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Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos

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5a 
ÃO
revisada e 
atualizada
HIGIENE E VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Higiene
e Vigilância 
Sanitária 
de Alimentos
Higiene 
e Vigilância 
Sanitária 
de Alimentos
Pedro Manuel Leal Germano
Professor titular de Saúde Pública Veterinária do 
Departamento de Prática de Saúde Pública da 
Faculdade de Saúde Pública da USP
Maria Izabel Simões Germano
Mestre e doutora em Saúde Pública pela 
Faculdade de Saúde Pública da USP
QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS
TREINAMENTO DE RECURSOS HUMANOS
5ª edição revisada e atualizada
Copyright © 2015 Editora Manole Ltda., conforme contrato com autores.
Editor gestor: Walter Luiz Coutinho
Editora responsável: Ana Maria da Silva Hosaka
Produção editorial: Marília Courbassier Paris, Rodrigo de Oliveira Silva, Amanda Fabbro
Editora de arte: Deborah Sayuri Takaishi
Projeto gráfico: Acqua Estúdio Gráfico
Diagramação: JLG Editoração Eletrônica
Capa: Departamento de arte da Editora Manole
Fotos (capa e miolo): Pedro Manuel Leal Germano
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Germano, Pedro Manuel Leal
Higiene e vigilância sanitária de alimentos: qualidade das matérias-primas, 
doenças transmitidas por alimentos, treinamento de recursos humanos / 
Pedro Manuel Leal Germano, Maria Izabel Simões Germano. -- 5. ed. rev. e atual. 
-- Barueri, SP : Manole, 2015.
Bibliografia
ISBN 978-85-204-3720-9
1. Alimentos - Análise 2. Higiene 3. Saúde pública 4. Vigilância sanitária I. 
Germano, Maria Izabel Simões. II. Título.
14-09133 CDD-363.19264
Índices para catálogo sistemático:
1. Alimentos : Inspeção : Bem-estar social
363.19264
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer
processo, sem a permissão expressa dos editores.
É proibida a reprodução por xerox.
A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação Brasileira de Direitos 
Reprográficos.
3a edição – 2008
4a edição – 2011
5a edição – 2015
Direitos adquiridos pela:
Editora Manole Ltda.
Avenida Ceci, 672 – Tamboré
06460-120 – Barueri – SP – Brasil
Fone: (11) 4196-6000 – Fax: (11) 4196-6021
www.manole.com.br
info@manole.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
“O mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende muito dos 
filhos que nós deixamos para o mundo.”
(Mario Sergio Cortella)
Luiz, Gabriela, Luiz Felipe, Nicolás, Paula e Paulo.
Como uma árvore nossa vida tem
sido abençoada com frutos e os frutos destes frutos. 
A vocês, com muito carinho, dedicamos a quinta 
edição deste livro.
Apresentação .................................................................... xxiii
Prefácio da primeira edição ............................................... xxvii
Prefácio da quarta edição ................................................. xxxi
Capítulo 1
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................... 1
Introdução ..................................................................................... 1
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ................................... 4 
Competências ................................................................................. 6 
Ações sobre o meio ambiente ......................................................... 7 
Circulação de bens – produtos relacionados à saúde ..................... 11 
Produção – serviços de saúde ......................................................... 18
Vigilância sanitária do trabalho ..................................................... 24
Conclusões .................................................................................... 27
Referências ..................................................................................... 29
Capítulo 2
QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS ......................................... 31
Introdução ..................................................................................... 31
O Codex Alimentarius ................................................................... 34 
Organismos internacionais de saúde pública .................................. 35
Fatores de risco .............................................................................. 38 
Prevenção ....................................................................................... 44
Sumário
VIII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Legislação ...................................................................................... 46
Fiscalização .................................................................................... 52
Conclusões ..................................................................................... 56
Referências ..................................................................................... 57
Capítulo 3
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS ALIMENTOS .............. 61
Introdução ..................................................................................... 61
Aspectos gerais ............................................................................... 62
Riscos e consequências ................................................................... 81
Alimentos mais frequentemente envolvidos em surtos ................... 82
Procedimentos que favorecem as toxinfecções ............................... 86
Laboratório de Vigilância Sanitária ................................................ 96
Conclusões .................................................................................... 98
Referências ..................................................................................... 102
Anexos .......................................................................................... 106
Capítulo 4
QUALIDADE DA ORDENHA ......................................................... 111
Introdução ..................................................................................... 111
Caracterização ............................................................................... 112
Etiologia ........................................................................................ 113
Aspectos peculiares ........................................................................ 114
Fatores condicionantes ................................................................. 116
Patogenia ....................................................................................... 118
Diagnóstico .................................................................................... 119
Prevenção ....................................................................................... 119
Implicações econômicas ................................................................. 120
Conclusões ..................................................................................... 122
Referências ..................................................................................... 123
Capítulo 5
QUALIDADE DO LEITE NO PROCESSAMENTO 
DE DERIVADOS ............................................................................. 127
Introdução ..................................................................................... 127
SUMÁRIO IX
Consumo de leite fluido no Brasil .................................................. 130
Elaboração de derivados ................................................................ 130
Qualidade industrial ...................................................................... 135
Conclusões ..................................................................................... 140
Referências ..................................................................................... 141
Capítulo 6
AFLATOXINA M
1
 EM LEITE E DERIVADOS ................................... 143
Introdução ..................................................................................... 143
Biotransformação da aflatoxina B1 em aflatoxina M1 .................... 144
Ocorrênciade aflatoxina M1 .......................................................... 146
Aspectos da legislação para aflatoxinas ......................................... 147
Conclusões ..................................................................................... 149
Referências ..................................................................................... 150
Capítulo 7
QUALIDADE DO QUEIJO ............................................................. 153
Introdução ..................................................................................... 153
Contextos socioeconômico e de saúde ........................................... 154
Fatores que favorecem a contaminação.......................................... 155
Alterações físico-químicas .............................................................. 157
Contaminação microbiológica ....................................................... 158
Toxinfecções ................................................................................. 166
Conclusões ..................................................................................... 168
Referências ..................................................................................... 169
Capítulo 8
QUALIDADE DO PESCADO .......................................................... 173
Introdução ..................................................................................... 173
Importância do peixe na alimentação ............................................ 174
Micro-organismos .......................................................................... 176
Endoparasitas................................................................................. 178
Biotoxinas ...................................................................................... 179
Outros riscos à saúde ..................................................................... 180
Manipulação .................................................................................. 180
Ações do serviço de inspeção ......................................................... 183
X • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Ações da vigilância sanitária .......................................................... 183
Laboratório de Vigilância Sanitária ................................................ 185
Conclusões ..................................................................................... 185
Referências ..................................................................................... 187
Capítulo 9
QUALIDADE DOS VEGETAIS ........................................................ 191
Introdução ..................................................................................... 191
Características do cultivo de vegetais ............................................. 192
Características do abastecimento na Região Metropolitana 
de São Paulo ............................................................................... 193
Principais patógenos em produtos vegetais .................................... 194
Agricultura orgânica ...................................................................... 198
Vegetais hidropônicos .................................................................... 200
Vegetais minimamente processados ................................................ 201
Agrotóxicos em alimentos vegetais ................................................ 202
Cuidados com os vegetais .............................................................. 204
Conclusões ..................................................................................... 206
Referências ..................................................................................... 207
Capítulo 10
QUALIDADE DOS ÓLEOS, GORDURAS E SIMILARES ................ 209
Óleos ......................................................................................... 209
Introdução ................................................................................ 209
Composição .............................................................................. 210
Estrutura ................................................................................... 214
Processamento da soja............................................................... 217
Aspectos nutricionais ................................................................ 226
Propriedades físicas e químicas dos ácidos graxos..................... 228
Aspectos toxicológicos .............................................................. 230
Mecanismo da auto-oxidação lipídica ....................................... 230
