninas; sendo a faixa etária mais 
comum de 11 a 12 anos entre as meninas e 13 
a 14 anos nos meninos. 
Exame Físico: A queixa em geral é de dor, que parece estar 
localizada na articulação, após um trauma. Edema 
próximo à articulação e dor localizada à palpação da fise 
podem estar presentes. Nas lesões dos membros 
inferiores, a criança não consegue apoiar o peso sobre o 
membro acometido. Quando a lesão é no tornozelo, ela 
consegue engatinhar, mas não consegue apoiar-se sobre 
o membro ao ficar em pé. No membro superior, é 
frequente encontrar impotência funcional ou limitação da 
amplitude de movimento articular. 
A possibilidade de trauma não acidental não pode ser 
descartada, assim como síndrome da criança espancada, 
síndrome de maus-tratos ou síndrome de Silverman. Tais 
hipóteses devem ser aventadas em especial nas fraturas 
de membros inferiores em crianças pequenas que ainda 
não deambulam. As lesões múltiplas em diferentes 
tempos de evolução, assim como uma dissociação entre 
história do trauma e o exame físico encontrado, são 
também importantes características a serem 
consideradas. 
Exames Complementares: A radiografia é o exame 
preferencial a ser realizado na suspeita de uma lesão 
fisária. Não se deve realizar outros tipos de exames antes 
da obtenção de radiografias de boaqualidade. Em geral, 
são suficientes para o diagnóstico preciso e para orientar 
o tratamento a ser realizado. Algumas vezes, o diagnóstico 
com radiografias simples pode ser difícil devido às 
características de contorno irregular das fises e de sua 
natureza cartilaginosa. Em especial no tipo I de Salter-
Harris, o exame pode mostrar apenas um pequeno 
alargamento da fise. Nesses casos, as radiografias 
comparativas podem auxiliar muito o diagnóstico. 
As radiografias com manobras de estresse em valgo ou 
varo podem estar indicadas em algumas situações 
especiais. A relação custo-benefício deve ser considerada, 
uma vez que essas manobras podem agravar a lesão 
fisária. 
Em alguns casos de traumas graves, com o paciente 
apresentando muita dor, pode-se ter dificuldade em obter 
radiografias apropriadas. Pode-se realizar primeiro uma 
imobilização provisória para conforto do paciente e, então, 
fazer o exame. Quando as radiografias de boa qualidade 
não puderem ser obtidas pela dificuldade de posicionar o 
paciente com traumatismos graves ou politraumatismos, 
a tomografia computadorizada (TC) deve ser considerada. 
A ressonância magnética (RM) ainda é pouco utilizada nas 
lesões fisárias, ela mostra o edema da medula óssea que 
não é detectado pelas radiografias ou pela TC. As imagens 
da RM demoram para ser obtidas, o que, em uma criança, 
pode ser um fator limitante. Dependendo da sua idade, a 
criança pode necessitar de sedação para a realização da 
RM. 
A TC é um exame de relativa rapidez, mas envolve doses 
altas de radiação. Se for considerada a exposição à 
radiação, sempre que possível, deve-se utilizar a RM em 
vez da TC nas crianças. 
Tipo I: epífise completamente separada da metáfise, 
ou seja, toda placa fisária é “cortada”; o 
deslizamento pode ser mínimo, moderado ou 
acentuado, dependendo da intensidade do 
traumatismo; é mais frequente em crianças 
pequenas, e as localizações mais frequentes são as 
extremidades proximal e distal do fêmur e a proximal 
do úmero. O tratamento é por redução incruenta + 
gesso. → Não há fratura óssea associada. Há a lesão 
da fise, sem fratura epifisária ou metafisária e ocorre 
descolamento do periósteo. 
Tipo II: a epífise está completamente separada, 
levando junto um pequeno fragmento da metáfise, e 
esse fragmento é claramente identificado, sendo 
denominado sinal de Thurston-Holland (fragmento 
triangular – ajuda na hora de reduzir a fratura, pois o 
periósteo fica aderido e atua como agente de 
estabilidade. Isso não ocorre no adulto); é mais 
frequente em crianças acima dos 10 anos, e 
costuma se localizar no rádio distal e proximal, 
úmero proximal, fêmur distal e falanges. Esse é o tipo 
mais comum de fraturas na emergência. O 
tratamento é por redução incruenta + gesso. → 
Fratura da fise e traço de fratura indo para metáfise 
Tipo III: ocorre fratura na fise, que se propaga para a 
placa epifisária (é uma fratura articular, com 
acometimento de fise e epífise); é uma lesão pouco 
frequente; o maior acometimento é na tíbia proximal 
e distal e nas falanges; são fraturas mais instáveis e 
graves, por isso, tem que avaliar tratamento 
cirúrgico. → Lesão fisária e traço indo para a epífise, 
ou seja, indo para dentro da articulação. É uma 
fratura grave, pois tende a acelerar o processo de 
degeneração dessa articulação. 
Tipo IV: a fratura inicia-se na cartilagem articular e 
corre verticalmente através da epífise, da placa 
epifisária e da metáfise; costumar ocorrer devido a 
cargas axiais (fratura por cisalhamento); a redução 
anatômica está indicada, sendo geralmente 
necessário o tratamento cirúrgico. → Lesão da fise e 
traço que vai desde a epífise até a metáfise. 
Tipo V: lesão da placa fisária provocada por força de 
compressão; como não ocorre deslocamento da 
epífise ou fratura da metáfise, é difícil estabelecer o 
diagnóstico na época do trauma (pois o raio-x está 
basicamente NORMAL), nesses casos, é importante 
atentar para crianças com edema, com dor a 
palpação e que não conseguem movimentar o 
membro; é mais comum em joelho e tornozelo. → Os 
tipos V e VI podem não ser visualizados no raio-x. No 
tipo V há um trauma completamente axial, onde 
ocorre um esmagamento da fise. Compromete toda 
a cartilagem de crescimento, assim é grande o risco 
de haver sequela de crescimento. 
 
Obs.: O osso da criança é mais orgânico que 
mineralizado, diferentemente do osso do adulto, que 
é, portanto, mais rígido. No osso do adulto o 
periósteo está mais aderido à cortical, assim, quando 
ocorre uma fratura, ele rasga junto. Já na criança, o 
periósteo não está tão aderido assim e quando 
acontece uma fratura, ele descola e tende a não 
rasgar. 
Tipo VI: O traço acontece por 
abrasão da borda fise. Tem 
grande potencial de sequela 
de crescimento. lesão 
pericondral (do periósteo); 
infrequente, produzida por 
contusões, avulsão de partes 
moles ou queimaduras. 
Trata-se de uma lesão 
periférica na fise, 
denominada lesão pericondral, com formação de 
ponte óssea e consequente deformidade angular. 
Obs.: O tipo VI não faz parte da classificação de Salter 
e Harris, foi descrito anos depois por Rang. 
Obs.: Quanto maior o número na classificação, maior 
a gravidade. 
• A lesão fisária é uma urgência, demanda 
tratamento em no máximo 6 horas, pois quanto 
mais tempo a fise passa fora, maior é a chance 
de ocorrer sequela do crescimento; 
• Quanto mais nova a criança, raramente ela 
precisará de fisioterapia; 
• A redução dos deslocamentos deve ser feita o 
mais cedo possível, com manobras de redução 
adequadas, para evitar maiores danos à placa 
fisária; 
• Após a retirada da imobilização, a criança é 
deixada livre para que ela própria, com as 
atividades diárias, recupere a amplitude dos 
movimentos articulares; cuidados fisioterápicos 
raramente estão indicados. 
 