Mecanismo de ação dos antioxidantes ...................................... 232
Deterioração microbiológica ..................................................... 233
Legislação para óleos e gorduras ............................................... 233
Óleos de fritura ......................................................................... 235
SUMÁRIO XI
Comparação das vantagens e desvantagens da gordura 
vegetal em relação à animal ................................................... 240
Fraude ....................................................................................... 241
Contaminantes que podem estar presentes nos óleos ................ 242
Aflatoxinas ................................................................................ 243
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPA) ........................ 243
Pesticidas, herbicidas e outros ................................................... 247
Traços de metais ....................................................................... 247
Conclusões ................................................................................ 247
Margarinas .............................................................................. 248
Introdução ................................................................................ 248
Composição .............................................................................. 250
Controle de qualidade ............................................................... 251
Processamento ........................................................................... 253
Qualidade da margarina ........................................................... 254
Legislação pertinente ................................................................. 256
Ácidos graxos trans ................................................................... 258
Margarina contendo fitosteróis ................................................. 262
Conclusões ................................................................................ 262
Maioneses e molhos cremosos ............................................... 263
Introdução ................................................................................ 263
Maionese e suas características ................................................. 264
Legislação ................................................................................. 267
Substitutos de gordura .......................................................... 268
Considerações gerais ................................................................. 268
Conclusões ................................................................................ 272
Referências ................................................................................ 273
Capítulo 11 
QUALIDADE DAS ESPECIARIAS ................................................. 279
Introdução ................................................................................ 279
Importância ............................................................................... 280
Finalidades ................................................................................ 280
XII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Aspectos microbiológicos .......................................................... 281
Relatos de casos ........................................................................281
Riscos em saúde pública ............................................................ 283
Aspectos de hipersensibilidade .................................................. 283
Tratamento ............................................................................... 284
Conclusões ................................................................................ 286
Referências ................................................................................ 287
Anexo ...................................................................................... 289
Capítulo 12
AGENTES BACTERIANOS DE TOXINFECÇÕES ............................ 305
Introdução ................................................................................ 305
Bacillus cereus .......................................................................... 308
Campylobacter spp .................................................................. 315
Clostridium botulinum ............................................................. 321
Clostridium perfringens ............................................................ 328
Escherichia coli ......................................................................... 333
Listeriose ................................................................................... 342
Salmoneloses ............................................................................. 350
Shigelose ou disenteria bacilar ................................................... 356
Staphylococcus aureus .............................................................. 362
Vibrio spp ................................................................................. 367
Yersinia enterocolitica ............................................................... 376
Conclusões ............................................................................... 381
Referências ................................................................................ 385
Capítulo 13
BRUCELOSE ............................................................................... 397
Introdução ................................................................................ 397
Distribuição .............................................................................. 398
Ocorrência no homem............................................................... 399
Modo de contágio ..................................................................... 399
A brucelose nos animais ............................................................ 401
Diagnóstico ............................................................................... 402
Tratamento ............................................................................... 403
SUMÁRIO XIII
Controle e prevenção ................................................................ 404
Conclusões ................................................................................ 405
Referências ................................................................................ 405
Capítulo 14
TUBERCULOSE .......................................................................... 407
Introdução ................................................................................ 407
A epidemia tem de ser detida .................................................... 409
Aspectos relevantes para a saúde pública .................................. 411
Grupos de risco ......................................................................... 413
Tuberculose e HIV/Aids ............................................................ 414
Manipuladores de alimentos e a tuberculose ............................. 414
Tratamento ............................................................................... 415
Conclusões ................................................................................ 416
Referências ................................................................................ 417
Capítulo 15
PROTOZOOSES .......................................................................... 419
Introdução ................................................................................ 419
Amebíase ou disenteria amebiana ............................................. 420
Ciclosporose .............................................................................. 424
Criptosporidiose ........................................................................ 427
Giardíase ................................................................................... 430
Protozooses relatadas como de menor incidência ...................... 434
Conclusões ................................................................................ 435
Referências ................................................................................ 436
Capítulo 16
DOENÇA DE CHAGAS TRANSMISSÍVEL POR ALIMENTOS ......... 439
Introdução ................................................................................ 439
Epidemiologia ........................................................................... 440
Reservatórios ............................................................................ 442
Mecanismos de transmissão ...................................................... 442
Formas clínicas .......................................................................... 444
Diagnóstico ............................................................................... 445
XIV • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Tratamento ............................................................................... 447
Aspectos sociais ......................................................................... 447
Sucos de polpa de fruta e caldo de cana como fontes 
de contaminação .................................................................... 448
Conclusões ................................................................................ 451
Referências ................................................................................ 452
Anexo ....................................................................................... 455
Capítulo 17
TOXOPLASMOSE ........................................................................ 457
Introdução ................................................................................ 457
Características do agente ........................................................... 457
Epidemiologia ........................................................................... 458
Alimentos envolvidos ................................................................ 459
Quadro clínico .......................................................................... 460
Toxoplasmose congênita .......................................................... 460
Primoinfecção durante a gestação ............................................. 461
Toxoplasmose adquirida ........................................................... 461
Toxoplasmose adquirida por imunodeficientes ......................... 462
Diagnóstico ............................................................................... 462
Tratamento ............................................................................... 463
Prevenção .................................................................................. 464
Conclusões ................................................................................ 465
Referências ................................................................................ 466
Capítulo 18
ASCARIDÍASE E TRICURÍASE ..................................................... 469
Introdução ................................................................................ 469
Aspectos epidemiológicos .......................................................... 470
Alimentos envolvidos ................................................................ 471
Ascaridíase ................................................................................ 472
Tricuríase ..................................................................................473
Diagnóstico ............................................................................... 474
Tratamento ............................................................................... 475
Controle .................................................................................... 475
SUMÁRIO XV
Conclusões ................................................................................ 476
Referências ................................................................................ 476
Capítulo 19
ANISAQUÍASE ............................................................................ 479
Introdução ................................................................................ 479
Agentes etiológicos .................................................................... 479
Ciclo de vida do A. simplex ...................................................... 480
Ciclo de vida da P. decipiens ..................................................... 482
Distribuição geográfica dos Anisakidae .................................... 483
Distribuição geográfica da anisaquíase ...................................... 486
A infecção nos animais .............................................................. 487
A infecção no homem ............................................................... 488
Lesões ....................................................................................... 488
Sintomas .................................................................................. 489
Diagnóstico .............................................................................. 490
Tratamento .............................................................................. 491
Prevenção ................................................................................. 492
Conclusões ................................................................................ 493
Referências ................................................................................ 494
Capítulo 20
CISTICERCOSE BOVINA ............................................................. 497
Introdução ................................................................................ 497
Cadeia de transmissão ............................................................... 498
Distribuição geográfica ............................................................. 501
Prevenção .................................................................................. 502
Tratamento ............................................................................... 505
Controle .................................................................................... 505
Conclusões ................................................................................ 506
Referências ................................................................................ 506
Capítulo 21
CISTICERCOSE SUÍNA ............................................................... 511
Introdução ................................................................................ 511
XVI • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Aspectos gerais .......................................................................... 512
Epidemiologia ........................................................................... 513
Teníase no homem .................................................................... 514
Patogenia .................................................................................. 515
Diagnóstico laboratorial ............................................................ 516
Distribuição geográfica ............................................................. 517
Formas clínicas de cisticercose .................................................. 518
Importância em saúde pública ................................................... 521
Prevenção .................................................................................. 522
Tratamento ............................................................................... 523
Legislação ................................................................................. 523
Conclusões ................................................................................ 525
Referências ................................................................................ 526
Capítulo 22
DIFILOBOTRÍASE ....................................................................... 529
Introdução ................................................................................ 529
Agente etiológico ....................................................................... 529
Ciclo de vida ............................................................................. 530
Distribuição geográfica ............................................................. 531
Infecção no homem ................................................................... 533
Diagnóstico ............................................................................... 534
Tratamento ............................................................................... 534
Prevenção .................................................................................. 534
Conclusões ................................................................................ 536
Referências ................................................................................ 537
Capítulo 23
COMPLEXO EQUINOCOCOSE-HIDATIDOSE .............................. 539
Introdução ................................................................................ 539
Etiologia .................................................................................... 539
Epidemiologia ........................................................................... 542
Distribuição geográfica e ocorrência no Brasil .......................... 544
Consequências e tratamento da hidatidose humana .................. 546
Consequências da hidatidose animal ......................................... 548
SUMÁRIO XVII
Controle .................................................................................... 549
Conclusões ................................................................................ 552
Referências ................................................................................ 553
Capítulo 24
FAGICOLOSE ............................................................................. 557
Introdução ................................................................................ 557
Agente etiológico ....................................................................... 558
Infecção no homem ................................................................... 561
Diagnóstico ............................................................................... 561
Tratamento ............................................................................... 561
Prevenção .................................................................................. 562
Conclusões ................................................................................ 562
Referências ................................................................................ 562
Capítulo 25
VIROSES .................................................................................... 565
Introdução ................................................................................ 565
Aspectos epidemiológicos .......................................................... 566
Características dos agentes ........................................................ 567
Hepatite A ................................................................................. 569
Hepatite E (HEV) ...................................................................... 570
Rotavírus .................................................................................. 571
Norovírus .................................................................................. 573
Tratamento ...............................................................................577
Controle .................................................................................... 577
Conclusões ................................................................................ 578
Referências ................................................................................ 579
Capítulo 26
ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA – 
 SÍNDROME DA “VACA LOUCA” ............................................. 583
Introdução ................................................................................ 583
Aspectos gerais .......................................................................... 584
Etiologia .................................................................................... 587
XVIII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Patogenia .................................................................................. 588
Patologia clínica da EEB no gado ............................................. 589
Epidemiologia ........................................................................... 590
DCJ e vDCJ em seres humanos ................................................. 591
Medidas preventivas no campo da saúde animal....................... 594
Medidas preventivas no campo da saúde pública ...................... 596
As dificuldades para o controle da EEB .................................... 597
A situação no Brasil .................................................................. 598
Conclusões ................................................................................ 601
Referências ................................................................................ 603
Capítulo 27
INVESTIGAÇÃO DE SURTOS ...................................................... 607
Introdução ................................................................................ 607
Método ..................................................................................... 608
Conhecimento da ocorrência ..................................................... 609
Investigação de campo .............................................................. 612
Processamento e análise de dados ............................................. 620
Processamento laboratorial ....................................................... 621
Acompanhamento ..................................................................... 633
Conclusões ................................................................................ 636
Referências ................................................................................ 637
Anexos ...................................................................................... 639
Capítulo 28
CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS ................. 643
Introdução ................................................................................ 643
Características dos métodos ...................................................... 644
Avaliação quantitativa dos métodos .......................................... 646
Avaliação quantitativa das interpretações das provas 
diagnósticas ............................................................................ 648
Conclusões ................................................................................ 650
Referências ................................................................................ 651
SUMÁRIO XIX
Capítulo 29
PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENIZAÇÃO ................................... 653
Introdução ................................................................................ 653
Princípios básicos da higienização ............................................. 654
Pré-lavagem ............................................................................... 654
Limpeza com detergentes .......................................................... 655
Enxágue .................................................................................... 661
Desinfecção ............................................................................... 661
Detergentes-desinfetantes ......................................................... 675
Biofilmes .................................................................................. 679
Métodos de higienização .......................................................... 681
Conclusões ................................................................................ 688
Referências ................................................................................ 689
Capítulo 30
IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS ................................................... 693
Introdução ................................................................................ 693
O processo de irradiação ......................................................... 696
Irradiação de produtos vegetais ................................................ 701
Irradiação de produtos de origem animal ................................. 703
Segurança dos alimentos irradiados .......................................... 708
Rotulagem ................................................................................. 710
Aceitabilidade do produto no mercado consumidor .................. 710
Preocupações manifestadas a respeito 
 dos alimentos irradiados ........................................................ 711
Conclusões ................................................................................ 714
Referências ................................................................................ 714
Capítulo 31
FORNO DE MICRO-ONDAS ....................................................... 717
Introdução ................................................................................ 717
Propriedades das micro-ondas ................................................... 718