 
• Pode ser incruento (ou seja, não aberto) ou 
cruento. Nas crianças, é feito tratamento 
conservador na maioria dos casos, pois a 
estabilização acontece pela própria disposição 
tecidual e presença do periósteo; 
• Redução incruenta: promove uma carga de 
tração contrária a carga que causou a fratura; 
Obs.: A redução incruenta dói, mas dói cerca de 10 
minutos. Porém, fazê-la com anestesia demanda 
mais riscos e “traumas” para a criança. 
• Aparelho gessado: ATENÇÃO! Sempre imobilizar 
uma articulação antes e uma depois da fratura; 
Obs.: A tipoia é muito importante, pois, se a criança 
segurar o gesso com a própria força do membro, 
dentro dele pode ocorrer deslocamento da fratura 
devido à tração muscular. Assim, toda fratura precisa 
de repouso, evitando que haja tração muscular. 
Obs.: No adulto não se coloca o gesso logo, pois há a 
fase de formação de edema e depois 
recrudescimento deste, o que leva cerca de 10 dias, 
assim, caso o gesso fosse colocado logo, poderíamos 
ter síndrome compartimental. Dessa forma, coloca-
se a tala gessada e, somente depois de 7 a 10 dias 
reavalia e pode trocar, fazendo seguimento com 
gesso. Na criança, a depender do caso, pode-se 
colocar o gesso logo, já que não há tanta formação 
de edema assim. 
Obs.: Gesso não se troca. 
Obs.: É importante fazer o seguimento com o mesmo 
profissional. 
• Cirurgia (redução cruenta/diretas): É mais raro 
nas crianças. Quando o tratamento conservador 
não funcionou e para fraturas instáveis que 
precisam ser fixadas. Em crianças, normalmente 
são usados fios intramedulares para a fixação. 
As lesões fisárias dos tipos I e II de Salter-Harris 
apresentam, de modo geral, bom resultado com a redução 
incruenta e a imobilização gessada. São lesões estáveis, 
e a manutenção da redução no gesso não é difícil, desde 
que este seja bem confeccionado. Às vezes, pode ocorrer 
interposição do periósteo ou de partes moles, impedindo 
a redução. Nesses casos, pode ser necessária a 
intervenção cirúrgica para obter-se redução adequada. 
Aslesões dos tipos III e IV de Salter-Harris representam 
uma descontinuidade da fise e da epífise com 
comprometimento da superfície articular (fratura intra-
articular). A fratura intra-articular pode acarretar 
osteoartrose no futuro; a lesão fisária, por sua vez, pode 
causar um comprometimento do crescimento com 
deformidades e/ou encurtamentos. Portanto, de maneira 
geral, essas lesões requerem o tratamento operatório 
para realinhamento tanto da superfície articular quanto da 
fise. As lesões costumam ser instáveis e, muitas vezes, a 
simples imobilização gessada em fraturas sem desvio não 
é suficiente. 
As lesões dos tipos V e VI de Salter-Harris acarretam a 
formação de barra óssea e parada parcial ou total do 
crescimento. Procedimentos cirúrgicos posteriores podem 
ser necessários para ressecar a barra óssea ou corrigir 
eventuais deformidades. 
As contraindicações relativas para redução cruenta ou 
incruenta de lesão fisária incluem as dos tipos I e II de 
Salter-Harris com desvio mínimo. Nas fraturas com desvio 
grande, mas com tempo de evolução superior a duas ou 
três semanas, deve-se considerar o risco de se agravar a 
lesão na fise, já que as manobras de redução envolvem 
forças maiores do que nas fraturas recentes. Deve-se 
considerar também o potencial de remodelação, que pode 
ser suficiente para um resultado satisfatório, dependendo 
do local da fratura, do desvio e da idade do paciente. 
A maioria das lesões fisárias é tratada de maneira 
conservadora, ou seja, não operatória. Muitos fatores 
devem ser considerados ao decidir o tratamento – é 
importante observar a gravidade da lesão, a localização 
anatômica, a classificação da lesão, o plano da 
deformidade, a idade do paciente e o potencial de 
crescimento da fise acometida. As lesões dos tipos I e II de 
Salter-Harris podem ser tratadas com redução incruenta e 
gesso, com reavaliação em uma semana, para averiguar a 
manutenção da redução. 
As lesões fisárias mais graves, dos tipos III e IV de Salter-
Harris, por envolverem a superfície articular, costumam 
necessitar de redução anatômica. Dessa maneira, o 
tratamento operatório é praticamente uma regra, com a 
redução cruenta e a fixação interna, já que são lesões 
instáveis. A fixação deve ser criteriosa, evitando-se 
agravar a lesão da fise. De modo geral, recomenda-se a 
utilização de fios lisos, paralelos à fise. Ao realizar a 
osteossíntese da metáfise ou da epífise, deve-se evitar 
cruzar a fise. Sempre que possível, evitar que os fios 
cruzem de maneira oblíqua a cartilagem de crescimento. 
Sempre que o material de síntese cruzar a placa fisária, a 
sua retirada deve ser realizada assim que possível. 
As fraturas que são consideradas de maior risco são: 
✓ Fêmur distal; 
✓ Tíbia distal; 
✓ Rádio e ulna distais; 
✓ Tíbia proximal; 
✓ Cartilagem trirradiada. 
Após a consolidação da fratura, é prudente realizar o 
acompanhamento do paciente, realizando radiografias 
após seis meses e um ano. Qualquer distúrbio no 
crescimento deve ser monitorado e tratado na ocasião 
apropriada, se necessário. Assim, o tratamento das lesões 
fisárias pode ser dividido em duas fases. A primeira ocorre 
quando deve-se assegurar a consolidação em uma 
posição satisfatória; a segunda, quando houver 
comprovação de que não houve distúrbio de crescimento. 
• Quando ocorre, há diminuição do crescimento 
longitudinal do osso, provocando deformidades 
no osso da criança; 
• Gravidade depende da idade e da localização 
(ex.: uma lesão que acometa a cabeça do fêmur 
é menos grave que uma lesão no joelho, pois o 
joelho contribui mais para o crescimento); 
• Langenskiold (1987) demonstrou a possibilidade 
da excisão da ponte óssea e de interposição de 
tecido adiposo, com resultados favoráveis 
quando, no mínimo 50% da placa está normal. 
É a segunda mais comum, pois o mecanismo de 
trauma é queda com apoio sobre o membro superior. 
Além disso há uma questão anatômica, pois é uma 
região mais frágil. 
• Tipo I: Pouco evidente, pouco ou nenhum desvio. 
O tratamento é conservador com aparelho 
gessado, durante cerca de 1 mês-1 mês e meio; 
• Tipo II: Fratura desviada, porém com contato de 
pelo menos uma das corticais. O tratamento 
inicial é com a redução incruenta, de modo a 
encostar a cortical anterior e assim, ter uma 
fratura do tipo I, colocando-se o gesso 
posteriormente. Caso não consiga reduzir, deve-
se realizar cirurgia; → Traço de fratura marcante, 
com desvio entre os fragmentos, mas há contato de, 
pelo menos, uma das corticais fraturadas. As fraturas 
podem, ainda, ser subdivididas em impactadas em 
valgo ou em varo, dependendo de se a angulação dos 
fragmentos entre si se aproxima ou se afasta da linha 
média. 
• Tipo III: Não há contato entre as corticais. 
Tratamento cirúrgico. → Não há contato entre as 
corticais fraturadas. Estas, ainda, são subdivididas de 
acordo com o desvio dos fragmentos entre si em 
posteromediais e posterolaterais. 
 