Aplicações no processamento de alimentos ............................... 719
XX • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Efeitos da energia micro-ondas na microbiota dos alimentos .... 723
Aplicação das micro-ondas no tratamento 
de efluentes de indústrias de alimentos ................................... 727
Embalagens de alimentos para fornos de micro-ondas .............. 729
Conclusões ................................................................................ 732
Referências ................................................................................ 734
Capítulo 32
EMBALAGENS DESTINADAS A ALIMENTOS ............................... 737
Introdução ................................................................................ 737
Funções da embalagem.............................................................. 739
Riscos das embalagens .............................................................. 743
Monômeros ............................................................................... 744
Aditivos ..................................................................................... 749
Principais tipos de materiais de embalagem .............................. 752
Legislação brasileira .................................................................. 770
Metodologia de controle ........................................................... 777
Embalagens plásticas recicladas pós-consumo 
e o contato direto com alimentos ........................................... 778
Terminologia ............................................................................. 781
Conclusões ................................................................................ 783
Referências ................................................................................ 784
Capítulo 33
ANÁLISE COMPARATIVA DE LEGISLAÇÃO DE 
ALIMENTOS ESPECIAIS ........................................................... 787
Alimentos funcionais: definições, regulamentação e 
aspectos relevantes para o consumidor ................................... 787
Definições ................................................................................ 789
Aspectos regulatórios ................................................................797
Situação do consumidor ............................................................ 817
Considerações sobre os termos light e diet e a 
legislação pertinente ............................................................... 819
SUMÁRIO XXI
Parâmetros internacionais ......................................................... 833
Conclusões ................................................................................ 839
Referências ................................................................................ 841
Capítulo 34
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS .................................................... 847
Introdução ................................................................................ 847
Biotecnologia: histórico e evolução ........................................... 849
Aplicações da biotecnologia ...................................................... 852
Engenharia genética e a produção de alimentos: 
riscos e benefícios .................................................................. 860
Avaliação da segurança de alimentos 
 geneticamente modificados ..................................................... 867
Biotecnologia e segurança: instrumentos legais ......................... 871
Conclusões e recomendações ..................................................... 876
Referências ................................................................................ 877
Anexos ...................................................................................... 881
Capítulo 35
AUDITORIA ................................................................................ 887
Introdução ................................................................................ 887
Informações gerais referentes às ISO ......................................... 888
Qualidade total ......................................................................... 892
O processo de mudança ............................................................ 895
Conceituação ............................................................................ 896
Tipos de auditoria ..................................................................... 898
Objetivos da auditoria .............................................................. 898
Etapas da auditoria ................................................................... 899
Atributos do auditor ................................................................ 901
Conclusões ................................................................................ 902
Referências ................................................................................ 903
Capítulo 36
CONSULTORIA EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO ................... 905
XXII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Introdução ................................................................................ 905
O que faz o consultor ............................................................... 906
Objetivos da consultoria .......................................................... 907
Etapas de trabalho do consultor................................................ 909
Dificuldades enfrentadas pelo consultor .................................... 915
Perfil do consultor ..................................................................... 916
Contribuição das ciências humanas para a formação 
 do consultor ........................................................................... 917
Capacidade de comunicação ..................................................... 925
Outras características desejáveis em um consultor .................... 930
Legislação ................................................................................. 932
Conclusões ................................................................................ 943
Referências ................................................................................ 944
Capítulo 37
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 DE RECURSOS HUMANOS ..................................................... 947
Parte 1 – Reflexões .................................................................. 947
Introdução ................................................................................ 947
Conceito de educação .............................................................. 949
Conceito de treinamento .......................................................... 952
Características do docente ......................................................... 957
Noções de planejamento ........................................................... 963
Parte 2 – Considerações gerais ............................................. 979
Técnicas de ensino-aprendizagem.............................................. 979
Recursos multissensoriais .......................................................... 989
Outras ferramentas para atuar na área de treinamento ............. 1007
Conclusões ................................................................................ 1013
Referências ................................................................................ 1014
Anexos ...................................................................................... 1018
Sobre os autores ......................................................................... 1021
Sobre os colaboradores .............................................................. 1023
Índice remissivo ......................................................................... 1027
Ernesto Sábato disse: “Não será a esperança a prova de um sentido 
oculto da Existência, uma coisa que merece que se lute por ela?”. Dessa 
maneira, quando escrevemos a primeira edição de Higiene e Vigilância 
Sanitária de Alimentos, pensamos que estaríamos preenchendo uma lacuna 
na biblioteca acadêmica do país. Hoje, temos a pretensão de acreditar que 
assim é. Esperamos continuar batalhando para aprimorar o conteúdo 
destas páginas, com o precioso apoio de nossos colaboradores e da Editora 
Manole e equipe, que têm depositado em nós sua confiança.
Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos, em sua quinta edição, 
constitui uma obra de referência para professores e estudantes de nível 
superior, assim como para os profissionais que atuam nas vigilâncias 
sanitárias e no setor privado, exercendo a importante função de zelar pela 
saúde da população, mediante a oferta de alimentos seguros.
Originado do conteúdo programático das disciplinas de pós-graduação, 
lato sensu e stricto sensu, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade 
de São Paulo, esta obra conta com a colaboração de alunos dos cursos de 
especialização e de pós-graduação, ex-orientados de mestrado e doutorado, 
além de professores universitários, pesquisadores e técnicos científicos, dos 
mais variados órgãos da administração pública e privada, todos com um 
denominador comum: o domínio do conhecimento no campo da vigilância 
sanitária, em especial a de alimentos.
Apresentação
XXIV • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Graças à participação e ao empenho dos colaboradores, esta edição 
passou por uma atualização e revisão dos capítulos, procurando incorporar 
os temas mais atuais no que concerne à inocuidade dos alimentos, tanto em 
relação à legislação como às referências técnico-científicas. Foram mantidos 
os 37 capítulos da quarta edição. 
Cabe destacar a inclusão de um encarte com fotos referentes a Unidades 
de Alimentação e Nutrição (UANs), assinalando não conformidades que 
podem comprometer a inocuidade dos produtos preparados nesses locais.
No que diz respeito às alterações efetuadas, deve-se considerar que os 
3 primeiros capítulos abrangem os riscos e as consequências provocados 
pelos alimentos, considerando os aspectos gerais da vigilância sanitária, a 
qualidade das matérias-primas e as características fundamentais dos 
alimentos. Em seguida, o livro destaca em 4 capítulos o leite e seu derivado 
principal, o queijo, comentando os aspectos principais da ordenha e osnovos procedimentos para seu recebimento nos laticínios, mencionando os 
aspectos da legislação para aflatoxinas e, finalmente, ressaltando a 
importância da qualidade do queijo no contexto socioeconômico e de 
saúde.
Os capítulos 8 ao 11 referem-se às matérias-primas de origem animal e 
vegetal, descrevendo-se a importância do pescado para a alimentação; os 
principais patógenos em produtos vegetais; a qualidade dos óleos, 
margarinas, maioneses, molhos cremosos e substitutos de gordura; e, 
complementarmente, a importância das especiarias e aromatizantes.
Nos capítulos seguintes – 12 a 26 – são analisados detalhadamente os 
principais agentes patogênicos envolvidos com doenças transmitidas por 
alimentos (DTAs), ressaltando-se quadros infecciosos e parasitários 
determinados por diferentes tipos de agentes, como bactérias, vírus, 
protozoários, helmintos e cestódeos.
Os capítulos 27 e 28 tratam especificamente dos métodos diagnósticos, 
para investigação de surtos e para avaliação quantitativa das interpretações 
das provas aplicadas. Enquanto os capítulos de 29 a 32 destacam os 
principais meios de preservação da qualidade dos alimentos, seja pela 
aplicação de princípios básicos de higienização, pela irradiação de 
alimentos, pelos efeitos da energia de micro-ondas na microbiota de 
APRESENTAÇÃO XXV
produtos alimentícios ou, ainda, mediante a utilização de embalagens que 
contribuam para a preservação dos alimentos.
Os capítulos 33 e 34, por sua vez, são dedicados às tecnologias 
concernentes aos alimentos funcionais e seus aspectos relevantes para o 
consumidor, bem como aos alimentos transgênicos, particularmente à 
avaliação da segurança do consumo de alimentos geneticamente modificados.
Por fim, os capítulos de 35 a 37 enfocam instrumentos essenciais à 
qualidade dos alimentos que as empresas devem utilizar na busca da 
segurança de seus produtos e serviços: consultoria, auditoria e treinamento.
Finalizando, lembramos uma frase de uso corrente daqueles que 
militam na área de segurança do trabalho, mas que se adapta perfeitamente 
à área de alimentos: “ Viver com segurança: direito de todos, dever de cada 
um”. Nossos votos que a leitura destas páginas contribuam para tornar esta 
máxima uma realidade no Brasil.
Pedro Manuel Leal Germano 
Maria Izabel Simões Germano
Prefácio
da primeira edição
Inicio este pre fá cio real çan do o quan to me honra e me é pra ze ro so 
fazê-lo. As razões que me levam a esse esta do de espí ri to advêm tanto 
da cria ção quan to do cria dor.
O pro fes sor Pedro Germano, titu lar de nossa que ri da Faculdade de 
Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), é uma per so na-
li da de que apren di a res pei tar e admi rar nesses anos em que temos tido 
a opor tu ni da de de tra ba lhar jun tos e, mais recen te men te, pelo deci si vo 
apoio que ele me tem dado, enga jan do o Departamento de Prática de 
Saúde Pública em vários cur sos de Vigilância Sanitária.
Mas, aqui, trata-se da cria ção. E aí, há que se real çar a opor tu ni da-
de, a qua li da de e a sin gu la ri da de da obra.
A Associação Médica Americana anun ciou em recen te cam pa nha 
que, anual men te, 76 milhões de ame ri ca nos são aco me ti dos por doen-
ças transmitidas por ali men tos – des tes, 300 mil são hos pi ta li za dos e 
5 mil mor rem. Cito dados ame ri ca nos porque no Brasil a sub no ti fi ca-
ção é ver go nho sa. Oficialmente, em 2000, tive mos 7.556 casos. Mas é 
fun da men tal per ce ber o impac to sani tá rio decor ren te do con su mo de 
ali men tos. O ali men to sem pre teve um papel de des ta que nas ques tões 
sani tá rias, e não só pelo seu valor nutri ti vo, mas tam bém pela sua capa-
ci da de de vei cu lar pato lo gias. No entan to, com as trans for ma ções pelas 
XXVIII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
quais passa o mundo, em par ti cu lar as decor ren tes do pro ces so de urba ni-
za ção e de enve lhe ci men to da popu la ção, os hábi tos ali men ta res e os ali-
men tos con su mi dos têm assumido uma rele vân cia abso lu ta men te deci si va 
na deter mi na ção das con di ções sani tá rias das popu la ções. E isso se torna 
mais crí ti co por causa da indus tria li za ção que poten cia li za os ris cos e do 
pro ces so de glo ba li za ção. Aqui, abro espa ço para citar alguns even tos que 
são ilus tra ti vos:
 Os britânicos suspenderam a alimentação do seu gado com farinha de 
carne, em 1988, mas continuaram a vender esse produto a terceiros du-
rante cerca de 8 anos; hoje, mais de 100 países fora da Europa estão sob 
a ameaça de terem sido infectados pela doença da “vaca louca”, segundo 
relatório da Food and Agriculture Organization (FAO). (Ricupero, 
Rubens. Exportadores da morte. Folha de São Paulo, 18/2/2001).
 Recente episódio de contaminação de alimentos que continham produ-
tos lácteos infectados por dioxina, oriundos da Bélgica.
 A questão do uso de alimentos que contêm organismos geneticamente 
modificados (OGMs).
Os três even tos citados anteriormente são fru tos das cons tan tes mudan-
ças que temos rea li za do no nosso mundo e dos flu xos comer ciais aos quais 
esta mos sub me ti dos.
A doen ça da “vaca louca” trou xe um tipo de pató ge no iné di to. Um 
ele men to que sem pos suir mate rial gené ti co se repro duz e infec ta, e pa ra 
o qual, ainda hoje, somen te se tem per gun tas. As dio xi nas são pro du tos 
oriun dos de con ta mi na ção do meio am bien te e cujos efei tos estão liga dos a 
pato lo gias crô ni co-dege ne ra ti vas, em par ti cu lar neo pla sias. São subs tân cias 
ainda mal estu da das e muito pouco iden ti fi ca das. Os OGMs são um capí-
tu lo à parte. Vieram para aumen tar a efi ciên cia e a ofer ta de ali men tos e até 
para pro du zir novos ali men tos, medi ca men tos etc. Mas estão sendo justa 
ou injus ta men te cru ci fi ca dos. Quais con se quên cias têm os OGMs para o 
nosso futu ro a longo prazo?
Essas ques tões colo cam o tema da segu ran ça ali men tar em um pla no 
abso lu ta men te impres cin dí vel para a vida no pla ne ta nos pró xi mos anos. 
PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO XXIX
Sem dúvi da, a agen da sani tá ria será domi na da por essa dis cus são e cabe rá 
a nós – gover no, uni ver si da de e socie da de – tra tar de enca mi nhar pro pos-
tas para que a huma ni da de con si ga ultra pas sar os desa fios oriun dos de sua 
ali men ta ção. Aqui está, por tan to, cabalmente demons trada a opor tu ni da-
de desta obra e o quan to ainda se tem a fazer, o que deve rá esti mu lar o 
pro fes sor Germano e seus lei to res a con ti nuar crian do e ofe re cen do novos 
conhe ci men tos.
Com rela ção à qua li da de, esta é fruto não só da com pe tên cia dos 
auto res mas tam bém da meto do lo gia – além da clás si ca meto do lo gia uti li-
za da para pro du zir escri tos, como é a pes qui sa biblio grá fi ca etc., es ta obra 
é fruto do uso como mate rial ins tru cio nal nos cur sos do pro fes sor. É um 
mate rial tes ta do na melhor forja, a sala de aula. Portanto, o lei tor pode ter 
cer te za de que esta rá com um mate rial tes ta do e apro va do.
Por fim, a sin gu la ri da de. Obviamente, tenho tido a opor tu ni da de de 
con sul tar outras obras sobre o tema da higie ne e segu ran ça ali men tar. No 
entan to, algu mas carac te rís ti cas des ta ca ram este livro, tor nan do-o sin gu lar: 
seu enfo que prá ti co, sua preo cu pa ção com ações de vigi lân cia sani tá ria, sua 
atua li da de ao abor dar os assun tos da fron tei ra do co nhe ci men to e o fato de 
estar vol ta do para a rea li da de bra si lei ra.
Tem, assim, o lei tor, uma obra impor tan te para sua for ma ção, pre pa-
ra ção e con sul ta, que cer ta men te traz fun da men tal con tri bui ção para que 
a huma ni da de possa enfren tar os desa fios que se lhe ante põem na área de 
segu ran ça ali men tar.
Gonzalo Vecina Neto
Diretor-presidente da Anvisa, 1999-2004
Docente da Faculdade de Saúde Pública da USP
Prefácio
da quarta edição
Quando recebi o convite do Prof. Pedro Germanopara fazer o prefácio 
à quarta edição da obra Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos, em um 
primeiro momento hesitei em aceitar, temerosa da responsabilidade. No en-
tanto, quando mergulhei no conteúdo do livro o temor se transformou em 
uma mistura de honra e enfrentamento de desafio, o que me levou a aceitar 
o convite, visto que desafios são uma constante na vida do pesquisador 
científico, em especial daquele que atua em um laboratório de saúde públi-
ca.
A obra reúne conhecimento científico fundamental para a formação e a 
atuação dos profissionais da vigilância sanitária de alimentos pela abran-
gência, importância e atualidade dos temas abordados. O conteúdo tem si-
do testado e aprovado em uma das mais nobres atividades para o desenvol-
vimento da sociedade: a docência. A transferência do conhecimento é 
altamente complexa, mas os autores e seus colaboradores souberam abor-
dar os temas de forma prática e aplicável às ações de vigilância sanitária, o 
que provavelmente tem sido a razão do sucesso desta publicação que chega 
à quarta edição em tão pouco tempo.