Quanto maior o número, pior é a fratura. 
O tipo I é aquele que tem a fratura da metáfise do 
cotovelo, mas não há separação entre as corticais, 
ou seja, as corticais anterior e posterior estão em 
contato. 
No tipo II, a cortical anterior perde contato e a 
posterior mantém. 
O tipo III constitui aquela fratura em que há 
separação completa dos fragmentos. 
Tratamento Cirúrgico: Pode ser aberta ou fechada, 
são passados dois fios de forma cruzada, para evitar 
que haja torção dos fragmentos. 
Diagnóstico Clínico: Os sinais clássicos de fratura, como 
edema e impotência funcional absoluta, podem estar 
acompanhados de semiologia específica. Se a fratura está 
completamente desviada, o cotovelo exibe deformidade 
em “S” devido a dois pontos de angulação. O primeiro, 
anterior, na porção distal do braço, corresponde ao 
fragmento proximal. O segundo, posterior, situa-se na 
região do olecrano. Verifica-se, com frequência, equimose 
na prega anterior do cotovelo. Da mesma forma, se o 
fragmento proximal penetrou o músculo braquial e uma 
das espículas ósseas atingiu a derme, nota-se uma cova 
na face anterior do braço, o que, por si só, indica que a 
redução da fratura será difícil. 
Nas fraturas com nenhum ou mínimo desvio, por vezes, 
além da dor, o único sinal clínico adicional é o derrame 
articular, facilmente palpado no espaço posterior ao 
músculo ancôneo, no qual a cápsula articular é mais 
superficial. Esse ponto é de fácil localização na porção 
média da linha que liga o centro da cabeça radial à 
proeminência maior do olécrano. Deve-se dar importância 
à palpação suave das eminências ósseas, pois a dor 
localiza-se na região supracondilar em ambas as margens 
umerais. 
Por fim, é possível verificar alterações rotacionais do 
cotovelo e do antebraço. Em geral, o antebraço encontra-
se rodado medialmente em relação ao úmero, sobretudo 
se a espícula óssea medial do fragmento proximal está 
situada anteriormente ao fragmento distal. A rotação do 
fragmento distal com frequência está associada à 
inclinação medial deste, de modo que ocorre angulação 
em varo. Observam-se, com menos frequência, fragmento 
distal localizado posterolateralmente e espícula óssea 
lateral do fragmento proximal situada anteriormente ao 
fragmento distal, fazendo com que o antebraço e o 
cotovelo estejam rodados externa-mente, produzindo 
angulação em valgo no cotovelo. 
Diagnóstico diferencial: luxação do cotovelo e fraturas do 
rádio e dos côndilos umerais. 
Diagnóstico radiológico: As radiografias na urgência 
servem, em geral, para confirmar o diagnóstico clínico. 
Contudo, depois, há necessidade de obter radiografias 
precisas, que serão fundamentais para o plano de 
tratamento inicial ou para possíveis modificações. 
Imagens do cotovelo contralateral constituem exames de 
rotina. 
• É uma subluxação da cabeça do rádio. Ocorre 
quando a criança é puxada por um braço só e 
ocorre torção;• Clínica: membro em extensão, dor a qualquer 
movimentação e localizada na cabeça do rádio; 
 