A relevância das ações de vigilância sanitária na higiene e segurança dos 
alimentos é inegável em qualquer sociedade; entretanto, os desafios a serem 
superados por um país continental como o Brasil, em franco desenvolvimen-
XXXII • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
to, e que vem se destacando no mundo globalizado, são cada vez maiores 
diante da dicotomia encontrada pelo aumento das doen ças crônicas não 
transmissíveis de origem alimentar, como obesidade e diabetes, entre outras, 
ao mesmo tempo em que ainda convivemos com doenças carenciais, seja 
pela quantidade ou pela qualidade dos alimentos. As doenças transmitidas 
por alimentos frequentemente ocupam nossos noticiários, quase sempre em 
razão da ausência ou de falhas na adoção das Boas Práticas de Fabricação 
ou Manipulação, medida básica na garantia da qualidade e segurança dos 
alimentos.
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, coordenado pela Anvisa e 
integrado por órgãos dos estados e municípios, tem promovido avanços 
importantes na melhoria dos produtos oferecidos para o consumo da popu-
lação; entretanto, a capacitação profissional dos atores da fiscalização é 
uma necessidade que tem se destacado entre as demais, o que torna esta 
obra uma importante contribuição para o aprimoramento das práticas de 
saúde, no âmbito da vigilância dos alimentos.
Cabe destacar a participação dos pesquisadores do Instituto Adolfo 
Lutz como colaboradores de alguns capítulos deste livro, fato que nos orgu-
lha e representa a concretização do papel social do Laboratório de Saúde 
Pública como ente do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
Para finalizar, parabenizo os autores e seus colaboradores pela quarta 
edição desta obra que seguramente oferece ao leitor uma rica oportunidade 
de acesso ao conhecimento científico para a formação e aprimoramento de 
sua atuação profissional.
Deise Aparecida Pinatti Marsiglia
Diretora Técnica do Centro de Alimentos do Instituto Adolfo Lutz 
Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de São Paulo
Pedro Manuel Leal Germano
Maria Izabel Simões Germano
1
Aspectos gerais 
da vigilância
sanitária
INTRODUÇÃO
O termo vigilância sanitária tem sua origem na denominação “polí-
cia sanitária”, que a partir do século XVIII era responsável, entre outras 
atividades, pelo controle do exercício profissional e do saneamento, com 
o objetivo principal de evitar a propagação de doenças. Na realidade, 
naquela época, a preocupação maior dizia respeito ao crescimento acen-
tuado e desordenado de grandes grupos populacionais, aglomerados em 
cidades cuja expansão provocou o surgimento de novos problemas de 
saúde. Assim, de simples moradores de vilarejos, os homens passaram à 
condição de cidadãos de grandes cidades, vivenciando todas as conse-
quências resultantes do chamado progresso.
No início, a fiscalização limitava-se aos cemitérios, às embarcações, 
ao comércio de alimentos e ao combate ao charlatanismo, ignorando, 
entre outros aspectos de suma importância, a fiscalização das indústrias 
de medicamentos e de produtos alimentícios.
No Brasil, não obstante os avanços pontuais, foi somente a partir do 
reconhecimento do novo papel do Estado no contexto da saúde, consa-
grado pela Constituição de 1988, que se elaborou a Lei n. 8.080 de 
19.9.90, cujo art. 1o refere:
2 • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Esta Lei regula em todo o território nacional as ações e serviços de saúde, 
executados isolados ou conjuntamente, em caráter permanente ou even-
tual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.
A definição de vigilância sanitária está contida em seu art. 6o, § 1o:
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, 
diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários 
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da pres-
tação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacio-
nam com a saúde, compreendidas todas as etapas e processo, da produção 
ao consumo; e
II - controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indireta-
mente com a saúde.
Deve-se destacar que a saúde do trabalhador também está contem-
plada sob a égide da vigilância sanitária, tal como expresso no § 3o do 
mesmo artigo:
Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta Lei, um conjunto de 
atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e 
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim 
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores subme-
tidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
De acordo com o exposto, a vigilância sanitária poderia ser definida 
como:
Conjunto de medidas que visam à elaboração, à aplicação, ao controle e 
à fiscalização, respeitada a legislação pertinente, de normas e padrões de 
interesse da saúde individual e coletiva, relativas ao ambiente, produtos, 
serviços e trabalho.
Apesar da clareza dos termos expressos na Constituição Federal de 
1988 e da própria Lei n. 8.080, ainda não foi possível constatar nenhum 
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 3
aperfeiçoamento expressivo na atuação dos estados e municípios brasilei-
ros no que se refere à saúde de modo geral e muito menos em relação ao 
controle higiênico-sanitário dos alimentos. Na realidade, há uma carência 
crônica de serviços dessa natureza na grande maioria dos municípios do 
país, o que compromete seriamente a segurança alimentar, a qual, por sua 
vez, constitui relevante fator de morbidade para a saúde pública.
Por outro lado, o país não conseguiu até o momento criar um amplo 
e eficiente sistema de vigilância epidemiológica, capaz de identificar as 
principais doenças de origem alimentar, mensurar seu alcance, determi-
nar suas origens e averiguar os grupos de pessoas mais suscetíveis, pos-
sibilitando a difusão de informações e estabelecendo planos no âmbito 
nacional, propondo medidas de controle capazes de minimizar os riscos 
decorrentes. As causas desse problema estão alicerçadas no sistema polí-
tico vigente, no qual estados e municípios desconsideram a importância 
da vigilância sanitária, notadamente na área de alimentos, ao lado de 
outras ineficiências no campo da saúde pública.
Em função dessa situação, a Secretaria de Vigilância Sanitária, no ano 
de 1988, sofreu dois episódios marcantes que atestaram as dificuldades do 
setor público em controlar, no caso, a indústria de medicamentos. A 
Schering do Brasil Química e Farmacêutica Ltda. colocou à venda 650 mil 
cartelas do anticoncepcional Microvlar®, fabricadas a partir de 1,2 tonelada 
de composto de lactose e açúcar. O teste para embalagem foi feito com 
pílulas da mesma cor do remédio original, utilizando cartelas também iguais 
e, ainda mais grave, com a bula inserida dentrode cada caixa. Ainda naque-
le ano, foi denunciada a fabricação e a distribuição no mercado nacional de 
remédio falsificado – o Androcur®, indicado para pacientes portadores 
de neoplasias prostáticas – fabricado pela Botica ao Veado D’Ouro Ltda. 
Neste último caso, a falta de um sistema organizado de farma covigilância, 
seguramente, retardou a descoberta da fraude. Nos dois eventos registra-
ram-se ações de indenização, tanto das mulheres que engravidaram involun-
tariamente quanto das famílias cujos homens, submetidos ao tratamento 
com o Androcur® falsificado, morreram em decorrência do câncer.
Ambos os episódios precipitaram a alteração do status quo e contri-
buíram para a substituição da Secretaria de Vigilância Sanitária do 
Ministério da Saúde, com função predominantemente cartorial, pela 
4 • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujo objetivo primor-
dial é criar uma burocracia estável para o setor da saúde.