• Tratamento: redução incruenta, realiza-se uma 
tração de proximal para distal, com o polegar o 
examinador irá palpar a cabeça do rádio e faz 
uma flexão, podendo acrescentar uma 
pronosupinação. Deixa a criança em observação, 
mas geralmente se teve sucesso, ela irá parar de 
sentir dor em 10 minutos aproximadamente. 
• Deformidade plástica; → O osso 
está “amassado”, mas está 
íntegro. Trauma angular. Deve-se 
alinhar o osso, mas se ainda assim 
ficar um pouco deformado, quando 
a criança crescer normaliza. 
Mesmo que não faça nada, irá 
retificar, mas levará mais tempo 
para isso. 
 
 
 
• Por compressão; → É 
um tipo de 
deformidade plástica 
de maneira axial, a 
cortical está inteira. 
 
 
 
 
 
 
 
• Em galho verde; → Ocorre a 
quebra de apenas uma cortical 
do osso, a outra fica inteira. 
 
 
 
• Completa. 
 
• Depende do tipo; 
• Geralmente, é conservador; 
• Em galho verde: Faz a redução e pode acontecer 
de quebrar a outra cortical nesse processo, mas 
isso não prejudicará o tratamento. 
• Cirúrgico, quando necessário. Coloca-se pino 
intramedular e, posteriormente, coloca o gesso. 
• Acidentes de trânsito; 
• Quedas de altura; 
• Maus tratos: sempre pesquisar sinais de maus 
tratos, como hematomas. 
 
Obs.: É importante correlacionar a história com a 
imagem da fratura. Essa imagem acima, por 
exemplo, geralmente indica um trauma torcional de 
alta energia, como queda de altura. 
 
 
➔ O traço nos dá uma ideia de como foi o 
mecanismo de lesão. 
Classificação: A fratura do fêmur pode ser classificada de 
acordo com o traço, ou seja, transversa, oblíqua, espiral 
ou cominutiva, e pela região anatômica da fratura, isto é, 
subtrocantérica, diafisária e supracondilana. Pode 
também ser classificada em fechada ou exposta, sendo 
que, nesta, utiliza-se a classificação de Gustillo. 
Diagnóstico: O quadro clínico é muito claro e difícil de 
passar despercebido, pois tem sempre uma história típica 
de trauma, com dor, deformidade ao nível da coxa, 
aumento de volume significativo, encurtamento do 
membro e impotência funcional na perna afetada. Na 
vigência de trauma de alta energia, é necessária uma 
avaliação global usando a sistematização proposta pelo 
Advanced Trauma Life Support, pois é comum a 
associação com trauma craniencefálico, abdominal, 
cervical, torácico e outras lesões em extremidades. É 
importante realizar um exame detalhado do membro 
lesado para afastar a possibilidade de fratura exposta e 
realizar o exame neurovascular da extremidade 
comprometida. 
Exames de imagem: O exame preconizado para o 
diagnóstico da fratura do fêmur é a radiografia, sendo 
solicitada nas incidências anteroposterior e perfil, 
devendo incluir sempre o quadril e o joelho para excluir a 
associação da fratura da diáfise com o colo do fêmur e, 
mais raro, com fêmur distal. Para o diagnóstico da fratura 
por estresse, pode ser solicitada a cintilografia óssea ou 
ressonância magnética (RM). 
• Vai depender a idade da criança. Quanto mais 
jovem mais conservador; 
Traço em 
espiral 
Traço em assa 
de borboleta. 
Trauma 
torcional/axial. 
 
Trauma 
direto/perpendi
cular, por 
exemplo, 
atropelamento. 
 
• Gesso imediato; → Fratura sem desvio 
• Tração + gesso; → Crianças mais novas com 
alguma tração muscular 
• Fixação externa (para fraturas expostas ou 
crianças mais velhas); 
• Fixação interna (para crianças com cerca de 10-
11 anos). 
 
Obs.: Tem que ter bastante cuidado com higiene, 
para que não seja necessário trocar o gesso. 
 
Imagem 1: Ao colocar o gesso. Imagem 2: Depois do 
tratamento com o gesso. 
 
Tratamento cirúrgico: haste intramedular.

Outros materiais