Assim, em janeiro de 1999 foi promulgada a Lei n. 9.782, que defi-
ne o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e cria a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária, cujo art. 1o refere:
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações 
definido pelo § 1o do art. 6o e pelos arts. 15 a 18 da Lei n. 8.080 de 
19/9/1990, executado por instituições da Administração Pública direta e 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que 
exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na 
área de vigilância sanitária.
Desse modo, a vigilância sanitária passou a contar com uma estru-
tura legal, que respalda as ações oriundas do poder público, sempre 
pautadas pela promoção da saúde da coletividade.
A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
A justificativa do Governo Federal para criar a Anvisa apoiou-se em 
exigências sociais e políticas. Esse fato provocou a diluição do papel da 
administração pública como fornecedor exclusivo ou principal de servi-
ços públicos, com o objetivo de incentivar o processo regulador das 
atividades produtivas de interesse público mediante o estímulo à compe-
tição e à inovação, atuando o Estado, preferencialmente, no gerencia-
mento de recursos e na função de controle.
A Anvisa foi criada no início de 1999, vinculada ao Ministério da 
Saúde (MS), como agência reguladora, caracterizada pela independência 
administrativa, estabilidade de seus dirigentes enquanto perdurarem seus 
mandatos e autonomia financeira. Provocou verdadeira convulsão nos 
órgãos estaduais e municipais da saúde, pela necessidade de promover a 
reestruturação dos serviços de vigilância sanitária, adequando-os à nova 
política federal. De fato, isso está sendo possível nos estados e municípios 
que já contavam com serviços organizados, anteriores à Agência, sendo 
incipiente o número de municípios capazes de implantar e manter servi-
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 5
ços de envergadura no cenário nacional. A partir do momento em que o 
próprio Sistema Único de Saúde (SUS) encontra sérias dificuldades, geral-
mente nas regiões mais desfavorecidas economicamente, o que se pode 
esperar em termos de uma vigilância sanitária operante e eficiente?
É claro que, apesar das dificuldades existentes, a criação da Anvisa 
foi um passo muito importante para a saúde pública, notadamente na 
área de alimentos, na qual o comércio varejista, cada vez maior, é exer-
cido sem os menores cuidados de segurança, sobretudo nas periferias das 
grandes cidades e nos municípios em que não existe nenhum tipo de 
ação sanitária por parte do poder público.
A gestão da Anvisa é responsabilidade de uma diretoria colegiada, 
composta por cinco membros, o diretor-presidente, quatro diretores e 
cinco adjuntos de diretor. Seu relacionamento é regulado por contrato de 
gestão, documento oficial firmado entre o MS e a Anvisa. O contrato 
estabelece que a finalidade institucional da Agência é promover a prote-
ção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da pro-
dução e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilân-
cia sanitária, dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias. 
Além disso, a Anvisa ainda exerce controle de portos, aeroportos e 
fronteiras e a interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e 
instituições estrangeiras para tratar de assuntos de cunho internacional 
na área de vigilância sanitária.
Seu organograma é constituído pela diretoria colegiada – conforme 
mencionado anteriormente – a qual tem como assessoria, de um lado, o 
conselho consultivo e, de outro, a ouvidoria. Os resultados das decisões 
e recomendações passam pelo gabinete do diretor-presidente para, pos-
teriormente, seguir os trâmites legais. São órgãos de assistência direta do 
diretor-presidente: corregedoria, procuradoria e auditoria interna, além 
das assessorias de planejamento, divulgação, comunicação, segurança 
institucional e, também, assessoria técnica e parlamentar. A estrutura 
organizacional é composta, ainda, de quatro núcleos; três gerências 
gerais de gestão operacional; onze gerências gerais de processos organi-
zacionais, entre as quais se incluem alimentos e portos, aeroportos, 
fronteiras e recintos alfandegados; duas gerências de vínculo direto e um 
centro de gestão de conhecimento técnico-científico.
6 • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Quando se aborda o tema vigilância sanitária, imediatamente 
tem-se a ideia de fiscalização e suas inevitáveis consequências. Todavia, 
a ação do poder público é de suma importância, pois objetiva diminuir 
os riscos de transmissão de doenças por produtos alimentícios de má 
qualidade higiênico-sanitária.
Os princípios que norteiam a Agência no âmbito federal e suas congê-
neres nos estados e municípios, em particular na área de alimentos, são 
indiscutíveis. Porém, ao lado do trabalho coercitivo, fundamental por causa 
dos enormes riscos à sociedade, é imprescindível o papel educativo que esses 
órgãos devem desenvolver, com a finalidade de orientar, de um lado, os que 
trabalham oferecendo produtos e, do outro, aqueles que os consomem.
Conforme destacado previamente, a Anvisa tem por missão “prote-
ger e promover a saúde da população, garantindo a segurança sanitária 
de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso”, 
sendo seus valores: o conhecimento como fonte da ação, a transparên-
cia, a cooperação e a responsabilização. Dessa forma, todos esses precei-
tos têm por objetivo essencial que a Anvisa “seja agente da transforma-
ção do sistema descentralizado de vigilância sanitária em uma rede, 
ocupando um espaço diferenciado e legitimado pela população, como 
reguladora e promotora do bem-estar social”.
Destaca-se, ainda, que para auxiliar a Anvisa estão integrados: o 
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), a 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os laboratórios centrais de saúde 
pública, as secretarias estaduais de saúde, os centros de vigilância sani-
tária estaduais, as secretarias municipais e os centros municipais de 
saúde.
COMPETÊNCIAS
Entre as diferentes competências atribuídas à vigilância sanitária, 
apoiadas nos documentos legais, destacam-se:
 Ações sobre o meio ambiente: edificação e parcelamento do solo, 
saneamento, saúde ambiental, piscinas.
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 7
 Circulação de bens – produtos relacionados à saúde: medicamentos, 
alimentos, cosméticos, correlatos, saneantes domissanitários e agro-
tóxicos, águas minerais e de fontes.
 Produção – serviços de saúde: odontológico, clínico-terapêutico, 
mé dico-hospitalar, radiação e hemoterapia.
 Vigilância sanitária do trabalho: análise e risco, orientação e organi-
zação no trabalho, condutas de trabalho no serviço público.
AÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE
Objetivos
 Saneamento do meio visando à promoção da saúde pública e à preven-
ção da ocorrência de condições ambientais desfavoráveis, decorrentes 
do usoe parcelamento do solo, das edificações, de piscinas e dos siste-
mas coletivos de saneamento básico dos logradouros públicos.
 Controle dos efeitos na saúde individual ou coletiva decorrentes do 
processo produtivo, no ambiente de trabalho ou fora dele.
 Licenciamento e cadastramento de estabelecimentos, habitações, lo-
cais e entidades abrangidas no campo de atuação do município.
 Aprovação de projetos e de obras em geral, em complementação às 
ações do município.
Ações e comentários
 Estabelecimentos prestadores de serviços de assistência médica; la-
vanderias, barbearias e afins; estabelecimentos veterinários; escolas.
É o caso da necessidade de reforma de um hospital cuja lavanderia, 
necrotério, cozinha e depósito de lixo são contíguos e utilizam acesso 
comum para facilitar a entrada e a saída de veículos no pátio externo. 
Essa situação não pode ser tolerada, considerando-se os riscos que pode 
acarretar à cozinha, às instalações, ao pessoal e aos próprios alimentos.
8 • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
A edificação de uma escola deve atentar, especialmente, para a ade-
quação das instalações, considerando: ventilação e iluminação das 
salas de aula, escadas, proteção nas janelas dos andares mais eleva-
dos, instalações sanitárias e refeitórios para merenda, entre outros.
A preocupação com lavanderias e tinturarias diz respeito, principalmen-
te, ao escoamento de águas sujas com resíduos de sabão, resultantes da 
lavagem de roupas e outros tecidos, aos produtos químicos empregados 
na limpeza a seco e restos de substâncias de tingimento. Nessas circuns-
tâncias, a falta de uma rede de esgoto adequada muitas vezes provoca o 
lançamento direto dessas águas nas vias públicas ou mesmo em córregos 
das proximidades, contribuindo para a poluição e a contaminação 
ambiental. O mesmo problema pode ser apontado para as barbearias e 
cabeleireiros, nos quais a água proveniente dos diferentes procedimentos 
de trabalho, além de contaminadas e com resíduos químicos, são ricas 
em cabelos e pelos provenientes dos cortes e das depilações, o que favo-
rece o entupimento de pias e da própria rede de esgoto.
 Estabelecimentos industriais, comerciais e de trabalho.
No que diz respeito aos estabelecimentos industriais ou comerciais, é 
importante avaliar sua segurança em relação aos trabalhadores e aos 
consumidores e às instalações físicas, incluindo sistemas elétrico, hidráu-
lico e de fornecimento de gás. Um exemplo digno de recordação é o do 
Osasco Plaza Shopping, que teve parte de sua estrutura destruída, com 
vítimas fatais, em razão de uma explosão por vazamento de gás.
 Cemitérios, necrotérios e velórios.
No que concerne aos cemitérios, sua localização é muito importante, 
devendo-se atentar, entre outros fatores, para o tipo e a inclinação do 
solo e a profundidade do nível freático. Esse detalhamento técnico se 
impõe para evitar a contaminação das águas subterrâneas, sobretudo 
pelas sepulturas com menos de um ano, quando localizadas nas cotas 
mais baixas, próximas ao nível do lençol freático. Apesar da maior 
ocorrência de bactérias, também podem ser encontrados enterovírus 
e adenovírus, capazes de atingir maior profundidade em direção ao 
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 9
aquífero freático, por algumas dezenas de metros. Deve-se considerar, 
ainda, os poluentes químicos que provocam o aumento da concentra-
ção de íons bicarbonato, cloreto, sódio e cálcio, além de ferro, alumí-
nio, chumbo e zinco, nas águas próximas às sepulturas.
Em relação aos necrotérios ou institutos de medicina legal, a principal 
preocupação diz respeito à localização dessas instalações, ao dis ci-
plinamento do fluxo de pessoas – visitantes e pessoal técnico – e à des-
tinação dos contaminantes ambientais, gerados pelas atividades intrín-
secas desses serviços. Com relação aos velórios, também é importante 
atentar para as dependências físicas e para a circulação de pessoas, a fim 
de evitar grandes aglomerações em espaços exíguos, propiciando a satu-
ração do ar por possíveis micro-organismos endêmicos ou epidêmicos.
 Habitações e anexos, construções e reformas de prédios; hotéis, mo-
téis, pensões e afins; acampamentos e estâncias; locais de reunião, 
atividades de lazer, religião ou esporte.
Para o encontro de adeptos de uma seita religiosa em um ginásio de 
esportes, deve-se considerar a capacidade da instalação para receber o 
número previsto de fiéis, as saídas de emergência, as instalações sani-
tárias e os fornecedores de bebidas e lanches, além do estacionamento 
para ônibus e automóveis, bem como as vias de acesso e as saídas.
Nas estâncias e hotéis-fazenda, tão em moda na atualidade, devem ser 
supervisionados, além dos itens referentes à segurança e à higiene das 
instalações, incluindo refeitórios e cozinhas, as piscinas, principalmente 
no que tange à qualidade e tratamento da água disponível aos usuários.
 Água, esgoto, lixo e resíduos.
Merece destaque a captação da água de abastecimento, seu tratamento 
e distribuição. A coleta e destinação de resíduos e do lixo constituem 
fatores de importância para o saneamento do município, notadamen-
te em relação aos problemas de degradação da paisagem, maus odo-
res e proliferação de insetos e roedores.
A contaminação da água de sete poços artesianos por resíduos industriais 
em uma área da região metropolitana de São Paulo foi identificada pela 
10 • HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Vigilância Sanitária Municipal e pela Companhia de Tecnologia de 
Saneamento Ambiental (Cetesb), em agosto de 2005. O terreno conside-
rado foco da contaminação foi utilizado primeiramente, de 1960 até 
1996, por uma empresa fabricante de pilhas elétricas, quando foi vendido 
para uma indústria que nunca havia manipulado nenhum tipo de agente 
químico em suas instalações. Vale considerar a eficiência da Vigilância 
Sanitária, aliada à Cetesb, para investigar um episódio de grandes propor-
ções, em termos de extensão da área servida pelo aquífero contaminado 
por agentes químicos, altamente tóxicos para a população, entre os quais 
foram identificados cloreto de vinila, diclorometano, dicloroeteno, tetra-
cloroeteno e tricloroeteno muito acima dos padrões permitidos pelo MS. 
Contudo, apesar da gravidade da situação, até onde se tem informação, 
não houve registros de casos de pessoas com sintomas de intoxicação.
Na realidade, acredita-se que a contaminação química do solo possa 
datar de mais de quarenta anos, embora só a partir de 2003 tenha sido 
detectado esse tipo de poluição, enquanto o foco principal só foi encon-
trado recentemente. Dada a magnitude do problema e o perigo aos 
trabalhadores das empresas atingidas e à população em geral, acredi-
ta-se que, para que o aquífero volte à sua condição de inocuidade, 
seriam necessários mais de 50 anos de tratamento.
Sabe-se que indústrias, condomínios, hotéis e residências particulares, 
para se livrar do problema da falta de água, diminuir os gastos e ter 
fornecimento ininterrupto, perfuram de forma ilegal o solo, em qual-
quer área livre de seus espaços, para construir poços artesianos. A 
Cetesb estima que existam cerca de 5 mil poços artesianos cadastrados 
na cidade.
 Vetores e animais sinantrópicos.
Entre os animais sinantrópicos destacam-se três grandes grupos: mor-
cegos, cujo risco de transmitir raiva para o homem, entre outras doen-
ças, deve ser considerado alto, e que podem acarretar prejuízos às 
habitações, pois se utilizam das frestas e vãos para se abrigarem duran-
te o dia e defecam e urinam nos forros das casas, provocando maus 
odores e a degradação das instalações; pombos, que também causam 
problemas com os excrementos, sendo seu acúmulo o responsável pelo 
ASPECTOS GERAIS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA 11
afundamento e mesmo ruptura dos forros de casas e outros edifícios, 
especialmente igrejas, além disso, as fezes desses animais podem veicu-
lar agentes de doenças para o homem, por exemplo, criptococose e 
enteroparasitoses; e roedores, que

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